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Jéssica Viégas – Med 97 O ciclo menstrual ocorre quando se estabelece uma interação entre os ovários, a hipófise e o hipotálamo, através da produção de diferentes hormônios e mecanismos de feedback positivo e negativo. De uma forma geral, a menstruação consiste em um processo seletivo que ocorre a cada mês, levando a seleção do folículo ovariano mais bem preparado e que sofre maior estímulo de estrogênio (chamado de folículo primordial) para chegar até o processo final de maturação: a ovulação. Assim, de um grupo de folículos candidatos, apenas 1 é selecionado por vez, fazendo com que os demais se degenerem e atrofiem, sofrendo apoptose. Todo esse processo é regido segundo os comandos do sistema neuroendócrino, a partir da hipófise e do hipotálamo. Nesse panorama, o endométrio sofre as consequências da seleção do folículo para a ovulação – o que ocorre nos ovários determina o que ocorre no endométrio. Mentruação e Ciclo Menstrual A menstruação é um sangramento genital periódico e temporário na mulher. É um dos eventos neuroendócrinos que determinam as modificações fisiológicas no organismo da mulher. O conjunto dessas modificações, que se repetem periódica e temporariamente chama-se ciclo menstrual. Na ausência de gravidez, a menstruação é acompanhada da descamação da camada funcional do endométrio – a camada basal –, rica em receptores estrogênicos (na gestação entram em depleção). Por volta do 4º dia do ciclo, mais de 2/3 da cavidade endometrial já se encontra reparada por um novo epitélio e entre o 5° e 6º dia do ciclo, a cavidade uterina já está totalmente reepitelizada – inicia-se o crescimento estromal do endométrio nesse momento. As principais características da menstruação são: 1) Intervalo: Uma variação de 25 – 35 dias é considerada normal. 2) Duração: 2 – 8 dias > 8 dias é considerado um ciclo irregular com hipermenorreia, devendo ser investigadas por dosagem hormonal e ultrassonografia possíveis causas (ex: Miomatose uterina, alteração hormonal, cisto ovariano, etc). 3) Fluxo (quantidade): 30 – 80 ml/mês Na prática, pode-se calcular o fluxo de uma mulher com base na quantidade de absorventes usados diariamente – o uso de 2 – 6 absorventes/dia é considerado normal. 4) Aspecto: O fluxo menstrual tem uma cor vermelha escura característica, pouco coagulável – pode formar pequenos coágulos. Seu odor é característico e quando há perda abundante apresenta uma cor vermelha mais brilhante. 5) Sintomas: Os sintomas geralmente são subjetivos. Pode haver uma sensação de peso e ligeira dor pélvica. Com frequência se observa irritabilidade nervosa e tendência à constipação intestinal. Reserva Ovariana No período embrionário existem mais de 8 milhões de folículos ovarianos, mas apenas 2 milhões chegam ao nascimento. Ao longo da vida, conforme a maturação ocorre, 250.000 folículos chegam à puberdade e, até a menopausa (se inicia com 50 anos), restam em torno de 5000 – 8000 folículos. No entanto, desde o início da vida fértil até a menopausa, apenas 450 ovulam. Logo, a maior parte dos folículos sofre apoptose – ocorre uma perda mensal de oócitos. Eixo Hipotálamo-hipófise-ovários O hipotálamo é uma estrutura neural situada na base do crânio, acima do quiasma óptico e abaixo do terceiro ventrículo. Não existe comunicação neuronal direta entre a adeno-hipófise e o hipotálamo. Os neuro-hormônios produzidos nos núcleos hipotalâmicos alcançam a adeno-hipófise pela circulação porta-hipofisária. A circulação sanguínea ocorre no sentido sistema nervoso central–hipófise. Também existe um fluxo retrógrado, pelo qual os hormônios da hipófise chegam ao hipotálamo, oportunizando um retrocontrole. Os neuro-hormônios secretados pelo hipotálamo são fatores liberadores de hormônios hipofisários – dentre eles se encontra o GnRH. O GnRH é chamado de Hormônio Liberador de Gonadotrofinas, que possui ação positiva sobre a hipófise, levando a secreção de gonadotrofinas: o LH (Hormônio Luteinizante) e o FSH (Hormônio Folículo-estimulante). Durante o ciclo menstrual, para exercer sua ação moduladora sobre a hipófise, esse neuro-hormônio é secretado de forma pulsátil. Fisiologia do Ciclo Menstrual Por convenção, o ciclo menstrual se inicia no 1º dia de sangramento menstrual, Jéssica Viégas – Med 97 que corresponde a fase folicular ou proliferativa do ciclo (1º fase do ciclo menstrual). Tal fase é caracteriza pelo estado de repouso ovariano, em que as concentrações dos hormônios esteróides – o estradiol (estrogênio) e a progesterona – são as mais baixas encontradas em todo o ciclo. A redução da concentração desses hormônios faz com que um sinal – via inibina B, um hormônio – seja enviado para o hipotálamo e para a hipófise, visando o aumento da concentração de FSH (atinge concentração máxima por volta do 7º dia do ciclo). O FSH é requerido nessa fase inicial do ciclo para dar início ao processo de recrutamento e seleção de folículos ovarianos. Isso significa que esse hormônio é responsável por atuar em um grupo de folículos disponíveis para crescimento e, aquele que obtiver melhor resposta e desempenho ao estímulo de FSH (chamado de folículo dominante), será selecionado para continuar o processo de evolução, fazendo com que seja preparado para a ovulação e uma possível fertilização – em torno de 11 a 12 folículos são recrutados em cada ciclo, mas apenas 1 deles é selecionado para ovular. A partir disso, o FSH estimula as células foliculares do folículo dominante a produzirem estradiol, aumentando a concentração desse hormônio e fazendo com que ele comece a se acumular dentro do folículo. Isso ocorre porque o FSH, ao ativar o seu receptor nas células da granulosa, também promove ativação da enzima aromatase, que auxilia na síntese de estrogênio. Além disso, a elevação da concentração de estradiol faz com que mais receptores de FSH sejam gerados, fazendo com que a resposta a esse hormônio seja ainda melhor, levando a produção de mais estrogênio até o estágio ovulatório do folículo. O estrogênio sintetizado atua no endométrio, promovendo reparação do epitélio que foi descamado (a menstruação). Assim, o endométrio começa a se espessar – no primeiro dia do ciclo o endométrio tem em torno de 2 mm de espessura e em torno do 4º dia > 2/3 do epitélio já foi reparado. Quando a concentração e a produção de estradiol forem máximas e adequadas, se mantendo por mais de 50 horas, as células da granulosa produzem um hormônio denominado de inibina A, responsável por exercer um mecanismo de feedback negativo sobre a secreção de FSH e feedback positivo sobre a secreção de LH. Assim, a concentração de FSH e, consequentemente, de estrogênio caem, enquanto a concentração de LH aumenta, dando início a 2º fase do ciclo menstrual: fase luteínica ou secretória. A elevação da concentração de LH não ocorre de forma progressiva e lenta, mas de forma exponencial, fazendo com que um pico de LH ocorra no meio do ciclo, por volta do 14º dia, tendo em vista um ciclo regular de 28 dias. Nesse momento, as células da granulosa começam a expressar receptores de LH – também por estímulo da inibina A –, levando a produção de progesterona, aumentando a concentração desse hormô Ops! Vale ressaltar que os folículos recrutados são chamados de folículos primordiais. Todas as mulheres nascem com eles e estes permanecem em um mesmo estágio de diferenciação até a puberdade, quando recebem estímulo hormonal, dando start no processo de diferenciação. São formados por uma porção central denominada de ovócito primário (ou oócito primário) e uma porção periférica composta por células foliculares (também chamadas de células granulosas – são células pavimentosas simples). Os ovócitos carregam o material genético e são originados a partir dasovogônias. Estas se diferenciam primeiro em ovócito primário e em seguida em ovócito secundário, que é o material que será ovulado, sendo chamado de óvulo, quando isso ocorrer. Cada folículo primordial deve conter obrigatoriamente um ovócito primário e células foliculares. Ao longo do processo maturacional para chegar até ovulação, o folículo primordial selecionado – o folículo dominante – passa pelos seguintes estágios evolutivos sequencialmente: folículo primordial folículo primário unilamelar folículo primário multilamelar folículo secundário folículo terciário folículo maduro ou de Graaf (contém o ovócito secundário que será expelido pelo ovário durante a ovulação). Os outros folículos primordiais que não foram selecionados são eliminados do processo, sofrendo atresia. Ovócito II Note como o endométrio começa a crescer novamente Jéssica Viégas – Med 97 nio. O papel da progesterona é manter o endométrio espessado, preparado e estabilizado para a implantação do ovo, se este for fecundado. Assim, esse hormônio esteroide atuará no endométrio até o final da 2ª fase do ciclo, ao invés do estrogênio – próximo à ovulação, o endométrio tem entre 5 – 6 mm de espessura e, após esse evento, deve ter em torno de 8 – 10 mm. O pico de LH também estimula a produção de prostaglandinas no folículo dominante, responsáveis por promover uma modificação da parede do ovário, tornando-a mais frágil e dando o sinal para que ocorra a ovulação. Portanto, de uma forma resumida, o LH é responsável por dar o “gatilho” da ovulação. Ademais, o pico também promove uma variação da temperatura basal da paciente, que se eleva em torno de 0,5° de 24 – 48 horas após o pico. Depois que o ovócito secundário é liberado, o que resta no ovário é o corpo lúteo ou corpo amarelo, que continua a produção de progesterona. Caso ocorra a fecundação, o cor po lúteo mantém a produção de progesterona por 8 – 10 semanas, até que a placenta seja formada e assuma a produção hormonal, passando a ser responsável pela produção desse hormônio para manter o endométrio espessado e estabilizado. No entanto, se o ovo não é fecundado, acaba sendo eliminado juntamente com a menstruação. O aumento da produção de progesterona promove o mecanismo de feedback negativo sobre a secreção de LH e FSH, fazendo com que o corpo lúteo comece a entrar em regressão, se degenerando e se transformando no corpo albicans. A partir disso, as concentrações de estradiol e progesterona se mantêm reduzidas, voltando ao estado de repouso ovariano, reiniciando o ciclo – uma vez que as concentrações de progesterona e estrogênio se tornam mínimas, a menstruação ocorre pela desestabilização do endométrio. É importante ressaltar que, bem próximo do final do ciclo, antes de ser degenerado, o corpo amarelo inicia a produção de inibina B, uma vez que há a necessidade de formação de um novo ciclo menstrual quando não ocorre fecundação. Como a concentração de FSH e estradiol nesse momento são muito reduzidas, não sendo suficientes para iniciar o processo de recrutamento e seleção de folículos, o corpo Ovulação Corpo amarelo se degenerando Jéssica Viégas – Med 97 amarelo passa a secretar esse hormônio. Ops! Insuficiência luteínica Existem pacientes gestantes que podem cursar com insuficiência luteínica, ou seja, a insuficiência do corpo lúteo, fazendo com que a produção de progesterona também seja insuficiente. Em função disso, hemorragias podem ocorrer no início da gravidez, podendo levar a abortamento. O diagnóstico pode ser feito por dosagem de progesterona por radioimunoensaio e o tratamento é feito com a administração de progesterona microlisada (Utrogestan 100 – 200 mg por VO ou via vaginal de 12/12 h). A partir disso, o sangramento tende a desaparecer, porque a progesterona tem um efeito de bloqueio sobre o miométrio, impedindo a contração uterina. Assim, o endométrio é mantido e a gestação avança. A administração do Utrogestan pode ser feita durante toda a gravidez, mas, se a paciente apresentar melhora do quadro, cessando as hemorragias, essa droga pode ser retirada a partir de 8 semanas de gestação, quando a placenta começa a assumir a produção de progesterona. Divisão do Ciclo Menstrual em Fases O ciclo menstrual pode ser dividido em: 1) 1ª fase: Fase folicular ou proliferativa Vai do início da menstruação até o pico ovulatório de LH. 2) 2ª fase: Fase lútea ou secretória Vai do pico de LH até o início da menstruação. Ciclos menstruais normais possuem em torno de 28 dias e a ovulação ocorre próxima do 14º dia do ciclo. Em ciclos mais curtos ou mais longos, no entanto, o período ovulatório pode ser adiantado ou postergado, respectivamente. Em um ciclo de 24 dias, por exemplo, a ovulação pode ocorrer próxima do 10º dia do ciclo, e em um ciclo de 40 dias, a ovulação pode ocorrer próxima do 26º dia. Recebe o nome de ciclo ovárico os fenômenos que acontecem periodicamente na mulher, levando a seleção e preparação de um folículo para a ovulação. O processo de ovulação permite a obtenção de um ovócito maduro apto para ser fecundado e a formação do corpo lúteo na segunda fase do ciclo. A gametogênese é o processo madurativo que experimentam as células germinais, ao final do qual se resultam aptas para a fecundação. Crescimento Folicular Iniciado o crescimento folicular, os folículos primordiais passam por vários estágios evolutivos, sendo o crescimento até o estágio de folículo pré-antral (folículo primário multilamelar) independente de gonadotrofinas – não depende de FSH nem LH. O cres- cimento até essa fase é permanente durante a vida até a menopausa (fase de depleção folicular), inclusive nas situações em que a liberação de gonadotrofinas diminui significativamente, como na infância pré-puberal, na gestação e durante o uso de anticoncepcional oral. O estímulo com gonadotrofinas é o pré-requisito para o desenvolvimento dos folículos antral inicial até os folículos pré- ovulatórios (maduros ou de Graaf). Os últimos 15 dias do crescimento folicular dependem do aumento cíclico de FSH. O número de células da granulosa aumenta, bem como o tamanho dos folículos recrutados. Na fase antral inicial, o folículo tem aproximadamente 2 mm e, no período pré-ovulatório, tem cerca de 18 mm de diâmetro. Teoria das Duas Células – Duas Gonadotrofinas Em folículos antrais (são os folículos secundários), os receptores de LH estão presentes apenas nas células da teca, e os receptores de FSH, nas células da granulosa. As células da teca, sob estímulo do LH, sintetizam androstenediona e testosterona a par- a partir do colesterol; as células da granulosa, mediante atividade da enzima aromatase, dependente da ligação do FSH com seu receptor, convertem os androgênios – a androstenediona e a testosterona – em estradiol e estrona. A esteroidogênese ovariana, portanto, é dependente de LH. O LH estimula a esteroidogênese nas células da teca, fornecendo o substrato (androgênios) para a conversão em estrogênios nas células da granulosa. À medida que o folículo se desenvolve, as células da teca expressam genes para a síntese de mais receptores de LH e para a expressão das enzimas do citocromo P450, visando à síntese de androgênios. As células da granulosa, com o crescimento e a proliferação, aumentam os receptores de FSH e a expressão da enzima aromatase, elevando o nível estrogênico na circulação e no líquido folicular. Ops! Note que o Freitas considera que o FSH só começa atuar no folículo ovariano quando este já se encontra no estágio antral inicial, e não desde o estágio de folículo primordial. Considera que do folículo primordial até o folículo secundário fatores locais hormonaissão os responsáveis pelo seu crescimento e desenvolvimento. A partir disso, supõem-se, segundo o livro, que o FSH promove recrutamento e seleção de folículos que já se encontram em estágio antral inicial, e não em estágio primordial. Jéssica Viégas – Med 97 Vale lembrar que a estrona é um hormônio mais prevalente em mulheres na menopausa, enquanto em pacientes jovens prevalecem altas concentrações de estrogênio. Já em gestantes existem elevadas concentrações de estriol. A seleção do folículo que irá ovular ocorre no 5º ou 6º dia do ciclo, enquanto os outros folículos recrutados entram progressivamente em atresia. O folículo selecionado é chamado de dominante. Esse termo é utilizado para descrever a influência desse folículo sobre os outros que entrarão no pool de folículos atrésicos. O folículo dominante tem maior atividade da enzima aromatase, que lhe permite maior produção de estradiol, maior número de receptores de FSH e, paralelamente, estimula a expressão de receptores de LH também nas células da granulosa. O papel do estradiol, secretado predominantemente pelo folículo dominante, está bem estabelecido como regulador da secreção de gonadotrofinas. No início da fase folicular, o estradiol inibe a secreção de FSH. A oferta de FSH passa a ser cada vez menor aos folículos, sendo que a maior parte dos folículos entra em atresia, exceto o dominante, que continua crescendo, resultando em mono-ovulação (apenas 1 folículo é preparado para ser ovulado). O mecanismo da dominância folicular não está completamente esclarecido, no entanto, parece estar relacionado ao maior número de receptores de FSH no folículo dominante. As células da teca do folículo pré-ovulatório (dominante/folículo antral) são bem vascularizadas; as células da granulosa expressam receptores tanto de FSH como de LH e produzem quantidades cada vez maiores de estradiol, atingindo um platô (em torno de 200 pg) aproximadamente 24 a 36 horas antes da ovulação. Os altos níveis de estradiol secretados pelo folículo dominante desencadeiam o pico de LH. Com o pico de LH, a síntese de prostaglandinas (importantes no processo de ruptura folicular) é estimulada e as células da granulosa são luteinizadas – começam a se transformar no corpo lúteo –, passando a sintetizar progesterona e estradiol. Além disso, é importante ressaltar que a progesterona em níveis baixos produzida pelo folículo antes da ruptura é o sinal para que ocorra também uma descarga de FSH no meio do ciclo – essa descarga tem o objetivo não de recrutar e selecionar outros folículos, mas auxiliar o processo de luteinização. Se a fertilização do ovócito e/ou a implantação não ocorrer, o corpo lúteo entra em remissão 12 a 14 dias após a ovulação. Quando ocorre gestação, a gonadotrofina coriônica humana (β-HCG) produzida pelo embrião evita a regressão lútea, e a β- HCG mantém a esteroidogênese ovariana até a placenta assumir a produção hormonal da gestação. Ao fim da fase lútea do ciclo anterior, com o decréscimo do estradiol, da progesterona e da inibina A, inicia-se o aumento progressivo do FSH nos primeiros dias da fase folicular. Esse é o sinal para que os folículos antrais, capazes de responder ao estímulo do FSH, iniciem o crescimento e para que comece um novo ciclo. Ciclo Endometrial O ciclo ovulatório é acompanhado por alterações endometriais visando à implantação de um embrião. Quando não acontece a gestação, o corpo lúteo regride e, paralelamente, ocorre a descamação endometrial (menstruação). Alterações morfoló- Jéssica Viégas – Med 97 gicas do endométrio espelham a atividade do estradiol e da progesterona. Sob o ponto de vista do endométrio, a fase proliferativa do ciclo é caracterizada por: Intensa atividade mitótica nas glândulas e no estroma endometrial. Aumento da espessura por hiperplasia glandular e aumento do componente basal estromal. Glândulas separadas na superfície. Já a fase secretória é caracterizada por: O endométrio se torna bem vascularizado e rico em glicogênio. As glândulas ficam tortuosas e com atividade secretória máxima. Edema do estroma. Ocorre desenvolvimento de artérias espiraladas para nutrir o embrião, caso haja fecundação. O endométrio se torna apto para a implantação. Na ausência de fertilização e implantação, produz-se a involução do corpo lúteo e diminuem os níveis de estrógenos e progesterona. Esta queda hormonal determina o aparecimento de 3 fenômenos endometriais: Reação vasomotora e infiltração leucocitária. Perda tissular e reação decidual do estroma. Menstruação. Ops! Morfologicamente o endométrio se divide em 2 camadas: 1) Camada basal: É encarregada da regeneração pós-menstrual do endométrio. 2) Camada funcional: É a camada que sofre as mudanças cíclicas e se descama ao final de cada ciclo se não houver fecundação. Muco Cervical No período pré-ovulatório o muco cervical adquiri as seguintes características: Incolor (transparente). Se cristaliza em forma de folha de samambaia. Aumenta de volume. Tem elevada concentração de estrogênio. Tem consistência finlante (pegajosa). Não possui células. Efeitos do Ciclo Menstrual Sobre o Colo Uterino, Vagina e Mama Fase Folicular Fase Lútea Sobre o colo uterino Aumento da permeabilidade vascular. Edema. Aumento do muco cervical. O muco cervical se torna hostil. Sobre a vagina As paredes ficam finas. Aumento da lubrificação. Aumento da elasticidade. Redução da lubrificação. A mucosa se torna pálida. Sobre a mama Sem alterações aparentes. Os lóbulos mamários se hipertrofiam. Efeitos Fisiológicos do Estrogênio e da Progesterona 1) Na puberdade e na adolescência: Crescimento dos órgãos sexuais internos e externos. Desenvolvimento das mamas. Crescimento localizado de pelos. Alargamento dos quadris. Deposição típica de gordura. Crescimento dos ossos longos (“estirão do crescimento”). Maturação ovariana para a menarca O pico de LH pode levar a menarca dos Fase Secretória Muco cervical Pré- ovulatório Cristalização em folha de samambaia Caracteres sexuais 2º (FSH) Fase Proliferativa Jéssica Viégas – Med 97 10 – 14 anos. Libido e desejo sexual. 2) Na vida adulta: Manutenção da função dos órgãos sexuais. Manutenção dos caracteres adquiridos na puberdade. Produção de óvulo(s) a cada ciclo menstrual. Libido e desejo sexual. Manutenção da gravidez (ovários/placenta). 3) Na menopausa: Falência dos ovários e das secreções ovarianas. Cessam os ciclos ovarianos e menstruais. Flutuações na Fertilidade e no Humor durante o Ciclo Menstrual Alterações Menstruais em Volume e Frequência 1) Alterações do ritmo: a) Polimenorreia Corresponde a > 12 ciclos anuais e intervalo < 21 dias. b) Oligomenorreia Corresponde a < 12 ciclos anuais e intervalo > 35 dias. c) Espaniomenorreia Corresponde a um ciclo menstrual com intervalo > 45 dias. 2) Alterações de quantidade: a) Hipermenorreia Corresponde ao aumento da quantidade de sangue e duração do fluxo > 7 dias. b) Hipomenorreia Corresponde à diminuição da quantidade de sangue e fluxo < 3 dias. c) Metrorragia Corresponde a um sangramento irregular fora da menstruação com aumento de fluxo. d) Menorragia Corresponde a um ciclo menstrual com sangramento aumentado em intervalos regulares.
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