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D. Constitucional I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 1 ¨ Conceito de Constituição: Existem várias concepções a serem tomadas para definir o termo “Constituição”. Definição Latu sensu: Ato de constituir, estabelecer, firmar, organização, formação. Definição Jurídica: Constituição é a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. 1. Virgílio de Jesus Miranda, analisa sob a área de abrangência da Constituição: Define a Constituição como um estatuto jurídico fundamental da comunidade. Lei fundamental da sociedade. 2. Canotilho nos trás o conceito ideal de constituição: Esse conceito identifica-se fundamentalmente com os postulados políticos- liberais, como elementos materiais caracterizadores e distintivos os seguintes: 1. Sistema de garantia da liberdade 2. Princípio da divisão de poderes 3. Deve ser escrita Ainda no Sentido Jurídico de definição da Constituição, temos Hans Kelsen que é o representante desse sentido conceitual: ® A Constituição está alocada no “dever ser” e não o ser. ® Caracterizada como fruto da vontade racional do homem, e não das leis naturais. A concepção de Kelsen toma a palavra Constituição em dois sentidos: no lógico- jurídico e no jurídico positivo. Plano Lógico- Jurídico: ® norma fundamental hipotética ® plano do suposto ® fundamento lógico transcendental da validade da Constituição jurídica- positiva. Plano jurídico- positivo: ® Norma posta, positivada ® Norma positivada suprema. ¨ Pirâmide de Kelsen No Direito há um escalonamento de normas, uma constituindo a outra. ® Verticalidade hierárquica Então, vale dizer que a Constituição é a norma superior, que é o fundamento de validade de todo sistema infraconstitucional. Constituição Federal Leis Decretos, portarias... Constituição: Conceito, classificação, elementos. D. Constitucional I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 2 ¨ Classificação das Constituições ® Quando à origem: Promulgadas e Outorgadas. OUTORGADA: é a Constituição imposta, de maneira unilateral, pelo agente revolucionário (grupo ou governante). Não concebe ao povo a legitimidade para em nome dele atuar. No Brasil, as que foram outorgadas: 1. 1824: Império; 2. 1937: modelo fascista – Getúlio Vargas; 3. 1967: ditadura militar; 4. EC N. 1/69. PROMULGADA: é a Constituição votada ou popular, democrática. Derivam do trabalho ode uma Assembleia Nacional constituinte, composta de representantes do povo. No Brasil, as que foram promulgadas: 1. 1891: primeira república; 2. 1934: democracia social, inspirada na Constituição de Weimar. 3. 1946; 4. 1988 (atual). ® Quanto ao conteúdo: material ou formal. MATERIAL: Conjunto de regras materialmente constitucionais, estejam ou não codificados em um único documento. FORMAL: será aquela Constituição que elege como critério o processo de sua formação, e não o conteúdo de suas normas. Qualquer norma contida nela, será constitucional. ® Quanto à forma: escritas ou não escritas ESCRITAS: Conjunto de regras codificado e sistematizado em um único documento, para fixar-se a organização fundamental. NÃO ESCRITA: Não traz as regras em um único texto solene e codificado. Baseia-se nos usos, costumes, jurisprudência, convenções e leis esparsas. Exemplo: Constituição da Inglaterra. ® Quanto a Estabilidade ou alterabilidade: imutáveis, rígidas, flexíveis e semirrígidas. CONSTITUIÇÃO IMUTÁVEL: é vedada qualquer alteração. Relíquias históricas CONSTITUIÇÃO RÍGIDA: Pode ser alterada por processo legislativo mais solene e dificultoso. ® A rigidez da CF/88 está prevista no art. 60, por exemplo, em seu §2º estabelece um quórum de votação de 3/5 dos membros de cada Casa, em dois turnos de votação, para aprovação das emendas constitucionais. CONSTITUIÇÃO FLEXÍVEL: em regra não escrita, e as escritas podem ser alteradas por prazo ordinário. CONSTITUIÇÃO SEMIFLEXÍVEL OU SEMIRRÍGIDA: algumas regras poderão ser alteradas pelo processo legislativo ordinário, enquanto outras somente por um D. Constitucional I | Maria Eduarda Q. Andrade pág. 3 processo legislativo especial e mais dificultoso. Observação: A CF/88 é considerada super- rígida, pois possui um processo legislativo dificultoso (rígido), e excepcionalmente, algumas matérias apresentam-se como imutáveis, devido as clausulas pétreas, art. 60, § 4º da CF. ® Quanto a extensão e finalidade: analíticas e sintéticas. SINTÉTICA (negativas, garantias): seriam aquelas enxutas, veiculadoras apenas dos princípios fundamentais e estruturais do Estado. ANALÍTICA (dirigentes): são aquelas que abordam todos os assuntos que os representantes do povo entenderem fundamentais. Examinam e regulamentam todos os assuntos que entendem relevantes à formação do Estado. ¨ Constituição Federal de 1988 A Constituição de 1988, classificada como: Promulgada Rígida Analítica Formal Escrita Dogmática ¨ Elementos das constituições A constituição como um todo orgânico e sistematizado, as normas constitucionais são agrupadas com conteúdo e finalidade diversas. O Professor José Afonso da Silva identificou 5 categorias de elementos: 1. Elementos orgânicos: Normas que regulam a estrutura do Estado e do Poder. 2. Elementos limitativos: normas que compõem o elenco dos direitos e garantias fundamentais, limitando a atuação dos poderes estatais. 3. Elementos socioideológicos: compromisso da CF entre o Estado individualista e o Estado social, intervencionista. 4. Elementos de estabilização constitucional: normas constitucionais destinadas a assegurar a solução de conflitos constitucionais, a defesa da constituição, do Estado e das instituições democráticas. 5. Elementos formais de aplicabilidade: normas que estabelecem regras de aplicação das Constituições. PRAFED
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