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Processo - Resumo Cap. III- Teorias do processo ➢ Será abordado teorias principais, representativas de três momentos históricos distintos: a fase imanentista, a fase privatista e a fase publicista (atual). 1. Processo como procedimento ➢ Não havia autonomia no processo diante o direito material ➢ Era confundido com o procedimento 2. Processo como contrato ➢ O estado não tinha tanta força, de modo que dependia das partes se sujeitarem a tutela prestada, acatando o julgamento. ➢ Litiscontention (acordo entre as partes) - Romano ➢ Negócio jurídico de direito privado ➢ Hoje a sujeição das partes ao processo é princípio da jurisdição. 3. Processo como um quase contrato ➢ Não aceitando tratar-se de um contrato, nem de um delito, a única saída viável era entende- -lo como um quase contrato. 4. Processo como relação jurídica ➢ Oskar von Bullow → Tirou o processo do âmbito privatista ➢ Distinção entre relação processual e relação jurídica material. ➢ Direito material é objeto de discussão no processo, enquanto a relação processual é a estrutura por meio da qual essa discussão ocorrerá. ➢ Segundo a doutrina, essa corrente é até os dias atuais a mais aceita, entendendo-se o processo como a relação jurídica de direito processual, exteriorizada por meio de procedimento. 5. Processo como situação jurídica ➢ A relação jurídica processual cria em relação aos seus sujeitos sucessivas situações jurídicas ativas e passivas no decorrer do procedimento, o que, inclusive, torna tal relação jurídica complexa. 6. Processo como procedimento em contraditório ➢ Criticou a teoria do processo como relação jurídica, com ideia de módulo processual. ➢ Para a pratica de cada ato deve-se permitir a participação das partes em contraditório, sendo justamente a participação a cada etapa do procedimento que o torna um processo. 7. Procedimento animado por uma relação jurídica em contraditório ➢ Essa corrente doutrinaria trabalha com as duas teorias: Relação jurídica e contraditório. 8. Conclusão ➢ Segundo a ultima corrente, o processo deve ser entendido como uma relação jurídica em contraditório. ➢ Cumpre analisar 3 elementos que, façam ou não parte da natureza jurídica do processo, estarão presentes no processo: a) Procedimento b) Relação jurídica processual c) Contraditório Procedimento ➢ Sucessão de atos interligados de maneira lógica e consequencial, visando a obtenção de um objetivo final. ➢ Exteriorização do processo ➢ Processo é teleológica, voltada para a finalidade de exercício da função jurisdicional. ➢ Processo não vive sem procedimento Relação jurídica processual 1. Composição ➢ Composição mínima: Demandante, demandado e Estado-juiz (apesar de poder existir processo sem autor (iniciadas de oficio por juiz) ou sem réu (processo objetivo) ➢ Relação processual é tríplice. ➢ A doutrina aponta a possibilidade da relação processual tríplice ser triangular ou angular. → Triangular: Sujeitos tem relação direta → Angular: sujeitos tem relação indireta, passando sempre pelo juiz. ➢ É inegável a existência de posição jurídica diretas entre as partes: a) Dever de lealdade e boa-fé reciproca entre as partes b) Obrigação da parte derrotada reembolsar as custas processuais adiantadas pela vencedora c) A possibilidade de convenção para a suspensão do processo, tem efeito ex tunc. ➢ Relação jurídica incompleta: Quando da propositura da demanda pelo autor, relação juiz e autor. (Será definitivamente formada com a citação válida do réu.) 2. Características ➢ A relação jurídica tem 5 principais características: a) Autonomia b) Complexidade c) Dinamismo d) Unidade e) Natureza pública ➢ A relação jurídica de direito processual é autônoma, quando comparada com a relação jurídica de direito material, ou seja, mesma que não exista a segunda, existirá a primeira. ➢ Relação jurídica complexa pelas partes exercerem situações passivas e ativas. ➢ Relação jurídica processual é continuada desenvolvendo durante o tempo., que envolve um dinamismo. ➢ Por unidade entende-se que os fatos praticados no processo estão interligados de alguma maneira ➢ Natureza pública, pois há participação do juiz, como representante do Estado. Pressupostos Processuais ➢ Requisitos de validade e existência Pressupostos processuais subjetivos • Investidura • Imparcialidade • Capacidade de ser parte • Capacidade de estar em juízo • Capacidade postulatória Pressupostos Objetivos • Coisa Julgada • Litispendência • Perempção • Transação • Convenção de arbitragem • Falta de pagamento de custas em demanda idêntica extinta sem resolução de mérito • Demanda • Petição inicial apta • Citação válida • Regularidade formal Pressupostos processuais SUBJETIVOS (juiz) 1. Investidura ➢ O Estado investe um determinado sujeito – Juiz de direito- do Poder jurisdicional, para que possa exerce-lo por meio desse sujeito. ➢ Pressuposto de existência ➢ Pode ser integralmente (quando conduzido por sujeito não investido) ou parcialmente (quando somente determinados atos são praticados por sujeito não investido) 2. Imparcialidade ➢ Pressuposto de validade ➢ Juiz ativo e participativo não gera parcialidade ➢ É salutar que o juiz participe, pois o “juiz- olimpo” deixou de ser juiz desejável a muito tempo. ➢ Não se espera a neutralidade do juiz, pois exigir a neutralidade do juiz é negar sua condição de humano ou de ser social. Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas. ➢ A alegação de parcialidade tem prazo preclusivo para as partes, mas não para o juiz, que pode fazê-lo de oficio. ➢ A exceção de impedimento não tem prazo para interposição, até mesmo porque esse vicio proporciona o ingresso de ação rescisória (art. 966, II do CPC), Não havendo sentido aplicar preclusão temporal sobre matéria de ordem pública que gera vicio de nulidade absoluta. Pressupostos processuais SUBJETIVOS (PARTES) 1. Capacidade de ser parte ➢ Capacidade de ser parte (personalidade judiciária ou jurídica) ➢ Capacidade do sujeito de gozo e exercício de direitos e obrigações (art. 1º CPC) ➢ Pressuposto de existência ➢ Incapazes→ Tem capacidade de ser parte, mas não tem de estar em juízo. ➢ Exemplo: Processo inexistente, o provido contra réu morto. 2. Capacidade de estar em juízo ➢ Na incapacidade civil relativa ou absoluta é resolvida no âmbito das relações jurídicas de direito material com intervenção de um representante ou assistente. ➢ A capacidade de estar em juízo das pessoas jurídicas e formais está prevista no art. 75 CPC, porque, sendo pessoas inanimada, é indispensável a presença de uma pessoa física que a represente em juízo. ➢ Presentação X Representação • Presentação: Quando a parte se faz presente por meio dos seus órgãos (inciso I, II, III, IV e IX) – não necessita de procuração, mandato nem qualquer forma de outorga de poderes. • Representação: Partes indicadas nos incisos V, VI, VII, VIII, X, XI ➢ Pressuposto de validade (trata-se inclusive de vício sanável) 3. Capacidade Postulatória ➢ Em regra, as partes deveram ser representadas por um advogado devidamente habilitado pela OAB, ou seja, as partes deverão ter capacidade postulatória. ➢ Juizados especiais cível → Dispensa advogado em causas inferiores a 20 salários mínimos. Afastada a dispensa de advogado para interposição de recurso. ➢ Pressuposto de validade ➢ Juizados especiais federais e da fazenda pública → Todas as causas dispensa advogado, ou seja, inferior a 60 salários mínimos. ➢ STF→ No habeas corpus a dispensa do advogado também atinge o agravo interno quando a ação é julgada monocraticamente.➢ Promotor de justiça tem capacidade postulatória Sui generis. Pressupostos processuais Objetivos 1. Pressupostos processuais objetivos extrínsecos ➢ São considerados pressupostos negativos (pois estão ausentes os pressupostos) São considerados pela doutrina: a) Coisa julgada material (art. 485, V) b) Litispendência (art. 485, V) c) Perempção (art.485, V) d) Transação (art. 487, III, b) e) Convenção e arbitragem (art. 485, inc. VIII) f) Ausência de pagamento de custas processuais em demanda idêntica extinta anteriormente por sentença terminativa (art. 486, §2 CPC) ➢ São pressupostos de validade, salvo na coisa julgada material (a doutrina majoritária entende que também faz parte da validade) 2. Pressupostos processuais objetivos intrínsecos ➢ Analisados na própria relação jurídica processual, sendo correta a indicação de 4 pressupostos dessa espécie: 1) Demanda • É indispensável que o ato de provocar o judiciário seja realizado pelo sujeito que afirma ser titular de um direito material violado ou ameaçado • Pressuposto de existência 2) Petição inicial apta • Exigência do preenchimento dos requisitos formais previsto na lei para que a petição seja apta. A inépcia da petição inicial está prevista no art. 330 § 1 CPC. • Pressuposto de validade. 3. Citação válida • Pressuposto de validade • Vicio nesse ato gera nulidade absoluta • Não se convalida com trânsito em julgado • Pode ser alegado a qualquer momento • Art. 239 CPC • Vicio transrecisório 4. Regularidade formal • Os atos processuais devem ser praticados na forma prescrita na lei. • É importante ressaltar que a formalidade deve ser afastada quando o ato processual atingir sua finalidade e não gerar prejuízo. Princípios processuais 1. Devido processo legal ➢ Art. 5º, LIV CF “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.” ➢ Princípio – base. ➢ Esse princípio é analisado sob duas óticas: 1) Processo legal substancial → Razoalidade e proporcionalidade, funcionando sempre como controle das arbitrariedades do Poder Público. (também vem se aplicando nas relações privadas) 2) Processo legal formal → Obrigando-se o juiz no caso concreto a observar os princípios processuais na condução do instrumento estatal oferecido aos jurisdicionados para a tutela de seus direitos. 2. Contraditório ➢ Art. 5º, LV, CF → “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, como meios e recursos a ela inerentes” 1. Conceito tradicional: informação+ possibilidade de reação • As partes devem ser devidamente comunicadas de todos os atos processuais, abrindo-se a elas a oportunidade de reação como forma de garantir a sua participação na defesa de seus interesses em juízo. • “bilateralidade da audiência” • Há duas formas de comunicação dos atos: Citação (art. 246 CPC) e intimação. (art. 269 CPC) • Notificação não se encontra entre as espécies de comunicação, exceto no mandado de segurança e no habeas data, em que a notificação pela autoridade coatora terá natureza de intimação ou citação. • STJ → O contraditório se renova, de modo que, o vicio gerando pela não intimação da parte em momento adequado não pode resultar nulidade se posteriormente for permitida sua manifestação. (Nulidade de algibeira” 2. Poder de influência das partes na formação do convencimento do juiz • A reação deve ser apta a efetivamente influenciar o juiz na prolação da sentença. • Terceiro elemento do contraditório (juntamente com informação + reação) 3. Contraditório como forma de evitar surpresa às partes • A observância do contraditório é capaz de evitar a prolação de qualquer decisão que possa surpreendê-las. • Problema é as matérias de ordem que são matérias que o juiz pode conhecer de oficio. (mas há ofensa ao contraditório sempre que essas matérias surpreenderem as partes) Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. • Desrespeito ao contraditório e princípio da cooperação • Enunciado 04 da ENFAM afirma que a declaração de incompetência absoluta não se aplica o disposto no art. 10 e o STJ adota esse enunciado. (entendimento contra legem) 4. Contraditório inútil • A ofensa ao princípio do contraditório não gera nulidade em toda e qualquer situação. • V.g. Julgamento de mérito em favor do réu que nem foi citado (332 CPC) • Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. (ou seja, decisão CONTRA a parte) 5. Contraditório diferido (ou postecipado) • Antecipação da decisão sem o direito do contraditório (tutelas de urgência/evidência) • O contraditório diferido é excepcional • Art. 5º, LV, CF • Sendo aplicadas aos casos de diferimento do contraditório o art.9 do CPC, sendo meramente exemplificativo. 3. Princípios dispositivos e inquisitivo (inquisitório) ➢ No sistema inquisitivo puro, o juiz é colocado como a figura central do processo, cabendo a ele sua instauração e condução sem a necessidade de qualquer provocação das partes. ➢ No sistema dispositivo puro, o juiz passa a ter participação cond3icionada à vontade das partes. ➢ O Brasil adota o sistema misto – Art. 2º CPC ➢ As provas a respeito dos fatos podem ser determinadas de ofício pelo juiz. (370 CPC) 4. Motivação das decisões 1. Motivação e fundamentação • Cabe ao magistrado aplicar ao caso concreto o Direito, e não concretizar suas aspirações pessoais, porém o elemento humano na interpretação do direito, jamais poderá ser afastado das decisões judiciais. 2. Justificativas para a exigência da motivação das decisões judiciais • Art. 93, IX, CF • Decisões fundamentadas, sob pena de nulidade. • Inicialmente, a decisão deve ser fundamentada para facilitar a interposição de recurso e o tribunal entender o acerto ou equivoco da decisão. • Segundo, para demonstrar a imparcialidade. • Uma das técnicas admitidas de fundamentação é a motivação per relationem, aceita pelo STJ. Que significa Fundamentação referencial pela qual se faz expressa alusão a decisão anterior ou parecer do MP, incorporando, formalmente, tais manifestações ao ato jurisdicional. (expressamente proibido no julgamento do agravo interno) 3. Roteiro para a fundamentação das decisões judiciais • 489§1, CPC – Meramente exemplificativo • Fundamentação sucinta não se confunde com ausência de fundamentação A. Limitação a indicação, reprodução ou paráfrase de ato normativo ➢ Art. 489 §1, I ➢ Cabe ao juiz expor em seu pronunciamento decisório a interpretação que fez da norma aplicável ao caso concreto e a correlação entre elas e os fatos do caso concreto. B. Conceitos jurídicos indeterminados e clausulas gerais ➢ Art. 489 §1, II ➢ A decisão nesse caso, em que o juiz precisa integrar a norma jurídica abstrata já que o texto normativo não define de forma completa seus elementos é chamada de “decisão determinativa” ➢ Deve ser composta de situação fática e efeito jurídico C. Motivos que se prestariam a justificativa qualquer outra decisão ➢ Art. 489§1, III ➢ Busca evitar a utilização de fundamentação- padrão D. Fundamentação exauriente X fundamentação suficiente ➢ Art. 489 §1, IV ➢ Exauriente: O juiz é obrigado a enfrentar todas as alegações das partes. ➢ Suficiente: Basta que enfrente e decida todas as causas de pedir do autor e todos os fundamentos de defesa do réu. (adotado no Brasil) ➢ STJ → Não é obrigação do juiz enfrentar todas as alegações das partes, bastando ter um motivo suficiente para fundamentar a decisão. E. Aplicação de súmula ou precedente como fundamento do decidir ➢ Art. 489 §1, V ➢ Não basta mencionaro precedente ou enunciado de súmula, devendo justificar sua aplicabilidade ao caso concreto. F. Distinção (distinguishing) e superação (overruling) como fundamento para deixar de decidir com fundamento em súmula ou precedente vinculante ➢ Art. 489 §1, VI ➢ Se o juiz considerar que o processo apresenta crise jurídica apta a ser resolvida pelo enunciado de súmula ou precedente com eficácia vinculante, e que não esteja superado o entendimento consagrado e ainda assim decidir pela não aplicação por não concordar com tal entendimento, a decisão será nula por falta de fundamentação. ➢ Distinção caso a súmula ou precedente não corresponder ao caso concreto, ou se tiver superado o entendimento da súmula ou precedente. 4. Fundamentação per relationnem • O relator se limita a repetir os fundamentos da decisão monocrática e afirma que as razões recursais não foram suficientes a derruba-las • Proibição da técnica em agravo interno 5. Colisão entre normas • Art. 489 §2 • No conflito entre as regras, existem os critérios tradicionais de solução de conflitos: a) Hierarquia b) Cronológica c) Especialidade • O juiz tem que justificar os critérios e objeto de ponderação. 5. Isonomia ➢ CF, art. 5º, caput e inciso I ➢ Art. 139, I CPC ➢ Forma, inclusive do juiz demonstrar sua imparcialidade ➢ Deve ser analisada também por tratamento desigual para desiguais na medida da sua desigualdade. ➢ Prerrogativas/privilégios da Fazenda Publica → Prazo em dobro, salvo quando lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente público → Isenção de adiantamento no recolhimento do preparo e demais custas. → Dispensa de caução prévia para propositura da ação rescisória → Ser condenado a pagamento de honorários com valor inferior a 10% → Intimação pessoal (regra abandona pelo processo eletrônico) → Reexame necessário → Pedido de suspensão de segurança → proibição de tutela de urgência – liminar em mandado de segurança e tutela antecipada. → Proibição de concessão de tutela de urgência inaudita altera parte 6. Publicidade dos atos processuais ➢ É a forma mais eficaz de controle do comportamento no processo do juiz, advogados, promotor e partes. ➢ CF, art. 93, IX e X. ➢ Em regra, é geral (qualquer sujeito tem acesso) e imediata (facultada a presença de qualquer sujeito no momento da prática do ato processual) ➢ Art. 5, LX → Restrição da publicidade dos atos processuais quando assim exigirem a intimidade e interesse social. ➢ Art. 189 CPC → processos que tramitam em segredo de justiça (interesse publico ou social) ➢ Art. 189, II CPC → Meramente exemplificativo (Casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união estável, filiação, alimentos, guarda de criança e adolescente) ➢ Art. 189, III CPC → Intimidade ➢ Art. 189, IV CPC → arbitragem (desde que a confidencialidade estipulada seja comprovada em juízo) ➢ Art. 11, parágrafo único, CPC → Autorização de presença ➢ Juiz pode limitar o acesso a publicidade em caso de prejuízo no andamento do processo. 7. Princípio da economia processual ➢ Pode ser analisado sob duas diferentes óticas: 1) Sistêmico: Menos atividade judicial e mais resultados (deve-se haver mecanismos para evitar multiplicidade dos processos) → Ações coletivas contribuem para essa missão. → Advogados devem dissuadir partes a ingressarem com processos já cientes de seu insucesso. 2) Institutos processuais que evitam a repetição de atos processuais (ótica microscópia) → Conexão e continência → Suspensão por prejudicialidade externa → Prova emprestada →¨Julgamento por amostragem dos recursos especiais e extraordinários repetitivos. → STJ: Suspensão de processos individuais em razão de processo coletivo em trâmite. (art. 104 CDC prevê a possibilidade do autor continuar com processo individual) 8. Principio da instrumentalidade das formas ➢ Sempre que um ato processual tenha uma forma prevista em lei, deve ser praticada segundo a formalidade legal, sob pena de nulidade ➢ O principio da instrumentalidade das formas busca aproveitar o ato viciado, permitindo-se a geração de seus efeitos, ainda que se reconheça a existência do desrespeito à forma legal ➢ Finalidade + Não prejuízo ➢ Aplicação do principio independe da natureza da nulidade, alcançando tanto as relativas quanto as absolutas. ➢ Art. 188 e 277 CPC ➢ Art. 283 CPC→ ausência de prejuízo 9. Princípio da razoável duração do processo ➢ Art. 5º, LXXVIII, CF ➢ Art. 4º CPC ➢ A celeridade nem sempre é possível e nem saudável a qualidade da prestação jurisdicional. (não deve-se confundir com razoável duração do processo) ➢ Atrasos dolosos das partes cabe ao juiz punir severamente tal comportamento ➢ Corte Europeia de Direitos Humanos adicionou mais um requisito ao princípio: → Relevância do direito posto em juízo para a vida da parte pela excessiva demora processual (ex. pessoa presa) 10. Princípio da cooperação ➢ Art. 6º CPC ➢ Trata-se, portanto, de incluir as partes como também responsáveis pelo desenvolvimento processual, que não deve ser tarefa exclusiva do juiz. 11. Principio da boa-fé e lealdade processual ➢ Calamandrei → “O pior advogado é aquele que se esquece de seu cliente e pensa ser o juiz da causa.” ➢ Pensando no processo como um jogo, é necessário que algumas regras sejam estabelecidas. Os deveres de proceder com lealdade e boa-fé, presentes em diversos artigos do CPC, prestam-se a evitar exageros no exercício da ampla defesa, prevendo condutas que violam a boa-fé e lealdade processual., e indicando as sanções correspondentes. ➢ Art. 5º CPC → Boa-fé Objetiva (independe de boas ou más intenções) ➢ Não pode a parte criar dolosamente situações de vícios processuais para posteriormente tentar tirar proveito de tal situação. Por essa razão, prevê o art. 276 CPC que a parte responsável pela criação do vicio processual, não tem legitimidade para alega-lo em juízo. (acredita-se que não alcança matérias de ordem pública) ➢ Exceptio doli → Defesa da parte contra ações dolosas da parte contrária, sendo a boa-fé nesse caso utilizada como defesa. ➢ Venire contra factum proprium → Impede que determinada pessoa exerça direito do qual é titular contrariando um comportamento anterior, já que tal conduta despreza a confiança e o dever de lealdade. ➢ Ao Juiz também é vedado ter comportamento contraditório. ➢ Art. 77 CPC → deveres das partes e seus procuradores (todos envolvidos no processo). – Não existe previsão legal de sanção para o não cumprimento do I ao IV) ➢ Inciso VI do art. 77, violado, o juiz pode além de aplicar multa, ainda proibir a parte de falar nos autos até purgação do atentado. ➢ § 1 → o juiz avisa a parte que seus atos podem ser punidos como ato atentatório à dignidade da justiça. – Cria condição para a aplicação da multa, o que poderá levar a sua nulidade se aplicada sem aviso prévio. ➢ Art. 774 parágrafo único → Todos sujeitos do processo e terceiros, poderão sofrer multa de ate 20% do valor da causa, salvo o advogado, MP, DP, que deverão ser responsabilizados pelos respectivos órgãos ➢ Art. 80 CPC → litigância de má-fé. ➢ STJ → desnecessária a comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de indenização por litigância de má-fé. ➢ Art. 81 → Multa de litigância de má-fé 12. Primazia no julgamento do mérito ➢ O processo foi projetado para resultar em um julgamento de mérito, mas nem sempre isso é possível. Devendo o sistema conviver com o fim anômalo do processo ou fase de conhecimento, que se dá por meio da sentença terminativa. (art. 485 cpc) ➢ Cabe o juiz fazer o possível para evitar a necessidade de prolatar uma sentença terminativa no caso concreto, buscando com todo o esforço a um julgamento de mérito. ➢ Art. 282 §2 CPC → O juiz, sempre que puder decidir no mérito a favor da parte a quem aproveite a declaração de nulidade,deve ignorar o vicio formal e proferir decisão de mérito. ➢ Art. 6º CPC → todos devem cooperar para que se obtenha decisão de mérito. ➢ Art. 485 §7º → atribui a todo recurso de apelação contra sentença terminativa o efeito regressivo, ou seja, diante da apelação, o juiz terá a oportunidade de anular sua sentença terminativa e dar prosseguimento ao processo para o julgamento do mérito.
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