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Gratuidade de Justiça - Resumo Cap. VI- Beneficiários da assistência judiciária ➢ Art. 98, CPC ➢ Pessoa física ou jurídica, estrangeiras ou nacionais com insuficiência de recursos. ➢ Não há necessidade de ter residência fixa no Brasil ➢ A pessoa jurídica tem direito à gratuidade, desde que efetivamente comprovasse a impossibilidade de arcar com as custas, NÃO HAVENDO PRESUNÇÃO (§3º, 99, CPC) ➢ É um direito pessoal, não se estende a litisconsortes ou sucessores do beneficiário ➢ Não beneficia também o recorrente adesivo quando o recorrente principal for beneficiário da gratuidade de justiça Benefício da gratuidade ➢ Entende-se que a insuficiência de recursos prevista pelo dispositivo ora analisado se associa ao sacrifício para manutenção da própria parte ou de sua família na hipótese de serem exigidos tais adiantamentos. ➢ Art. 98, §1º dispõe os objetos protegidos pela gratuidade, sendo este um rol ampliativo ➢ Compreende custas e taxas judiciais, selos postais, as despesas com a publicação na imprensa oficial, a indenização divida à testemunha (mesmo a parte não sendo beneficiária da gratuidade, estará isenta do pagamento de diária em razão do múnus público da testemunha, de forma que a isenção deve ser compreendida quanto as despesas da testemunha para comparecer a audiência), e as despesas com a realização de exames essenciais, entre outras. (OLHAR ART. 98, CPC) ➢ A gratuidade não afasta o dever de o beneficiário pagar, ao final, as multas processuais que lhe sejam impostas. ➢ Havendo duvida fundada quanto ao preenchimento atual dos pressupostos para concessão da gratuidade, o notário ou registrado, após praticar os atos, pode requerer ao juízo decidir questões notariais ou registrais, a revogação total ou parcial do beneficio ou seu parcelamento (o pedido deve ser dirigido ao juízo competente para decidir questões notariais e registrais e não o que concedeu a gratuidade) ➢ O pedido notarial só o afeta, não podendo ter revogação da gratuidade em outros atos pelo juiz que o processo tramita Gratuidade e adiantamento de honorários periciais ➢ Como os honorários periciais tem natureza de despesa processual é indiscutível a isenção do beneficiário da gratuidade da justiça de seu pagamento., de modo que a jurisprudência indicou a Fazenda pública como responsável pelo adiantamento e pagamento dos honorários periciais porque é a ele conferida obrigação de prestação de assistência aos necessitados. (art. 95, CPC) ➢ §3º, 95, CPC, apesar de prever regra somente para o pagamento da verba pericial, portanto um dever do vencido, a regra ali se aplica também para o adiantamento quando a pericia for pedida pelo beneficiário da gratuidade. ➢ Se o beneficiário for o vencedor da demanda, cabe ao vencido ressarcir o Estado pelas despesas arcadas por ele na realização da perícia. ➢ É VEDADO a utilização de recursos do fundo de custeio da DP para fins do §3º Concessão parcial de gratuidade e parcelamento ➢ Art. 98, §5º CPC ➢ A concessão da gratuidade pode ser parcial ➢ Possibilidade de concessão para ato especifico ou redução do percentual de despesas ➢ §6º, o juiz pode conceder parcelamento de despesas que o beneficiário tiver que adiantar no curso do procedimento. ➢ STJ→ Essas formas de concessão de gratuidade parcial buscam prevenir a utilização indiscriminada da prerrogativa ➢ A concessão será sempre pessoal ➢ Há previsão de que se o recurso, mesmo interposto pela parte, versar sobre exclusivamente honorários advocatícios, o preparo deverá ser recolhido, salvo se o advogado também demonstrar direito a gratuidade (99, §5º CPC) Condenação do beneficiário da gratuidade ➢ A parte beneficiaria continua a ser condenada a pagar as verbas de sucumbência, art. 98, §2º CPC. ➢ Suspenção de exigibilidade pelo prazo de cinco anos contados do trânsito em julgado, período em que a cobrança se legitimará se o exequente demostrar que a situação de insuficiência deixou de existir, o que pode ser feito no próprio cumprimento de sentença, sem ação autônoma. (ao fim desse prazo, a obrigação será extinta) ➢ Não está incluída no rol do dispositivo a isenção do pagamento de multas processuais aplicadas ao beneficiário da assistência. (art. 98§4º) Procedimento 1.1 Forma do pedido de concessão da gratuidade ▪ Petição inicial ▪ Contestação ▪ Petição para ingresso de terceiro ▪ Recurso ▪ Por petição simples, nos autos do próprio processo. ▪ Art. 99,§7º → Sendo requerido a gratuidade em recurso, o recorrente será dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, no caso de indeferido, deve conceder prazo para o deposito. ▪ O procedimento a cima já vem sendo adotado nos Juizados Especiais, quando a parte requer a gratuidade em recurso inominado. ▪ A decisão do relator pelo indeferimento da gratuidade, se impugnada por agravo interno, o prazo não será suspenso ou interrompido, salvo quando previsto em lei ou proferida decisão nesse sentido, e para o relator suspender efeito não previsto em lei, é necessário provar grave lesão e probabilidade de provimento do recurso. ▪ Não há previsão para pedido de forma oral, mas com o principio da oralidade, seja possível ao juiz aceitar o pedido oral elaborado em audiência. 1.2 Indeferimento do pedido ▪ Art. 99§2º → O juiz só poderá indeferir se houver nos autos elementos que evidenciem a falta dos pressupostos legais para a concessão da gratuidade. ▪ Presunção de veracidade da alegação de insuficiência ▪ Sempre dependerá do caso concreto a evidencia da falta de pressupostos, porém o §4º do Art. 99 CPC prevê que a assistência do requerente por advogado particular não impede a concessão de gratuidade. E mesmo o renome do advogado afasta essa realidade, pois a concessão pode ter se dado exclusivamente ad exitum 1.3 Deferimento do pedido ▪ Art. 100 CPC 1.4 Impugnação à decisão concessiva do beneficio ▪ A parte contraria poderá oferecer impugnação em contestação, replica, contrarrazoes de recurso ou nos casos de pedido superveniente ou formulado por terceiro, por meio de petição simples, a ser apresentada no prazo de 15 dias, nos autos do próprio processo, sem suspensão. 1.5 Instrução probatória ▪ Embora sem previsão, sendo necessária a produção de prova todos os meios serão admitidos, respeitando os princípios do contraditório e ampla defesa 1.6 Revogação do beneficio ▪ Revogado, a parte arcará com as despesas processuais que deixou de adiantar em razão da gratuidade. ▪ Havendo má-fé, sofrerá sanção de multa de até o décuplo do valor de tais despesas, no caso em que a Fazenda pública Estadual ou Federal a credora, poderá inscrever o valor da multa em divida ativa e sem pagamento, ingressar com execução fiscal. (art. 100, parágrafo único) 1.7 Recorribilidade ▪ Cabe agravo de instrumento contra decisão interlocutória que indeferir a gratuidade ou acolher a revogação. ▪ Se a decisão sobre gratuidade for em sentença, o recurso cabível será apelação. ▪ Havendo recurso contra decisão que acolhe impugnação, a parte beneficiaria da gratuidade está dispensada do recolhimento até decisão do relator. ▪ Sendo confirmada a denegação, determinará o recolhimento das custas no prazo de 5 dias. Trânsito em julgado da decisão que revoga a gratuidade ➢ As consequências da revogação estão previstas no art. 100, parágrafo único e 102 CPC ➢ Caso não haja pagamento, o processo será extinto sem resolução de mérito, tratando-se de autor.