Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Professor: Alexandre Vargas Grillo IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo INTRODUÇÃO Trata-se de um estudo/roteiro de cinética e cálculo de reatores, que tem como objetivo principal ser um guia para alunos/acadêmicos que estão iniciando o estudo desta disciplina: Cinética e Cálculo de Reatores. PARTE TEÓRICA 1) CONCEITOS BÁSICOS 1.1) Velocidade de Reação e Constante de Velocidade de Reação Nas reações utilizadas neste roteiro, tomamos como base de cálculo a espécie A, que é um dos reagentes que está sendo consumido na reação e, normalmente, é o reagente limitante. A velocidade da reação, -rA, é equivalente à taxa de consumo de A por unidade de volume, ou seja, é o número de moles do reagente consumido por unidade de tempo por unidade de volume. Esta velocidade é dependente da temperatura e da composição do sistema, podendo ser escrita, muitas vezes, como sendo o produto entre uma constante de velocidade de reação, k, e uma função das concentrações das diferentes espécies: ( ) ( ),...,. BAA CCfTkr =− (1.1.1) A equação algébrica que relaciona –rA com as concentrações das espécies é chamada expressão cinética ou lei da velocidade, ou ainda simplesmente equação da taxa. No caso da reação genérica elementar: dDcCbBaA +→+ Onde esta equação é dada por: b B a AA CCkr =− (1.1.2) A constante de velocidade da reação, k, não é verdadeiramente uma constante, uma vez que depende de diversos parâmetros, principalmente da temperatura do sistema IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo (ela também pode depender da pressão, da força iônica e do solvente da reação). Arrhenius foi o primeiro químico a estudar esta influência, e sugeriu que a dependência de k com a temperatura fosse do tipo ( ) RT E eATk − = (1.1.3) onde A é o fator de freqüência, E é a energia de ativação (é a energia mínima que as moléculas reagentes de vem possuir para que a reação ocorra), R é a constante universal dos gases e T é a temperatura absoluta. 1.2) Ordem de Reação A dependência da velocidade de reação, -rA, com as concentrações das espécies presentes, é quase sempre determinada experimentalmente. Como já mostrado anteriormente, uma forma comum de se expressar esta dependência é pelo produto das concentrações dos reagentes, cada uma elevada a uma potência. Para a reação genérica dDcCbBaA +→+ temos que a velocidade de reação pode ser dada por: BAA CCkr =− (1.2.1) Os expoentes das concentrações (α e β) nos levam ao conceito de ordem da reação, o qual refere-se às potências às quais são elevadas as concentrações na equação da taxa. Na equação (1.2.1), α é a ordem em reação ao reagente A e β é a ordem em reação ao reagente B. A ordem global da reação, n, é dada por +=n (1.2.2) Vale lembrar também que a reação é dita elementar quando a ordem em relação a cada reagente é igual ao coeficiente estequiométrico do respectivo reagente (no caso da IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo reação genérica, temos que a = α e b = β), o que na maioria dos casos esse processo não ocorre. 1.3) Definição de Conversão Para definir conversão escolhemos um dos reagentes como base de cálculo e então relacionamos as outras espécies reagentes com esta base. Freqüentemente, a melhor escolha da base de cálculo recai sobre o reagente limitante. Em seguida, desenvolvemos as relações estequiométricas e as equações de projeto, considerando-se a reação genérica dDcCbBaA +→+ As letras maiúsculas representam espécies químicas e as letras minúsculas representam os coeficientes estequiométricos. Tomando-se A como nossa base de cálculo, dividimos os termos da equação anterior pelo coeficiente estequiométrico da espécie A, a fim de expressarmos a mesma como D a d C a c B a b A +→+ para que todas as quantidades sejam expressas na base “por mol de A”. A conversão xA é a razão entre o número de moles de a reagidos e o total de moles de A alimentados ao sistema: fornecidosAdemoles reagidosAdemoles xA = (1.3.1) 1.4) Equação Geral do Balanço Molar A primeira etapa na realização de um balanço molar é especificar as fronteiras de um sistema, o que delimitará o volume do sistema, V, no qual será realizado o balanço molar para a espécie j, normalmente um reagente. O balanço molar, assim como, por IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo exemplo, os balanços de massa e energia, é composto por quatro taxas: entrada, saída, geração a acúmulo, dispostos na seguinte maneira: AcúmuloGeraçãoSaídaEntrada =+− (1.4.1) ou, para o balanço molar, dt dN FGF j jjj =−+0 (1.4.2) onde Fj0 é a vazão molar de j para dentro do sistema, Gj é a velocidade de geração de por reação química, Fj é a vazão molar de j para fora do sistema e Nj é o número de mols de j. Se o volume do sistema for subdividido em M subvolumes ΔV nos quais a taxa de reação é constante, a velocidade total de geração é dada por == == M i iji M i jij VrGG 11 (1.4.3) Nas condições limites, ou seja, quando o número de subvolumes tende ao infinito e o tamanho de cada subvolume tende a zero, podemos reescrever a equação (1.4.3) na forma = V jj dVrG (1.4.4) Substituindo a equação acima na equação (1.4.2), chegamos à forma geral do balanço molar, que será utilizada para o dimensionamento dos diferentes tipos de reatores. dt dN dVrFF j V jjj =+− 0 (1.4.5) 1.5) Tempo Espacial e Velocidade Espacial IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo O tempo espacial, τ, representa o tempo que é necessário para que se processe um volume de reator, considerando-se o fluido nas condições de entrada. Também á chamado de tempo de retenção ou tempo médio de residência. É obtido dividindo-se o volume do reator pela vazão volumétrica de entrada no reator: 0v V = (1.5.1) A velocidade espacial, SV, é definida como sendo o número de volumes de reator processados em condições específicas na unidade de tempo; se difere do inverso do tempo espacial pelo fato de que as suas condições não são necessariamente as condições de alimentação, como ocorre com o tempo espacial. Matematicamente, temos 1 =VS (1.5.2) 2) SISTEMAS DE ESCOAMENTO CONTÍNUO Normalmente, a conversão depende do tempo de residência no reator. Em geral, para sistemas de escoamento contínuo o tempo de residência aumenta com o aumento do volume do reator, para uma determinada vazão de entrada. Em outras palavras, a conversão é função do volume do reator. Em sistemas de escoamento contínuo, a vazão molar de A alimentada no sistema menos a velocidade molar de reação de A no sistema é igual à vazão molar de A que sai do sistema, FA. Podemos isto da seguinte maneira: AAAA FxFF =− .00 (2.1) Rearranjando a equação acima obtemos: )1(0 AAA xFF −= (2.2) IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo A vazão molar de alimentação, FA0, dadaem mol/s, pode ser reescrita como o produto da concentração de entrada, CA0 (mol/dm 3), pela vazão volumétrica de entrada, vo (dm3/s): 000 .vCF AA = (2.3) IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo 2.1) Reator de Tanque Agitado Contínuo (CSTR) Um tipo de reator comumente utilizado no processamento industrial é um tanque agitado operado continuamente. Ele é referido como reator tanque agitado contínuo (CSTR), ou reator de retromistura. O CSTR normalmente é operado em regime estacionário e de forma a se obter uma mistura muito boa. Como resultado desta última, o CSTR é geralmente modelado como não possuindo variações espaciais na concentração, temperatura, ou velocidade de reação através do tanque. Como a temperatura e a concentração são idênticas em qualquer ponto do vaso de reação, elas são a mesma no ponto de saída, tanto quanto em qualquer outro ponto do tanque. Portanto, a temperatura e a concentração na corrente de saída são modeladas como sendo as mesmas no interior do reator. Quando a equação geral do balanço molar (1.4.5) é aplicada a um CSTR operando em regime estacionário (isto é, as condições não variam com o tempo), 0= dt dN j (2.1.1) no qual não existe variações espaciais na velocidade de reação, = V jj rVdVr (2.1.2) ela toma a forma familiar conhecida como a equação de projeto para um CSTR: j jj r FF V − − = 0 (2.1.3) A equação de projeto do CSTR fornece o volume de reação para reduzir a vazão molar de entrada da espécie j, Fj0, à vazão molar de saída Fj. A vazão molar Fj é dada pelo produto da concentração da espécie j e a vazão volumétrica v0. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo A equação que resulta de um balanço molar aplicado na espécie A para a reação D a d C a c B a b A +→+ que ocorre num CSTR pode ser apresentada como: VrFF AAA .0 −=− (2.1.4) Agora substituindo a vazão molar de saída, FA, em termos da conversão, xA, e da vazão molar de entrada, FA0, utilizando a equação (2.2) na forma AAAA xFFF 00 =− (2.1.5) e combinamos com a equação (2.1.4). Feito isso e expressando a equação para V, obtemos o volume necessário para atingir uma conversão especificada com a equação A AA r xF V − = 0 (2.1.6) Essa equação pode ser generalizada para aplicação em associação de reatores. Para tanto basta que expressemos o balanço molar da equação (2.2) para mais de um reator: )1( )1( 202 101 AAA AAA xFF xFF −= −= E aplicando o mesmo na equação (2.2.10), que apresentada é posteriormente, obtendo então: ( ) 2 120 2 . A AAA r xxF V − − = (2.1.7) Uma vez que a composição de saída do reator é idêntica à composição interna do reator, a velocidade de reação é avaliada nas condições de saída do reator. 2.2) Reator Tubular (PFR) IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Um outro tipo de reator comumente utilizado na indústria é o reator tubular. Ele consiste em um tubo cilíndrico e é usualmente operado em regime estacionário, como o é também o CSTR. Para os propósitos do material aqui apresentado, consideraremos sistemas nos quais o escoamento é altamente turbulento e o campo de fluxo pode ser modelado como fluxo uniforme. Em outras palavras, não existe variação radial na concentração e o reator é designado como reator com escoamento uniforme (PFR). No reator tubular os reagentes são continuamente consumidos à medida que avançam no reator ao longo de seu comprimento. Na modelagem do reator tubular, assumimos que a concentração varia continuamente na direção axial do reator. Conseqüentemente, a velocidade de reação, que é uma função da concentração dos reagentes para todas as ordens de reação, exceto para ordem zero, também variará axialmente. Para desenvolver a equação de projeto do PFR, dividiremos (conceitualmente) o reator em um certo número de subvolumes de forma que em cada subvolume ΔV, a velocidade de reação possa ser considerada espacialmente uniforme, conforme podemos ver na figura a seguir: Figura 2.2.1: Reator Tubular Concentraremos nossa atenção agora no subvolume que está localizado a uma distância y da entrada do reator. Façamos Fj(y) representar a vazão molar da espécie j que IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo entra no volume ΔV em y, e Fj (y + Δy) a vazão molar da espécie j saindo deste volume na localização (y + Δy). Em um subvolume espacialmente uniforme ΔV, = V jj rVdVr (2.2.1) Para um reator tubular operando em regime estacionário, 0= dt dN j (2.2.2) Logo a equação do balanço geral torna-se ( ) ( ) 0. =++− VryyFyF jjj (2.2.3) Nesta expressão, rj é uma função indireta de y, ou seja, rj é uma função da concentração do reagente, que é uma função da posição y a partir da entrada do reator. O volume ΔV é o produto da área da seção transversal A do reator e do comprimento do reator Δy. yAV = . (2.2.4) Substituímos na equação (2.2.3) e dividimos por Δy para obtermos ( ) ( ) j jj rA y yFyyF .−= −+ − (2.2.5) o termo entre colchetes lembra a definição da derivada ( ) ( ) dx df x xfxxf x = −+ → 0 lim (2.2.6) tomando o limite quando Δy tende a zero, obtemos j j rA dy dF .−=− (2.2.7) Normalmente é mais conveniente termos o volume do reator V em vez do comprimento do reator y como variável independente. Conseqüentemente, substituiremos IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo as variáveis usando a relação yAV = . para obtermos uma das formas da equação de projeto para um reator tubular: j j r dV dF −=− (2.2.8) Observamos também que para um reator no qual a área da seção transversal A varia ao longo do comprimento do reator, a equação de projeto permanece inalterada. A equação de projeto do reator tubular, equação (2.2.7), pode ser apresentada em função da reação do balanço molar para o componente A como A A r dV dF −=− (2.2.9) Para um sistema com escoamento contínuo, FA, na equação (2.1.5), já foi escrito em função da vazão molar de entrada, FA0 e da conversão, xA. Substituindo-se a equação (2.1.5) na equação (2.2.9) resulta a forma diferencial da equação de projeto de um reator tubular de escoamento uniforme AA r dV dx F −=0 (2.2.10) Agora separando as variáveis e integrando com a condição inicial 0=V para 10 AA xx = o volume necessário para alcançar uma conversão final 2AAF xx = especificado é dado pela equação: −= 2 1 0 A A x x A A A r dx FV (2.2.11) 3) DIFERENTES CONFIGURAÇÕES DE REATORES CSTR E PFR Na teoria dos reatores temos de dedicar uma atenção especial para o estudo das diferentes associações possíveis entre os diferentes tipos de reatores. Os reatores dos IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo tipos CSTRe PFR podem ser associados em série ou em paralelo. Para as séries temos o PFR seguido pelo CSTR e o CSTR seguido pelo PFR, passando a mesma vazão por cada reator. Já para a configuração em paralelo, para fins de comparação, a vazão deve ser dividida em duas partes iguais, para que a eficiência de cada reator seja determinada sob as mesmas condições. Entretanto, isto não é obrigatório, uma vez que a vazão total pode ser dividida em qualquer proporção; por outro lado, desta maneira a comparação entre os reatores fica comprometida. Uma das características mais importantes que podemos observar no reator PFR é o fato do mesmo não diluir os reagentes com os produtos na alimentação do sistema, de modo que ele apresenta menor volume para efetuar a mesma conversão quando comparado com o CSTR, no qual ocorre a diluição. Em outras palavras, o reator PFR é mais eficiente do que o reator CSTR, pois não ocorre a diluição dos reagentes. No gráfico a seguir, que relaciona o inverso da taxa de reação com a conversão, podemos verificar isso. Gráfico 3.1: Inverso da Taxa de Reação em Função da Conversão para Reações de 2ª Ordem IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Para o CSTR, em uma determinada conversão, o produto ( )AA rx −1 fornece o valor de V/FA0 que multiplicado por FA0 resulta no volume do mesmo. Já para o PFR a área que resulta o valor de V/FA0 é a contida sob a curva e que quando multiplicada pelo mesmo FA0 no fornece um volume menor. Esse fato deve-se ao volume ter que ser calculado a partir de uma integral com a taxa variável durante a reação. Assim verificamos a maior eficiência do PFR também por métodos analíticos, além do físico descrito anteriormente com a diluição dos reagentes. Outra característica a ser ressaltada é o aumento da diferença entre o PRF e o CSTR à medida que avançamos na conversão. Para a configuração PFR seguido de um CSTR obtemos melhores resultados quando comparado ao CSTR seguido pelo PFR no que diz respeito a minimizar volume ou obter o maior conversão possível. Isso pode ser explicado pelo mesmo princípio físico da diluição, citado anteriormente. No caso de associarmos os reatores de mesmo volume em paralelo obtemos resultados piores porque a diluição ocorre não no reator, mas entre as correntes de saída de cada reator. Como cada reator separadamente alcança uma conversão mais elevada do que se estivessem em série (por exemplo), a diluição das correntes produz uma redução grande na conversão total do sistema. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA • Fogler, H. S., Elementos de Engenharia das Reações Químicas, 3ª edição, LTC: Rio de Janeiro, 2002 • Levenspiel, O., Engenharia das Reações Químicas, Volumes 1 e 2, Edgard Blücher, Editora da USP: São Paulo, 1974 • Hill, C. G., An Introduction to Chemical Engineering Kinetics & Reactor Design, J. Wiley, 1977 • Froment, G. F. e Bischoff, K. B., Chemical Reactor Analisis and Design, J. Wiley, 1990 • Westerterp, K. R. et al, Chemical Reactor Design and Operation, J. Wiley, 1984 IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Em termos de configurações físicas encontradas, existem basicamente somente dois tipos de reatores: o reator tanque (CSTR e batelada) e o reator tubular (PFR). Nesse momento, vamos discutir os tipos de reatores usados na prática industrial para reações homogêneas na fase fluida. Reator Tanque Ideal O reator tanque ideal é aquele no qual a agitação é tão eficiente que as variáveis de processo, composição e temperatura são sempre uniformes dentro desse tipo de reator. Um reator tanque simples pode ser operado numa variedade de formas: batelada, semi-batelada e fluxo contínuo, como mostrado nas figuras abaixo: No reator batelada simples, as variáveis como temperatura e concentração não variam com a posição dentro do reator, mas variam com o tempo. • O reator tanque agitado, pode também ser operado de forma semi-batelada. Neste modo, o tanque é parcialmente preenchido com reagente(s) e reagente(s) adicionais são adicionados progressivamente até a composição desejada ser atingida. Alternativamente, pode-se carregar todos os reagentes de uma única vez e continuamente remover os produtos quando eles vão sendo formados. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo • Dentro do reator tanque continuamente agitado (CSTR), o reator tanque é continuamente suprido com a alimentação ao mesmo tempo em que igual volume é descarregado de forma a manter constante o nível dentro do tanque. A composição da corrente efluente é idêntica aquela que permanece dentro do tanque. Reator Tubular Ideal (PFR) É aquele no qual elementos de fluido reagentes (plugs) movem-se através de um tubo, como plugs movendo paralelo ao eixo do tubo. Este modelo de fluxo é referido como plug flow ou fluxo empistonado. O perfil de velocidade em uma dada seção transversal é achatado e assume-se que não existe difusão axial ou mistura de elementos de fluido. As variáveis como temperatura e composição variam com a posição ao longo do comprimento do reator. Escolha entre os diferentes modos de operação de reatores Reator Batelada Características: Reatores batelada são usualmente tanques cilíndricos e a orientação usualmente é vertical. Vasos cilíndricos são empregados porque eles são mais fáceis de serem fabricados e limpos e os custos de construção para unidades de alta pressão são consideravelmente menores do que configurações alternativas. Agitação pode ser conseguida por agitadores de vários tipos (mecânicos) ou por circulação através de bomba. Em situações onde é necessário aumentar a área interfacial gás-líquido por evaporação, ou o fluido seja muito viscoso ou uma lama, utiliza-se orientação horizontal. Devido aos efeitos de energia envolvidos em uma reação, é usualmente necessário empregar um trocador de calor através de jaquetas ou serpentinas externas ou internas, embora possam-se usar resistência elétrica ou fogo direto. Usos: • Reações em fase líquida particularmente quando a produção é pequena ou para produzir diversos produtos no mesmo equipamento. Também, quando é necessária limpeza regular do reator, como no caso de constante contaminação por fuligem ou culturas de fermentação também empregam-se o reator batelada, devido a sua grande flexibilidade para limpeza e procedimentos de sanitação. Por esses motivos, encontram largo uso na indústria farmacêutica ou para produção de alguns produtos químicos especiais, onde a flexibilidade é desejada e também para produtos sazonais. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo • Reações em fase gasosa a alta pressão, considerações de segurança são extremamente importantes e os cuidados devem ser tomado para garantir projeto mecânico adequado. Esses reatores são comumente chamados de autoclaves. Vantagens: • Quando a capacidade de produção é baixa, processos baseados em reatores batelada terão usualmente, menor investimento de capital do que os chamados processos contínuos, tanto que reatores batelada são preferíveis quando está se testando um novo produto. Além disso, as necessidades de construção e instrumentação são mais baratas e simples para reatores batelada. Desvantagens: • As desvantagens associadas ao uso do reator batelada, incluem os altos custos de mão-de-obra e custos de manipulação de materiais envolvidos no preenchimento, esvaziamento e limpeza do reator. Enquanto o reator batelada está sendo preenchido, esvaziado, limpo, aquecido até a temperatura de reação ou resfriado até a temperatura de descarga, o reator não está produzindo produto, deixando de haver lucro. Para grande quantidade de produção, esse tempo morto deveser contabilizado. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Reatores Semi-batelada Características: Operações semi-batelada usualmente ocorrem em equipamentos muito similares aos reatores batelada. Pode-se operar um reator semi-batelada de diversas maneiras. Uma delas envolve carregar algum dos reagentes dentro do tanque e então alimentar o material remanescente gradualmente. Este modo de operação é vantajoso quando grandes efeitos de transferência de calor acompanham a reação. Reações exotérmicas devem ser conduzidas lentamente e o controle de temperatura mantido, regulando a taxa na qual um dos reagentes é alimentado. Este modo de operação é também desejável, quando altas concentrações de reagentes favorecem a formação de produtos laterais indesejáveis. Outro modo de operação semi-batelada envolve o uso de uma corrente de purga para remover continuamente um ou mais dos produtos de uma reação reversível. Por exemplo, água deve ser removida nas reações de esterificação pelo uso de uma corrente de purga ou por destilação de uma mistura reagente. Remoção contínua de produtos aumenta a taxa líquida da reação, por alterar a constante de equilíbrio. Processos semi-batelada estão entre os mais difíceis de analisar do ponto de vista de projeto de reatores porque trata-se de um sistema aberto em condições não estacionárias, tornando as equações diferenciais mais difíceis e complexas. Reatores de Fluxo Contínuo (CSTR e PFR) Características: São utilizados principalmente para reações em fase líquida quando apreciável tempo de residência são requeridos. Vantagens: • Quase que invariavelmente, os reatores de fluxo contínuo são preferíveis aos reatores batelada, quando a capacidade de processamento requerida é grande. Embora o investimento de capital necessário seja maior, os custos operacionais por unidade do produto são menores para operação contínua do que batelada. • Facilidade do controle de qualidade dos produtos devido ao controle automático do processo. Observações: Freqüentemente, a decisão para selecionar um modo de processamento batelada ou contínuo, envolve a determinação da contribuição relativa das despesas de capital e despesas operacionais para o custo total do processo para o nível de capacidade proposto. Como apontado por Denbigh, o que é melhor para um país altamente industrializado, IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo com custos mais altos de mão-de-obra, não necessariamente é o melhor para um país menos desenvolvido. Em muitos casos, considerações de seletividade determinam o modo de operação, particularmente quando a reação em estudo é acompanhada por reações laterais indesejáveis. O rendimento para o produto desejado pode diferir consideravelmente entre uma operação contínua e batelada e também entre dois tipos de processos contínuos. Quando o rendimento é menor para um processo contínuo, este fator deve ser tão importante dentro da economia global do processo que é necessário optar por um reator batelada. Reatores CSTR Características: O CSTR é usado extensivamente na indústria de processos químicos. Ambos, tanques simples ou em bateria de tanques conectados em série são usados. Em muitos aspectos como mecânicos e de transferência de calor, são similares aos reatores batelada. Entretanto, é necessário ter uma entrada para adição contínua de reagentes e saída para corrente de produtos. É possível empregar ou tanques múltiplos individuais em série ou unidades contendo múltiplos estágios dentre um casco simples. Tanques múltiplos são mais caros, mais provêem maior flexibilidade de uso, desde que eles são mais rapidamente alterados se variarem as necessidades do processo. Para minimizar as necessidades de bombas e manutenção, freqüentemente escolhe-se fluxo por gravidade entre os estágios. Reatores CSTR são empregados quando trabalha-se com sólidos ou líquidos, não sendo recomendados para operações à altas pressões. IFRJ – PROFESSOR ALEXANDRE VARGAS GRILLO Professor: Alexandre Vargas Grillo Reatores PFR O reator tubular é assim chamado devido a sua configuração física, tal que a reação ocorre dentro de um tubo ou comprimento de tubo. Pode-se usar tanto no caso onde o tubo é empacotado com um catalisador sólido e no caso onde a fase fluida sozinha está presente. A maioria dos reatores tubulares são classificados em três principais categorias: 1. Tubo simples 2. Trocadores de calor casco-tubo 3. Fornos tubulares, onde os tubos são expostos à radiação térmica e transferência de calor a partir de gases de combustão. O tubo simples é utilizado quando não se necessita de eficiente troca térmica e os trocadores casco-tubo ao contrário, podendo a reação ocorrer tanto dentro do tubo, quanto fora, no casco. Os fornos tubulares são utilizados somente para reações endotérmicas.
Compartilhar