Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE • A malária, também conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão, é uma parasitose causada por 1 dos 4 tipos de protozoários; deles, o mais importante é o P. falciparum, causador da malária terciária maligna (malária falcípara) • Todas as formas são transmitidas pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, e os humanos são o seu único reservatório natural Região de proliferação Áreas tropicais e subtropicais No Brasil É endêmica na região Norte, principalmente na região amazônica Fatores População dispersa, difícil de ser atingida Migrações constantes Moradia inadequada Resistência do P. falciparum à cloroquina Resistência comportamental do A. darlingi Possuir zonas de ocupação sem controle, como garimpos clandestinos Na África É a parasitose que causa o maior número de óbitos, sendo endêmica na região africana Anemia hemolítica Nas regiões endêmicas da África, a frequência do gene da A.H se aproxima de 30% como resultado do efeito protetor da HbS contra a malária causada pelo P. falciparum Ásia, África e América Latina O desenvolvimento de parasitos resistentes a medicamentos aumentou drasticamente a morbidade e a mortalidade associada à infecção por P. falciparum Notificação Obrigatória • A malária é uma doença que ocorre em áreas tropicais e subtropicais, sendo a parasitose que causa o maior número de óbitos na África, e no Brasil é endêmica na região amazônica çã ô Filo Apicomplexa Classe Aconoidasida Ordem Haemosporida Família Plasmodiidae Gênero Plasmodium Espécies Plasmodium falciparum Causa a febre terçã maligna Plasmodium vivax Causa a febre terçã benigna Plasmodium malariae Causa a febre quartã benigna Plasmodium ovale* (estrita ao continente africano) Causa a febre terçã benigna Forma evolutiva Parasito Plasmodium sp. Trofozoíta jovem Apresenta-se dentro da hemácia em forma de anel; apresentam um vacúolo digestivo e um núcleo puntiforme localizado na periferia de um citoplasma circular e diminuto Trofozoíta madura Maior que a trofozoíta jovem, possui citoplasma irregular (ameboide) que ocupa a maior parte da hemácia; o pigmento, antes esparso, reúne-se no centro do parasito Dá inicio ao processo de divisão nuclear por esquizogonia (divisão nuclear seguida de divisão do BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE citoplasma, constituindo os merozoítos) Esquizonte Possui múltiplos núcleos (2 ou 4 merozoítos) observados em um único citoplasma No P. falciparum são pequenos e imóveis Esquizonte imaturo Aparentemente ‘’desorganizados’’, evidencia de replicação ativa da cromatina; material citoplasmático visível circundando a cromatina em crescimento; grânulos de pigmento, frequentemente de cor marrom também são observados; à medida que o parasito se multiplica, ele se expande e ocupa mais espaço no interior do eritrócito Esquizonte maduro Caracterizados pelo surgimento de um estágio desenvolvido, o merozoíto; o número e o arranjo desses merozoítos variam Com exceção do P. vivax, o material citoplasmático não é visível, presumindo-se que esteja ausente ou escasso Rosácea (ou merócito) A rosácea é o conjunto de merozoítos (núcleo que se separa com uma porção de citoplasma) infectantes para os eritrócitos Cada espécie tem uma quantidade determinada de merozoítos compondo o merócito P. vivax: 12 a 14 P. falciparum, 8 a 36 P. malariae: 6 a 12 Gametócito s P. falciparum P. vivax São alongados em forma de meia-lua com um núcleo centralizado O núcleo ocupa toda a célula hospedeira; possui inúmeras granulações que correspondem a hemozoína (pigmento malárico resultante da metabolização da hemoglobina pelo Plasmodium spp. São as formas sexuais do parasita, caracterizados por uma forma crescente (em forma de banana) Microgametócitos Com exceção de P. falciparum, que tem formato em lua crescente, ogeralmente possui formato arredondado. Esta forma morfológica consiste em uma massa de cromatina grande e difusa que se cora de rosa a roxo e é circundada por um halo que varia de incolor a claro. O pigmento é normalmente visível; sua BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE distribuição e sua coloração variam entre as espécies. Macrogametócitos Variam em formato de arredondado a oval, com exceção de P. falciparum, o qual possui formato em lua crescente. A massa compacta de cromatina é parcial a completamente circundada por material citoplasmático. Pigmento também está presente, e sua cor e distribuição na célula variam de acordo com a espécie de Plasmodium. BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE é Espécie Idade de eritrócito s infectad os Aparência dos eritrócitos infectado s Forma em anel Trofozoíto ameboide Esquizonte imaturo Esquizonte maduro Microgametóc ito Macrogametóc ito Plasmodiu m vivax Apenas eritrócito s jovens e células imaturas Aumentad o, distorcido Anel citoplasmátic o delicado medindo um terço do diâmetro do eritrócito Aparência irregular Vários pontos de cromatina Apresenta forma ameboide, citoplasma irregular e cromatina segmentada Massa de cromatina grande, rosa e roxa, circundada por um halo incolor a pálido Citoplasma arredondado a oval 12 a 14 merozoítos ocupam grande parte do eritrócito infectado Ponto de cromatina único Remanescênci a de anel citoplasmático é comum Merozoítos circundados por material citoplasmático Massa de cromatina excêntrica Anel circunda um vacúolo Pigmento marrom aparente, aumentado em quantidade e visibilidade à medida que o parasito amadurece Agregados de pigmento marrom são frequentes Pigmento marrom pode estar presente Pigmento marrom é comum Pigmento marrom claro delicado – pode estar visível por toda a célula Possíveis formas com localização marginal Plasmodiu m ovale Apenas jovens e células imaturas Oval e aumentad o, distorcido com paredes celulares irregulares Assemelha- se à de P. vivax, só que maior Aparência de anel, geralmente mantida até tardiamente no seu desenvolvime nto Cromatina em divisão progressiva circundada por material citoplasmático , frequentement e mantém o formato circular na fase inicial de desenvolvime nto Parasitos ocupam 75% do interior do eritrócito Semelhantes ao do P. vivax, porém menores Anel espesso e frequentemen te com aparência disforme Formatos ameboides não tão evidentes como em P. vivax Arranjo dos merozoítos em roseta (média de 8 merozoítos presentes) Plasmodiu m malariae Apenas células maduras Tamanho normal, sem distrações Menor que o P. vivax Apresenta-se pequeno e delicado Semelhante ao de P. vivax, apenas menor; pode conter grânulos escuros, grandes, periféricos ou centrais Geralmente contém entre 6 a 12 merozoítos arranjados em rosetas ou em grupos irregulares Semelhantes ao de P. vivax, apenas menores; pigmento geralmente mais escuro e grosseiro Formas mais maduras assumem formato oval Núcleo apresenta cromatina pequena e saliente Citoplasma sólido não disforme que pode assumir formato redondo, oval, em banda ou barra Ocupa 1/6 do eritrócito Citoplasma contém pigmento marrom escuro grosseiro; pode mascarar a cromatina Arranjo central do pigmento marrom- esverdeado pode ser visível Ponto grande de cromatina Vacúolos ausentes nos Eritrócito infectado BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE Vacúolo pode parecer preenchido estádios maduros pode não ser visível, pois os parasitos emdesenvolvime nto com frequência preenchem a célula O pigmento se forma precocement e Plasmodiu m falciparum Pode infectar células de todas as idades Tamanho normal, sem distorção Configuração circular (um ponto de cromatina) ou config. De fone de ouvido (dois pontos de cromatina) Anéis espessos são comuns Vários pontos de cromatina circundados por citoplasma Normalmente contém de 8 a 36 merozoítos (média de 24) em arranjo agrupado Formato de salsicha ou de lua crescente Formato de salsicha ou de lua crescente Citoplasma espesso Grânulos finos de pigmento Detectados apenas em infecções severas Detectado apenas em infecções severas Frequentement e observa-se cromatina central dispersa com pigmento negro ao seu redor Cromatina compacta Vacúolo pequeno, geralmente visível Pigmento negro circundando a cromatina pode ser visível Vários anéis em um mesmo eritrócito são comuns Formas com localização periférica são possíveis Plasmodium vivax; Trofozoíto jovem/Trofozoíto maduro/Esquizonte/Esquizonte/Esquizonte/Merócito/Macrogametócito/Microgametócito Plasmodium falciparum; Trofozoíto jovem/Trofozoíto jovem/Trofozoíto maduro/Esquizonte/Esquizonte/Merócito/Macrogametócito/Microgametócito Plasmodium malariae; Trofozoíto jovem/Trofozoíto maduro (ou em faixa) /Esquizonte/Esquizonte/Esquizonte/Merócito/Macrogametócito/Microgametócito Parede do estômago do Anopheles darlingi repleto de oocistos, que passarão a produzir porozoítos infectantes BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE ã Infecção Ocorre através da picada de fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles infectadas com Plasmodium spp. Mosquitos Espécie Descrição Anopheles darlingi É a principal espécie vetora, demonstrando alta susceptibilidade aos plasmódios humanos, responsável pela maior parte dos casos de malária por conta da preferência pela alimentação humana Presente em grande parte da região brasileira – exceto nas regiões secas do Nordeste, extremo sul e em áreas de altitude elevada Utiliza para o seu desenvolvimento as águas de lagoas, açudes, represas e áreas de remanso dos rios; seus criadouros são de águas limpas, profundas, pouco turvas e ensolaradas ou parcialmente sombreada Costuma atacar o homem dentro das casas, nas horas mais altas da noite Anopheles aquasalis É considerado um mosquito xenofílico [prefere se alimentar em animais], essencialmente crepuscular [pica ao anoitecer], anofelino exofílico [pica fora das casas; pica dentro de casa apenas quando sua densidade está elevada] É considerado o principal vetor em regiões costeiras, por sua preferência por águas salobras Anopheles albitarsis É considerado um complexo de espécies críticas (não podem ser diferenciadas morfologicamente), composto por 4 ou 5 espécies É o anofelino mais frequente e amplamente distribuído no Brasil, também nas regiões costeiras É xenofílico e exofílico É um vetor secundário, passando a ser primário de acordo com as mudanças na ocupação da terra pela população humana Seus criadouros preferenciais são áreas alagadas de água doce, limpas e ensolaradas ou sombreadas, como campos e pastagens Prefere atacar animais como cavalos a homens e aves Anopheles cruzii Restrita ao litoral brasileiro e encosta do planalto, estendendo-se ao Sergipe ao Rio Grande do Sul Faz a desova na água que se acumula na base das folhas de alguns gravatás; prefere bromélias epífitas e terrestres, situadas em locais protegidos de raios solares – conhecido como a malária das Bromélias É anofelino, atacando o homem e outros animais, picando tanto de dia quanto de noite [a atividade hematofágica é maior no crepúsculo vespertino e nas primeiras horas da noite] Anopheles bellator Espécie encontrada apenas no litoral brasileiro, raro dentro das matas e abundante em áreas abertas Eclético quanto aos hospedeiros e exofílico Difere-se por procriar em bromélias rupestres, epífitas ou terrestres, mais expostas ao sol Prefere os gravatás de maior tamanho, que permitem o acumulo maior de quantidade de água nas axilas de suas folhas Ataca o homem ao pôr do sol e só transmite malária quando encontrada em elevada densidade Outras formas de transmissão Transmissão congênita Embora muito rara, pode ocorrer Transfusão sanguínea Pode ocorrer a transmissão através da transfusão sanguínea ou através de um doador em fase crônica, sem sintomatologia aparente Toxicomania Contaminação de seringas ó O ciclo do Plasmodium é heteróxeno (hospedeiro intermediário: homem hospedeiro definitivo: mosquito) BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE A reprodução é sexuada do tipo esporogonia Picada Quando o mosquito pica uma pessoa infectada, adquire os gametócitos Microgametócito Macrogametócito Gametócitos masculino Gametócitos feminino Fecundação cruzada Dentro do estômago do mosquito, os gametócitos realizam a fecundação cruzada Processo em que os microgametas formados pela exflagelação [formação de gametas flagelados] fecundam o macrogametócito, formando o oocineto [fase móvel] Diferenciação O oocineto ativado evade o trato intestinal, fixa-se à parede intestinal voltada à hemocele do inseto, diferenciando-se em oocisto [fase encistada] Diferenciação II - Esporogonia Serão formadas as formas infectantes para o hospedeiro, os esporozoítos [formados no interior dos oocistos] Rompimento, penetração e inoculação Após o rompimento do oocisto, os esporozoítos migram ativamente via hemolinfa e penetram nas glândulas salivares do mosquito, sendo inoculados com a saliva quando exercerem um novo repasto sanguíneo A reprodução é assexuada do tipo esquizogonia P. vivax (terçã benigna) 48h P. falciparum (terçã maligna) 36h – 48h P. malariae (quartã benigna) 72h Zona malarígena Um individuo entra numa zona malarígena e é picada por um mosquito fêmea do gênero Anopheles; estando infectado, este inocula de 10 – 20 esporozoítos, que permanecem na corrente sanguínea (aprox. 30min) Ciclo pré-eritrocítico, exoeritrocítico ou ciclo hepático As formas esporozoítas migram para os hepatócitos, iniciando o ciclo hepático Esquizogonia nos hepatócitos Formação dos merozoítos [formas infectantes para as hemácias] Produz cerca de 10.000 merozoítos para P.vivax, e 40.000 para P.falciparum Ciclo eritrocítico Rompimento dos merócitos (hepatócitos contendo merozoítos), liberação dos merozoítos na circulação e consequente infecção das hemácias Pós- infecção Uma sucessão de formas do parasito é observada de forma sequencial [trofozoíto jovem → trofozoíto maduro → esquizonte → rosácea] Ocorre a cada 48h para P. falciparum, P. ovale e P. vivax Ocorre a cada 72h para P. malariae Hemozoína Durante o período pós-infecção, o parasito utiliza a hemoglobina como fonte nutricional, assimilando os aminoácidos da fração globina e gerando um catabólito insolúvel de hemossiderina, a hemozoína, que no momento do rompimento da hemácia infectada e da formação dos merozoítos, é liberada na circulação Ciclo eritrocítico P. vivax As formas esquizonte e rosácea são observadas na circulação As hipnozoítas, forma latente da P. vivax, podem ser observadas nos hepatócitos, determinando por vezes episódios maláricos tardios P. falciparum As formas esquizonte e rosácea não são observadas na circulação Essa ausência é determinada pela formação de botões (knobs) na superfície das hemácias infectadas por indução do parasito Marginação eritrocitária As hemácias infectadas por indução possuem a capacidade de aderir ao endotélio dos vasos capilares profundos BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE É o ponto determinante para apatogenia da malária causada por P. falciparum, já que ocasiona o comprometimento dos vasos e o acúmulo de hemozoína, resultando em congestão, enfartamento e microhemorragias, podendo levar a quadros graves Diferenciação* Parte* dos merozoítos oriundos e hemácias possuem a capacidade de infectar novas células e se diferenciar em gametócitos, completando a criação do ciclo viral Inflamação Os gametócitos aparecem na corrente sanguínea de 6 a 8 dias depois do primeiro acesso febril, sendo mais numerosos na fase inicial da doença O número de macrogametócitos (g. feminino) é maior do que o de microgametócitos (g. masculinos) Ciclo sexuado Caso o mosquito Anopheles spp. venha a ‘’sugar’’ os gametócitos, realizarão o ciclo através da exflagelação Para que haja infecção do mosquito é necessário que o paciente apresente cerca de 300 gametócitos/mm³ de sangue Os gametóforos [pessoas que possuem gametócitos no sangue circulante] são os que tem importância epidemiológica, uma vez que são fonte de infecção para os mosquitos O habitat varia de acordo com a fase do ciclo No homem Fase pré-eritrocítica Hepatócitos Fase eritrocítica Hemácias Mosquito Estômago e glândulas salivares çã Ação Descrição Ação tóxica Toxicidade resultante da liberação de citocinas (TNF, IL-1, IL-6, IL-8); ativação e mobilização de células imunocompetentes ativadas pela hemozoína, que induz a produção de citocinas endógenas que irão agir no parasito, podendo provocar transtornos ao hospedeiro, como febre e mal-estar Tipo de imunidade Descrição Resistência natural Uma espécie de plasmódio não se desenvolve em determinado hospedeiro; a resistência é inata e não depende de contato prévio com o parasito Imunidade adquirida ativa Decorrente da estimulação do sistema imune pelo parasito; desenvolvimento gradual a partir de um ano de idade, permanecendo no individuo enquanto houver infecção (imunidade concomitante – necessidade da presença do agente infeccioso em níveis assintomáticos no hospedeiro) Imunidade adquirida passiva Decorrente da passagem de anticorpos de um organismo imune para outro não- imune; Natural Passagem de anticorpos específicos de mãe para filho durante a vida fetal ou pelo colostro Artificial Transferência, por injeção de soro de um paciente de malária para outro doente Utiliza-se só em tratamentos difíceis, principalmente em casos de P. falciparum resistente Fatores relacionados às características clínicas e anatômicas da Malária ‘’Chuvas’’ de novos merozoítos são liberadas dos eritrócitos em intervalos de, aproximadamente, 48h para P.vivax, P. ovale e P. falciparum, e 72h para Parlaria Os episódios de tremores, calafrios e febre coincidem com essa liberação BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE Os parasitas destroem um grande número de eritrócitos, causando a anemia hemolítica Um pigmento marrom derivado da hemoglobina, a hematina, liberada pela ruptura dos eritrócitos, é responsável pela coloração do baço, fígado, linfonodos e medula óssea A ativação de mecanismos de defesa do hospedeiro leva ao desenvolvimento de hiperplasia de fagócitos mononucleares, produzindo esplenomegalia maciça e hepatomegalia ocasional Período Sintomas Período pré- patente [formas sanguíneas] P. vivax Mínimo: 8 dias; Média: 13 – 17 dias P. falciparum Mínimo: 5 dias; Média: 8 – 12 dias P. malariae Mínimo: 14 dias; Média: 28 – 37 dias Período de incubação P. vivax 14 dias P. falciparum 12 dias P. malariae 30 dias Sintomatologia e patogenia P. falciparum Terçã maligna, pode levar o paciente à morte Esquizogonias sanguíneas Destruição das hemácias e liberação do pigmento malárico (hemozoína) O pigmento malárico e o corpo residual, liberados durante a esquizogonia sanguínea, devem ser um fator preponderante na gênese paroxismo (acesso malárico) e da febre, por serem substâncias pirogênicas Acesso malárico Calafrio, calor e suor; o paciente, apesar da febre, começa a sentir frio e, cerca de 30min após, cessa a sensação de frio e começa o calor intenso, quando então a febre se eleva para 39° a 41° Lesões capilares Resulta da deposição de complexos antígeno-anticorpo ‘’Escurecimento’’ dos órgãos Produto da degradação da hemoglobina pelo parasita, dando cor escura aos órgãos atingidos Anemia Pode ser provocada por 3 fatores principais Destruição das hemácias após esquizogonia Destruição das hemácias parasitadas no baço (mecanismo de defesa) Destruição de hemácias sadias no baço (adsorção de antígeno do parasita, formando autoanticorpos [momento em que o organismo não reconhece as suas próprias hemácias]) Alterações no endotélio e formação de êmbolos Nos casos de malária grave (P. falciparum) ocorrem alterações do endotélio capilar, provocando uma maior lentidão no movimento de hemácias parasitadas e normais nos capilares sanguíneos, fazendo com que algumas destas permaneçam aderidas ao endotélio Um movimento mais curto das hemácias pode provocar um impedimento do fluxo sanguíneo e, consequentemente, formação de êmbolos, que podem provocar congestão, edema, anóxia, necrose local, levando o paciente à óbito, principalmente se atingir órgãos importantes, como o cérebro, ou locais extensos Malária falcípara fatal Geralmente atinge o cérebro [malária cerebral], resultando em cefaleia, hipertemia, vômitos, sonolência, convulsões, coma e morte em um período de dias a semanas ‘’Felizmente’’ é pontuada pela febre blackwater, uma complicação na qual os glóbulos vermelhos se rompem na corrente sanguínea (hemólise), liberando hemoglobina nos vasos capilares e na urina (hemoglobinúria) BRENDA RODRIGUES PARASITOLOGIA 3° SEMESTRE Glomerulonefrite A malária pode induzir a formação de imunocomplexos, que poderão ser depositados nos glomérulos, desenvolvendo o quadro de glomerulonefrite, alterando a permeabilidade dos capilares glomerulares, induzindo uma perda maciça de proteínas ó O diagnóstico é baseado na morfologia do plasmódio, no aspecto da hemácia e nos estádios encontrados no sangue Diagnóstico clínico Somente é possível quando há presença de sintomas na fase eritrocítica Fase sanguínea É feito o diagnostico clinico baseado nos sintomas clássicos como febre em intervalos regulares e anemia Método Descrição Preparações coradas de sangue Esfregaços ou gotas espessas para pesquisa do parasito ao microscópio O exame em gota espessa corado pelo Giemsa é considerado o padrão- ouro O esfregaço em camada delgada deve ser fino e uniforme, e o sangue colhido durante ou logo o acesso malárico Passo a passo – Esfregaço em gota espessa i. Colocar 5 mm3 de sangue recém-colhido no centro de uma lâmina de vidro ii. Com o canto de outra lâmina ou da lanceta utilizada na punção digital, espalhar essa gota por uma superfície de 1 cm2; iii. Deixar secar em temperatura ambiente durante 10 a 12 horas; não ultrapassar esse período, senão ocorrerá hemólise das hemácias; iv. Corar pelo Giemsa, colocando uma gota da solução estoque para cada ml da solução- tampão; v. Deixar em repouso por 30 minutos; vi. La vii. var com água destilada (para retirar o excesso de corante), secar e examinar ao microscópio. Biópsia Medula óssea Imunológico ELISA Existem antígenos altamente específicos, que tornam capaz a separação das espécies de Plasmodium RIFI Esquema terapêutico Baseado em fatores como as espécies do parasito envolvidas, a gravidade da doença, a faixa etária do indivíduo, o histórico de infecção e tratamento, a resistência do parasito e o custo da medicação Fármacos utilizados Cloroquina, mefloquina,primaquina [em casos de plasmódios resistentes], artemisinina, artesunato, etc. Cada um releva diferentes níveis de resistência pelas espécies do Plasmodium Vacina Em 24/07/15 a primeira vacina do mundo contra a malária foi liberada pelo órgão regulador europeu de medicamentos, o qual garante que a mesma é segura e eficaz para o uso em bebês na África em áreas endêmicas Medidas individuais Uso de vestimenta adequada Uso de repelente Mosquiteiros impregnados com inseticidas de ação residual Telagem de portas e janelas Medidas coletivas Uso de inseticidas e larvicidas Combate à formação de novos criadouros Quimioprofilaxia Deve ser usada com cautela em função do desenvolvimento de resistência do parasito Deve-se realizar uma análise multifatorial, considerando o risco de infecção, a existência de transmissão ativa e espécies de Plasmodium sp. na região, etc.
Compartilhar