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05 - Asfixiologia Forense e Sexologia Forense

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Prof. Victor Botteon 
 Aula 03 
 
1 de 73| www.direcaoconcursos.com.br 
Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
 
Aula 03 
Noções de Asfixiologia Forense & 
Sexologia Forense – Curso Regular 
Prof. Victor Botteon 
2019 
2018 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 03 
 
2 de 73| www.direcaoconcursos.com.br 
Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Sumário 
ASFIXIOLOGIA FORENSE .......................................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO À ASFIXIOLOGIA FORENSE .................................................................................................................... 3 
Classificação das Asfixias ................................................................................................................................. 5 
Características Gerais das Asfixias .................................................................................................................... 8 
Asfixias mecânicas por constrição do pescoço ................................................................................................. 11 
Asfixias Puras ................................................................................................................................................ 20 
SEXOLOGIA FORENSE............................................................................................................................. 27 
HIMENOLOGIA FORENSE ....................................................................................................................................... 34 
Hímen ........................................................................................................................................................... 34 
Classificações de Hímens ............................................................................................................................... 36 
Questões criminais sexuais ............................................................................................................................. 39 
Exame pericial em Sexologia Forense .............................................................................................................. 43 
QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR ......................................................................................... 54 
LISTA DE QUESTÕES............................................................................................................................... 63 
GABARITO .............................................................................................................................................. 70 
RESUMO DIRECIONADO ......................................................................................................................... 71 
 
 
 
 
 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 03 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Asfixiologia Forense 
 Bem-vind@s ao universo forense! Essa aula abordará a teoria sobre noções de ASFIXIOLOGIA 
FORENSE e SEXOLOGIA FORENSE, esperando que ao final, o aluno compreenda sobre seus principais 
conceitos, classificações, principais subdivisões e importância médico-legal, além de resoluções de questões 
relacionadas aos temas abordados e focadas em concursos públicos. Preparados? Bora começar! 
 
Noções de Medicina Legal. Asfixiologia Forense: conceito e classificação das asfixias. Introdução à 
Sexologia Forense e suas principais subdivisões. 
 
INFORMAÇÕES IMPORTANTES ANTES DE COMEÇAR A AULA 
Antes de tudo, cumpre deixar consignado que as fotos apresentadas nesse material didático serão 
sempre de caráter exclusivamente educacional e científico, auxiliando no entendimento dos alunos sobre 
os temas abordados. As fotos que não são de autoria do autor serão citadas as devidas fontes de origem. 
A identidade de pessoas falecidas será sempre preservada, sem qualquer tipo de desrespeito ao luto e às 
vítimas e seus familiares. Peço encarecidamente aos alunos de nosso curso o total respeito e a não 
divulgação de imagens utilizadas nesse material didático. 
Agradeço desde já pela compreensão de todos. 
 
Introdução à Asfixiologia Forense 
 
DO QUE SE TRATA? 
 A Asfixiologia Forense é a área da MEDICINA LEGAL que estuda as asfixias, suas questões médico-
legais e suas repercussões jurídicas. Alguns autores descrevem como energias da ordem físico-química do 
campo da Traumatologia Forense, as quais alteram as características fisiológicas do organismo ao 
impossibilitar o processo respiratório e as trocas gasosas. 
 A (prefixo de negação) + sphyxis = “não pulsar”. Asfixia consiste no ato de supressão dos mecanismos 
de respiração, do ponto de vista médico, podendo ocorrer por meio de impedimento das trocas gasosas 
por influência patológica ou por impedimento mecânico de causas diversas (violentas ou naturais), 
diretas ou indiretas. 
 
 CONDIÇÕES NORMAIS PARA A RESPIRAÇÃO: ambiente externo gasoso, com teor de oxigênio (O2) 
de aproximadamente 21%; 78% de nitrogênio (N2), e de 0,03% de gás carbônico (CO2), livre de gases tóxicos.
 A proporção de oxigênio do ar alveolar é de aproximadamente 17%. O teor de 7% de O2 no ar 
atmosférico pode ocasionar perturbações orgânicas graves; teor de 3%, leva à exaustão de O2 pulmonar 
(HIPÓXIA) e aumento excessivo de CO2 no organismo (HIPERCAPNIA). 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 03 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Fique atento 
CONCEITOS IMPORTANTES 
 
EUPNEIA: respiração normal; 
APNEIA: pausa ou suspensão temporária da respiração; 
BRADIPNEIA (ESPANIOPNEIA OU OLIGOPNEIA): diminuição dos movimentos respiratórios; 
DISPNEIA: respiração difícil e forçada; 
ORTOPNEIA: intensa dispneia; 
TAQUIPNEIA (POLIPNEIA E HIPERPNEIA): o aumento da frequência respiratória; 
ANÓXIA: ausência de oxigenação em determinado tecido/órgão; 
HIPÓXIA: diminuição da oxigenação de tecidos/órgãos; 
HIPERCAPNIA: aumento da concentração de CO2 em determinado tecido/órgão; 
ANÓXIA COM ACAPNEIA: ausência de oxigenação, sem ocorrência do aumento de CO2. 
 
 FISIOPATOLOGIA E SINTOMATOLOGIA 
 Portanto, podemos concluir que as asfixias são designadas como um estado fisiopatológico, 
caracterizado pela supressão do fenômeno respiratório, ocorrendo então uma condição de hipóxia 
(diminuição da concentração de O2) e hipercapnia (aumento na concentração de CO2) no sangue. 
 
 Compreende duas fases principais: de irritação e de esgotamento, cada uma com dois períodos, 
segundo Croce & Croce Jr. (2012). 
FASE DE IRRITAÇÃO: período de dispneia inspiratória, sem perder a consciência, com duração em torno de 
um minuto; período de dispneia expiratória, com inconsciência e até convulsões por causa do CO2, com 
duração de aproximadamente 3 minutos. 
FASE DE ESGOTAMENTO: morte aparente, com parada respiratória durante algum tempo, seguido pelo 
período terminal, com a ocorrência dos últimos movimentos respiratórios antes da morte real. Duração de 
aproximadamente 3 minutos. 
 Portanto, o processo asfíxico é gradativo e se concretiza com a morte real após cerca de 7 minutos, 
dependendo de diversos fatores intrínsecos do indivíduo que pode levar retardar ou acelerar o processo de 
esgotamento total. Na submersão pode ocorrer em torno de 4 a 5 minutos; no enforcamento pode levar até 
10 minutos. Caso a vítima sobreviva, dependendo do período em que ficou em estado de hipóxia e 
hipercapnia, ocorrerá sequelas, podendo resultar em perturbações neurológicas graves. 
 
 Vamos exercitar esse primeiro tópico com questão! 
Prof. Victor Botteon 
 Aula 03 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Questão para fixar 
 FGV – Perito Legista Odontologia (PC-RJ)/2011 
Em relação aos agentes lesivos,a asfixia é considerada um exemplo de lesão causada por meio: 
a) físico. 
b) físico-químico. 
c) químico. 
d) bioquímico. 
e) misto 
RESOLUÇÃO: 
 A asfixia é considerada um exemplo de energia lesiva físico-química. É de natureza física por causa do 
impedimento da passagem do ar e da respiração, e química porque inibe a hematose (troca gasosa por 
difusão e transformação do sangue venoso em sangue arterial que ocorre nos pulmões) e altera a composição 
bioquímica do sangue, reduzindo O2 e aumentando CO2. 
Gabarito: B 
 
Classificação das Asfixias 
 Na literatura médico-legal, existem diversas classificações das asfixias. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DE THOINOT: 
 Asfixias mecânicas por constrição do pescoço; enforcamento; esganadura por mão; estrangulamento 
por laço. 
 Asfixias mecânicas por oclusão dos orifícios respiratórios externos. 
 Asfixias mecânicas por respiração em um meio líquido (submersão/afogamento), ou em um meio 
pulverulento (soterramento). 
 Asfixias mecânicas resultantes da oclusão das vias respiratórias por corpos estranhos. 
 
 CLASSIFICAÇÃO DE OSCAR FREIRE: 
 Modificações físicas do ambiente: 
a) Modificações quantitativas dos componentes do ar (diminuição de oxigênio, aumento de gás carbônico, 
aumento de temperatura, excesso de umidade): confinamento. 
b) Modificações qualitativas: ambiente líquido em lugar de gasoso: afogamento; ambiente sólido em lugar de 
gasoso: soterramento. 
 Obstáculos mecânicos no aparelho respiratório: 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
a) Nas aberturas aéreas (narina e boca, glote): sufocação direta. 
b) Nas vias aéreas, por constrição externa, devida a laço acionado pelo peso da própria vítima: 
enforcamento. 
c) Nas vias aéreas, por constrição externa, devida a laço acionado pela força muscular ou equivalente: 
estrangulamento. 
d) Nas vias aéreas, por constrição externa, devida à ação da mão: esganadura. 
 Obstáculo na oxigenação das hemácias: asfixia pelo monóxido de carbono. 
 Supressão da expansão torácica por contenção externa: sufocação indireta. 
 
 *CLASSIFICAÇÃO DE AFRÂNIO PEIXOTO: 
 ASFIXIAS PURAS: anoxemia e hipercapnia. 
a) Asfixias em ambiente por gases irrespiráveis: confinamento; asfixia por monóxido de carbono (CO); 
asfixias por outros vícios de ambiente. 
b) Obstaculação à penetração do ar nas vias respiratórias: 
1) sufocação direta: obstrução da boca e das narinas pelas mãos ou das vias aéreas mais inferiores; 
2) sufocação indireta: compressão do tórax; 
3) transformação do meio gasoso em meio líquido: afogamento; 
4) transformação do meio gasoso em meio sólido: soterramento. 
 ASFIXIAS COMPLEXAS: interrupção primária da circulação cerebral, anoxemia, hipercapnia; inibição 
por compressão dos elementos nervosos do pescoço: 
a) Constrição ativa do pescoço exercida pelo peso do corpo: enforcamento. 
b) Constrição ativa do pescoço exercida pela força muscular: estrangulamento. 
 ASFIXIAS MISTAS: graus variados dos fenômenos respiratórios, circulatórios e nervosos: 
ESGANADURA (ação constritora pelas mãos do agressor). 
 
 Fique atento 
 Essa última classificação, citada pelo Dr. França, é a referência mais cobrada para os concursos 
públicos: ASFIXIAS PURAS, COMPLEXAS E MISTAS. 
Para lembrar: constrição cervical NÃO É PURA! Todas as demais formas são. 
ENFORCAMENTO E ESTRANGULAMENTO SÃO COMPLEXAS! 
ESGANADURA É MISTA! 
 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Questão para fixar 
FUNCAB - Delegado de Polícia Civil (PC-PA)/2016 
De acordo com a classificação de Afrânio Peixoto, as asfixias podem ser definidas como puras, complexas e 
mistas. Acerca desta classificação, é um exemplo de asfixia pura a(o): 
a) esganadura. 
b) enforcamento. 
c) confinamento. 
d) empalamento. 
e) estrangulamento. 
RESOLUÇÃO: 
 O enunciado da questão foi bem completo! Qual dos tipos de asfixia é classificado como asfixia PURA 
pela classificação do Afrânio Peixoto? 
 Primeiramente, quais não são puras? As asfixias por elementos constritores da cervical: enforcamento, 
estrangulamento (complexas) e esganadura (mista). Tirando essas alternativas, ficamos entre confinamento e 
empalamento (vamos ver em outra aula), que nem é um tipo de asfixia. Portanto, confinamento é a 
alternativa correta que representa um tipo de asfixia pura, em ambiente por gases irrespiráveis. 
Gabarito: C 
 
NUCEPE- Perito Odonto-Legal (PC-PI)/2012 
O termo “asfixia” designa um estado fisiopatológico, caracterizado pela supressão do fenômeno respiratório, 
na vigência da circulação. Dentre a classificação das asfixias estão as asfixias mecânicas por sufocação, que 
englobam todas as alternativas abaixo, EXCETO: 
a) obstrução dos orifícios oro-nasais; obstrução faríngea, laríngea ou traqueal por corpo estranho. 
b) enforcamento, estrangulamento e esganadura. 
c) espasmo ou edema de glote. 
d) compressão pela hipertrofia do timo ou da tireoide. 
e) obstrução faringolingual durante o coma. 
RESOLUÇÃO: 
 As asfixias por sufocação podem ser DIRETAS, quando ocorre a obstrução direta das vias aéreas 
superiores; e INDIRETAS, quando ocorre a compressão do toráx e impede a respiração. A letra B é a exceção 
da questão ao trazer tipos de asfixias por elementos constritores da cervical. 
Gabarito: B 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
Características Gerais das Asfixias 
 Segundo autores da área, as asfixias, de modo geral, apresentam sinais externos e internos 
característicos, porém de valor relativo e inconstantes, os quais necessitam de associação e análise de todo o 
conjunto de elementos para o devido diagnóstico. Em asfixias não há sinais patognomônicos (termo 
médico que significa um sinal típico que permite um diagnóstico preciso). 
 
Fique atento 
SINAIS EXTERNOS 
 
 CIANOSE DA FACE: face com tonalidade azul (pele e mucosas) devido à presença de 
carboxiemoglobina patogenicamente aumentada no sangue (foto abaixo). Pode ser observada em diversos 
tipos de asfixias, como nas constritoras da cervical (podendo ser ausente no enforcamento). ATENÇÃO: no 
caso de sufocação indireta por compressão torácica pode resultar na máscara equimótica da face, 
conhecida também como MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN, aparecendo na face, cervical 
(cervicofacial) e tórax superior, principalmente. 
 
 
 
 PROTUSÃO DA LÍNGUA E DOS OLHOS (EXOFTALMIA): projeção externa da língua escurecida além 
das arcadas dentárias e dos globos oculares, sendo mais comuns no enforcamento e no estrangulamento, 
podendo aparecer também no afogamento. 
 
 COGUMELO DE ESPUMA: recebe esse nome devido ao aspecto similar a um cogumelo sanguinolento 
e espumento que sai pela boca e/ou pelo nariz, de coloração esbranquiçada (foto abaixo). Forma em 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
decorrência da entrada de líquido nas vias aéreas e pela expulsão de ar e muco, aparecendo com maior 
frequência em casos de afogamento (submersão). 
 
 
 
 EQUIMOSES EXTERNAS: são definidas como o “extravasamento e infiltração do sangue que se 
coagula nas malhas dos tecidos, por ruptura dos capilares”. Nos casos de asfixia, são geralmente 
arredondadas e diminutas (PETÉQUIAS), localizam-se geralmente na pele das pálpebras, nas mucosas 
exteriores das conjuntivas, dos lábios, asas do nariz, face, pescoço, face e tórax. 
 
 MANCHAS DE HIPÓSTASE: em geral, aparecem precocemente. As manchas se apresentam 
escurecidas nas asfixias em geral, em face do aumento do CO2 no sangue (sangue venoso). Em casos de 
asfixia por CO, as manchas de hipóstase se apresentam de coloraçãovermelho vivo. 
 
Fique atento 
SINAIS INTERNOS 
 
 SANGUE: alterações no aspecto, na cor e na fluidez. O sangue se torna fluido e de cor negra (exceção: 
em afogados o sangue fica diluído e rosáceo, mais claro; e o efeito do monóxido de carbono deixa a cor do 
sangue vermelho vivo). 
 
 EQUIMOSES INTERNAS OU VISCERAIS: aglomerados de petéquias violáceas, chamadas de petéquias 
ou MANCHAS DE TARDIEU, são observadas na maioria dos tipos de asfixia, recobrindo a superfície pleural 
dos pulmões (foto), do pericrânio e do timo nos recém-nascidos, geralmente. 
 As MANCHAS DE PALTAUF são equimoses viscerais que aparecem nos pulmões dos afogados. 
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Fonte da imagem: questão da VUNESP para Médico-Legista (PC-SP)/2014. 
 
 CONGESTÃO POLIVISCERAL: a maioria dos órgãos é passível de congestão em diversos tipos de 
asfixias. Em afogados, o mesentério, o fígado e os rins, apresentam maior congestão recebendo os nomes de 
“fígado e rins asfíxicos” de Etienne Martin. O baço é a exceção, pois se mostra exangue (sinal de Etienne 
Martin) pelo fato da intensa contração durante as fases da asfixia. 
 
 Visto os principais sinais externos e internos resultantes das asfixias, agora vamos treinar! 
 
Questões para fixar 
VUNESP - Médico Legista (PC-SP)/2014 
A máscara equimótica de Morestin é característica da asfixia mecânica por 
a) confinamento. 
b) sufocação indireta. 
c) monóxido de carbono. 
d) sufocação direta. 
e) afogamento. 
RESOLUÇÃO: 
 Vimos que a presença da MÁSCARA EQUIMÓTICA DE MORESTIN é mais comum de ocorrer em 
asfixias do tipo de SUFOCAÇÃO INDIRETA! 
Gabarito: B 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
IBFC - Perito Oficial (PCie PR)/Médico Legista/Área A/2017 
A asfixia é o fenômeno da modalidade de energia de ordem físico-química. A respeito do assunto, analise as 
afirmativas abaixo. 
 I. São sinais externos da asfixia mecânica: cianose de face, cogumelo de espuma e equimose das mucosas. 
 II. Sufocação direta é a modalidade de asfixia que ocorre por oclusão da boca e das fossas nasais ou por 
compressão do tórax e abdome, impedindo os movimentos respiratórios. 
 III. São sinais cadavéricos frequentes no afogamento: Manchas de Tardieu e diluição do sangue. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Todas as afirmativas estão corretas 
b) Apenas as afirmativas I e III estão corretas 
c) Apenas a afirmativa I está correta 
d) Apenas as afirmativas II e III estão corretas 
e) Apenas a afirmativa III está correta 
RESOLUÇÃO: 
 Vamos analisar cada item com relação aos sinais das asfixias. 
 Item I: CORRETO! 
 Item II: incorreto! A compressão do tórax e do abdômen é um tipo de sufocação INDIRETA! 
 Item III: incorreto também! Em afogados, as petéquias viscerais recebem o nome de MANCHAS DE 
PALTAUF! Portanto, apenas o item I está correto. 
Gabarito: C 
 
Asfixias mecânicas por constrição do pescoço 
 ENFORCAMENTO 
 Modalidade de asfixia mecânica por constrição cervical, realizada por meio de laço cuja extremidade se 
encontra fixa a um ponto, agindo pela AÇÃO DO PRÓPRIO PESO DO INDIVÍDUO (CONSTRIÇÃO 
PASSIVA). 
 
 TIPOS: 
 COMPLETO OU TÍPICO: corpo da vítima se encontra completamente em suspensão no ar, apoiado 
exclusivamente pelo laço; 
 INCOMPLETO OU ATÍPICO: qualquer parte do corpo da vítima se encontra em contato com o solo, ou 
em apoio. 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
 
 
Ilustração de enforcamento típico, com a vítima totalmente em suspensão. 
 
 
Ilustração de enforcamento incompleto, com a vítima apoiada em degrau de escada. 
 
 TIPOS DE LAÇOS: 
 LAÇOS DUROS: cordões e correntes, fios, cordas, arames, cordas, etc. 
 LAÇOS MOLES: gravatas, lençóis, cortinas, etc. 
 LAÇOS SEMIRRÍGIDOS: cintos de couro, por exemplo. 
 
 TIPOS DE NÓS: podem ser fixos ou corrediços (deslizantes), simples, múltiplos, sendo pela alça onde 
ocorre a constrição mecânica do pescoço ao interromper a livre circulação do ar atmosférico nas vias 
respiratórias por compressão da traqueia. Geralmente, o nó fica situado na região posterior do pescoço, 
ocorrendo também nas regiões laterais e mais raramente na região anterior. A disposição do laço pode ser 
de uma única volta, mais comum, ou múltiplas voltas. A cabeça do enforcado pende e fica fletida para o lado 
oposto ao nó. Vejam algumas características do nó e da laçada (foto): 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
 
 
 CAUSA JURÍDICA DA MORTE: Principalmente suicida, podendo ser homicida ou acidental. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS SULCOS: Geralmente único (depende do número de voltas); direção OBLÍQUA 
ASCENDENTE BILATERAL ANTEROPOSTERIOR; profundidade desigual; acima da cartilagem tiroide; 
geralmente descontínuo, interrompendo-se nos pontos nas proximidades do nó. 
 
 Para toda regra há exceções. Há relatos de casos geralmente de enforcamento incompleto os quais os 
sulcos podem se apresentar horizontalmente ou até mesmo oblíquo descendente, dependendo da posição e 
situação em que se deu o enforcamento. A marca do sulco pode até ser de aspecto contínuo, e até mesmo 
ausente dependendo do tipo de laço utilizado e do tempo em que a vítima permanece na posição após a 
morte. A largura e a profundidade do sulco dependem da espessura do laço, das suas características e do 
tempo de constrição. Laços moles provocam a formação de sulcos de consistência mole e de tonalidade 
pálida ou azulada. Já nos laços duros, os sulcos são apergaminhados, firmes e pardo-escuros (foto). 
 
 
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Asfixiologia Forense & Sexologia Forense 
 FASES DO ENFORCAMENTO: em virtude dos mecanismos fisiopatológicos presentes, os fenômenos 
ocorridos durante o enforcamento são divididos em três períodos: 
 Período inicial: a constrição do pescoço compromete a vascularização cerebral, ocasionando sensação 
de calor, zumbidos e perda da consciência. 
 Segundo período: obstrução das vias aéreas, hipoxemia seguida de hipercapnia, ocorrência convulsões 
e de fenômenos ligados à paralisia do pneumogástrico. 
 Terceiro período: apneia, parada cardíaca e morte. 
 
 FENÔMENOS CADAVÉRICOS: a face dos enforcados azuis e os enforcados brancos se diferenciam 
pelo grau variável de obstrução da circulação dos grossos vasos do pescoço. A rigidez cadavérica instala-se 
mais tardiamente. As manchas de hipóstase se localizam na metade inferior do corpo e nas extremidades. 
Ocorrência de ejaculação post mortem. Ocorrência de putrefação seca na metade superior do corpo e 
úmida na parte restante. 
 
Fique atento 
OS SINAIS (EPÔNIMOS) RELACIONADOS AO SULCO (Fonte: Croce & Croce Jr., 2012). 
(muito comum de cair em provas para Médico-Legista) 
 
a) sinal de Ponsold: livores cadavéricos, em placas, interna e externamente, nas bordas do sulco; 
b) sinal de Azevedo Neves: livores puntiformes por baixo e por cima das margens do sulco; 
c) sinal de Thoinot: zona violácea ao nível das margens do sulco; 
d) sinal de Neyding: infiltrações hemorrágicas puntiformes no leito do sulco; 
e) sinal de Ambroise Paré: pele enrugada e escoriada no leito do sulco; 
f) sinal de Lesser: vesículas sanguinolentas no fundo do sulco; 
g) sinal de Bonnet: marcas da textura do laço. 
 
SINAIS INTERNOS 
 
a) sinal de Hoffmann-Haberda: infiltrações sanguíneas dos músculos cervicais; 
b) sinal de Morgagni-Valsalva-Orfila-Roëmmer: fratura do corpo do osso hioide; 
c) sinal de Hoffmann: fraturas das apófises superiores da cartilagem tireoide;d) sinal de Helwig: fratura do corpo da cartilagem tireoide; 
e) sinal de Morgagni-Valsalva-Deprez: fratura do corpo da cartilagem cricoide; 
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f) sinal de Amussat-Divergie-Hoffmann: seção transversal da túnica íntima da carótida comum, próxima 
à sua bifurcação; 
g) sinal de Friedberg: sufusão hemorrágica da túnica adventícia (externa) da carótida comum; 
h) sinal de Dotto: ruptura da bainha mielínica do vago; 
i) sinal de Ambroise Paré: luxação da segunda vértebra cervical; 
j) sinal de Brouardel-Vibert-Descourt: equimoses retrofaringeanas. 
l) lesão de Orsòs: gotas de gordura emulsionadas pelo líquido tissular na tela adiposa subcutânea. 
 
Obs: mesmo na ausência dos principais sinais, como o de AMUSSAT e de FRIEDBERG, é possível a 
constatação de lesões das artérias carótidas comuns por métodos histológicos. 
 
 ESTRANGULAMENTO 
 Modalidade de asfixia mecânica por constrição do pescoço por laço tracionado por qualquer força que 
não seja o peso da própria vítima, geralmente por meio de aplicação de força de um agente 
(CONSTRIÇÃO ATIVA). 
 ATENÇÃO: O “MATA-LEÃO”, “GRAVATA” OU “CHAVE DE BRAÇO” É CONSIDERADO UM TIPO DE 
ESTRANGULAMENTO ATÍPICO (ESTRANGULAMENTO ANTEBRAQUIAL), divergindo do tipo mais 
comum por acionamento de laço constritor. NÃO CONFUNDIR COM A ESGANADURA! A esganadura é o 
“estrangulamento” realizado pelas mãos do agente agressor, a qual vamos estudar mais adiante. Quando a 
mãe fala que vai te ESGANAR ela vai usar as mãos para isso! 
 
 O estrangulamento compreende 3 fatores: a asfixia pela obliteração da traqueia, impede a passagem de 
ar para os pulmões, resultando em rápida perda da consciência; obliteração dos vasos do pescoço por 
compressão do feixe vascular e nervoso, impedindo a circulação cerebral; e compressão dos nervos do 
pescoço, atingindo os nervos vagos, causando a morte por inibição do sistema nervoso central. 
 Como no enforcamento, o estrangulamento passa por três períodos: resistência; inconsciência e 
convulsões; asfixia e morte. 
 
CARACTERÍSTICAS DO SULCO: GERALMENTE HORIZONTAL, múltiplo, contínuo e uniforme, 
apergaminhado, em toda a periferia do pescoço, geralmente abaixo da cartilagem tiroide (fotos). Lembrar 
que para toda regra há exceção e das variáveis que podem influenciar nas características do sulco! 
 
 Vamos analisar esse caso abaixo? Como um perito descreveria os sulcos? Vamos lá! Vejam como os 
temas que estudamos sempre vão se interagir: 
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 -> Em face de todos os elementos materiais observados e coligidos no local dos fatos, no exame 
perinecroscópico, na minuciosa análise realizada no local e pelas condições deparadas quando dos exames, 
foi possível concluir que se trata de um episódio com características de morte violenta, com os ferimentos 
verificados característicos dos observados quando da prática de sufocação de ação mecânica do tipo 
ESTRANGULAMENTO. 
 Traumatologicamente, na inspeção externa realizada no cadáver (exame perinecroscópico), no próprio 
local de seu encontro, foi constatada na região cervical, a existência de sulcos paralelos contínuos, 
enegrecidos, com presença de sulco principal mais profundo e não completamente uniforme envolvendo 
a região citada, em formatos perpendiculares ao eixo longitudinal da coluna cervical, os quais foram 
produzidos pelo acionamento de uma corda decorrente da aplicação de esforço físico. 
 Sobre a cama observada no local, foi encontrado um (01) emaranhado de segmento de cadarço com 
características típicas dos utilizados em calçados, denotando uso, desprovido de marca aparente, de 
coloração preta, o qual apresentava aproximadamente 130 cm (cento e trinta centímetros) de comprimento. 
A largura, características e apresentação dos sulcos constatados na região cervical do cadáver 
correspondiam com a superfície de contato e textura do referido cadarço visualizado no local indicado. 
 O segmento de cadarço encontrado no local, nas condições em que se encontrava e por suas 
características, além das finalidades a que se destina, podia ser utilizado com eficácia para imobilizar e 
constringir, prestando-se, portanto, como instrumento constritor da cervical para a prática de 
estrangulamento. 
 *Lembrem-se de que para toda regra podem existir exceções, nada é o que parece e a conclusão 
deve sempre ser pautada pela análise holística do local de crime e do cadáver! 
 
 LESÕES INTERNAS NO PESCOÇO: 
 Segundo Croce & Croce Jr. (2012), podem ocorrer as seguintes constatações internas: 
 Infiltração hemorrágica do tecido celular subcutâneo e dos músculos longos do pescoço; 
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 Lesões do osso hioide e das cartilagens tireoide e cricoide; 
 Sinal de Friedberg; 
 Excepcionalmente rupturas transversais das carótidas, imediatamente abaixo da bifurcação (sinal de 
Amussat). OCORRÊNCIA MAIS COMUM NOS ENFORCADOS! 
 
 CAUSA JURÍDICA DA MORTE: mais comum homicida, podendo ser até suicida (ex: torniquete) ou 
acidental (bem raras). 
 
 ESGANADURA 
 Modalidade de asfixia mecânica por constrição do pescoço, a qual o agente agressor utiliza as próprias 
mãos, com aplicação de força, como meio impeditivo da passagem do ar atmosférico. 
 
 CAUSA JURÍDICA DA MORTE: ESSENCIALMENTE HOMICIDA! Na tentativa da própria esganadura, o 
agente perde a consciência antes de atingir o resultado de morte real. 
 
 SINAIS EXTERNOS: 
 Cianose ou palidez da face, dependendo do grau de constrição do pescoço; 
 Pontilhado escarlatiniforme de Lacassagne na face e no pescoço; 
 Equimoses elípticas ou arredondadas, situadas geralmente nas regiões laterais do pescoço, pela ação 
compressiva dos dedos do agressor; 
 Estigmas ou marcas ungueais, com escoriações produzidas pelas unhas do agressor (podendo 
apresentar marcas ungueais da vítima ao se defender), comumente apergaminhadas, irregulares e 
variáveis em número (foto, com crédito na imagem): 
 
 
 
 
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SINAIS INTERNOS: 
 Mais comum no estrangulamento, mas pode ocorrer as infiltrações hemorrágicas difusas nas partes 
moles do pescoço; 
 Fraturas dos pequenos e grandes cornos do osso hioide e das cartilagens; 
 Marcas ou sinal de França na esganadura, consistindo em “soluções de continuidade ou infiltrações 
hemorrágicas dispostas longitudinalmente, semilunares ou atípicas, e de concavidade voltada para a linha 
medial do pescoço, na túnica íntima da artéria carótida comum, próximas à bifurcação”; 
 Raramente ocorrem lesões dos vasos do pescoço (carótidas e jugulares). 
 
Questões para fixar 
IBFC - Perito Oficial (PCie PR)/Médico Legista/Área A/2017 
 Na medicina legal, segundo a classificação de asfixias de Afrânio Peixoto, temos os grupos das asfixias puras, 
asfixias complexas e asfixias mistas. A respeito do assunto, analise as afirmativas abaixo. 
 
I. No enforcamento, sempre há a suspensão completa do indivíduo, sendo que o corpo fica totalmente sem 
tocar em qualquer ponto de apoio. 
 II. O período inicial da evolução do enforcamento caracteriza-se por convulsões e excitação do corpo 
proveniente dos fenômenos respiratórios. 
 III. O sulco do enforcamento é proporcional à consistência do laço, mas, mesmo sendo um laço mole, o sulco 
permanece, não desaparecendo posteriormente. 
 
Está/estão incorreta(s) a(s) afirmativa(s). 
a) I, II e III 
b) I e II, apenas 
c) I e III, apenas 
d) II e III, apenas 
e) I, apenas 
RESOLUÇÃO: 
 Prestem atenção! A questão pediupelos itens incorretos! 
 Item I: incorreto! No enforcamento também pode ocorrer a modalidade incompleta ou atípica. 
 Item II: incorreto! O período do enforcamento caracterizado pela ocorrência de convulsões é o segundo 
período. 
 Item III: também incorreto, pois, dependendo da situação, pode ocorrer o desaparecimento do sulco. 
 Portanto, todos os itens estão incorretos. 
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Gabarito: A 
 
CESPE - Médico Legista (PC-MA)/2018 
 Existem casos em que a morte ocorre pela constrição do pescoço por um laço que exerce força ativa, ao 
passo que o corpo da vítima atua de forma passiva. Nesses casos, também é possível que haja obstrução da 
passagem do ar para os pulmões, compressão dos nervos cervicais e interrupção sanguínea para o encéfalo. 
Essas informações estão relacionadas à asfixia por 
a) estrangulamento. 
b) enforcamento com suspensão típica ou completa. 
c) enforcamento com suspensão atípica ou incompleta. 
d) sufocação indireta. 
e) esganadura. 
RESOLUÇÃO: 
 Questão recente para Médico-Legista! 
 Falou em constrição do pescoço de forma ativa, falou em ESTRANGULAMENTO! 
Gabarito: A 
 
IBFC - Perito Oficial (PCie PR)/Odontolegista/2017 
Assinale a alternativa que corresponde à definição abaixo. 
Constrição do pescoço pelas mãos obstruindo a passagem de ar atmosférico pelas vias respiratórias até os 
pulmões. 
a) Esganadura 
b) Estrangulamento indireto 
c) Asfixia pura 
d) Sufocação indireta 
e) Estrangulamento direto 
RESOLUÇÃO: 
 Outra questão recente e bem tranquila pelo que estudamos. 
 Falou em constrição do pescoço pelas mãos, falou em ESGANADURA! 
Gabarito: A 
 
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Asfixias Puras 
 SUFOCAÇÃO DIRETA 
 Modalidade de asfixia que consiste basicamente na obstrução direta da entrada do ar atmosférico nas 
vias respiratórias por: 
 
 OCLUSÃO DOS ORIFÍCIOS EXTERNOS RESPIRATÓRIOS: ocorre pelo emprego da mão ou objetos 
para tampar a boca e narinas da vítima, como a utilização de travesseiro, sacos plásticos ou tecidos. 
Essencialmente homicida, usualmente praticada no infanticídio. 
 OCLUSÃO DAS VIAS RESPIRATÓRIAS: ocorre por meio de aspiração de corpos estranhos que 
invadem o sistema respiratório. Frequentemente de causa acidental em crianças. É possível ser de causa 
suicida e até mesmo homicida quando um agente agressor força a entrada de objeto estranho na boca da 
vítima, por exemplo. No exame necroscópico, será possível localizar o corpo estranho na árvore respiratória 
da vítima. 
 
 SUFOCAÇÃO INDIRETA 
 Ocasionada principalmente pela compressão do tórax ou tórax-abdômen, de forma a impedir os 
movimentos respiratórios. Conhecida também por “congestão compressiva de Perthes”. 
 Possui natureza homicida ou acidental. Como acidental é muito comum de ocorrer em pais que, 
dormindo junto com os filhos-crianças, acabam deitando em cima e provocando a sufocação do próprio filho. 
Há também a SUFOCAÇÃO POSICIONAL já cobrada em prova, ocorrendo uma forma de sufocação indireta 
descrita em supliciados por “crucificação”, pela fadiga aguda dos músculos responsáveis pela respiração. 
 Lembrar sempre da possível ocorrência da máscara equimótica de Morestin (cianose cérvico-facial), 
ocasionada pela estase venosa da veia cava superior consequente à compressão torácica. Ainda pode se 
observar fraturas na caixa torácica, ruptura de vísceras, distensão e congestão dos pulmões (sinal de 
Valentin), presença de manchas de Tardieu, além de outros sinais gerais das asfixias em geral. 
 O mecanismo da morte se dá pela fadiga dos músculos da respiração, seguido de apneia e anoxia, sendo 
favorecido por fatores como debilitação, a idade avançada e embriaguez, por exemplo. 
 
 AMBIENTE COM GASES IRRESPIRÁVEIS 
 Pode ocorrer por: 
 CONFINAMENTO: sufocação direta de indivíduo enclausurado geralmente em espaço restrito ou 
fechado (como em um elevador ou caixão ao ser enterrado vivo!), onde não há ocorrência da renovação do 
ar atmosférico, reduzindo o oxigênio e aumentando gradativamente a concentração do gás carbônico. 
Pode ser de causa criminosa, como vítimas mantidas presas em locais confinados, ou acidentais, como 
desmoronamento de minas e crianças esquecidas no interior de um veículo, por exemplo. 
 
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 ASFIXIA POR GASES 
 Mais comum em concursos é a asfixia por MONÓXIDO DE CARBONO (CO). O CO possui forte 
afinidade com a hemoglobina presente no sangue (em torno de 250 vezes maior a afinidade do que apresenta 
o oxigênio), reagindo quimicamente e formando a CARBOXIEMOGLOBINA (HbCO), impedindo a ligação do 
oxigênio com a Hb e consequentemente o processamento normal da hematose. Asfixia por 
caboxiemoglobinemia (O2Hb1 CO5 COHb 1 O2). Um exemplo que ocorria nos EUA era de suicídio (até mesmo 
acidental) em que as vítimas deixavam os carros ligados por certo tempo em garagem fechada, promovendo 
a asfixia por CO. Também pode ocorrer em incêndios, em que a vítima se asfixia em virtude dos gases 
produzidos pela combustão, antes mesmo da ação direta do fogo (carbonização). 
 Segundo Croce & Croce Jr. (2012), a vítima apresentará: “edema cerebral, cefaleia intensa, 
vasodilatação cutânea, zumbidos, tosse, batimentos dolorosos nas têmporas, escotomas, náuseas, vômitos, 
síncope, taquisfigmia, taquipneia, debilidade muscular e paralisia dos membros inferiores que impede a 
vítima de fugir do perigo, respiração de Cheyne-Stokes, convulsões intermitentes, coma, podendo evoluir 
para a morte. A saturação de 70 a 80% de monóxido de carbono no sangue de um indivíduo normal, em 
repouso, gera pulso filiforme, bradipneia, síncope respiratória e morte”. Outros autores descrevem que 
concentrações entre 50 a 60% já pode ocasionar em convulsões e coma, levando à morte em concentrações 
superiores a 60%. Abaixo de 10% se apresenta assintomático. 
 Ainda segundo os autores, os principais fenômenos pós-morte constatados em vítimas por asfixia por 
CO são os seguintes: 
 Rigidez cadavérica precoce. França ainda cita que o rigor mortis é pouco intenso e de menor duração; 
 Face carminada; 
 “Cianose vermelho-clara” das unhas, das mucosas e da pele; 
 Sangue fluido e rosado (manchas de hipóstase vermelho vivo ou carmim); 
 Pulmões rosados e, eventualmente, trombosados; 
 Edema cerebral; 
 Trombose das artérias coronárias, às vezes; 
 Petéquias e infiltração perivascular, com necrose focal, no coração, no cérebro e em outros órgãos; 
 Putrefação tardia. 
 
 De acordo com França (2017), ASFIXIAS POR OUTROS VÍCIOS DE AMBIENTES, podem ocorrer por 
saturação de outros tipos de gases, tais como “os de iluminação, de esgoto e de fossas, de pântano e, 
principalmente, por agentes irritantes, como gás de pimenta e gás lacrimogêneo”. 
 
 MUDANÇA DE MEIO 
 TRANSFORMAÇÃO DO MEIO GASOSO EM MEIO SÓLIDO 
 SOTERRAMENTO: sufocação resultante da obstrução direta das vias respiratórias por meios sólidos ou 
pulverulentos, como pode ocorrer em desabamentos de terra, avalanches, com entrada de meios 
pulverulentos na árvore respiratória. 
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 A constatação da presença de corpos pulverulentos internamente no sistema respiratório é 
fundamental para a afirmação diagnóstica de lesão intra vitam, indicando que a vítima respirou durante o 
soterramento antes de falecer. 
 
 TRANSFORMAÇÃO DO MEIO GASOSO EM MEIO LÍQUIDO 
 AFOGAMENTO: sufocação ocasionada pela penetração de líquidos nas vias respiratórias (submersão 
completa ou parcial). As vítimas são osafogados úmidos ou azuis verdadeiros (submersão-asfixia ou 
afogamento verdadeiro). O afogamento com o próprio sangue chama-se afogamento interno, quando há 
entrada de sangue nos alvéolos pulmonares. 
 A causa jurídica da morte pode ser acidental (mais comum), homicida ou suicida (mais raro). 
 
 A morte pode ocorrer de forma lenta, em torno de 5 min (Taylor), quando o indivíduo aflora à superfície 
diversas vezes em busca de ar (pânico ou luta), engolindo água (aspiração de líquidos), até a fadiga e perda da 
consciência; ou pode ocorrer de forma rápida, quando não há essa luta da vítima pela sobrevivência. O Dr. 
França cita que nos afogados secos, cerca de 10 a 15% dos casos de afogamento não se encontra água nos 
pulmões, geralmente pelo espasmo da glote que impede a entrada do líquido nos pulmões. 
 Dividida também em três períodos (Tourdes): fase de resistência ou dispneia; fase de exaustão 
(dispneia com inspirações profundas e expirações curtas, com convulsões); fase de asfixia ou de morte 
aparente (parada respiratória, perda da consciência, convulsões e morte). 
 Outras divisões por fases descritas na literatura: 1a fase: de surpresa, 2a fase: de apneia, 3a fase: de 
dispneia, 4a fase: de convulsões asfíxicas, 5a fase: de estágio terminal. 
 Afogamento secundário: morte da vítima ocorre posteriormente ao evento de submersão inicial, 
devida a complicações, como insuficiência respiratória e encefalopatia anóxica, por exemplo. 
 
 ATENÇÃO: a morte por afogamento NÃO SE DÁ POR ANOXIA, mas sim por ALTERAÇÕES 
ELETROLÍTICAS QUE A ÁGUA PROVOCA AO PENETRAR NA CIRCULAÇÃO. 
 Em água doce (meio hipotônico em relação ao plasma), a água é rapidamente absorvida pelos 
alvéolos, provocando hemodiluição e hipervolemia. 
 Em água salgada (meio hipertônico em relação ao plasma), o líquido ocupa os alvéolos, aumentando 
a osmolaridade do sangue e atraindo a água das vias respiratórias para a circulação pulmonar, provocando 
posteriormente hipovolemia, hemoconcentração e edema pulmonar (França, 2017). 
 
 O corpo da vítima tende a flutuar e vir à tona durante a fase gasosa da putrefação, devido ao aumento 
do volume do corpo e a diminuição da sua densidade, ocorrendo em torno de 24 h (1 dia) ou até 5 dias após a 
morte, caso animais da fauna aquática não se alimentem intensamente dos tecidos moles. Em água salina, o 
cadáver tende a flutuar mais cedo por causa do maior peso específico da água salgada. 
 Também é importante destaca que nem sempre o local de onde o cadáver é encontrado e retirado 
corresponde ao lugar onde se ocorreu de fato o afogamento. Estudos de Biologia Forense como do plâncton, 
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algas, diatomáceas, espículas de esponjas, etc., aspirados pela vítima quando em vida e que podem ser 
constatados nos pulmões, podem atuar como bioindicadores da localização onde ocorreu o afogamento. 
 
Fique atento 
SUBMERSÃO-INIBIÇÃO => AFOGADO BRANCO DE PARROT: alguns autores não consideram como 
afogamento, pois NÃO HÁ SINAIS TÍPICOS DE ASFIXIAS. A morte por inibição ocorre quando um 
indivíduo já predisposto ou portador de determinada moléstia, falece por inibição do sistema nervoso 
central e cardiovascular quando imerso (sem ocorrência de afogamento ou grande ingestão de líquido), 
ou por ação térmica (CHOQUE TÉRMICO OU HIDROCUSSÃO) em águas muito geladas (grande variação 
de temperatura entre a água e o corpo da vítima). 
 
Fique atento 
SINAIS EXTERNOS ATÍPICOS 
 
 PELE ANSERINA OU “PELE DE GALINHA”: saliência dos folículos pilosos pela contração dos 
músculos eretores cutâneos, sendo observado mais comumente nos ombros, na região lateral das coxas e dos 
antebraços (sinal de Bernt); 
 RETRAÇÃO DOS MAMILOS, DOS TESTÍCULOS E DO PÊNIS; QUEDA DOS PELOS; 
 DESTRUIÇÃO DAS PARTES MOLES E CARTILAGINOSAS; 
 PROTUSÃO DA LÍNGUA; 
 MACERAÇÃO EPIDÉRMICA: destacamento da pele em retalhos, ocorrendo principalmente nas mãos 
(luva) e nos pés incialmente; 
 RIGIDEZ CADAVÉRICA PRECOCE; 
 LESÕES DE ARRASTO (SIMONIN), pelos movimentos da água. 
 
SINAIS EXTERNOS TÍPICOS: caracterizam o afogamento! 
 
 “CABEÇA DE NEGRO”: coloração enegrecida da cabeça; 
 TONALIDADE VERMELHO-CLARA DO LIVOR MORTIS; 
 COGUMELO DE ESPUMAS: arejamento do muco misturado à água na traqueia e nos brônquios, que 
exteriorizam pela a boca e pelas narinas; 
 PUTREFAÇÃO: em geral mais lenta enquanto a vítima está submersa, e se desenvolve rapidamente 
quando o corpo é retirado da água. Fase gasosa exagerada. 
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SINAIS INTERNOS 
 
 Presença de líquido no interior da árvore respiratória, espuma branca, rósea ou sanguinolenta, 
ocupando traqueia e brônquios (absorção de água em vida). Pode apresentar a presença de corpos estranhos 
também; 
 Diluição do sangue, com acentuada fluidez, tonalidade vermelho-clara, e incoagulabilidade. 
Crioscopicamente, se o sangue for hemolisado por água salgada, o ponto de congelação baixa, e se for 
por água doce, o ponto de congelamento se eleva. 
 Presença de líquido dentro das cavidades subpleurais em submersões prolongadas, devido à difusão do 
sangue diluído; 
 Presença de líquido no aparelho digestivo, como no estômago, duodeno, e nos intestinos; 
 MANCHAS DE PALTAUF => equimoses subpleurais maiores que as manchas de Tardieu, de formato 
irregular e de coloração vermelho-clara. O surgimento se dá pela ruptura das paredes dos alvéolos e dos 
capilares sanguíneos. 
 Lesões dos pulmões, aumentando de volume, provocando menor elasticidade e distensão acentuada 
dos pulmões (SINAL DE VALENTIN). 
 
 *FENÔMENO DE DENTES COR-DE-ROSA PÓS-MORTE: importante para a área de Odonto Legal, o 
aparecimento de dentes rosados após a morte foi relatado pela primeira vez por Thomas Bell, em 1829. A 
pigmentação rosada é uma alteração cromática dos dentes associada às mortes por afogamento e asfixias 
como enforcamento e até estrangulamento, estando associada com a higidez dentária e com a vascularização 
pulpar, e seu surgimento ocorre principalmente devido à presença de água ou umidade e/ou congestão 
cefálica sanguínea devido à posição pendente da cabeça da vítima. 
 
Agora que somos especialistas no assunto, vamos de questões: 
Questões para fixar 
NUCEPE/Perito Odonto-Legista (PC-PI)/2012 
Ao exame perinecroscópico foram observados: aspecto aprazível do cadáver, pele e mucosa de cor carmim 
característica ou uma nuança levemente cianótica, manchas de Tardieu nas serosas pleurais e/ou pericárdica 
(raras), bandas de absorção características da carboxiemoglobina e da oxiemoglobina, pela espectrocospia. 
Trata-se de: 
a) asfixia gasosa por ácido nítrico. 
b) asfixia gasosa por ácido acético. 
c) asfixia gasosa por dióxido de carbono. 
d) asfixia gasosa por monóxido de carbono. 
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e) asfixia gasosa por ácido cianídrico. 
RESOLUÇÃO: 
 As características descritas sugerem asfixia por monóxido de carbono (CO), podendo matar pelo 
aspecto aprazível (aspecto de vivo), cor carmim (vermelho vivo) e quando citou a carboxiemoglobina (HbCO). 
Gabarito: D 
 
CESPE - Auxiliar de Legista (PCie PE)/2016 
Assinale a opção que apresenta um sinal observado na necropsia de vítimas de afogamento. 
a) cadáver em posição de lutador 
b) lesão de acordeão de Lacassagne 
c) cogumelo de espuma 
d) máscara equimótica de Morestin 
e) vitriolagem 
RESOLUÇÃO: 
(A) incorreta! Faz alusão à fase gasosa da putrefação. 
(B) incorreta! Veremos ainda essa lesão na aula de Traumatologia Forense 
(C) CORRETA! Cogumelo de espuma pode ser observado frequentemente em vítimas de afogamento 
 (D) incorreta, poisocorre em casos de sufocação indireta. 
(E) incorreta, pois tem relação com agentes químicos que ainda não estudamos. 
Gabarito: C 
 
CESPE – Médico Legista (PC-MA)/2018 
No que se refere aos achados externos e internos post mortem relacionados a asfixias por afogamento, 
assinale a opção correta. 
a) Nos afogamentos e outros tipos de asfixia, as equimoses das mucosas são encontradas na conjuntiva 
palpebral e ocular, nos lábios, e, comumente, na mucosa nasal. 
b) O cogumelo de espuma que se forma quando a água entra no interior das vias respiratórias é um sinal 
patognomônico dos afogados e surge principalmente nas pessoas que reagiram ao afogamento na massa 
líquida. 
c) O fenômeno denominado “dentes róseos post mortem", quando encontrado nos afogados e enforcados, 
deve-se à dissociação da hemoglobina da polpa dentária que penetra nos canalículos dentinários. 
d) A incapacidade de coagulação sanguínea, explicada pelo excesso de gás carbônico sanguíneo, é um dos 
fatores que contribuem para que a coloração do sangue dos afogados e de vítimas de outros tipos de asfixia 
tenha tonalidade vermelha clara e fluidez acentuada. 
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e) A congestão da face é o sinal mais constante nos afogados, devido às manchas de hipóstase por posições 
especiais dos cadáveres, principalmente quando permanecem de cabeça para baixo, se submersos. 
RESOLUÇÃO: 
 Questão bem interessante e recente! 
 (A) incorreta, pois raramente ocorre equimoses na mucosa nasal. 
 (B) incorreta, pois o cogumelo de espuma não é um sinal que ocorre apenas em afogamento. 
 (C) CORRETA! 
 (D) incorreta, pois a cor do sangue de asfixias em geral é escurecida, sendo clara apenas no afogamento 
e vermelho vivo em asfixia por CO. 
 (E) incorreta, pois não se trata do sinal mais constante presente em afogados. 
Gabarito: C 
 
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Sexologia Forense 
 
 A sexologia Forense ou Criminal pode ser definida como a área da Medicina Legal que estuda os 
problemas médico-legais relacionados ao sexo e seus aspectos e consequências na área jurídica. 
 Essa disciplina costuma ser cobrada em concursos da área policial e pericial, principalmente para os 
cargos de Médico-Legista e Delegado de Polícia. Para o cargo de Perito Criminal, a subdivisão da Himenologia 
Forense se destaca. 
 
Os principais campos de estudo da Sexologia Forense e seus respectivos objetos de investigação: 
 
• OBSTETRÍCIA FORENSE: estuda os aspectos médico-legais e suas interações jurídicas em questões 
relacionadas à fecundação, gestação, parto, puerpério, os respectivos tipos penas (INFANTICÍDIO => art. 123; 
ABORTO => art. 124 usque 128) e os exames para constatação e materialização dos delitos. Esse campo de 
estudo não será tratado nesse curso regular. 
• EROTOLOGIA FORENSE: alguns autores englobam esse campo na área de Psicologia ou Psicopatologia 
Forense (vide Croce & Croce Jr., 2012), em virtude da relação com a psique e o comportamento humano. Essa 
subdivisão trata de estudar a psicossexualidade anômala e os desvios e perversões sexuais, as anomalias do 
instituto sexual e suas modificações qualitativas e quantitativas, e as relações com os crimes sexuais e demais 
questões jurídicas. 
• HIMENOLOGIA FORENSE: estuda os diversos aspectos médico-legais e jurídicos relacionados aos crimes 
sexuais e as vítimas, como comprovação técnica da conjunção carnal. Ao pé da letra, trata-se do estudo do 
hímen. 
 
Psicossexualidade anômala 
 
 De acordo com França (2017), os transtornos da sexualidade ou PARAFILIAS são considerados 
distúrbios quantitativos (mais ou menos desejo sexual) ou qualitativos do instinto sexual, fantasias ou 
comportamento de forma inabitual ligados ao sexo. Como todo comportamento humano é complexo, as 
parafilias possuem causas biopsicossociais de origens diversas, como fatores orgânicos glandulares, 
hormonais, perturbações psicológicas, dentre outras. As parafilias precisam ser analisadas em seus aspectos 
patológicos, criminológicos e suas consequências e interações jurídicas. 
 
 Segundo Croce & Croce Jr. (2012), os desvios do sexo compreendem a anafrodisia, a frigidez, o 
erotismo, o autoerotismo, a erotomania, o exibicionismo, a escopofilia ou mixoscopia, o narcisismo, o 
fetichismo, a lubricidade senil, a gerontofilia, a cromoinversão, a etnoinversão, as topoinversões, a 
urolagnia, a coprolalia, a coprofilia, o pigmalionismo, a pedofilia (considerada como aberração ou 
perversão por outros autores), o edipismo, a masturbação. Sem caráter obsessivo não constitui um desvio 
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de sexualidade. Já as aberrações ou perversões sexuais seriam as seguintes: a riparofilia, o triolismo, o 
vampirismo, o bestialismo, a necrofilia, o sadismo, o masoquismo, o sadomasoquismo, o 
homossexualismo. As perversões são desvios da sexualidade completamente fora dos padrões normais, do 
que se espera do comportamento sexual mediano. 
 
• ANAFRODISIA: DESEJO HIPOATIVO MASCULINO. Relacionado à quantidade (quantitativo). 
Hipoativo é a diminuição do desejo sexual em relação ao normal (mediano). Portanto a ANAFRODISIA 
consiste na diminuição ou a ausência do desejo sexual do homem, podendo ser por certas doenças psíquicas, 
glandulares (Ex: diabetes), nervosas (ex: tabes dorsalis), congênitas (ex: malformações dos órgãos gerativos), 
ou até mesmo pelo vício (ex: maconha). A impotência sexual caracteriza a ausência completa de desejo ou 
instinto sexual. 
 
• FRIGIDEZ: DESEJO HIPOATIVO FEMININO. Relacionado à quantidade (quantitativo). Diminuição ou 
a ausência do desejo sexual da mulher. De acordo com Delton Croce & Delton Croce Jr., a frigidez 
considerado o desvio sexual mais observado, acometendo cerca de 40% das mulheres, podendo ocorrer 
também uma forma de frigidez temporária que se manifesta sobretudo depois dos 35, 40 anos. 
 
• EROTISMO: DESEJO HIPERATIVO. Relacionado à quantidade (quantitativo). Impulsividade 
exacerbada aos atos sexuais, sendo mais comum ocorrer em homens. No homem é chamado SATIRÍASE; na 
mulher, NINFOMANIA. 
 
• AUTOEROTISMO: Consiste na gratificação sexual sem parceiro. Coito sem parceiro (coito Psíquico de 
Hammond). 
 
• ANORGASMIA: Disfunção sexual rara que consiste na condição de o homem não conseguir alcançar o 
orgasmo. 
 
• EROTOMANIA: conhecido como mania amorosa ou delírio pelo amor sensual. Paixão avassaladora, 
amor platônico ao extremo e mórbido, ideia fixa de amor. 
 
• EXIBICIONISMO: Obsessão impulsiva de mostrar seus órgãos genitais a outras pessoas, sem convite 
para a cópula. 
 
• NARCISISMO: nome oriundo de Narcisus (personagem da mitologia grega que, ao ver sua imagem 
refletida na água de um lago, apaixonou por si próprio). É o desvio sexual caracterizado pela admiração do 
próprio corpo, do EU, ou no culto, com indiferença para o sexo oposto. 
 
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• MASTURBAÇÃO: consiste na estimulação digital, manual ou instrumental, consciente ou 
inconsciente, voluntária ou não, por si ou por outrem de qualquer sexo, dos órgãos genitais e/ou das zonas 
erógenas, com fins de gratificação sexual (não sendo necessária a ocorrência de orgasmo). Bastante comum 
no sexo masculino durante a puberdade. 
Automasturbação: ato praticado pelo próprio agente nele mesmo. 
 Heteromasturbação: ato praticado em outra pessoa. 
 Alguns autores citam a masturbação como sendo sinônimo de ONANISMO. De acordo com Croce & 
Croce Jr. (2012), a masturbação não deve ser confundida como onanismo, nem ser chamada coito solitário de 
Onan. Estes autores descrevem o onanismo como sendo a prática de interromper o coito em sua iminência 
(coitus interruptus). 
 
• ESCOPOFILIA, MIXOSCOPIA, OBSERVACIONISMO, INSPECIONISMO: desvio sexual que se 
caracteriza pelo prazer erótico e gratificação sexual ao observar e presenciar o coito de outras pessoas em 
atos sexuais. Conhecido também como VOYEURISMO pelos franceses, praticado pelo voyeur. 
 
• FETICHISMO (FETICISMO): Gratificação sexual ao simples toque, observação ou a simples evocação 
de objetos ou partes do corpo (não genitais) de pessoa de outro sexo. Comum em homem ao exaltar parte do 
corpo ou roupa feminina. 
 
• FROTTEURISMO: desvio sexual que consiste em esfregar ou encostar seus órgãos genitais 
(principalmente homens em mulheres) em locais de aglomerações como ocorre em transportes públicos. 
Tema bastante recorrente na atualidade! 
 
• LUBRICIDADE SENIL: pode ser considerada uma demência senil, consistindo em desvio sexual que 
acomete indivíduos idosos, geralmente de vida pregressa sadia, que iniciam a prática anormal de atos 
libidinosos. 
 
• GERONTOFILIA (CRONOINVERSÃO): gero = envelhecimento! Atração de jovens por indivíduos 
idosos (de excessiva idade) com grande variação de idade. 
 
• CROMOINVERSÃO: cromo = cor! Atração ou desejo sexual por indivíduos de cor diferente, podendo 
ser de caráter obsessivo e compulsivo. 
 
• ETNOINVERSÃO: etno = etnia. Manifestação erótica por pessoas de etnias diferentes. Considerada 
praticamente despida de interesse médico-legal. 
 
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• TOPOINVERSÃO: desvio sexual caracterizado pela prática de atos sexuais diversos da utilização usual 
das genitais, sendo mais comum a felação (fellatio), consistindo na sucção do pênis, por mulher ou homem 
(homossexual); cunilíngua (cunnilingus), consistindo na utilização da boca e da língua nos órgãos genitais 
externos femininos; e anilíngus com relação ao uso da boca e língua diretamente no ânus do parceiro(a). 
 
• EDIPISMO: impulso sexual com tendência ao incesto, ou seja, desejo sexual por parentes próximos. 
 
• PIGMALIONISMO: amor exagerado e anormal por estátuas, também sendo chamado de 
ESTATUAFILIA, ICONOLAGNIA e ICONOMANIA. Manifesta mais comumente nas mulheres. Para alguns 
sexólogos (apud Croce & Croce Jr. 2012), pode ser considerada uma forma raríssima de necrofilia. O 
DOLISMO (doll = boneca, na língua inglesa) seria a atração por bonecas, bonecas infláveis e manequins. 
 
• DONJUANISMO: expressão que deriva de Don Juan, consistindo na manifestação obsessiva e 
compulsiva à sedução e às conquistas amorosas, de forma exibicionista. 
 
• UROLAGNIA: gratificação sexual ao ver outro indivíduo em ato da micção (urinando), em ouvir o ruído 
do jato urinário ou urinando sobre o parceiro(a). Lembrar de URO = URINA. 
 
• CLISMAFILIA: parafilia a qual o prazer sexual se dá por enemas, consistindo em introdução de líquidos 
no reto por meio de tubos. 
 
• COPROLALIA: consiste na excitação ao proferir ou ouvir palavras sujas ou obscenas de outra pessoa. 
Também conhecida por ESCATOLALIA o uso de expressões obscenas para fins de gratificação sexual. 
Lembrar que o prefixo COPRO (do grego) exprime a ideia de obsceno, sujeira, fezes (excremento). 
 
• COPROFILIA: vimos que o prefixo COPRO se refere a fezes e o sufixo FILIA tem relação com desejo, 
atração. Portanto, a coprofilia é a excitação sexual pelo ato da defecação ou contato com as próprias fezes ou 
de outra pessoa. 
 
• ESPERMOFAGIA: prazer sexual em receber e deglutir sêmen (esperma). O sufixo FAGIA exprime ideia 
de alimentar-se de algo. 
 
• CIESOLAGNIA: prazer sexual relacionado a gestantes (mulheres grávidas). 
 
• PEDOFILIA: pode ser considerada uma perversão sexual que se manifesta pela predileção sexual por 
crianças e adolescentes sexualmente imaturos, podendo ser de natureza hetero ou homossexual. Ocorre mais 
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em bissexuais adultos. De acordo com Croce & Croce Jr. (2012), a prática sexual por homens e menores com 
faixa etária entre 10 e 16 anos (até 14 de acordo com outros autores) recebe o nome de HEBEFILIA 
(efebofilia). O tratamento é psicanalítico ou psicoterápico com orientação analítica. 
 
• TRIOLISMO: pode ser considerada com uma aberração ou perversão sexual. Consiste na prática 
sexual por três pessoas (dois homens e uma mulher ou duas mulheres e um homem), podendo ser chamado 
também de orgia ou suruba, e de ménage à trois, em francês. 
Mais de 3 indivíduos em ato sexual recebe o nome de PLURALISMO, podendo ser swinging (amor 
coletivo) ou swapping que consiste em prática sexual com trocas de casais. 
 
• HOMOSSEXUALISMO MASCULINO: o homossexualismo atinge ambos os sexos. O masculino é 
chamado de uranismo, pederastia ou sodomia, consistindo na atração sexual e prática de atos libidinosos 
por indivíduos do mesmo sexo (homem + homem), sendo considerado como perversão sexual. 
Freud apud Croce & Croce Jr (2012) confere cinco gradações ao homossexualismo masculino: 
1) homossexualismo verdadeiro ou total: a fixação da libido é exclusiva ao próprio sexo (4%); 
2) homossexualismo pseudo-heterossexual: o indivíduo, embora tenha preferência pelo próprio sexo, 
tem certo pendor pelo sexo oposto; 
3) homossexualismo pseudo-homossexual: homens que preferem manter relacionamento sexual com 
mulheres e que só esporadicamente sentem atração por pessoas do próprio sexo; 
4) bissexualismo: deve-se emprestar ao termo a designação do indivíduo que demonstra pendor sexual 
por ambos os sexos (“gilete => cortam dos dois lados”); 
5) homossexualidade adquirida: pode ocorrer por diminuição da libido, exaltação da lubricidade, 
saturação das relações heterossexuais, por involução cerebral, consequente a plásticas cirúrgicas transexuais, 
seguidas de administração de hormônios femininos, segundo os autores. 
HOMOSSEXUALISMO ≠ INTERSEXUALISMO, TRANSEXUALISMO E TRAVESTISMO. 
 
• HOMOSSEXUALISMO FEMININO: conhecido popularmente como lesbianismo (mulher sapatão), 
também chamado por safismo ou tribadismo, consistindo na atração e prática de atos libidinosos entre 
mulheres. 
 
• INTERSEXUALISMO: ocorre quando há discordância ou conflito de um ou mais dos caracteres 
orgânicos ligados ao sexo. Os intersexuais não são necessariamente homossexuais. O hermafrodita é o 
indivíduo que possui órgãos sexuais de ambos os sexos (em espécies dioicas). 
 
• TRAVESTISMO: indivíduos heterossexuais que possuem gratificação sexual ao se vestirem com 
roupas do sexo oposto. 
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•TRANSEXUALISMO: transtorno da identidade sexual pela inadaptação ao próprio sexo. O indivíduo é 
impelido ao intenso desejo de adquirir as características físicas do sexo oposto. Conhecido também por 
síndrome da disforia sexual ou de gênero. 
 
• RIPAROFILIA: Bastante cobrada em provas! Consiste na atração sexual patológica por pessoas 
desprovidas de condições de higiene, sujas, ocorrendo de forma mais comum em homem. Um exemplo seria 
também a preferência de um homem pela prática de atos libidinosos no período menstrual da parceira, como 
a prática de cunilíngua (podendo até ser considerado vampirismo nesse caso). A aversão à sujeira e à falta de 
higiene, oposto dessa perversão sexual, chama-se hafefobia e o completo pavor e fobia patológica da própria 
sujeira ou impureza chama-se automisofobia. 
 
• BESTIALISMO ou ZOOFILIA: o prefixo ZOO faz alusão a animal. Trata-se de perversão sexual ao ter 
gratificação sexual e praticar atos libidinosos com animais. A relação sexual com animaisrecebe um nome 
específico de zooerastia. Pode ter associação com mixoscopista ou fetichista, e uma forma sádica de 
gratificação sexual ao praticar maus-tratos e sacrifício do animal (zoossadismo). 
 
• VAMPIRISMO: perversão da sexualidade que consiste em adquirir gratificação sexual ao sugar ou 
entrar em contato com o sangue do parceiro(a). Só lembrar da figura mitológica do vampiro sugador de 
sangue de suas vítimas. 
 
• NECROFILIA: NECRO exprime a ideia de morte, cadáver, enquanto que o sufixo FILIA significa 
desejo, atração. Portanto, a necrofilia consiste pela obsessão de praticar atos libidionos com cadáveres. A 
forma mais sádica, a qual há mutilações do cadáver, chama-se necrossadismo. 
 
• SADISMO: Gratificação sexual atingida ao causa dor e sofrimento físico do parceiro sexual que é 
considerado com um objeto (algolagnia ativa). A origem do nome vem do marquês de Sade, na França 
(Donatien Alphonse François), o qual era considerado um sádico ao extremo. 
 
• MASOQUISMO: a gratificação sexual desta perversão é atingida ao receber a dor e o sofrimento físico 
pelo parceiro(a) (algolagnia passiva). 
 
• SADOMASOQUISMO: consiste na associação do sadismo ao masoquismo, com o indivíduo atuando 
como agente ativo (o sádico) e sujeito passivo (o masoquista) na prática da dor e do sofrimento físico. 
 
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Segundo o Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais da Associação Americana de 
Psiquiatria, os TRANSTORNOS SEXUAIS E DA IDENTIDADE SEXUAL são divididos em três tipos (França, 
2017): 
• TRANSTORNOS SEXUAIS: compreende as disfunções sexuais, como as alterações do desejo, 
mudança na resposta sexual convencional, mal-estar ou conflitos interpessoais: transtornos do desejo sexual 
(desejo sexual hipoativo ou aversão ao sexo); transtornos da excitação sexual (na mulher e da ereção no 
homem); transtornos orgásmicos feminino e masculino (ejaculação precoce); transtornos sexuais devido à dor 
(dispareunia e vaginismo); transtorno sexual devido a uma enfermidade, provocada por medicamentos ou 
não especificado. 
• PARAFILIAS: impulsos e comportamentos sexuais que implicam condutas pouco habituais, como: 
exibicionismo, fetichismo, clismafilia, zoofilia, necrofilia, coprofilia, frotteurismo, pedofilia, 
masoquismo, sadismo e voyeurismo. 
• TRANSTORNOS DA IDENTIDADE SEXUAL: identificação persistente com o outro sexo, desejando 
compulsivamente ser do sexo oposto, como o transexualismo. 
 
 Após muita teoria chegou a hora de praticar com questões que certamente podem cair em concursos: 
Questões para fixar 
FUNDATEC - Perito Criminal (IGP-RS)/2017 
Escoptofilia é uma perversão sexual caracterizada: 
a) Pelo prazer erótico despertado em certos indivíduos em presenciar o coito de terceiros. 
b) Pelo prazer erótico em manter relações sexuais ou praticar atos libidinosos diversos com cadáveres. 
c) Pela admiração pelo próprio corpo ou o culto exagerado de sua própria personalidade e cuja excitação 
sexual tem como referência o próprio corpo. 
d) Pelo prazer sexual que certos indivíduos têm ao aproveitarem-se de certas aglomerações em transportes 
públicos ou outros locais de ajuntamento humano com o objetivo de encostar seus órgãos sexuais 
principalmente em mulheres, sem que a vítima perceba ou identifique suas intenções. 
e) Pela fixação sexual por determinada parte do corpo ou pertences da pessoa-alvo. 
RESOLUÇÃO: 
 Bora relembrar sobre os transtornos da sexualidade. A ESCOPTOFILIA (prefixo de ver, observar), mas 
conhecido por MIXOSCOPIA ou VOYEURISMO, consiste no desvio sexual que se caracteriza pelo prazer 
erótico e gratificação sexual ao observar e presenciar o coito de outras pessoas em atos sexuais. 
 (A) CORRETA! 
 (B) Necrofilia. Necro = morto, Filia = atração. 
 (C) Narcisismo. Amor exacerbado ao EU. 
 (D) Frotteurismo. Lembra de frota => transporte público. 
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 (E) Fetichismo. Fetiche por objeto ou parte do corpo. 
 Mesmo não conhecendo o significado da palavra, poderiam chegar à resposta por exclusão. 
Resposta: A 
 
FCC - Perito Médico Legista - Especialização em Psiquiatria (POLITEC-AP)/2017 
Os transtornos da sexualidade são distúrbios do instinto sexual, fantasias ou comportamento recorrente e 
intenso que ocorrem de forma inabitual, também designados de parafilias. Em relação às parafilias, é correto 
afirmar: 
a) Gerontofilia: atração sexual obsessiva de idosos por pessoas bem mais jovens. 
b) Dolismo: perversão sexual em que há atração por ovelhas. 
c) Coprolalia: perversão sexual em que há necessidade do contato físico com fezes humanas. 
d) Riparofilia: perversão sexual em que há atração sexual por pessoas desasseadas, sujas, de baixa condição 
social e com pouca (ou nenhuma) higiene. 
e) Necrofilia: perversão sexual em que há necessidade de relação sexual dentro de necrotérios. 
RESOLUÇÃO: 
 Ótima questão e repleta de pegadinhas! 
 (A) incorreta! Justamente o oposto: jovens que apresentam atração sexual por pessoas idosas. 
 (B) incorreta! Não tem relação com a ovelha DOLLY. Mas sim, Doll vem de boneca em inglês. 
 (C) incorreta! Pegadinha essa alternativa. A atração por fezes é denominada de COPROFILIA. A 
coprolalia é o desejo por falar ou ouvir palavras obscenas. 
 (D) CORRETA! Esse transtorno aparece bastante nas provas. 
 (E) incorreta! A necrofilia é o desejo em praticar atos libidinosos com cadáveres, não necessariamente 
em necrotério. 
Resposta: D 
 Vamos agora para o último tópico de nossa aula sobre Sexologia Forense! 
 
Himenologia Forense 
 
Hímen 
Palavra de origem grega em que hymen = membrana, consistindo em uma membrana mucosa que 
separa a vulva da vagina, situada posteriormente aos pequenos lábios. 
Segundo Croce & Croce Jr. (2012), tal membrana não ocorre somente na espécie humana, aparecendo 
também em macacas (Primata), por exemplo. 
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Sinonímia: flos virgineum, virginitatis claustrum, coluna virginitatis, custodia vigilium, claustitatis zona, 
interseptum vaginalis, paniculum vaginalis, circulus membranosus vaginae. 
 
 ESTRUTURA DO HÍMEN: duas membranas mucosas, possuindo uma camada de tecido conjuntivo com 
presença de vasos, nervos, nervos e, podendo apresentar musculatura lisa. Presença de duas faces: vaginal e 
vestibular ou superficial, apresentando consistência carnosa, fibrosa, elástica. 
 Bordas livres do hímen: podem ser regular, irregular ou recortada. ENTALHE: reentrâncias simétricas 
que chegam quase à borda de inserção. CHANFRADURA: reentrâncias superficiais e que correm em 
extensão. Quando a distensão do hímen ultrapassa o seu limiar natural de resistência, pode acarretar no seu 
rompimento. A ruptura pode ocorrer em sua borda livre ou em outras partes da membrana. 
 
 
Fonte da imagem da anatomia da genitália externa feminina: https://slideplayer.com.br/slide/1734655/ 
 
 Fique atento 
 HÍMEN COMPLACENTE: tipo especial de hímen o qual a conjunção carnal (cópula) pode não deixar 
vestígios de ruptura das membranas. Os exames periciais necessitam de outras metodologias para a 
constatação de crimes sexuais relacionados à conjunção carnal, como veremos mais adiante. Alguns autores 
dizem que o conceito pode ser relativo, pois depende da relação espessura do pênis e largura da vagina para 
que a conjunção carnal não resulte em rompimento do hímen. 
 Segundo levantamento bibliográfico acerca de himens complacentes, Croce & Croce Jr. registraram as 
seguintes frequências médias, conforme diversos autores: 
Afrânio Peixoto 10,4%; 
Antenor Costa 22,6%; 
França 22%; 
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Hélio Gomes 24%; 
Jacinto de Barros 14,5%; 
João Norberto Longo 10%; 
Miguel Sales 33%; 
Nuno Lisboa 21,6% na raça branca; nas negras e mulatas 70%; 
De acordo com os autores, em 1840 casos de exames realizados durante o período de 1979 a 1986, uma 
frequência de 19,7% foi observada. 
 
Classificações de Hímens 
 A mais utilizada é a do Dr. Afrânio Peixoto, o qual considera a presença ou não de linhas de junção 
formando ângulos na inserção vaginal (França, 2017). 
 
 Divide-se em três grupos: ACOMISSURADOS, COMISSURADOS e ATÍPICOS: 
A. HIMENS ACOMISSURADOS: 
1. imperfurados: sem abertura; 
2. anulares: orifício circular, ovalar ou elíptico; 
3. semilunares: abertura em forma de crescente; 
4. helicoidais: a membrana descreve curvas em hélice; 
5. septados: com septos transversal, longitudinal ou oblíquo, delimitando dois orifícios; 
6. cribriformes: membrana crivada por várias aberturas regulares ou irregulares. 
B. HIMENS COMISSURADOS: 
1. bilabiados: transversais ou longitudinais; 
2 trilabiados: três valvas ou três comissuras; 
3. quadrilabiados: quatro valvas e quatro comissuras; 
4. multilabiados ou coroliformes: a membrana toma a forma de flor. 
C. HIMENS ATÍPICOS 
1. fenestrados: com um orifício grande e outro pequeno; 
2. com apêndices salientes; 
3. com apêndices pendentes. 
 
 
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 A classificação de Oscar Freire considera o orifício, dividindo os tipos de himens em: imperfurados, 
perfurados e atípicos. 
 
 
 
Fonte das imagens: Museu técnico-científico do Instituto Oscar Freire/FMUSP, autoria de Dr. Jorge Carreta. 
 
Na imagem abaixo, de mesma fonte das anteriores (Museu técnico-científico do Instituto Oscar 
Freire/FMUSP; caixa 72; Dr. Jorge Carreta) ilustra a ausência congênita de hímen à esquerda e hímen 
imperfurado à direita. Observação do Serviço de Ginecologia da Maternidade do Recife, mar. 1939. 
 
 
 
 
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 Na figura abaixo, retirado da obra “Manual de Medicina Legal” (Croce & Croce Jr., 2012), são 
ilustrados os seguintes tipos de hímens, segundo a classificação de Afrânio Peixoto: 1.Hímen semilunar; 
2.Hímen fimbriatus; 3.Hímen bilabiado; 4.Hímen circular; 5.Hímen ovalado; 6.Hímen tetralabiado; 
7.Hímen complacente; 8.Hímen cordiforme; 9.Hímen septado longitudinal; 10.Hímen septado 
transverso; 11.Hímen cribriforme; 12.Hímen roto. 
 
 
 
 
 
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Quanto à classificação jurídica dos hímens (crédito do esquema: obra “Manual de Medicina Legal”). 
 
 
Fique atento 
 CARÚNCULAS MIRTIFORMES OU MITRIFORMES: retalhos de hímen roto pela conjunção carnal 
coito ou pelo parto, formando trabéculos (aspecto de folha de mirto). Os restos fragmentários do hímen 
podem indicar recenticidade e até o lapso temporal de cópula ou parto. O número de carúnculas pode 
variar geralmente de dois a cinco. 
 
Questões criminais sexuais 
 Muitas são as questões relacionadas aos crimes de natureza sexual. Nosso objetivo aqui não será expor 
toda a legislação sobre o assunto, uma vez que esse tema é da disciplina de DIREITO PENAL. Focaremos 
nosso estudo nos procedimentos dos exames periciais para a constatação de crimes sexuais. 
 Alguns crimes sexuais que merece atenção na hora do estudo: 
 CRIMES RELACIONADOS À “PEDOFILIA” 
 Estatuto da Criança e do Adolescente - L 8.069/1990 (Art. 240, 241, 244-A). Atenção: como 
estudamos, pedofilia é um desvio sexual considerado como perversão sexual por alguns autores. 
Pedofilia não é o nome do crime. 
 Art. 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de 
moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado. 
 DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL 
 Estupro (art. 213); Violação sexual mediante fraude (art. 215); Importunação sexual (art. 215-A, 
novo, podendo associar ao frotteurismo); Assédio sexual (art. 216-A); Registro não autorizado da 
intimidade sexual (art. 216-B). 
 DOS CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL 
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 Estupro de vulnerável (art. 217-A); corrupção de menores (art. 218); Satisfação de lascívia mediante 
presença de criança ou adolescente (art. 218-A); Favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B); Divulgação de cena de estupro 
ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia (218-C). 
 DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE 
EXPLORAÇÃO SEXUAL 
 Mediação para servir a lascívia de outrem (art. 227); Favorecimento da prostituição ou outra forma 
de exploração sexual (art. 228); Casa de prostituição (art. 229); Rufianismo (art. 230). 
 
 O crime que costuma mais ser cobrado em provas ainda é o ESTUPRO: 
 Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a 
praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso: (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 
2009) 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. 
 §1º Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) 
ou maior de 14 (catorze) anos: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos. 
 §2º Se da conduta resulta morte: 
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
 
 Juridicamente, o novo art. 213 do Código Penal brasileiro torna tanto a mulher quanto o homem em 
sujeitos ativos e passivos do crime, sendo o elemento subjetivo o dolo do agente em praticar qualquer uma 
das elementares que tipificam o delito, como constranger alguém mediante emprego de violência ou grave 
ameaça, conjunção carnal ou qualquer outro ato libinoso. 
 Autores do Direito englobam na conjunção carnal, uma das elementares do crime de estupro, qualquer 
tipo de cópula, não sendo necessariamente a vaginal. Para o entendimento médico-legal, a conjunção carnal 
é definida como a introdução do pênis em ereção na vagina (intrommissio penis in vaginam), com ou sem 
ejaculação (imissio seminis). Já o ato libidinoso seria qualquer ato de natureza sexual diverso da conjunção 
carnal, a procura da gratificação sexual. A cópula ectópica é qualquer cópula diversa ao coito vagínico, como a 
cópula anal, cópula retal, cópula vulvar. O que nos interessa no momento são justamente as questões 
médico-legais relacionadas aos delitos contra a dignidade e a liberdade sexual. 
 Como o estupro é um crime que deixa vestígios na maioria das vezes, o exame de corpo de delito será 
indispensável (art. 158 do CPP) para a comprovação de qualquer elementar de natureza material passível de 
constatação, como a conjunção carnal ou atos libidinosos. 
 Nesse contexto, a análise da ruptura himenal, quando possível, pode ser um elemento importante na 
constatação do crime pela conjunção carnal, caracterizando as lesões, sua idade e local, sangramentos, 
cicatrização, descrição das bordas, e demais características. 
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