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História Econômica 
Ascensão, crises e questionamentos do capitalismo 
A transição do feudalismo para o capitalismo e o desenvolvimento capitalista a 
partir da Revolução Industrial, é a temática desse módulo intitulado de “Ascensão, 
crises e questionamentos do capitalismo”.
A primeira parte de nossos estudos, buscaremos tratar os fatores envolvidos na 
transição histórica entre o feudalismo e o capitalismo, mencionando o 
mercantilismo e as principais condições de superação do feudalismo e da 
instauração do capitalismo.
No segundo momento, abordaremos a ascensão do capitalismo europeu, 
considerando a sua consolidação; as suas principais características e os seus 
problemas; suas crises; os questionamentos levantados pelos movimentos 
reacionários; e as tendências e preocupações do capitalismo contemporâneo. 
Ao final, pretendemos que você tenha uma boa percepção a respeito dos 
potenciais e fragilidades desse sistema socioeconômico e tenha condições de 
desenvolver uma senso crítico a respeito das propostas políticas, econômicas, 
sociais e culturais em torno do assunto.
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Geralmente, em história, se dá ênfase na transição ocorrida entre feudalismo e
capitalismo na Europa Ocidental, pois é justamente por meio dessa região e desse
processo que o restante do mundo seria impactado pelo capitalismo, especialmente a
partir da expansão imperialista e, posteriormente, com a globalização.
O colapso do feudalismo e os principais fundamentos para o advento do capitalismo
tem, em certa medida, o papel desempenhado pelos pequenos produtores feudais,
que segundo Dobb (2004) contribuem para o declínio do regime feudal,
particularmente, quando passaram a ter um pouco mais de emancipação da
exploração feudal, talvez numa transição da renda-trabalho para renda-dinheiro.
Desse cenário surgiu a possibilidade de obter para si – não mais para o senhor – uma
produção excedente e o início do acúmulo de capital, que, por sua vez, deu condições
para uma embrionária, mas visível, hierarquização de classes no modo de produção
servil. Essa nova situação passou fomentar a apropriação do trabalho assalariado, que
culminaria – depois de um longo tempo, chegando há séculos – nas relações
burguesas de produção.
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As cidades estabelecidas, de fato, cooperam para o advento do capitalismo da
Europa Ocidental, a final, os aglomerados urbanos são mercados relevantes ao
capitalismo. Mas, mais do que as aglomerações, o que mais importa ao capitalismo,
e à burguesia, é a capacidade do mercado de produção de mercadorias, ou seja, a
sua dinâmica produtiva que desenvolve uma importante e crucial divisão social.
É por isso, que para alguns estudiosos, como Pierre Vilar (1975), não existe
capitalismo propriamente dito nas cidades do período feudal, já que em suas
configurações não estava consolidada a separação entre os meios de produção e o
produtor. Segundo o autor, até se pode falar em produção industrial na Idade
Média, porém, “obtida de forma artesanal e corporativa, em que o mestre artesão
compromete seu capital e trabalho, e alimenta em sua casa os companheiros e
aprendizes, de maneira que as relações sociais não se reduzem a laços apenas de
dinheiro” (Ibid. p.36). Portanto, as aglomerações urbanas medievais, mesmo em seu
período mais tardio, apenas deram condições para que as estruturas do capitalismo
viessem a existir, mas não podem ser consideradas estruturas nitidamente
burguesas capitalistas, como as verificadas no século XIX.
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Dentre os fatores de destaque do final da transição do feudalismo para o
capitalismo, estão o controle do capital mercantil sobre a produção industrial,
em que os mercadores financiavam as matérias-primas e os meios de produção
têxtil, estabelecendo as manufaturas e a divisão do trabalho; a formação dos
Estados nacionais, que estimularam ainda mais o acúmulo de capital, por meio
da criação de instituições financeiras e do estabelecimento das alfândegas, que
tributavam a comercialização com outros países; e o avanço das forças
produtivas, tanto na indústria, quanto na agricultura.
A Revolução Industrial caracteriza-se como o fato histórico que inaugurou o
capitalismo no mundo, a partir da Europa Ocidental, mais especificamente
durante a segunda metade do século XVIII, na Inglaterra; até meados do século
XIX, no restante dessa região e nos Estados Unidos da América; e daí por diante,
ainda em avanço pelo mundo.
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Um dos primeiros problemas do capitalismo – e aquele que se tornaria um dos seus
grandes gargalos –, deve-se à condição socioeconômica do proletariado. A
industrialização, ao mesmo tempo em que abarrotou os cofres dos burgueses
industriais e enriqueceu o Estado, também produziu uma baixa qualidade de vida,
principalmente para os trabalhadores da indústria, que tinham graves problemas de
moradia, de saúde e jornadas de trabalho quase desumanas. Dessa condição, muito
cedo começaram as movimentações de combate aos problemas trazidos pela
industrialização e pela urbanização desordenada.
Dentre as heranças do capitalismo, podemos destacar o antagonismo entre o meio
rural e urbano; a laicidade da sociedade; o crescimento das desigualdades sociais
dentro dos países e entre países mais desenvolvidos e subdesenvolvidos; a crescente
reivindicação pela democracia e por direitos humanos e trabalhistas; maior
influência econômico-financeira sobre a política; avanços tecnológicos com impactos
sociais; aumento dos impasses ambientais; maior acesso aos bens de consumo;
aumento das crises de âmbito nacional e internacional, incluindo o desemprego,
inflação, etc.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRAUDEL, Fernand. Civilização material, economia e capitalismo: séculos XV-XVIII: os jogos das 
trocas. 2. vol.; 2. ed., São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009. 
DOBB, Maurice. Do feudalismo para o capitalismo. In: SWEEZY, Paul (et. al.) A transição do 
feudalismo para o capitalismo. 5. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2004. pp. 209-214.
HOBSBAWM, Eric. Do feudalismo para o capitalismo. In: SWEEZY, Paul (et. al.) A transição do 
feudalismo para o capitalismo. 5. ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 2004. pp. 201-208.
LOCH, Fernando Antônio Salomão. Os impactos da globalização sobre a pobreza do Brasil. Curitiba, 
2013. Dissertação de Mestrado em Geografia, Universidade Federal do Paraná, UFPR.
MERRINGTON, John. A cidade e o campo na transição para o capitalismo. In: SWEEZY, Paul (et. al.) A 
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REZENDE FILHO, Cyro de Barros. História econômica geral. 9. ed. 2. reimp. São Paulo: Contexto, 
2010.
SANTOS, Lourival Santana. História econômica geral e do Brasil. São Cristóvão: Universidade Federal 
de Sergipe, CESAD, 2011.
VILAR, Pierre. A transição do feudalismo ao capitalismo. In: Santiago, Théo Araújo, Capitalismo: 
transição. 2. ed., Rio de Janeiro: Eldorado,1975.
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