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TGP - TEORIA GERAL DO PROCESSO - 3° TERMO - 1° BIMESTRE

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Teoria Geral do Processo 
Aula 1 
Introdução 
O é a Teoria Geral do Processo? 
É a teoria que assenta e estrutura os princípios básicos e conceitos da ciência processual. Tem sua 
origem no sistema jurídico romano-germânico que insistentemente busca a efetividade do processo, 
e, portanto, de soluções para os pontos de estrangulamento da máquina do judiciário e para o déficit 
garantísitico do processo, e, portanto, de soluções para assegurar o respeito à dignidade da pessoa 
humana de todos os seus atores e a qualidade e confiabilidade de suas decisões. 
São dois os principais motivos que impulsionam a necessária reformulação da Teoria Geral do 
Processo: a superação da clássica concepção de jurisdição tida como atividade meramente 
declaratória de direitos; a necessidade de adaptar seus tradicionais institutos à tutela coletiva de 
direitos. 
Conceito de Processo 
Processo é um conjunto de atos coordenados, exercidos pelas partes do processo, que buscam uma 
mesma finalidade. Esse conjunto de atos são agrupamentos de atividades que são exercidas dentro 
do processo, e esses atos são coordenadas - organizados. 
Tendo em vista isso, a lei coloca dois momentos para se falar em um processo: ou por vez de fala, 
como por exemplo quando o réu se pronuncia, ou por que há uma urgência de manifestação. Junto 
a isso, a finalidade do processo é que o estado (judiciário) entregue o direito há quem o pertence, a 
sentença. 
A ciência processual fixou preceitos fundamentais que dão forma e caráter aos sistemas processuais, 
são os princípios, que representam os escopos sociais e políticos do processo e do direito. 
Existem princípios que se aplicam a qualquer sistema processual, são os princípios informativos do 
processo, os quais consistem em normas ideais que representam uma aspiração de melhoria do 
sistema processual. São divididos em: 
a) princípio lógico: seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar e descobrir a verdade e de 
evitar o erro; 
b) princípio jurídico: igualdade no processo e justiça na decisão; 
c) princípio político: o máximo de garantia social, com o mínimo de sacrifício individual da liberdade; 
d) princípio econômico: processo acessível a todos. 
Os princípios informativos, embora distintos dos princípios gerais, influenciam os mesmos, 
extrapolando o campo da mera deontologia (valores éticos), para agirem também na dogmática 
jurídica. Alguns princípios gerais podem ter aplicação diversa quanto estamos diante de um processo 
penal ou civil, por exemplo, no civil prevalece a verdade formal, já no penal, a verdade real. 
Os princípios gerais do processo encontram-se embasados, principalmente, na Constituição Federal. 
Contexto Histórico 
Os primeiros estudos datam do séc. XI, utilizando como material o direito romano e canônico, 
dedicado ao aspecto preponderantemente prático, exterior do processo (speculum iudiciali, Durandi, 
1271). Proliferam-se as “práticas” ou “praxe”, sem preocupação científica, mas meramente 
pragmática. 
Em seguida, a denominação do direito judiciário, ligado à designação romana do processo (iudicium) 
e a figura central do processo, o juiz, o judiciário. Tal nomenclatura recebe críticas por indicar demais 
(nem todo judiciário é processual) e por indicar de menos (o juiz não é o único sujeito processual). 
Hoje, por influência da doutrina científica alemã, passou à designação de direito processual. 
Obs.: Existe uma escola italiana e alemã que se fundem e visam uma efetividade (o estado tem que 
ser efetivo junto ao processo). 
Civil law e Common Law no Processo 
O sistema da civil law é de direito escrito enquanto o common law é de direito costumeiro, aplicado 
pela jurisprudência (com base dos precedentes judiciais). 
Commom law: Lei costumeira (ex: Inglaterra, o costume é a principal fonte). A lei é vista como apenas 
uma dentre as várias fontes. Seu papel não se sobrepõe as demais modalidades, como o costume, a 
jurisprudência e os princípios gerais. Ou seja, no sistema common law, os juízes e a função da justiça 
enfocam a pacificação dos litigantes através da reconciliação de seus objetivos diretos, imediatos. 
Pouco importando se a pacificação ocorrerá à luz da lei ou por outros critérios que sejam mais 
adequados ao caso concreto. 
A função primordial da justiça no common law é preservar a coesão e a solidariedade entre os 
membros da comunidade, interdependentes entre si. 
Civil law: A lei é a principal fonte do direito (é a nossa; baseada e fundamentada na lei escrita pois 
traz segurança jurídica). A lei prepondera como centro gravitador do direito. As outras fontes 
subordinam-se a lei, de forma mais ou menos acentuada. Ou seja, no sistema do civil law (como é 
nosso sistema jurídico) a jurisdição é estruturada basicamente com a finalidade de atuação do direito 
objetivo e, por isso, a administração da justiça adota o modelo hierárquico e centralizador. 
Os juízes são considerados a boca da lei (conforme se expressou Montesquieu) para justificar a ideia 
de que os poderes dos juízes decorrem da lei e à lei devem estar sempre subordinados. 
A justiça do civil law tem sido a justiça do rei, do soberano, do Estado, enquanto a justiça do common 
law é a justiça paritária, da comunidade. 
Nesse quesito, ou se tem uma teoria geral processual gerada pela common law, por um ativismo 
judicial, ou pela civil law, que é privativa da união, com exceção às legislações pertinentes ao 
estado/município (neste caso, os próprios serão responsáveis pela legislação). 
Obs.: Ativismo judicial é quando o estado exerce o Commom law. 
Obs.: A teoria geral processual brasileira indica que nosso sistema de direito é o civil law, ou seja, o 
direito segue as leis escritas. 
Quando se fala em processo, é necessário ter as fontes responsáveis por este, a natureza processual, 
ou seja, a jurisdição. São essas: analogia, uso e costumes, princípios gerais de direito, doutrina, 
jurisprudência e a lei. 
Qual é o conceito de Direito Processual e suas fontes? 
É definido como o ramo de direito público interno que disciplina e as regras relativas ao exercício da 
função jurisdicional do Estado. É ramo do direito público interno porque a função jurisdicional é uma 
das três funções essenciais do Estado Democrático de Direito e que emana da própria soberania 
nacional. 
A função jurisdicional continua sendo predominantemente exercida por juízes e tribunais, mas 
atualmente também se reconhece a pacificação dos litígios e a atuação da vontade da lei podem 
ocorrer por órgãos e sujeitos não-estatais, através dos meios alternativos de solução de conflitos, 
entre os quais a arbitragem e a justiça interna das associações (são os chamados equivalentes 
jurisdicionais de natureza contratual). 
As fontes do direito processual são os meios de revelação do conteúdo dos princípios, regras e 
normas que compõem o sistema processual. 
São fontes formais a Constituição Federal, as convenções e tratados internacionais, as leis federais 
ordinárias, as leis de organização judiciária e o regimento interno dos tribunais. 
Há ainda as fontes complementares como o costume, analogia, os princípios gerais do direito, além 
da jurisprudência e da equidade. 
O direito processual pátrio foi tradicionalmente guiado pelo princípio dispositivo, segundo o qual o 
juiz, mantendo-se equidistante, aguarda a iniciativa das partes no que se refere à afirmação dos fatos 
constitutivos de seu direito e a respectiva produção de provas. Então, o juiz decide segundo o alegado 
e provado pelas partes. 
Porém, há situações em que o magistrado deve deixar sua posição de inércia para quando necessário, 
tomar iniciativa na relação processual não apenas no que concerne ao regular andamento do feito, 
mas principalmente, para garantir uma decisão justa. 
Cumpre observar que a afamada expressão "ativismo judicial" possui uma dupla acepção. Esta tanto 
pode ser utilizada em um sentido material (relativa à construção de direitos pelo Poder Judiciário), 
bem como em um sentidoprocessual (e nesse ponto se contrapõe à ideia de princípio dispositivo). 
O grau de intensidade da intervenção do juiz no processo será maior ou menor conforme a natureza 
do interesse deduzido em juízo pelas partes. Assim, estando em jogo interesses indisponíveis, a 
princípio, caberá ao juiz exercer poderes ativos no processo com maior frequência do que em litígio, 
em que são disputados interesses disponíveis. 
A CF/88 ao restabelecer o Estado Democrático de Direito assegura uma série de garantias a todos 
litigantes. Contudo tais princípios constitucionais que regem a atividade jurisdicional irão aparecer 
de forma diversa, dependendo da relação jurídica de direito material que esteja sendo objeto de 
determinado litígio. 
A quem compete legislar sobre o direito processual? 
Compete à União legislar privativamente conforme o art. 22, I da CF/88. Ressalvada a hipótese do 
parágrafo único do art. 22, o que faculta que, autorizados por lei complementar federal, possam vir 
os Estados a legislar sobre as questões específicas de matérias de competência privativa da União. 
Quando será válida da lei processual no tempo? 
A regra é do art. 1.211 do CPC73 que dispôs sobre a eficácia no tempo do próprio CPC de 1973, 
quando de sua edição e, que efetivamente entrou em vigor em 01/01/1974. 
Assim, a nova lei processual se aplica aos processos pendentes, de forma imediata, salvo disposição 
expressa em contrário e, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada 
(inciso 36 do art. 5º da CF/88). 
Correspondente aos Arts. 1.045, 1.046 e 1.048 do CPC/2015. Houve controvérsia quanto ao começo 
de vigência do novo Codex, pois de acordo com o § 1º do art. 8ª da Lei Complementar 85/1998 
determina que o prazo de vacatio legis, conta-se incluindo o dia da publicação no Diário Oficial e o 
último dia do prazo, entrando, porém, portanto, a lei nova em vigência no primeiro dia útil 
subsequente. 
O Plenário do STJ, em sessão administrativa, definiu que o Novo Código de Processo Civil entrou em 
vigo em 18 de março de 2016. A decisão foi unânime. Portanto, como o novo Código de Processo 
Civil (Lei 13.105/2015)– publicado no dia 17 de março de 2015 –, pela Lei do ano civil e pela previsão 
constante do Código Civil o período de um ano encerra-se no mesmo dia e ano correspondentes do 
ano seguinte, ou seja, no dia 17 de março de 2016. 
Dessa forma, considerando-se a conjugação dos normativos, a contagem leva em consideração a 
inclusão da data da publicação (17/03/2015) e do último dia do prazo (17/03/2016), entrando em 
vigor no dia subsequente, qual seja, o dia 18 de março de 2016”. 
Quais são os três pilares da Teoria Geral do Processo? 
São os institutos da jurisdição, ação e processo. Se bem que para Cândido Rangel Dinamarco 
acrescenta a Defesa (formando a quadrilogia). 
Jurisdição é a função do Estado de dizer o direito em face do caso concreto; é necessário que tenha 
um Estado que exerça o processo. 
Ação é o direito de exigir do Estado do exercício da jurisdição; é direito abstrato garantido 
constitucionalmente, um direito que tem a parte de exercer sua pretensão e provocar o Estado 
através da jurisdição, buscando uma solução para o caso concreto. 
O direito de ação é independente do direito material invocado, é abstrato e de natureza subjetiva, 
sendo suficiente o interesse da parte. 
O Estado veda a autodefesa como regra, ou a justiça pelas próprias mãos, cabendo àquele que tem 
interesse jurídico subjetivo, procurar a esfera jurisdicional, através da ação, para ser apreciada a sua 
pretensão. 
A ação seria, então, um direito abstrato, exercível por quem tenha ou não razão, é genérico, pois 
sempre é igual, não varia, e tem sempre como sujeito passivo o Estado, que atuará em se 
pronunciando sobre um caso concreto. 
E, o processo é o meio, o instrumento através do qual se exerce a jurisdição. 
O processo constitui um complexo de direitos e deveres contrapostos, é relação jurídica que envolve 
as partes, seus procuradores, o juiz e, por vezes o Ministério Público, como fiscal da lei, objetivando-
se em atos desde o recebimento da petição inicial até a final prolação da sentença (protegida pelas 
normas procedimentais às quais estão todos subordinados, sob pena de nulidade). 
Aula 2 
Sociedade e Tutela jurídica. 
1 - Sociedade e direito: O brocardo ubi societas ibi jus, diz que enquanto houver sociedade haverá o 
direito, direito esse que exerce a função de controle social, permitindo que diferentes povos possam 
compartilhar do mesmo espaço e quando houver divergências ou algum dos membros da sociedade 
se sentir lesado, o judiciário estará apto para sanar o problema e assim restabelecer a paz social. Ou 
seja, a função primordial de preservação do direito é o controle social (quando a sociedade 
descumpre o direito, este é aplicado pelo estado judiciário). 
Obs.: O direito e a sociedade estão em pé de igualdade, no mesmo patamar. 
2 – Conflitos e insatisfações: Os conflitos surgem por dois motivos: seja porque aquele que poderia 
satisfazer a sua pretensão não a satisfaz, seja porque o próprio direito proíbe a satisfação voluntária 
da pretensão, gerando assim os conflitos. Na história da sociedade esses conflitos podem ser 
resolvidos de duas formas: seja quando o sujeito renuncia ao seu interesse (autocomposição) ou 
quando ele impõe seu interesse ao outro, objetivando proteger o mesmo (autotutela). 
Obs.: Como regra, a autotutela não é permitida no nosso ordenamento jurídico. Entretanto, em 
legitima defesa, estado de necessidade, desforço imediato, e outros, ela pode ser autorizada. 
3 – Da autotutela a jurisdição: A autotutela é a imposição da vontade de um sobre outrem, como 
por exemplo em um acidente de trânsito, um indivíduo impõe que o outro pague o conserto do 
veículo através de ameaças. Ela é sempre aplicada pelo Estado e pelo juiz, em busca de um controle 
social. Entretanto, ela só é utilizada pelo particular nas exceções, de maneira instintiva. Ou seja, ela 
surge de um instinto; o indivíduo tem o instinto de defender a si e a sociedade. 
A autotutela está diretamente relacionada com a história do direito. Nos primórdios do direito, 
aquele que pretendesse algo deveria por sua própria força conseguir (autotutela – lei de talião); em 
se tratando de autocomposição, ela aparece de três formas: desistência (renúncia a pretensão), 
submissão (renúncia à resistência oferecida à pretensão) ou transação (concessões recíprocas). 
Desistência (renuncia a pretensão): É quando há o direito de ressarcimento por um prejuízo, mas o 
indivíduo não o usa. 
Submissão (renuncia à resistência oferecida à pretensão): É quando o direito de ressarcimento é 
exercido por um indivíduo sob outro, e este segundo, acata sem pestanejar. 
Transações (concessões reciprocas): É o ato de fazer acordos. 
4 – A função estatal pacificadora (jurisdição): A função pacificadora do Estado conhecida como 
jurisdição, é na verdade a capacidade que o Estado tem, de decidir imperativamente e impor 
decisões, fazendo com que os indivíduos possam conviver em harmonia. Ou seja, ao sentenciar, o 
Estado fará uma ação pacificadora por praticar a justiça e a eficácia de sua decisão. 
5 – Meios alternativos de pacificação social: Uma vez que os meios tradicionais de exercício da 
jurisdição são em geral lentos e complexos (processos), não atingindo a função de paz social, surgiu 
a necessidade de incorporação de formas alternativas para resolução de conflitos de menor porte, 
levando em consideração a gratuidade, simplicidade, acessibilidade, surgindo daí a conciliação e a 
mediação. (isto é um instituto novo criado como meio alternativo para a solução de conflitos de 
menor porte – ações até 40 salários-mínimos) 
O primeiro surge como um meio pelo qual se busca uma solução pacífica do problema, já o segundo, 
é um meio pelo qual as partes são orientadas para solucionar seus problemas, podendo a conciliação 
ser uma consequência. 
Lei 9.099/95– Dispõe sobre os juizados especiais cíveis e criminais e d´outras providencias. 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de conflitos, responsáveis pela 
realização de sessões e audiências de conciliação e mediação e pelo desenvolvimento de programas 
destinados a auxiliar, orientar e estimular a autocomposição. 
6 – Autotutela, autocomposição e arbitragem no direito moderno: Como já se sabe, a autotutela é 
proibida por nosso ordenamento, porém existem alguns casos em que ela é autorizada, entre eles 
podemos citar: legítima defesa e estado de necessidade, desforço imediato, dentre outros, isso 
porque nem sempre o Estado-juiz estará presente para resolver todos os entraves. 
Como regra, a autocomposição é aplicada ao direito, com exceção de casos onde as partes não 
querem se compor, ou por que a lei não permite. Já a autotutela, é proibida em nosso ordenamento 
jurídico com exceção à legitima defesa, estado de necessidade, desforço imediato, e outros. 
Legitima defesa: A legitima defesa, de acordo com o CP, ocorre quando a pessoa, em defesa própria 
ou de terceiros, utiliza-se moderadamente dos meios necessários para repelir uma injusta agressão. 
Estado de necessidade: É uma causa de exclusão de ilicitude, ou seja, caso esteja presente, retira-se 
o caráter antijurídico que se é atribuído a um fato tipificado como crime. 
Desforço Imediato: consiste no direito de autoproteção da posse no caso de esbulho, de perda da 
posse. A lei apenas permite o desforço imediato se a vítima do esbulho agir imediatamente após a 
agressão ou logo que possa agir. 
A autocomposição é autorizada, porém essa autorização não recai sobre todos os bens. Em se 
tratando de direitos da personalidade, é totalmente renegado o direito de autotutela. 
A arbitragem aparece como uma forma rápida para resolução de conflitos, nela as partes elegem um 
arbitro que terá a função de juiz e responderá como servidor público no momento da arbitragem. 
Esse terá o poder de decidir, devendo sua ordem ser acatada. Nessa modalidade de solução não cabe 
recurso, somente se ficar constatado corrupção do arbitro, assim sendo, os sujeitos renunciam ao 
direito ao duplo grau de jurisdição. 
Lei 9.307/96 – dispõe sobre a arbitragem. 
7 – Controle jurisdicional indispensável: Diz que existem conflitos jurídicos que não conseguem ser 
resolvidos se não forem para o judiciário; Não é permitido caminho diverso da jurisdição estatal a 
certas pretensões. Isso Ocorre devido ao grau altíssimo de indisponibilidade destas, como no caso 
das pretensões penais, onde é indispensável a presença do estado para resolução de problemas 
devido ao alto grau de indisponibilidade destas, e das não-penais de regime semelhante ao do 
casamento. Ambas são regidas pelo princípio “nulla poena sine judicio” (a pena não pode ser aplicada 
sem processo anterior), tal princípio é encarado por dois aspectos: (I) Proibição da autotutela do 
Estado (II) Proibição de autocomposição (entre Estado e acusado). 
O Brasil admite, porém, a transação em matéria penal quando o acusado se submete 
voluntariamente à pena não privativa de liberdade, antes da instauração do processo, por proposta 
do Ministério Público. Ou seja, o ministério público, como representante da sociedade, é o titular da 
ação penal. 
Ex: Em um divórcio, o fato de existir menor ou incapaz no processo classifica-o como grau altíssimo. 
Ou seja, o fato de envolver menor ou incapaz no processo que o classifica como grau altíssimo. Caso 
não haja a presença de um destes o divórcio não precisa ser feito no judiciário, e sim no cartório. 
8 – Acesso à justiça: Seja nos casos de jurisdição indispensáveis, seja nos casos em que não houver 
solução pacífica do conflito, o acesso à justiça deve ser o maior possível, ele não se dará somente 
levando o caso a conhecimento do Estado-juiz, para que o acesso à justiça seja mais efetivo, é preciso 
que haja uma maior participação das partes (demandando ou defendendo-se). Abaixo será listado 
quatro principais óbices do acesso à justiça na atualidade (críticas ao sistema judiciário): 
8.1 A admissão ao processo: É preciso fazer com que mais pessoas tenham um maior acesso ao 
processo legal, seja reduzindo seus custos, seja eliminando o caráter individualista da ação (ações 
públicas). Ou seja, o Estado deveria ser mais receptível. 
8.2 O modo-de-ser do processo: O processo deve ser respaldado pelo devido processo legal, ou seja, 
sua forma deve ser devidamente respeitada, assim como o princípio do contraditório, fazendo com 
que as partes sejam ouvidas pelo juiz, a fim de ser proferida uma sentença justa. Ou seja, o processo 
deveria respeitar muito mais o cumprimento da lei e o contraditório entre as partes. 
8.3 A justiça das decisões: A decisão deve ser o mais justa possível, dessa forma se ocorrer dúvida 
entre a interpretação do texto da lei, o juiz deve procurar aquele que seria mais justo. 
Obs.: 4º mandamento dos 10 mandamentos de Eduardo Couture “O seu dever é lutar pelo Direito; 
porém, quando encontrar o Direito em conflito com a Justiça, lute pela justiça”. 
8.4 Efetividade das decisões: O que for decidido em sentença final deve ser efetivamente aplicado, 
assim se for condenado o pagamento de multa diária, o juiz deverá fazer com que esse pagamento 
seja cumprido, podendo em alguns casos até chegar à prisão (devedor de alimentos por exemplo). 
Art. 4° do CPC – As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, 
incluída a atividade satisfativa. 
Processo e o Direito Processual. 
O Processo é instrumento de provocação da jurisdição, que, na maioria dos casos, serve à realização 
do direito material, seja por meio de sua reparação, seja por meio de sua preservação, seja por meio 
de seu acertamento. Ou seja, seja qual for a condição que eu quero buscar, eu tenho a proteção do 
processo. 
O Direito Processual, conforme Ada Pelegrini, é o conjunto de normas e princípios que regem o 
exercício da jurisdição. Ou seja, determina as bases para os procedimentos judiciais e extrajudiciais. 
Nesse sentido, portanto, o Direito Processual Civil é a segmentação que regula os procedimentos de 
Direito Civil. 
Permite assim, que os conflitos de interesses de natureza civil – discussões acerca de Direito material 
civil – sejam atendidos conforme padrões formais, previamente estabelecidos, pelo judiciário. 
Resguarda, portanto, o direito de ação das partes da relação. Mas também garante que ambas 
tenham suas alegações apreciadas em uma igualdade formal. 
Por fim, as normas de Direito Processual Civil são aplicadas subsidiariamente a outras áreas do 
Direito, como o Direito Penal e o Direito do Trabalho. 
Aula 3 
Direito material e Direito processual 
Direito material: Segundo a obra literária Teoria Geral do Processo de Antonio Cintra, Ada Grinover 
e Cândido Dinamarco Direito Material (direito objetivo) pode ser conceituado como: “O corpo de 
normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, penal, 
administrativo, comercial, tributário, trabalhista etc.)” 
Assim, podemos dizer que o direito material são os bens jurídicos que são titulados por uma pessoa. 
Quando se trata de direito material, a relação de vida em sociedade exige que se tenha leis que vão 
reger essa vida em sociedade. 
Eu só busco o direito material quando é necessário resguardar a vida em sociedade. 
 
Direito Processual: A mesma obra diz que o Direito Processual é o - “complexo de normas e princípios 
que regem tal método de trabalho, ou seja, o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-juiz, da 
ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.” 
Em outras palavras, o direito processual é um conjunto de normas e princípios que regulamentam a 
maneira da aplicação do direito material. 
O direito processual e o direito material caminham juntos diante de uma situação de conflito de 
interesses(lide). Sendo o direito processual um instrumento que tem como função servir ao direito 
material que por sua vez carrega os fundamentos do direito. 
Ou seja, o direito processual e o direito material se juntarão quando houver uma pretensão resistida, 
um conflito de interesse, gerando a lide. 
Obs.: Não há hierarquia entre o direito material e o direito processual. 
Distinção entre o direito material do direito processual, é que este diz respeito: 
a) às relações dos sujeitos processuais; 
b) à posição de cada um deles no processo; 
c) à forma dos atos processuais; 
d) não se refere aos bens da vida que é objeto (interesse primário) 
O direito processual é um instrumento a serviço do direito material, visando garantir sua autoridade 
e eficácia. 
Evolução direito processual: 
Se tratando de direito processual, é visível uma evolução, no decorrer de todo o período histórico. 
Na Roma antiga os processos eram puramente orais, o que deixava o processo ágil, porém, existia 
uma grande insegurança nos recursos por não existirem documentos que registrassem as decisões. 
Posteriormente, os processos passaram a ser escritos, o que aumentou a segurança jurídica e o 
tempo para resolução. 
Foi então que surgiu o modelo processual que se utiliza hoje no Brasil, onde parte do processo é 
realizado através da escrita e parte realizado através de reuniões entre as partes e o juiz, chamadas 
de audiências. Este modelo é teoricamente o mais eficiente pois nele existe documentação 
comprovando os fatos e também o diálogo entre as partes o que facilita uma melhor decisão. 
Ou seja, se iniciou em Roma de forma oral, se transformou na forma escrita, e depois mesclou (forma 
oral – audiências; forma escrita- petições) 
Evolui para satisfazer melhor as pretensões das partes. 
Evolução do direito material: 
A evolução do direito material se dá de uma maneira diferente, suas modificações ocorrem a partir 
de circunstâncias históricas que marcam a existência da sociedade, trazendo direitos e deveres em 
um formato escrito através da constituição e de leis infraconstitucionais (lei abaixo da constituição) 
(Essa lei tem que ser um anseio da sociedade.) 
Um exemplo é a revolução francesa, que representada pelo pelos burgueses trouxe direitos hoje 
guardados pela constituição como o direito a igualdade entre os cidadãos, liberdade e de 
propriedade, onde é possível localizar no Artigo 5º da Constituição Federal “Todos são iguais perante 
a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade...” 
lembrando que este é apenas um exemplo, pois o direito material pode ser encontrado em qualquer 
lei do ordenamento jurídico. 
Funcionamento: 
Quando se tem qualquer direito violado, é necessário informar ao Estado, para que assim se possa 
dar início a união do direito processual e do material. 
O direito processual diz como o processo deve tramitar, mostrando às partes quem é o responsável 
pelo julgamento, quais os possíveis meios de provas, os prazos para manifestações e todas as etapas 
do processo, enquanto o direito material se preocupa com o bem jurídico que foi violado, e onde 
está enquadrado no ordenamento jurídico, a partir dele que o advogado a realiza a defesa de seu 
cliente. 
Obs.: O estado é inerte. O poder judiciário não sai de dentro dos tribunais. Ele precisa ser provocado. 
Divisões do Direito Processual 
O Direito Processual possui algumas divisões: Direito Processual Civil; Direito Processual Penal; 
Direito Processual do Trabalho; Direito Processual Constitucional; Direito Processual Administrativo. 
Eficácia da lei processual no tempo e no espaço: 
Quanto ao espaço, a lei processual é regulada pelo princípio da territorialidade. Assim, a lei 
processual tem eficácia em território nacional. Isto, porque a norma processual tem por objeto 
disciplinar a atividade estatal (jurisdição), e essa atividade é manifestação do poder soberano do 
Estado, desse modo, não poderia ser regulada por leis estrangeiras. 
No tempo, as leis processuais estão reguladas na Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro – 
LINDB (Decreto-Lei no 4.657/1942). Assim, em regra, começam a viger após o período de vacatio legis 
(quarenta e cinco dias depois de publicada). 
A lei processual terá validade imediata e geral “respeitando o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e 
o direito adquirido” (LINDB Art. 6º). 
Ainda com relação ao tempo, o Brasil adota o sistema do isolamento dos atos processuais. Assim, a 
lei processual tem validade geral e posterior, não retroagindo. Dessa forma os atos processuais 
praticados na vigência da lei antiga não serão afetados pela lei nova (a regra), salvo no processo penal 
para beneficiar o réu (exceção). 
Obs.: Só pode desvincular o direito material do direito processual, se essa estrutura de desvinculação 
acontecer a partir do momento em que se identifica uma posição única/própria/exclusiva. 
Aula 4 
Interpretação da lei processual 
Método gramática: como as leis são feitas de palavras o intérprete deve analisá-las de acordo com a 
forma que são escritas. 
Método lógico-sistemático: o nosso ordenamento é feito de leis de toda natureza, os dispositivos 
legais não são interpretados de forma isolada, mas sim de acordo com todo o ordenamento, portanto 
esse método usamos quando analisamos uma lei levando em conta outra lei. 
Método histórico: como a lei é criada durante a nossa história, analisamos a lei de acordo com a 
vontade do legislador no momento em que criou a lei atendendo aos anseios da sociedade da época. 
Método comparativo: os diversos ramos do direito podem enfrentar problemas idênticos ou 
analógicos, logo a lei e a decisão a serem aplicados são usadas em comparação para solucionar o caso 
concreto. 
Método declarativo: é aquele que atribui a lei o exato significado das palavras que a expressam. 
Método extensivo: quando a interpretação da lei leva a aplicação em casos que não estão 
expressamente em seu texto. 
Método restritivo: é a interpretação que limita o âmbito de aplicação da lei a um círculo mais estrito 
de casos do que o indicado pelas suas palavras; 
Método ab-rogante: diante de uma incompatibilidade absoluta e irredutível entre dois preceitos 
legais ou entre um dispositivo de lei e um princípio geral do ordenamento jurídico, conclui pela 
inaplicabilidade da lei interpretada. 
Lei e ordenamento jurídico são coisas diferentes: 
Enquanto no ordenamento não existem lacunas, haja vista que sempre em algum ramo do direito 
haverá uma norma aplicável ao caso concreto, a Lei não é igual. 
Por mais criativo e imaginário que o legislador pudesse ter sido ao criar uma determinada lei ele não 
poderia prever todas as situações a que ela teria de disciplinar. 
Mas se num caso concreto acontece uma lacuna o que acontece? Fica sem julgamento? Extingue o 
processo? 
O juiz não se exime de sentenciar ou despachar alegando lacuna ou obscuridade da lei. 
Por isso para preencher as lacunas deixadas pelo legislador o direito processual utiliza a analogia, 
usos e costumes, doutrina, jurisprudência e os princípios gerais de direito. 
Interpretação quanto ao resultado: 
Restritiva: quando a norma processual é interpretada para menos do que aquilo que ela determina. 
Extensiva: é aquela que permite combinar e ampliar o alcance da norma. Conjugar as possibilidades 
para além de uma norma processual. 
Especificada: significa afirmar o que está escrito na norma. 
Lei processual no espaço: 
Territorialidade: O processo se aplica nos limites do território nacional (Princípio da Territorialidade). 
Isso não significa que o processo é extremamente fechado e que não poderá interagir com 
autoridades e direitos de territórios internacionais. 
Extraterritorialidade: é uma regra de direito material que pode refletir dentrodo território Brasileiro, 
são fatos ou crimes praticados no exterior só que são sujeitos à lei brasileira. 
Lei processual no tempo: 
Validação dos atos processuais 
Processos em curso: A lei entra em vigor imediatamente se aplicando inclusive para os processos que 
estão em curso. 
Cessação da lei processual: ocorre a cessão da lei em dois casos: quando uma lei é revogada por outra 
lei (expressa) e quando a matéria é tratada de maneira diversa por outra legislação (implícita). 
Aula 5 
Princípios constitucionais no processo 
1- Princípio do devido processo legal (art. 5° LIV CF): 
O devido processo legal é o princípio que constitui a base de todos os demais; o gênero do qual os 
outros são espécie. 
O princípio obriga que se respeitem as garantias processuais e as exigências necessárias para a 
obtenção de uma sentença justa e célere. Ou seja, é o princípio que define o regramento das 
atividades do judiciário para que seja entregue uma justiça ágil. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos 
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à 
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
 
2- Princípio da isonomia: 
 
Art. 5º, caput e I, CF art. 7º, CPC - Isonomia é a necessidade de dar às partes tratamento igualitário 
em relação ao exercício de seus direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos 
deveres e à aplicação de sanções processuais (as partes envolvidas no processo tem que receber 
tratamento igualitário). 
 
Significa restabelecer o equilíbrio entre as partes, e possibilitar a sua livre e efetiva participação no 
processo, como corolário do princípio do devido processo legal. Também constitui isonomia 
assegurar acesso dos menos favorecidos numa condição de igualdade processual com os que 
possuem maior força econômica, política ou social. 
 
É preciso que esta igualdade seja substancial, não formal. Isto é: tratam-se os iguais igualmente e os 
desiguais, desigualmente. Para reequilibrar a relação, a lei consagra uma série de medidas protetivas 
à parte mais vulnerável — o consumidor, por exemplo. Da desigualdade formal advém a igualdade 
substancial. -> Igualdade substancial dos litigantes. 
 
Isonomia Formal: tratar os iguais de forma igual Isonomia Material: tratar os desiguais de maneira 
desigual (equação de igualdade) 
 
Sendo assim, o juiz deve conduzir o processo de maneira tal que garanta a igualdade das partes, 
dando-lhes as mesmas oportunidades de manifestação. 
 
Dois exemplos são a assistência judiciária, que permite a quem não tem condições econômicas valer-
se da assistência jurídica gratuita, e os privilégios de prazo, recebidos pelos escritórios de prática 
jurídica das faculdades de direito reconhecidas na forma de lei (art. 186, CPC). 
 
3- Princípio do contraditório: 
 
Art.5º, LV, CF arts. 9 e 10, CPC – É o princípio de defesa. O contraditório exige que se dê ciência ao 
réu da existência do processo e, às partes, dos atos que nele são praticados. As partes têm o direito 
de ser ouvidos e de expor ao julgamento sua argumentação. 
 
Há uma diferença entre o contraditório no processo civil e no penal. Neste, é preciso a defesa 
suficiente e técnica, sob pena de nulidade. Naquele, há menor amplitude; se a parte não desejar 
defender-se, não cabe ao juiz forçá-la. 
 
Não há ofensa ao princípio do contraditório na concessão de liminares inaudita altera parte (sem ouvir 
a outra parte), pois elas pressupõem situação de urgência e apenas postergam o contraditório, sem 
suprimi-lo. 
 
Também não há ofensa na produção de sentença de improcedência liminar do pedido (art. 332, CPC). 
Não se justificaria que o processo prosseguisse quando já se sabe qual será o resultado. Além disso, o 
réu não sofre nenhum prejuízo. 
 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, 
julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1º O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a 
ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos 
do art. 241 . 
§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, 
se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 
15 (quinze) dias. 
 
Outra questão relevante ao contraditório é a da prova emprestada, que consiste em trazer a um 
processo prova que tenha sido produzida em outro. 
 
A prova deve ser realizada sob o crivo do contraditório, cientificando a outra parte e dando-lhe 
oportunidade para manifestação. Por isso, a prova emprestada não pode ser utilizada a menos que as 
partes nos dois processos sejam as mesmas ou se aquele que não participou da produção de prova no 
processo anterior concordar com seu uso. 
 
Gonçalves cita o exemplo do acidente de trabalho. O trabalhador acidentado pode postular um 
benefício acidentário em face do INSS e, simultaneamente, buscar indenização do patrão que tenha 
agido com culpa. Em ambas as ações há necessidade de produção de prova pericial médica que apure 
a extensão da incapacidade da vítima. Como as partes não são as mesmas, sendo em uma o INSS e o 
trabalhador e em outra o patrão e o trabalhador, o patrão deve consentir com o uso de prova 
emprestada da ação com pedido incidentário. No entanto, caso a prova seja desfavorável ao 
trabalhador, o patrão não precisa de seu consentimento para produzir prova emprestada, já que o 
trabalhador participou da outra ação. 
 
4 – Princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional: 
 
Art. 5º, XXXV, CF - A inafastabilidade do controle jurisdicional proíbe a lei de excluir da apreciação do 
Judiciário lesão ou ameaça a direito. Garante a todos o acesso à justiça para postular e defender seus 
interesses por meio do exercício do direito de ação, obtendo pronunciamento judicial. 
 
Impede que o legislador restrinja o acesso à ordem jurídica ou ao ordenamento justo, bem como 
impõe ao juiz o dever de prestar a jurisdição, isto é, garantir a tutela efetiva, a quem detenha uma 
posição jurídica de vantagem, sendo vedado o non liquet, e constitui garantia para as partes que 
existem ao lado das condições de procedibilidade para o exercício do direito de ação. 
 
Este direito sofre limitações que não o ofendem, de ordem processual. Quem não tem legitimidade 
ou interesse é carecedor de ação e não receberá do Judiciário resposta de acolhimento ou rejeição de 
sua pretensão. 
 
Não se impõem, no entanto, restrições que dificultem o acesso à justiça e não sejam de ordem 
processual. Não é lícito, por exemplo, condicionar a garantia da ação ao esgotamento das vias 
administrativas — salvo a hipótese do art. 217, § 1º, da CF. 
 
5- Princípio da garantia do juiz natural: 
 
Impede que as partes possam escolher, a seu critério, o julgador que irá apreciar a sua pretensão. Não 
há escolha do juiz de acordo com o arbítrio e a vontade das partes. A causa deve ser apreciada por 
órgão judicial que já exista no momento do litígio e que tenha sua competência preestabelecida pela 
CF e por lei. 
Não constituem ofensa ao princípio da imparcialidade do juiz a possibilidade de modificação de 
competência estabelecida em lei, como a conexão, e a alteração de competência absolutaou por 
supressão do órgão jurisdicional (art. 43, CPC). 
 
O juiz competente segundo a Constituição. Isso significa que a competência para o julgamento deve 
ser predeterminada pelo Direito. O termo “juiz legal” poderia ter sido adotado, mas a doutrina 
consagrou a alcunha “juiz natural”. Possui o intuito de evitar os odiosos tribunais de exceção que já 
se apresentaram nas ditaduras e garantir que não haverá nenhum tipo de ingerência na escolha do 
juiz que julgará a causa. 
 
6 – Princípio da publicidade dos atos processuais: 
 
Arts.5º, LX e 93, IX, CF, Arts. 11 e 189, CPC - A publicidade é necessária para que a sociedade possa 
fiscalizar seus juízes. Preserva-se, com isso, o direito à informação. No entanto, quando houver 
interesse público envolvido ou quando a divulgação possa trazer danos às partes, justifica-se a 
imposição de restrições à publicidade — que não se aplicam às partes do processo e a seus 
procuradores. 
 
Significa que, em regra, o processo deve ser público e, apenas excepcionalmente, sigiloso — quando 
houver expressa previsão legal, notadamente, quando a defesa da intimidade ou do interesse público 
o exigirem. 
 
Excepcionalmente teremos o segredo de justiça – Ex: para proteger os interesse de menor ou 
proteger determinada peça processual (sigilo bancário). 
 
7- Princípio do duplo grau de jurisdição: 
 
Não há na CF exigência expressa do duplo grau de jurisdição. O princípio decorre do sistema 
constitucional, que prevê a existência de tribunais que julguem recursos. 
 
A possibilidade de que as decisões judiciais venham a ser analisadas por um outro órgão assegura que 
estas, quando equivocadas, sejam revistas, o que imbui o juiz de maior responsabilidade. 
 
Existem diversas hipóteses em que o duplo grau não ocorre, como os casos de competência originária 
do STF e os em que o tribunal possa apreciar o mérito (art. 1.103, CPC). 
 
8 – Princípio da razoável duração do processo art. 5°, LXXVIII, CF, art. 4°, CPC: 
 
Um dos entraves mais problemáticos ao funcionamento da justiça é a demora no julgamento dos 
processos. O princípio de razoável duração do processo é dirigido ao legislador, para que editem leis 
que não atravanquem e que acelerem o andamento do processo; ao administrador, para que cuide 
da manutenção dos órgãos judiciários; e aos juízes, que devem diligenciar para que o processo 
caminhe a uma solução rápida. 
 
Busca-se uma obtenção dos melhores resultados com a máxima economia de esforços, despesas e 
tempo. Um exemplo é a adoção das súmulas vinculantes. Outro é o art. 1.048 do CPC, que estabeleceu 
prioridade de tramitação para processos em que a parte ou interessado é maior de 60. 
 
A resolução das demandas administrativas e judiciais em tempo hábil traz maior fluidez à máquina 
estatal e os efeitos da morosidade não se prolongam indefinidamente, causando prejuízos 
econômicos e sociais. A razoável duração do processo tem como características: a universalidade; a 
limitabilidade; a cumulatividade; a irrenunciabilidade. 
 
Princípios infraconstitucionais 
 
1- Princípio do dispositivo: 
 
Art. 370, CPC - Mesmo nos processos que versam sobre interesses disponíveis, há sempre um 
interesse público subjacente. Assim, a iniciativa da investigação dos fatos e produção de provas segue, 
no processo penal, o princípio inquisitivo, que busca a verdade real e dá ao juiz a capacidade de 
conduzir a produção de provas, não sendo mero espectador. 
 
Já no processo civil, a busca era pela verdade formal, do princípio dispositivo. O juiz decidia de acordo 
com os elementos instrutórios trazidos pelas partes, não tendo poderes para determinar outras 
provas. 
 
Na atual dinâmica do processo civil, ampliam-se as capacidades do juiz, que deve ter participação ativa 
— indeferindo provas impertinentes e desnecessárias e determinando as que pareçam necessárias 
para um julgamento mais justo. 
 
Não se pode mais afirmar, portanto, que o processo civil seja genericamente regido pelo princípio 
dispositivo. No que toca a produção de provas, mais vale o princípio inquisitivo, tendo o magistrado a 
possibilidade de investigar e determinar livremente as provas que entender pertinentes. 
No entanto, o atual CPC também dá muito mais amplitude dispositiva ao permitir, nos processos que 
admitem autocomposição, que as partes convencionem mudanças ao procedimento para ajustá-lo às 
especificidades da causa. 
 
2- Princípio da persuasão racional: 
 
Art. 371 e 489 do CPC - Não há uma hierarquia de provas. O juiz apreciará a prova observando o que 
conste dos autos, mas, ao proferir a sentença, deve indicar os motivos que lhe formaram 
o convencimento. Isto surge da necessidade de controle da atividade jurisdicional. 
 
Existe tese de que estas especificações cerceariam o livre convencimento motivado assegurado ao juiz 
pelo art. 93, IX, da CF, sendo inconstitucionais. É evidente, no entanto, que não há cerceamento e sim 
especificação das motivações já previstas no livre convencimento motivado. Há toda uma discussão 
neste respeito, movimentada pelos magistrados mais preguiçosos do país. 
 
3 - Princípio da oralidade: 
 
Arts. 139, 370 e 456, CPC - Com a evolução do princípio, a “oralidade” passou a significar a necessidade 
de o julgador aproximar-se o quanto possível da instrução e das provas realizadas ao longo do 
processo. O julgador deve colher diretamente a prova e estar, pelo contato direto que manteve com 
as partes e testemunhas, mais apto a julgar. 
4 – Princípio da boa-fé está associada à lealdade processual: 
 
E à necessidade de respeito a todos aqueles que participam do processo. 
 
O CPC atual eleva a boa-fé à categoria principiológica, de norma fundamental do processo civil. Seu 
art. 80 enumera as hipóteses em que haverá litigância de má-fé; além deste, outras menções, como a 
do art. 322, dão maior concretude à exigência. 
 
5 – Princípio da cooperação: 
 
Art. 6º e 357, CPC - O princípio da cooperação é desdobramento da boa-fé e da lealdade processual. 
Exige-se que as partes colaborem para que o processo evolua adequadamente. 
 
Aula 6 
 
 
Método pelo qual atua a jurisdição: depende da postulação da parte. O processo civil é o ato de 
entregar ao estado o poder de dizer o direito, mas para que este o faça, a parte tem que ir até ele e 
apresentar a sua pretensão de direito. 
Acertamento de direito: para que o juiz possa acertar o direito e consequentemente aplicar a justiça, 
é necessário e obrigatório que ele faça o processamento da ação para que esteja convicto da 
sentença judicial. Ou seja, entre a petição inicial do autor e o ato de sentença do juiz que coloca fim 
ao processo, existem todas as atividades de conhecimento do estado-juiz para que ele chegue à 
sentença de mérito. 
• Sentença de mérito – é o objeto da causa, é a razão pela qual o processo existe; 
• Processo cognitivo - processo de conhecimento, onde há toda uma estrutura processual a ser 
seguida pelo estado-juiz para que este chegue a uma sentença de mérito. 
Há uma diferença dentro do processo civil entre processo de conhecimento e processo de execução. 
A diferença existente é a rapidez que o processo ganha quando se difere uma situação de outra; 
Título executivo extra judicial: o processo de execução elimina a fase do processo de conhecimento, 
ele vai direto ao ato final. ex: ação de execução de um cheque sem fundo. Quando um indivíduo dá 
um chegue sem fundo, parte-se da presunção de que seus bens serão penhorados caso ele não o 
pague após 3 dias da intimação. 
Título executivo judicial: é a sentença condenatória transitada e julgada. Ex: uma ação pleiteada no 
valor de 10 mil reais. O juiz julgou procedente a ação que transitou em julgado (acabou os recursos), 
efetivando a sentença condenatória. Após isso, inicia-se a fase da execução (cumprimento da 
sentença). 
Determinação do procedimento: Exemplo: crédito insatisfeito (título não pago) é ação executiva. 
Direito contestado – tem que separar os três procedimentos previstos pelocódigo de processo civil 
(comum, o de execução e o especial). 
 
 
Conceitos presentes na ceara do direito processual civil 
Ação Direito conferido a todas às pessoas, de requerer a eliminação do conflito de 
interesses. 
Jurisdição Poder conferido ao Estado, de resolver os conflitos de interesses. 
Lide Conflito de interesses, briga, divergência, como a invasão de um imóvel, a 
infidelidade conjugal, o não pagamento de aluguéis, o atropelamento de 
pessoa na via pública, a colisão entre dois veículos. 
Processo Instrumento utilizado pelo Estado para resolver os conflitos de interesses. 
Procedimento Forma como os atos são praticados no curso do processo. 
 
Aula 7 
Jurisdição: conceito, escopos e espécies 
Conceito: 
No dizer de Wambier, Almeida e Talamini, jurisdição, no âmbito do processo civil, é a função de 
resolver os conflitos que a ela sejam dirigidos, seja por pessoas naturais, jurídicas ou entes 
despersonalizados, em substituição a estes segundo as possibilidades normatizadoras do Direito. 
Já no dizer de Galeno Lacerda, apresentada por Carneiro, jurisdição é a atividade pela qual o Estado, 
com eficácia vinculativa plena, soluciona a lide declarando ou realizando o direito em concreto. Trata-
se, pois, de atividade pela qual o Estado-Juiz, em substituição às partes, e com desinteresse na lide 
decide a quem cabe o direito, declarando-o ou fazendo-o ser concretizado, possuindo poderes 
coercitivos para tanto. Neste mister, o Estado-Juiz emprega a legislação, produto do Poder 
Legislativo, como fonte fim para a atividade jurisdicional. 
Escopo: 
Segundo Giuseppe Chiovenda o escopo da jurisdição consiste na atuação da vontade concreta da lei 
por meio da substitutividade das partes, portanto, na substituição da atividade privada pela pública. 
Já Marco Tullio Zanzucchi leciona que o escopo da jurisdição possui duas divisões, uma imediata e 
outra mediata. A primeira consiste na realização dos interesses que ficaram insatisfeitos, e no 
mediato em razão da integração do direito objetivo. Verifica-se, pois, que a jurisdição, harmonizando 
os doutos referidos, teria por objetivo substituir as partes e satisfazer a pretensão da parte, ao 
mesmo passo que reintegrar a eficácia do direito objetivo, ou seja, assegurar ao pretendente aquilo 
que lhe seria por direito se a lei fosse respeitada. 
Características: 
Antes mesmo de falar sobre as espécies de jurisdição, de todo salutar mencionar com brevidade 
algumas características que se podem extrair da conceituação e do escopo da jurisdição. 
De pronto verifica-se que a jurisdição age por provocação, ou seja, é naturalmente inerte, 
dependendo de que o interessado numa tutela jurisdicional a requeira perante o Estado-Juiz. 
A jurisdição consiste ainda numa atividade pública, monopólio do Poder Judiciário. Embora haja 
decisão de contenciosos administrativos, estas não impedem a atuação ou exercício da atividade 
jurisdicional (art. 5º, XXXV, CF/88). 
Outra importante característica da jurisdição é a sua atividade substitutiva, ou seja, para realizar a 
vontade concreta da lei, o Estado-Juiz substitui as partes para uma solução possível à lide. Desta 
característica nasce outra, qual seja, a da indeclinabilidade da atividade jurisdicional, que dever ser 
exercida por um juiz natural, o investido e competente para solucionar aquela demanda. 
Também de suma importância, senão distintiva, consiste na característica de a jurisdição possuir 
autoridade de coisa julgada (formal e material), atributo específico da atividade jurisdicional. 
Espécies: 
A jurisdição segundo a doutrina, possui duas grandes espécies, quais sejam: a contenciosa e a 
voluntária. A doutrina tem apresentado a jurisdição contenciosa segundo uma classificação ou 
divisão assim delimitada: Jurisdição Comum e Jurisdição Especial. 
A jurisdição comum divide-se em civil e penal. incluso na civil as demandas de natureza comercial, 
previdenciária e administrativa. A Jurisdição Comum possui âmbito de atuação nas esferas federal, 
estadual e distrital. 
A Jurisdição Especial divide-se em trabalhista, militar e eleitoral. Destas, a jurisdição trabalhista é 
exclusivamente federal, pertencente à Justiça Federal, ressalvado casos onde não haja cobertura por 
esta justiça especializada, ocasião em que o juiz estadual comum desempenhará as funções própria 
do magistrado trabalhista. 
Todas estas jurisdições possuem primeira e segunda instâncias, possibilitando análise das decisões 
pelos Tribunais Superiores competentes a cada decisão conforme a matéria tratada (STJ, TST, STM, 
TSE, STF). 
Os doutrinadores ainda têm publicado substancial material acerca da Jurisdição Voluntária. 
Entretanto, têm-se entendido não ser esta nem jurisdicional nem voluntária. 
Marinoni, leciona que jurisdição voluntária não é jurisdição, posto que exerce atividade 
administrativa, ou seja, a administração pública dos interesses privados. Ensina ainda que esta não 
objetiva uma lide, o Estado-Juiz não substitui as partes, mas insere-se com estas e que a jurisdição 
voluntária não visa a constituição de uma situação jurídica nova ou a atuação da vontade concreta 
do direito. 
Ademais, não possui coisa julgada, e no dizer de Eduardo Couture, sem coisa julgada não há 
jurisdição, atributo particular desta. Destarte, não há como negar as deficiências da jurisdição 
voluntária para uma concepção do que venha a ser Jurisdição.

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