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Compliance Concorrencial - Módulo 1 - Introdução ao Compliance Concorrencial

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Compliance 
Concorrencial 
Introdução ao Compliance Concorrencial1
M
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ul
o
2Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Enap, 2021 
Enap Escola Nacional de Administração Pública
Diretoria de Educação Continuada
SAIS - Área 2-A - 70610-900 — Brasília, DF
Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Presidente 
Diogo Godinho Ramos Costa
Diretor de Desenvolvimento Profissional
Paulo Marques
Coordenador-Geral de Produção de Web 
Carlos Eduardo dos Santos
Equipe
Alden Caribé (Conteudista, 2021).
Ana Beatrice Neubauer (Revisora, 2021)
Erley Ramos Rocha (Coordenador Web e Implementador Articulate, 2021).
João Paulo Albuquerque Cavalcante (Diagramação e produção gráfica, 2021).
Juliano Pimentel (Conteudista, 2021).
Lavínia Cavalcanti (Coordenadora de desenvolvimento, 2021).
Rodrigo Mady da Silva (Implementador Moodle, 2021)
Desenvolvimento do curso realizado no âmbito do acordo de Cooperação Técnica FUB / CDT / 
Laboratório Latitude e Enap.
3Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Compliance concorrencial e o papel do Cade na promoção da cultura da 
concorrência...........................................................................................................................6
Unidade 2: A adoção de um programa de compliance concorrencial: fatores, benefícios e 
custos...................................................................................................................................13
2.1. Fatores para a adoção de um programa de compliance concorrencial..................................13
2.2. Quais são os benefícios decorrentes da adoção de um programa de compliance?..............14
2.3. Os custos de um programa de compliance............................................................................18
2.4. Programas de compliance concorrencial pouco efetivos.......................................................20
Sumário
4Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
5Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Olá!
Desejamos boas-vindas ao curso Compliance Concorrencial. É um prazer ter você como 
participante e auxiliar na construção do seu conhecimento acerca desse tema.
Este curso possui o objetivo de apresentar os conceitos básicos de compliance concorrencial, 
refletindo sobre o papel do CADE e as características da implementação de um programa de 
compliance concorrencial por uma organização.
Sugerimos que você leia o conteúdo e responda as questões na ordem em que estão dispostos. 
Mas você é livre para fazer isso quando e na ordem em que achar melhor - dentro do período de 
duração do curso. Só não deixe de garantir que fez tudo, para não ter problemas com a obtenção 
do certificado ao final do curso!
Desejamos um excelente estudo!
M
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ul
o Introdução ao Compliance Concorrencial1
6Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 1: Compliance concorrencial e o papel do Cade 
na promoção da cultura da concorrência
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de reconhecer o que é um programa de compliance 
concorrencial e qual o papel do Cade na promoção da cultura da concorrência. 
Em 1996, quatro executivos do Instituto Brasileiro de Siderurgia e de indústrias produtoras de 
aço foram a Brasília para se reunir com funcionários do Ministério da Fazenda e comunicar que 
as empresas aplicariam um reajuste uniforme de 8% no preço do aço.
Vocês conseguem identificar onde está o erro nessa história?
Não é difícil perceber a prática de cartel, certo? O cartel ocorre quando concorrentes atuam para 
combinar preços, quantidades ou dividir o mercado. Nesse caso, as empresas combinaram o 
reajuste uniforme dos preços do aço a partir de uma certa data.
O cartel é a mais grave das infrações à ordem econômica e é crime.
Saiba mais 
Conforme a Lei 8.137/90, artigo 4°:
Constitui crime contra a ordem econômica:
II - formar acordo, convênio, ajuste ou aliança entre ofertantes, 
visando: 
a) à fixação artificial de preços ou quantidades vendidas ou 
produzidas; 
b) ao controle regionalizado do mercado por empresa ou grupo 
de empresas; 
c) ao controle, em detrimento da concorrência, de rede de 
distribuição ou de fornecedores. (Redação dada pela Lei nº 
12.529, de 2011).
Mas então, sendo crime, por que os executivos das maiores siderúrgicas do Brasil iriam até Brasília 
se reunir com um dos órgãos que investigavam essas infrações para informar que reajustariam 
7Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
os preços?
E, não! Eles não estavam lá para confessar a infração e propor um acordo de leniência com o 
governo. À época, sequer existia a possibilidade desse tipo de acordo.
Saiba mais 
O acordo de leniência é uma convenção por meio da qual empresas e/ou pessoas 
físicas envolvidas em um cartel, ou em outra prática anticoncorrencial coletiva, 
obtêm benefícios na esfera administrativa e criminal, comprometendo-se a 
cessar a conduta ilegal, denunciar e confessar sua participação no ilícito, bem 
como a cooperar com as investigações apresentando informações e documentos 
relevantes.
Possivelmente, os executivos das empresas siderúrgicas não viam qualquer problema no 
pacto entre elas para reajustar os preços do aço. Caso contrário, não comunicariam a prática à 
autoridade responsável por combatê-la. Muito provavelmente, o cartel fazia parte da cultura do 
setor. Após décadas de controle de preços, o ajuste de preços entre concorrentes fazia parte do 
padrão de comportamento de executivos em vários setores da economia brasileira. Era cultural. 
De 1996 para cá, muita coisa mudou. O caso descrito ficou conhecido como o Cartel de Aço e 
resultou na primeira condenação por cartel proferida pelo Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica (Cade). Centenas de condenações por cartel ocorreram desde então. A prática de 
cartel é reconhecidamente ilegal e é difícil imaginar que, atualmente, empresários sigam para 
Brasília para comunicar ao governo uma combinação de preços. Entretanto, a revelação da 
Operação Lava Jato de dezenas sobre cartéis em licitações públicas nos últimos anos mostra que 
a formação de cartel talvez ainda seja uma prática no ambiente de negócios brasileiro. É cultural?
Compliance diz respeito justamente à cultura organizacional, ou melhor, à mudança na cultura 
organizacional.
A chave para assegurar o sucesso de um programa de compliance é
fazer com que o comportamento considerado adequado
se torne parte indissociável da cultura da organização.
Mas criar uma cultura de integridade não é algo simples. Não se muda a cultura com um simples 
e-mail da chefia ou com um treinamento aos funcionários. Requer tempo, mudança nos processos 
de trabalho, esforço e reforço em todos os níveis da organização. 
A expressão compliance vem do inglês, to comply, que significa exatamente cumprir ou estar 
8Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
de acordo com. Logo, especificamente o compliance concorrencial diz respeito à atuação em 
conformidade com as regras concorrenciais.
O elemento ético do programa de compliance concorrencial pode ser entendido como uma 
cultura de negócios positiva, de concorrência livre e justa, que ultrapassa a ideia de apenas 
cumprir a lei para evitar sanções. Isso implica a construção de uma cultura de negócios que 
promove o consenso em torno da necessidade de fazer o certo.
De acordo com o Guia Programas de Compliance do Cade, o compliance, ou 
programa de compliance, consiste em um conjunto de medidas internas que 
permite prevenir ou minimizar os riscos de violação às leis decorrentes de 
atividade praticada por um agente econômico e de qualquer um de seus sócios 
ou colaboradores.
Esse conceito é importante e vale a pena analisarmos cada um de seus cinco elementos.
Conjunto de medidas
Um programa de compliance, ou programa de integridade, consiste em um conjunto de medidas, 
mecanismos e procedimentosvoltados para assegurar a adoção de determinado de padrão de 
conduta.
Desse modo, não se trata de uma ação isolada, mas sim de uma reunião de ações coordenadas 
que, em conjunto, buscam auxiliar uma organização a estabelecer e manter um determinado 
padrão de conduta.
Internas
Essas medidas possuem um caráter interno à organização. Portanto, em essência, não se trata de 
uma medida regulatória pela qual uma autoridade externa exerce um poder sobre a organização. 
São medidas de autocontrole e autorregulação adotadas por uma organização que entende estar 
exposta a riscos de violação a um padrão de conduta considerado adequado.
Por outro lado, o caráter interno do compliance não impede que políticas públicas incentivem 
ou exijam a adoção do programa de compliance; ou que uma organização possa ser afetada pelo 
programa de compliance de outra organização, como clientes e fornecedores.
Prevenção e mitigação de riscos
As ações de compliance têm a finalidade de prevenir ou mitigar riscos. Um programa de 
compliance atua sobre os riscos de uma organização violar determinado padrão de conduta. 
Logo, antes de se definirem as ações de compliance, é necessário identificar os riscos que existem 
numa organização, a probabilidade e o impacto de sua concretização. Somente a partir daí é que 
podem ser definidos os objetivos específicos do programa.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf
9Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Com base nesses objetivos é que as ações de compliance são formatadas, de modo a prevenir e 
mitigar os riscos da ocorrência de práticas ilegais.
O ideal é que o programa de compliance consiga prevenir ilícitos e que infrações sequer venham a 
ocorrer. Entretanto, por melhor que seja o programa, não é possível assegurar que uma violação 
nunca venha a ocorrer. A prevenção é a diretriz fundamental, mas pode não ser suficiente. 
Portanto, o compliance deve ser capaz também de identificar a ocorrência de infrações e atuar 
para corrigir os seus efeitos.
É importante destacar que não existe uma abordagem de compliance adequada a toda e 
qualquer organização. Cada programa deve ser formulado para enfrentar os riscos concorrenciais 
específicos de uma organização.
Padrão legal de comportamento
O padrão de comportamento a ser assegurado pelo compliance é aquele previsto na legislação 
e nas normas internas da organização. Nos termos do conceito adotado pelo Guia Programas de 
Compliance do Cade, busca-se tratar os riscos de violação às leis.
Em essência, o padrão de comportamento que se busca assegurar é o que distingue um tipo de 
programa de compliance de outro. Assim, o compliance concorrencial é aquele que busca manter 
um padrão de comportamento adequado à Lei de Defesa da Concorrência (Lei 12.529/2011). Por 
sua vez, o compliance anticorrupção visa assegurar que a empresa não se envolva em práticas 
de corrupção. Já o compliance regulatório diz respeito à adequação às normas regulatórias. 
Assim, existe também o compliance tributário, o trabalhista, o ambiental, de proteção de 
dados e tantos outros quantos os tipos de riscos que incidirem sobre as organizações. Os tipos 
de compliance e ações que devem ser adotados por uma organização, combinados ou não, 
dependem dos riscos dessa organização.
Atividade praticada por agente econômico ou qualquer de seus sócios ou colaboradores
Uma organização pode ser responsabilizada ou sofrer as consequências de uma violação das 
leis, mas quem pratica a infração é sempre um ser humano, seja ele sócio, administrador ou 
colaborador dessa organização. Logo, as ações de compliance estão voltadas para orientar a ação 
dos indivíduos na organização.
Procedimentos e sistemas não são capazes de gerenciar riscos sozinhos. Em última instância, as 
pessoas são responsáveis pela gestão dos riscos. Os colaboradores podem apresentar diferentes 
motivações e níveis de tolerância a riscos, cabendo ao programa de compliance estabelecer 
valores, objetivos e procedimentos que assegurem o compromisso das pessoas para que suas 
ações estejam adequadas aos padrões de comportamento aceitos pela organização e admitidos 
pela legislação.
Um programa de compliance só é efetivo na medida em que se converte em ação e muda o 
comportamento dos indivíduos na organização.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf
10Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Essa organização pode ser uma empresa, pública ou privada, mas também órgãos governamentais, 
conselhos profissionais, entidades de classe, sindicatos ou associações.
Em resumo, podemos dizer que um programa de compliance concorrencial tem o objetivo de 
prevenir e reduzir o risco de ocorrência de violações à Lei de Defesa da Concorrência, assim como 
oferecer mecanismos para que a organização possa rapidamente detectar e lidar com eventuais 
práticas anticoncorrenciais que não tenham sido evitadas em um primeiro momento.
Desse modo, estes são os dois objetivos centrais de todo e qualquer programa 
de compliance concorrencial: prevenir e detectar violações à ordem econômica. 
Por que o Cade se importa com os programas de compliance?
Muito embora o Cade venha aumentando a sua capacidade de detectar e investigar infrações à 
ordem econômica, com a aplicação de multas cada vez mais severas, a abordagem punitiva de 
forma isolada não é suficiente.
A investigação e punição tem um importante efeito dissuasório, entretanto, o melhor ambiente 
concorrencial não é aquele em que mais infrações são punidas, mas aquele em que menos 
ocorrem.
Assim, uma maior rigidez na aplicação da legislação de defesa da
concorrência deve ser combinada com uma abordagem preventiva, de 
advocacia da concorrência e de promoção da cultura da concorrência. 
O compliance concorrencial é um importante instrumento de 
difusão da cultura de integridade. Ele auxilia na prevenção 
e dissuasão da ocorrência de infrações à ordem econômica, 
assegurando a observância da legislação antitruste mas, 
sobretudo, auxiliando na constituição de um ambiente de 
negócios concorrencialmente saudável.
O Guia Programas de Compliance do Cade, que apresenta 
definições, diretrizes e sugestões sobre programas de 
compliance, deve ser consultado por todos os interessados na 
implementação de um programa efetivo em sua organização.
11Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
BRASIL. Banco Central do Brasil. Circular nº 3.865, de 7 de dezembro de 2017. Dispõe sobre a 
política de conformidade (compliance) das administradoras de consórcio e das instituições de 
pagamento. Banco Central do Brasil, Brasília, 2017a. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/pre/
normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50481/
Circ_3865_v1_O.pdf. Acesso em: 17 dez. 2020.
BRASIL. Banco Central do Brasil. Resolução nº 4.595, de 28 de agosto de 2017. Dispõe sobre a política 
de conformidade (compliance) das instituições financeiras e demais instituições autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Banco Central do Brasil, Brasília, 2017b. Disponível 
em: https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/
Normativos/Attachments/50427/Res_4595_v1_O.pdf. Acesso em: 17 dez. 2020.
BRASIL. Controladoria-Geral da União. Guia de Implantação de Programa de Integridade nas 
Empresas Estatais: orientações para a gestão da integridade nas empresas estatais federais. 
Brasília, 2015. Disponível em: https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/
integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf. Acesso em: 04 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia Programas 
de Compliance: orientações sobre a estruturação e benefícios da adoção de programasde 
compliance concorrencial. Brasília: CADE, 2016a. Disponível em: https://cdn.cade.gov.br/
Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_
ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804. Acesso em: 04 fev. 2021. 
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia Termo 
de Compromisso de Cessação para casos de cartel. Brasília: CADE, 2016b. Disponível em: 
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-
atualizado-11-09-17.pdf?_ga=2.43319653.1762744349.1612482262-741839812.1586804804. 
Acesso em: 04 fev. 2021.
BRASIL. Ministério da Justiça. Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Guia Programa 
de Leniência Antitruste do Cade. Brasília: CADE, 2016c. Disponível em: https://cdn.cade.gov.
br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-
leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804. 
Acesso em: 04 fev. 2021.
BRASIL. Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990. Define crimes contra a ordem tributária, 
econômica e contra as relações de consumo, e dá outras providências. Presidência da República, 
Brasília, 1990.
BRASIL. Lei nº 12.529, de 30 de novembro de 2011. Estrutura o Sistema Brasileiro de Defesa da 
Concorrência. […] e dá outras providências. Presidência da República, Brasília, 2011.
BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. Dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa 
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50481/Circ_3865_v1_O.pdf
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50481/Circ_3865_v1_O.pdf
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50481/Circ_3865_v1_O.pdf
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50427/Res_4595_v1_O.pdf
https://www.bcb.gov.br/pre/normativos/busca/downloadNormativo.asp?arquivo=/Lists/Normativos/Attachments/50427/Res_4595_v1_O.pdf
https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf
https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf?_ga=2.43319653.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf?_ga=2.43319653.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
12Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios. Presidência da República, Brasília, 2016. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm. Acesso em: 17 dez. 
2020.
FEBRABAN. Federação Brasileira de Bancos. Guia Boas Práticas de Compliance. Infi, 2018. 
Disponível em: https://portal.febraban.org.br/pagina/3228/52/pt-br/guia-compliance. Acesso 
em: 04 fev. 2021.
FRAZÃO, A.; Medeiros, A. Desafios para a efetividade dos programas de compliance. In: Cueva, R.; 
Frazão, A. Compliance: perspectivas e desafios dos programas de conformidade. Belo Horizonte: 
Fórum, 2019.
MURPHY, J. E. A Compliance & Ethics Program on a Dollar Day: how small companies can have 
effective programs. Minneapolis: Society of Corporate Compliance and Ethics, 2010. Disponível 
em: https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-
Murphy.pdf. Acesso em: 04 fev. 2021.
SCHAPIRO, M.; MARINHO, S. Compliance Concorrencial: cooperação regulatória na defesa da 
concorrência. São Paulo: Almedina, 2019.
.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13303.htm
https://portal.febraban.org.br/pagina/3228/52/pt-br/guia-compliance
https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-Murphy.pdf
https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-Murphy.pdf
13Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Unidade 2: A adoção de um programa de compliance 
concorrencial: fatores, benefícios e custos
Objetivos de Aprendizagem
Ao final desta unidade, você será capaz de identificar os fatores que levam uma organização a 
adotar um programa de compliance concorrencial, os benefícios e custos dessa adoção, além 
dos riscos dos programas de fachada.
2.1. Fatores para a adoção de um programa de compliance concorrencial
Existem muitos motivos que levam uma organização a adotar um programa de compliance 
concorrencial. Esses motivos podem ser localizados em um espectro que tem os motivos externos 
de um lado e motivos internos de outro:
Fatores externos 
Uma força externa, como uma investigação antitruste, pode levar uma organização a adotar 
um programa de compliance como medida de urgência, para auxiliar a esclarecer os eventos e 
reduzir a exposição da organização, enquanto lida com os procedimentos de investigação.
Fatores internos 
Por exemplo, uma liderança interna que, consciente da necessidade de gerenciar adequadamente 
os riscos da organização, patrocina uma estratégia para desenvolver capacidades e ações de 
compliance.
Possivelmente, a razão para que sua organização adote um programa de compliance deve se 
encontrar em um meio termo entre esses dois extremos.
Em alguns setores, por exemplo, a adoção de programa de compliance é uma exigência 
regulatória, ou existem incentivos para sua implementação. É o caso do Estatuto das Empresas 
Públicas (Lei 13.303/2016) que prevê, em seu artigo 9º, a adoção de programas de integridade 
pelas empresas públicas:
14Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Art. 9º A empresa pública e a sociedade de economia mista 
adotarão regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e 
controle interno que abranjam:
I - ação dos administradores e empregados, por meio da 
implementação cotidiana de práticas de controle interno;
II - área responsável pela verificação de cumprimento de obrigações 
e de gestão de riscos;
III - auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário.
Nesse sentido, a CGU elaborou um Guia de Implantação de Programas de Integridade 
nas Empresas Estatais, que apresenta orientações para a gestão da integridade nas empresas 
estatais federais.
Já no setor bancário, a Resolução CMN nº 4.595/17 e a Circular Bacen nº 3.865/17 exigem que 
instituições financeiras, administradoras de consórcio e instituições de pagamento implementem 
política de compliance (conformidade). A Federação Brasileira de Bancos possui também 
um Guia de Boas Práticas de compliance. 
Em outras situações, membros da equipe jurídica ou de auditoria podem introduzir a discussãosobre compliance na organização. Da mesma forma, situações como a evolução na legislação, uma 
maior abertura comercial, ou a participação em licitações públicas podem levar a organização a 
se preocupar com novos riscos, introduzindo ou adaptando seus programas de compliance.
Concluindo, podemos dizer que a decisão de uma organização por implantar um programa de 
compliance deve ocorrer mediante a uma análise de riscos concorrenciais.
Todas as organizações, mesmo pequenas, que estejam submetidas a riscos concorrenciais devem 
considerar a implantação de medidas para prevenir e mitigar esses riscos.
2.2. Quais são os benefícios decorrentes d a adoção d e u m programa de 
compliance?
Mario Shapiro e Sarah Marinho, em sua importante obra, publicada em 2019, sobre o compliance 
concorrencial, observam que, quando uma organização se encontra diante das motivações para 
a implantação do compliance, ela é levada a desenvolver um raciocínio de custo-efetividade. 
Em outras palavras, a organização deve se perguntar: quais os benefícios e custos envolvidos na 
implantação de um programa de compliance? 
Podemos identificar seis benefícios para a adoção de um programa de compliance:
https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf
https://www.gov.br/cgu/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/integridade/arquivos/guia_estatais_final.pdf
https://portal.febraban.org.br/pagina/3228/52/pt-br/guia-Compliance
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Agora, compreenda as características de cada um desses benefícios:
Prevenção de riscos
Um programa de compliance concorrencial tem como objetivo identificar, mitigar e remediar 
riscos da prática de infrações à ordem econômica. A Lei de Defesa da Concorrência prevê duras 
consequências para organizações que forem condenadas, com multas que podem chegar a R$ 2 
bilhões de reais. Além da pena pecuniária, outras sanções são possíveis, tais como:
• Proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e de licitações públicas 
por até 5 (cinco) anos.
• Cancelamento de incentivos fiscais ou subsídios públicos.
• Cisão da sociedade, venda de controle societário, venda de ativos ou cessação 
parcial da atividade.
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• Proibição de exercer o comércio em nome próprio ou como representante de 
pessoa jurídica por até 5 (cinco) anos.
Além dos prejuízos de reputação, financeiros e às atividades das pessoas jurídicas infratoras, há 
também o impacto negativo sobre as pessoas físicas envolvidas, que podem ser responsabilizadas 
criminalmente e impedidas de exercer função de direção em outras empresas.
Um programa de compliance efetivo tem o potencial de prevenir violações à legislação 
concorrencial e, portanto, de evitar penalidades administrativas e penais. Mesmo quando uma 
infração acontece, o programa de compliance pode trazer benefícios. 
A Lei de Defesa da Concorrência não prevê expressamente que a existência de programa 
compliance possa reduzir a pena de uma organização envolvida em infração à ordem econômica. 
Entretanto, o Guia Programas de Compliance do Cade prevê que a adoção de um programa de 
compliance robusto pode ser considerada evidência de boa-fé, a depender das circunstâncias 
do caso concreto e da demonstração pela parte. Assim, é possível que o Cade considere o 
compliance como atenuante, reduzindo uma eventual multa pecuniária. Nesses casos, no 
entanto, é ônus exclusivo do investigado demonstrar que possui um programa de compliance 
robusto, evidenciando que práticas anticompetitivas são claramente contrárias às políticas da 
organização e às orientações dos seus administradores.
O guia também ressalta e é sempre bom ficar atento: a mera existência de um programa de 
compliance não é suficiente para afastar a possibilidade de imposição pelo Cade das penalidades 
administrativas, que incluem, como já citado, multas potencialmente vultosas. 
Da mesma forma, quando uma empresa negocia um acordo com o Cade, é possível que o 
compliance seja considerado no cálculo da multa esperada para definir o valor da contribuição 
pecuniária a ser paga em eventual acordo com o Cade (Termo de Compromisso de Cessação). 
Nesse caso, deve-se demonstrar que o programa de compliance tem relação direta com a decisão 
de propor a celebração com acordo com o Cade.
Saiba mais 
O Termo de Compromisso de Cessação (TCC) consiste em uma modalidade de 
acordo celebrado entre o Cade e as organizações e/ou pessoas físicas investigadas 
por infrações à ordem econômica, pelo qual o Cade concorda em suspender 
o prosseguimento das investigações enquanto estiverem sendo cumpridos os 
termos do compromisso. Para celebrar o TCC, a organização reconhece a sua 
participação na conduta, colabora com as investigações e concorda em recolher 
uma contribuição pecuniária calculada a partir de um desconto aplicado sobre 
a multa esperada. Para saber mais sobre esses acordos, acesse ao Guia de TCCs 
do Cade.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf
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Identificação antecipada de problemas
O engajamento e a conscientização promovida pelo programa de compliance sobre o padrão 
de conduta desejado e sobre condutas indesejadas permite a identificação de violações e de 
potenciais violações à lei mais rapidamente, o que viabiliza rápida resposta da organização. 
Entre as vantagens da identificação de infrações com agilidade está a maior possibilidade de 
firmar acordos com as autoridades, sejam de leniência ou não, que podem implicar substancial 
redução da pena e, em alguns casos, imunidade na esfera criminal para pessoas físicas. 
Concluindo, podemos dizer que o principal benefício direto de um programa de compliance 
efetivo, em caso de ilícito, é a identificação tempestiva da prática e a atuação para mitigar seus 
efeitos, auxiliando na obtenção de benefícios para a celebração de eventual acordo de leniência 
ou termo de compromisso junto ao Cade e a outras autoridades. 
Ainda assim, é importante lembrar que a possibilidade de o Cade considerar, diante das 
circunstâncias de cada situação, a existência de um programa robusto de compliance concorrencial 
como evidência de boa-fé, a adoção do programa, por si só, não é garantia de redução de 
eventuais penalidades.
Benefício reputacional
Uma organização reconhecida por sua cultura de integridade e ética melhora a sua reputação, 
o que pode trazer benefícios como recrutamento e retenção de talentos. Essas ações tendem 
a aumentar a satisfação e o comprometimento no trabalho e o senso de pertencimento e 
identificação com o grupo. 
O compliance também pode abrir portas junto a outros parceiros. O comprometimento com a 
observância das leis também inspira confiança em investidores, parceiros comerciais, clientes e 
consumidores que valorizam organizações que operam de forma ética.
Reconhecimento de ilicitude em outras organizações
Um programa de compliance efetivo não apenas reduz os riscos de uma organização violar a 
legislação concorrencial, mas também ajuda a prevenir que ela se torne vítima de condutas de 
outras organizações.
O engajamento e a conscientização promovida pelo programa de compliance permitem que os 
funcionários identifiquem sinais de que outras organizações, como concorrentes, fornecedores, 
distribuidores ou clientes possam estar infringindo a lei. 
A relação com terceiros que violam a legislação pode ser muito prejudicial para um agente 
econômico. Por exemplo, uma empresa pode ser prejudicada pelo abuso de posição dominante 
de um concorrente ou de um fornecedor, ou uma associação do setor em que atua pode promover 
práticasuniformes entre concorrentes que violam a legislação.
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O relacionamento entre organizações sugere maior alinhamento de práticas comerciais. Assim, 
é muito importante ser capaz de agir em caso de identificação de condutas ilícitas de terceiros 
com quem as trocas são intensas, para que não restem dúvidas sobre a boa-fé da companhia.
Conscientização dos funcionários
Em ambientes de trabalhos éticos, a cultura corporativa é mais forte e há maior comprometimento 
dos funcionários. Colaboradores engajados e conscientes das “regras do jogo” estão em melhor 
posição para fazer negócios com segurança, sem receio de violar as leis, assim como para procurar 
assistência caso identifiquem possíveis questões concorrencialmente sensíveis. 
Temas de ordem concorrencial aparecem com frequência em negociações comerciais. Programas 
de compliance bem elaborados e devidamente implementados permitem aos colaboradores 
tomar decisões com mais segurança e confiança. O medo de violar as leis pode intimidar os 
colaboradores e eventualmente desestimular a concorrência mais acirrada e legítima.
Redução de custos com investigações
Um programa de compliance pode evitar que as empresas e seus funcionários tenham custos 
e contingências com investigações, advogados, multas, publicidade negativa, interrupção das 
atividades, inexequibilidade dos contratos ou cláusulas ilegais, indenizações, entre outras.
Investigações requerem mais do que despesas judiciais e administrativas. Investigações 
demandam recursos humanos e financeiros que de outra forma poderiam ser empregados na 
atividade-fim da empresa.
2.3. Os custos de um programa de compliance
A implantação de um programa de compliance envolve a definição de objetivos específicos para 
enfrentar os riscos concorrenciais identificados e, com isso, devem ser mobilizados instrumentos 
e recursos, o que sempre implica algum tipo de custo.
De acordo com o estudo de Mario Shapiro e Sarah Marinho, publicado em 2019, se um programa 
de compliance for muito custoso, sua sustentabilidade ao longo do tempo pode ser prejudicada. 
Por outro lado, se um programa for ineficaz, a ausência de efeitos poderá ser sentida quando os 
riscos concorrenciais forem concretizados.
Nesse sentido, ao conceber um programa de compliance,
a organização precisa eleger os meios mais efetivos e
menos custosos para gerir os riscos concorrenciais. 
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Mesmo empresas médias e pequenas que estão 
submetidas a riscos concorrenciais podem adotar 
programas de compliance efetivos e de baixo custo. 
Saiba mais na publicação com dicas sobre como 
implementar Programas de compliance efetivos por até 
um dólar ao dia para pequenas e médias empresas.
Um programa de compliance grande, complexo e caro 
não necessariamente é o melhor. Grandes corporações 
podem gastar muito dinheiro em programas de 
compliance pouco efetivos.
Assim, se uma organização pretende implementar um 
programa de compliance apenas por modismo ou pela 
aparência de integridade, é muito provável que esse 
programa fique no papel. Um programa de compliance 
de fachada tem grandes chances de se transformar em 
desperdício de dinheiro.
Um elemento essencial para o programa de compliance efetivo não ter qualquer 
custo é o real envolvimento e comprometimento da alta administração com a 
forma correta de se fazer negócio, respeitando a legislação. 
Uma organização de grande porte terá, certamente, que alocar recursos de forma apropriada. 
Uma empresa com muitos funcionários provavelmente gastará mais com seu programa de 
compliance do que uma empresa pequena, como poderá precisar da consultoria de um 
profissional especializado, especialmente se a empresa possui alta participação nos mercados 
em que atua.
Tratando-se de uma organização menor, submetida a riscos concorrenciais menos complexos, as 
competências de compliance podem ser desenvolvidas internamente.
O importante a ser destacado é que é possível implementar um programa de 
compliance, ainda que se trate uma empresa pequena ou média. 
Vale a pena uma última reflexão: em um estudo sobre os desafios para a efetividade dos 
programas de compliance, publicado em 2018, Ana Frazão ressalta que os custos podem ser 
minorados por um mapeamento de riscos bem-feito, que permita a alocação adequada dos 
recursos de modo que os valores destinados ao compliance sejam investidos, prioritariamente, 
nas áreas mais sensíveis.
https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-Murphy.pdf
https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-Murphy.pdf
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2.4. Programas de compliance concorrencial pouco efetivos
Não existe um programa concorrencial adequado para toda e qualquer organização. Cada 
organização deve definir o seu programa a partir de suas características, do seu porte, perfil dos 
funcionários, características dos mercados em que atua e os riscos concorrenciais a que está 
submetida.
Um programa de compliance de prateleira, pré-concebido de forma genérica, dificilmente será 
efetivo para transformar a cultura e a ação de uma organização.
Algumas organizações podem decidir adotar um programa de compliance apenas por obrigação 
ou pela aparência de integridade, sem comprometimento ou reais intenções de prevenir a 
ocorrência de práticas anticoncorrenciais.
Segundo o Guia Programas de Compliance do Cade (2016, p. 15):
A mera adoção formal de um programa não significa que a 
organização esteja efetivamente preocupada com o cumprimento 
da Lei de Defesa da Concorrência ou que esse programa seja eficaz.
Entidades podem adotar programas superficiais e/ou sem 
preocupação alguma com a manutenção do ambiente competitivo, 
apenas com a intenção de se valerem deles como circunstância 
atenuante em caso de condenação. Podem também adotar 
programas extremamente complexos e em teoria bem estruturados, 
elaborados por especialistas no tema e que implicam em gastos 
elevados, mas que não encontram qualquer eco na cultura 
corporativa e são sistematicamente ignorados por colaboradores.
Esses programas meramente formais são conhecidos como programas de fachada (em inglês, 
sham programs). São pouco eficazes em prevenir e mitigar riscos concorrenciais e podem representar 
custos para as organizações, sem os benefícios correspondentes aos de um programa efetivo.
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf
21Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
Referências
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BRASIL. Banco Central do Brasil. Resolução nº 4.595, de 28 de agosto de 2017. Dispõe sobre a política 
de conformidade (compliance) das instituições financeiras e demais instituições autorizadas 
a funcionar pelo Banco Central do Brasil. Banco Central do Brasil, Brasília, 2017b. Disponível 
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https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-compliance-versao-oficial.pdf?_ga=2.115214023.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf?_ga=2.43319653.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/guia-tcc-atualizado-11-09-17.pdf?_ga=2.43319653.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
https://cdn.cade.gov.br/Portal/centrais-de-conteudo/publicacoes/guias-do-cade/2020-06-02-guia-do-programa-de-leniencia-do-cade.pdf?_ga=2.157598330.1762744349.1612482262-741839812.1586804804
22Enap Fundação Escola Nacional de Administração Pública
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https://assets.corporatecompliance.org/Portals/1/PDF/Resources/CEProgramDollarADay-Murphy.pdf
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	Unidade 1: Compliance concorrencial e o papel do Cade na promoção da cultura da concorrência
	2.4. Programas de compliance concorrencial pouco efetivos
	2.3. Os custos de um programa de compliance
	2.1. Fatores para a adoção de um programa de compliance concorrencial
	Unidade 2: A adoção de um programa de compliance concorrencial: fatores, benefícios e custos
	2.2. Quais são os benefícios decorrentes da adoção de um programa de compliance?

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