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CAMPUS PARQUE ECOLÓGICO e BENFICA Curso de Odontologia Disciplina: Patologia Bucal Práticas em Microscopia CADERNO DE PATOLOGIA BUCAL ALUNO (A): Lara de Aquino Santos MATRÍCULA: 19.2.000510 ANO: 2 0 2 1 SEMESTRE: 4 CAMPUS: Parque Ecológico MANHÃ ( ) NOITE ( X ) DESENVOLVIDO POR: KECYNARA COSTA BARBOSA SOB ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA: KARINE CESTARO MESQUITA CADERNO DE PATOLOGIA BUCAL FORTALEZA 2020 3 SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ..................................................................................................... 4 GUIA DE ESTUDO EM PATOLOGIA BUCAL ...................................................... 5 ALTERAÇÕES DE EPITÉLIO ................................................................................. 6 CAPÍTULO 01 – LESÕES PERIAPICAIS ............................................................... 7 GRANULOMA PERIAPICAL .................................................................................. 7 CISTO PERIAPICAL ................................................................................................ 9 CAPÍTULO 02 – LESÕES REACIONAIS .............................................................. 11 GRANULOMA PIOGÊNICO ................................................................................. 11 LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES ................................................ 13 CAPÍTULO 03 – LESÕES TRAUMÁTICAS ......................................................... 15 HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA ........................................................ 15 FIBROMA TRAUMÁTICO .................................................................................... 17 MUCOCELE ........................................................................................................... 19 CAPÍTULO 04 – LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC ............... 21 LEUCOPLASIA...................................................................................................... 21 ERITROPLASIA .................................................................................................... 23 DISPLASIA ............................................................................................................ 25 QUEILITE ACTÍNICA ........................................................................................... 27 CARCINOMA EPIDERMÓIDE ............................................................................. 29 CAPÍTULO 05 – CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES ....................... 33 CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO .................................................................... 33 CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE .................................................................. 35 CAPÍTULO 06 – TUMOR BENIGNO..................................................................... 37 AMELOBLASTOMA ............................................................................................. 37 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 42 4 APRESENTAÇÃO Caro aluno (a), seja bem-vindo (a)! Este Caderno de Patologia Bucal foi confeccionado com a finalidade de orientá- lo e de facilitar sua caminhada neste semestre em todas as atividades práticas da disciplina. O Caderno de Patologia Bucal agrega mecanismos que são considerados extremamente importantes para diagnóstico e tratamento das doenças bucais, proporcionando confiança e qualidade na prática laboratorial e futuramente na Clínica Escola de Odontologia. Pretende-se, com esse material, fornecer ferramentas para a compressão de características fisiopatológicas das lesões vistas no laboratório de microscopia e torná-lo apto a interpretar e visualizar aspectos relevantes de cada lesão na lâmina histopatológica. Iremos compreender o conceito de cada lesão, identificar as características clínicas, radiográficas, histopatológicas, localização, epidemiologia e o tratamento/prognóstico nos capítulos discutidos no decorrer deste caderno. Bons Estudos! Esquipe de Patologia Bucal 5 Livro: Patologia Oral e Maxilofacial (Brad W. Neville). 4ª Edição, 2016 6 ALTERAÇÕES DO EPITÉLIO ALTERAÇÃO CONCEITO Acantose Aumento, espessamento da camada espinhosa. Granulose Aumento, espessamento da camada granulosa. Papilomatose Projeções de “forma de dedo” sobre o tecido conjuntivo. Hiperparaceratose Aumento da produção da camada de ceratina com núcleos aprisionados. Hiperortoceratose Aumento da produção da camada de ceratina sem núcleos aprisionados. Disceratose Acúmulo intracelular de ceratina. Degeneração Vacuolar Acúmulo de líquido intracelular. Espongiose Acúmulo de líquido intercelular. Exocitóse Célula inflamatória no tecido epitelial. Acantólise Não há ligação entre as células, causa uma fenda intraepitelial. ACANTÓLISE – PAPILOMATOSE – ACANTOSE – DEGENERAÇÃO VACUOLAR – HIPERPARACERATOSE – DISCERATOSE – GRANULOSE – EXOCITOSE – HIPERORTOCERATOSE – ESPONGIOSE 7 CAPÍTULO 1 LESÕES PERIAPICAIS GRANULOMA PERIAPICAL Granuloma Periapical Massa de tecido de granulação com inflamação crônica ou subaguda no ápice de um dente não vital. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Região de periápice; Fase aguda gera dor latejante constante; Fase crônica sintomas associados diminuem; Massa de tecido de granulação; Dente associados não possuem vitalidade. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS Apresenta área radiolúcida bem definida associada ao ápice do dente não vital; Reabsorção óssea/radicular; Lesão pode ser circunscrita ou mal definida; Sem borda radiopaca. Não é possível realizar diagnóstico radiográfico entre cisto e granuloma, somente o exame histopatológico é capaz de dar um diagnóstico com segurança. 8 Tecido de granulação circundado por tecido conjuntivo fibroso; Cápsula de tecido fibroso; Infiltrado de linfócitos, neutrófilos, plasmócitos, mastócitos e eos.; Cristas de colesterol; Células gigantes multinucleadas. 1 - Cristas de Colesterol. Seta Amarela - Células Gigantes. Tratamento endodôntico. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 9 CAPÍTULO 1 LESÕES PERIAPICAIS CISTO PERIAPICAL Cisto Periapical Parede de tecido conjuntivo fibroso revestido por epitélio com um lúmen contendo fluído e resíduos celulares. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Não causa aumento de volume; É necessaria à inflamação periapical do granuloma; Cisto inflamatório mais comum (7-54%); Crescimento lento e não atinge um tamanho grande; Assintomático; Dentes associados não possuem vitalidade. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS Área circunscrita radiolúcida na região periapical; Lesão delimitada com linha radiopaca circundando a lesão; Pode ser associado com deslocamentos dentários; Perda da continuidade da lâmina dura. Não é possível realizar diagnóstico radiográfico entre cisto e granuloma, somente o exame histopatológico é capaz de dar um diagnóstico com segurança. 10 Tecido epitelial revestindo a cavidade; Epitélio escamoso estratificado não-queratinizado; Exocitóse (crônico ou misto), espongiose e hiperplasia; Tecido conjuntivo denso; Corpúsculo de Rushton e Corpúsculo de Russel; Fendas de cristais de colesterol. 1 - Lúmen. 2 - Epitélio - Revestimento3 - Cápsula Fibrosa. Tratamento endodôntico. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 11 CAPÍTULO 02 LESÕES REACIONAIS GRANULOMA PIOGÊNICO Granuloma Piogênico Crescimento nodular na cavidade oral de natureza não neoplásica em resposta a uma irritação local ou trauma. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Pode exibir crescimento rápido; Coloração eritematosa e sangramento a palpação; Superfície ulcerada, podendo apresentar áreas esbranquiçadas ou amarelas. Consistência amolecida (nova) ou firme (velha); Base séssil ou pediculada. LOCALIZAÇÃO Gengiva, língua ou mucosa jugal. EPIDEMIOLOGIA Má higiene oral – Acúmulo de biofilme e cálculo dentário; Trauma local de baixa intensidade; Medicamentos que causam hiperplasia gengival. Os Granulomas Piogênicos acometem frequentemente mulheres grávidas e recebem os termos de tumor gravídico ou granuloma gravídico. 12 Presença de vasos sanguíneos de pequeno calibre; Inflamação crônica com áreas agudizadas; Tecido conjuntivo envolvendo os capilares sanguíneos. Proliferação vascular, semelhante a tecido de granulação com va- sos ectásicos; Superfície ulcerada e substituída por uma espessa membrana fibri- nopurulenta. Seta preta – Tecido epitelial atrófico Seta vermelha - Inflamação Difusa. * amarelo - Vasos Ectásicos. Remoção cirúrgica: Excisional + Remoção do fator causal: Raspagem supra e/ou subgengival, exodontia. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 13 CAPÍTULO 02 LESÕES REACIONAIS LESÃO PERIFÉRICA DE CÉLULAS GIGANTES Lesão Periférica de Células Gigantes Crescimento nodular na cavidade oral de natureza não neoplásica, considerada como lesão reacional causada por irritação local ou trauma. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Crescimento lento ou rápido; Coloração azulada e um pouco eritematosa (esbranquiçada com o passar do tempo); Não é sangrante; Superfície ulcerada sem sintomatologia; Base séssil ou pediculada. LOCALIZAÇÃO Gengiva. EPIDEMIOLOGIA Má higiene oral – Acúmulo de biofilme e cálculo dentário. Trauma local de baixa intensidade. A Lesão Periférica de Células gigantes possui uma reabsorção em forma de “taça” do osso alveolar subjacente. 14 Proliferação de células gigantes multinucleadas em meio às células mesenquimais; Células gigantes multinucleadas dentro de uma formação he- morrágica de células ovóides e fusiformes. Presença de células inflamatórias. * preto - Células gigantes multinucleadas Seta preta - Formação hemor- rágica de células ovóides e fusiformes. Região do círculo pontilhado - Células inflamatórias. Remoção cirúrgica: Excisional; Raspagem periodontal; Exodontia, se necessário. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 15 CAPÍTULO 03 LESÕES TRAUMÁTICAS HIPERPLASIA FIBROSA INFLAMATÓRIA Hiperplasia Fibrosa Inflamatória Hiperplasia de tecido conjuntivo fibroso que se desenvolve em associação às bordas de uma prótese total ou parcial mal adaptada. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Crescimento lento; Coloração semelhante à mucosa; Consistência firme a palpação; Apresenta formato foliáceo; Base pediculada (geralmente), mas pode ser séssil. LOCALIZAÇÃO Geralmente acomete a região de vestíbulo; Palato. EPIDEMIOLOGIA Trauma leve e constante associado a próteses removível mal adap- tada. Uma lesão hiperplásica fibrosa similiar é Pólipo fibroepitelial ou fibroma por dentadura caracterizado por seu formato semelhante à folha. 16 Hiperplasia de tecido conjuntivo; Hipeplasia irregular das cristas epiteliais; Infiltrado inflamatório crônico; Frequente ceratinização; Infiltrado histiolinfoplasmocitário; Acantose, papilomatose e exocitose. Seta azul - Papilomatose. Seta preta - Fibras Colágenas com In- filtrado Inflamatório Crônico. Remoção cirúrgica: Excisional + ajuste da prótese. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 17 CAPÍTULO 03 LESÕES TRAUMÁTICAS FIBROMA TRAUMÁTICO Fibroma Traumático Hiperplasia reacional do tecido conjuntivo fibrosa em resposta a irritação ou trauma local, considerado “neoplasia” mais comum da cavidade oral. Lesão nodular; Superfície lisa e consistência firme; Coloração rosa, porém pode apresentar-se acinzentada em paci- entes negros ou esbranquiçadas em caso de traumas; Base séssil ou pediculada; Pode apresentar ulceração e hiperqueratinização. Mucosa jugal (principalmente), mucosa labial, língua e gengiva. Trauma leve e constante. Associado à mordida CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS LOCALIZAÇÃO ETIOLOGIA EPIDEMIOLOGIA Fibroma Traumático é definido como uma patologia reativa e não um tumor verdadeiro. 18 Hiperplasia de tecido conjuntivo; Intensa produção de fibras colágenas; Epitélio de revestimento normal ou atrófico; Pode apresentar ceratinização; Ausência de infiltrado inflamatório. 1 – Intensa produção de fibras colá- genas. 2 - Epitélio de revestimento. Remoção cirúrgica: Excisional + remoção do fator causal (Ex: excesso de restauração). CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO A N O T A Ç Õ E S 19 CAPÍTULO 03 LESÕES TRAUMÁTICAS MUCOCELE Mucocele Extravasamento de mucina para dentro dos tecidos moles por conta da ruptura de um ducto de glândula salivar CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Lesão em forma de bolha ou vesícula; Tamanho limitado; Coloração azulada (quando superficial) ou semelhante a mucosa (quando mais profunda); Consistência flutuante; Recidiva comum após estourar. LOCALIZAÇÃO Lábio inferior (60%), assoalho de boca, palato e língua. EPIDEMIOLOGIA Trauma que causa ruptura do ducto de uma glândula salivar menor, havendo extravasamento de mucina para dentro dos tecidos mole. As mucoceles que ocorrem no assoalho de boca são chamadas de Rânulas. 20 Presença de mucina na região central; Macrófagos espumosos fagocitando mucina; Presença de células gigantes; Tecido de granulação ao redor da mucina; Fibras colágenas, infiltrado inflamatório crônico e angiogênese. 1 - Fibras Colágenas com Infiltrado Inflamatório Crônico e Angiogênese. * - Tecido de Granulação. 2 - Mucina. Setas pretas - Macrófagos. Remoção cirúrgica das glândulas salivares menores envolvidas. TRATAMENTO CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS A N O T A Ç Õ E S 21 CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC LEUCOPLASIA Leucoplasia Uma mancha branca ou placa que não pode ser caracterizada clínica ou patologicamente como qualquer outra doença. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Predileção pelo sexo masculino; Relação com tabagismo, etilismo, HPV e exposição solar; Acomete mais pacientes acima de 40 anos; Potencial de malignização de 5%; Mais prevalente das LPM que acomete a cavidade oral. LOCALIZAÇÃO Vermelhidãodo lábio; Língua; Assoalho de boca. EPIDEMIOLOGIA Tabagismo, etilismo, microorganismos (HPV) e exposição solar. 22 Hiperceratose; Acantose; Displasia; Presença de infiltrado inflamatório; Projeções pontiagudas e papilares; Alterações citoarquiteturais; Cristas epiteliais bulbosas. Tratamento: Remoção cirúrgica + acompanhamento ao longo prazo, com eliminação dos fatores de risco. Prognóstico: Leucoplasia com displasia leve tem risco de malignização de 7%; Leucoplasia com displasia severa tem risco de malignização de 4-15%. O diagnóstico clínico é LEUCOPLASIA e o diagnóstico/conclusão histopatológica é caracterizado por DISPLASIA EPITELIAL de acordo com a sua extensão. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A N O T A Ç Õ E S 23 CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC ERITROPLASIA Eritroplasia Uma mancha ou placa vermelha que não pode ser clínica ou patologicamente diagnosticada como qualquer outra condição. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Predileção pelo sexo masculino; Incidência crescente com a idade (> 60 anos). LOCALIZAÇÃO Assoalho de boca; Palato; Língua. EPIDEMIOLOGIA Tabagismo, etilismo, microorganismos (HPV) e exposição solar. 24 Displasia epitelial intensa; Carcinoma in situ (alterações em todas as camadas do epitélio); Epitélio deixa de produzir queratina e muitas vezes é atrófico; Tecido conjuntivo apresenta inflamação crônica. Remoção cirúrgica excisional + acompanhamento periódico, com eliminação dos fatores de risco. O diagnóstico clínico é ERITROPLASIA e o diagnóstico/conclusão histopatológica é caracterizado por DISPLASIA EPITELIAL de acordo com a sua extensão. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS TRATAMENTO E PROGNÓSTICO A N O T A Ç Õ E S 25 CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC DISPLASIA GRAUS DE DISPLASIA 1. Displasia Epitelial Leve 2. Displasia Epitelial Moderada Alterações limitadas à camada Alterações na camada basal até basal. a porção média da camada espi- nhosa. 3. Displasia Epitelial Intensa 4. Carcinoma in situ Alterações em quase todas as Alterações em todas as camadas camadas do epitélio, até o nível do epitélio. acima do ponto médio do epitélio. ALTERAÇÕES HISTOPATOLÓGICAS Hipercromatismo; Nucléolos evidentes; Aumento da relação núcleo citoplasma; Aumento do volume celular; Disceratose; Aumento da atividade mitótica. 26 1- Cristas epiteliais em forma de gota 2- Mitoses frequentes 3 - Núcleolos aumetados 4- ________________________ 5 - Disceratose 6- Pleomorfismo nuclear 27 CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC QUEILITE ACTÍNICA Queilite Actínica Condição potencialmente maligna do vermelhão do lábio inferior, resultante da exposição crônica à luz UV. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Comportamento mais brando em relação as LPM intraoral; Assintomática; Crescimento lento; Predileção pelo sexo masculino; Comum em pessoas pescadores e trabalhadores rurais; Risco de malignização de 10%. LOCALIZAÇÃO Lábio inferior. EPIDEMIOLOGIA Exposição solar crônica. Ulcerações crônicas podem se desenvolver e ocasionar um carcinoma epidermoide. 28 Alterações citoarquiteturais; Epitélio atrófico; Hiperceratose; Infiltrado inflamatório crônico; Elastose solar. 1 - Atrofia epitelial 3 - Fibras Colágenas 2 - Elastose solar 4 - Hiperortoceratose Tratamento: Evitar exposição solar ou utilizar fatores protetores, como chapéus e protetor labial. Aplicação de 5-fluouracil, peeling com ácido tricloroacético a 50%, eletro- cirurgia, terapia fotodinâmica, laser de CO², vermelhectomia, criocirugia _ ou dermoabrasão. Prognóstico: Risco de malignização de 10%. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS A N O T A Ç Õ E S 29 CAPÍTULO 04 LESÕES POTENCIALMENTE MALIGNAS E CEC CARCINOMA EPIDERMÓIDE Carcinoma Epidermóide Neoplasia maligna que se origina no epitélio de revestimento, considerada a neoplasia maligna mais comum na região de boca. Tempo de evolução rápido; Ausência de sintomatologia dolorosa (lesão pequena); Limites imprecisos; Bordas irregulares; Úlcera com centro necrótico; Área de necrose: Odor fétido, bordas elevadas e consistência dura. Roído de taça: Destruição do osso subjacente. Principal: Assoalho de boca e língua. Palato, lábio, gengiva e mucosa jugal. Tabagismo, etilismo, exposição solar, defiência de ferro e vitamina A, infecções (HPV e sífilis), imunossupressão e fatores genéticos. APRESENTAÇÃO CLÍNICA CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA 30 METÁSTASE É a formação de uma nova lesão tumoral a partir de outra, mas sem continuidade entre as duas. Migração das células para outras regiões, longe do local de origem. ESTADIAMENTO É o processo que determina a extensão do tumor, se tem o acometimento dos linfonodos regionais e se há presença de mestástase ou não. Tamanho do Tumor Primário TX Nenhuma informação disponível sobre o tumor primário. T0 Nenhuma evidência de tumor primário. Tis Apenas carcinoma in situ em estágio primário. T1 Tumor com menos de 2 cm em seu diâmetro máximo. T2 Tumor com 2 a 4 cm em seu diâmetro máximo. T3 Tumor com mais de 4 cm em seu diâmetro máximo. T4a Massa tumoral com mais de 4 cm de diâmetro com envolvimento do antro, músculos pterigóides, base da língua ou pele. T4a T4b Envolvimento do Linfonodo Regional NX Não conseguiu avaliar a presença de linfonodos acometidos. N0 Nenhum nodo clinicamente positivo. N1 Um único nodo homolateral clinicamente positivo com menos de 3 cm de diâmetro. N2a Um único nodo homolateral clinicamente positivo com 3 a 6 cm de diâmetro. N2b Múltiplos nodos homolaterais clinicamente posistivos, nenhum com mais de 6 cm de diâmetro. N3a Nodo homolateral clinicamente positivo, um deles maior que 6 cm em diâmetro. N3b Nodos bilaterais clinicamente positivos. N3c Nodo contralateral clinicamente positivo. Envolvimento por metástase a distância M0 Nenhuma evidencia de mestástase distante. M1 Mestástase distante está presente. 31 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Pérolas de ceratina; Pleomorfismos celular e nuclear. 1- Cordões de células tumorais 2- Invasão de células epiteliais malignas no tecido conjuntivo Seta Azul- Relação núcleo/citoplasma alterado Seta preta- Figuras de mitose 32 Seta Vermelha- Peróla de ceratina Seta Amarela- Hipercromatismo GRADAÇÃO HISTOPATOLÓGICA 1. Grau I/Bem diferenciado Número de características displásicas menores. 2. Grau II/Moderadamente diferenciado Características displásicas moderada. 3. Grau III ou IV/Mal diferenciadas/AnaplásicasCaracterísticas displásicas severas. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Prioritariamente cirúrgico; Radioterapia (coadjuvnte); Quimioterapia (paliativo). 33 CAPÍTULO 05 CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO Carcinoma Adenoide Cístico Neoplasia maligna de Glândula Salivar mais comum e mais reconhecido. Aumento de volume de crescimento lento; Dor inespecífica, constante e de baixo grau, que aumenta de inten- sidade gradativamente; Superfície lisa ou ulcerada; Coloração avermalhada / azulada (apresenta muitos vasos sanguí-_ neos). Quando se origina no palato ou no seio maxilar geralmente exibe características radiográficas evidentes de destruição óssea. Palato (maior predileção por glândulas salivares menores). CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA 34 CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Composto por uma mistura de células mioepiteliais e células ductais apresentando arranjo variado; Tendencia à invasisão perineural. Padrões Histológicos Padrão Cribriforme Padrão Tubular Variante Sólida Ilhas e ninhos celulares Múltiplos pequenos Lençóis celulares sem contendo múltiplos espa- túbulos. Formação de túbulos e ços cilíndricos no interior. Maior atividade mitó- tica. Padrão - Cribiforme Área circundada – Ilhas e ninhos celulares TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Tratamento: Excisão cirúrgica e radioterapia coadjuvante. Prognóstico: Tumores com padrão sólido possui prognóstico pior em re- lação aos padrões cribiforme e tubular. Tumor com prognóstico ruim tem tendência a recidiva e metástase. 35 CAPÍTULO 05 CARCINOMA DE GLÂNDULAS SALIVARES CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE Carcinoma Mucoepidermóide Neoplasia maligna de glândula salivar mais comum. Dor ou paralisia do nervo facial – associada a lesões de alto grau; Tempo de evolução geralmente rápido; Aumento de volume causando tumefação exofítica; Coloração azulada ou avermelhada. Glândulas salivares maiores: Parótida (45%), submandibular (7%), sublingual (1%). Glândulas salivares menores: Palato e mucosa bucal. Composto por uma mistura de células produtoras de muco e célu- las epidermóide, além de células intermediárias. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS LOCALIZAÇÃO EPIDEMIOLOGIA CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 36 Graus Histopatológicos Baixo Grau Grau Intermediário Alto Grau Formação cística proemi- 3 tipos de células pre- Ilhas sólidas de células nente; sente; escamosas e intermediárias; Atipía celular mínima; Formaçõ cística; Elevado pleomorfismo; Proporção de células mu- Atipía pode estar evi- Atividade mitótica. cosa elevada. dente; Células intermediárias. Setas – Células intermediárias Asteriscos – Células mucosas TRATAMENTO E PROGNÓSTICO Tratamento cirúrgico, associado à radioterapia. Prognóstico: Baixo grau possui bom prognóstico, com 90-95% de cura, enquanto que o grau intermediário apresente prognóstico levemente pior, e o alto grau possui apena 30-45% de cura. 37 CAPÍTULO 06 TUMOR BENIGNO AMELOBLASTOMA Ameloblastoma Tumor com origem no epitélio odontogênico (ectoderma), sendo considerado o tumor odontogênico mais comum. Dividido nas variantes Sólido, Unicístico, Periférico. 1. Ameloblastoma Sólido, Convencional, Multicístico CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS Mais comum (86%) e mais agressivo; Possui crescimento lento e assintomático; Predileção de acometimento: Região posterior de mandíbula; Quando atinge grandes proporções causa assimetria facial; Dor e parestesia são incomuns, porém quandoa lesão cresce muito ela tende a comprimir os nervos. CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS Apresenta-se como uma lesão multilocular radiolúcida (bolhas de sabão ou favos de mel); Margens por vezes festonadas; Reabsorção em lâmina de faca; Causa expansão de cortical. LOCALIZAÇÃO Região de acometimento mais comum: Área posterior da mandíbula; Pode acometer maxila também. 38 AMELOBLASTOMA DESMOPLÁSICO Tem predileção pela região anterior de maxila; Associado a grande expressão de fatores de crescimento. CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS Padrões Histopatológicos Folicular Plexiforme Acantomatoso Células Granulares Desmoplásico Células Basais Folicular Acantomatoso Desmoplásico Ninhos e ilhas tumorais; Sofre metaplasia escamosa; Estroma densamente colagenizado; Células colunares com polaridade invertida; Frequente formação de ceratina na região central do padrão folicular; Pequenas ilhas e cordões de epitélio odontogênico. Células frouxamente dispostas semelhantes ao retículo estrelado; Presença de perólas de ceratina. Pode estar presente degeneração cística dentro das ilhas e ninhos. Plexiforme Células Granulares Células Basais Longos cordões anastomosados; Células apresentam citoplasma abundante preenchido por grânulos eosinofílicos; Compostas por ninhos de células basaloides uniformes; Células colunares com polaridade invertida; Transformação de grupos de células epiteliais lesionais em células granulares. Não há retículo estrelado na porção central dos ninhos; Raras formações císticas e quando presentes estão no estroma; As células periféricas ao redor dos ninhos tendem a ser cúbicas em vez de colunares. Estroma arranjado frouxamente. 39 Padrão Folicular Seta- Células colunares com polaridade invertida. Estrela- Células internas frouxamente arranjadas lembrando o retículo estrelado. Asterisco- Tecido conjuntivo denso com aspecto normal. Círculo pontilhado- Ilha tumoral. Padrão Plexiforme Seta: Células colunares com polaridade invertida. Círculo pontilhado: Cordões anastomosados de epitélio odontogênico TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento é localmente agressivo, devido à necessidade da margem de segurança por conta de recidiva (de até 15%); Lesão pequena: Enucleação + osteotomia; Lesão grande: Ressecção em bloco. 40 2. Ameloblastoma Unicístico Melhor prognóstico; Possui crescimento lento e assintomático; Região mais comum: Posterior de mandíbula; Representa cerca de 10 a 46% de todos os ameloblastomas. Apresenta-se como uma lesão radiolúcida unilocular, bem definida; Causa expansão ou perfuração de cortical; Pode causar deslocamento ou reabsorções de dentes. Mais comum na região posterior de mandíbula. Proliferação autônoma luminal, intraluminal ou mural; Pode apresentar padrões folicular ou fusiforme (mais comum). Variantes Histopatológicas Luminal Parede cística fibrosa;Revestida com epitélio ameloblástico; Camada basal com células colunares/cúbidas com núcleo hipercromático, com polaridade reversa e vacuolização citoplasmática basilar; Células epiteliais sobrejacentes semelhantes ao retículo estrelado. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS CARACTERÍSTICAS RADIOGRÁFICAS LOCALIZAÇÃO CARACTERÍSTICAS HISTOPATOLÓGICAS 41 Intraluminal Projeções de nódulos de ameloblastoma em direção ao lúmen cístico; Inflamação associada. Mural A extensão e a profundidade da infiltração por ameloblastoma pode variar. Padrão Luminal Padrão Mural Seta preta - Camada basal hiper- cromática e polarizada. Seta azul - Projeções de epitélio na cápsula. * Preto - Células epiteliais sobre- jacentes estão frouxamente conectadas e lembram o retículo estrelado. * Azul - Ilhas de ameloblastoma folicular infiltram a parede de tecido conjuntivo fibroso. TRATAMENTO E PROGNÓSTICO O tratamento não costuma ser tão agressivo quanto o sólido; Excisão cirúrgica simples; Lesão menor: Enucleação e osteotomia; Lesão grande: Marsupialização, enucleação e osteotomia. 42 REFERÊNCIAS EFFIOM, O.A et al. Ameloblastoma: current etiopathological concepts and management. Oral Diseases, 24, pp. 307–316, 2018; NEVILLE, B.W. et al. Patologia Oral & Maxilofacial. 4ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016; Patologia e Estomatologia UFRGS, disponível em:< http://patoestomatoufrgs.com.br> Acesso em 20 julho 2020. http://patoestomatoufrgs.com.br/ DESENVOLVIDO POR: SOB ORIENTAÇÃO DA PROFESSORA: SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ALTERAÇÕES DO EPITÉLIO Granuloma Periapical CAPÍTULO 1 CAPÍTULO 02 Granuloma Piogênico CAPÍTULO 02 (1) CAPÍTULO 03 CAPÍTULO 03 (1) CAPÍTULO 03 (2) Mucocele CAPÍTULO 04 Leucoplasia CAPÍTULO 04 (1) Eritroplasia CAPÍTULO 04 (2) CAPÍTULO 04 (3) Queilite Actínica CAPÍTULO 04 (4) Carcinoma Epidermóide CAPÍTULO 05 Carcinoma Adenoide Cístico CAPÍTULO 05 (1) Carcinoma Mucoepidermóide CAPÍTULO 06 1. Ameloblastoma Sólido, Convencional, Multicístico Padrões Histopatológicos Padrão Folicular Padrão Plexiforme REFERÊNCIAS
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