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[RESUMO] FRATURAS EXPOSTAS

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15 RESUMO DE ORTOPEDIA 
JOÃO VITOR FALEIROS - 103 
 Fraturas Expostas 
 
Aula ministrada pelo professor José Lorenzo Solino. 
 
 Introdução 
 
As fraturas expostas são aquelas em que uma ruptura da pele e dos tecidos subjacentes (ruptura expondo ao meio 
externo) se comunica diretamente com o osso fraturado e/ou o seu hematoma. 
 
Os riscos da fratura exposta são muitos. Principalmente a perda de função, infecção, amputação e até morte. Esse tipo 
de lesão não pode ser negligenciada, dando toda a atenção no ponto socorro. 
 
A classificação de Gustillo e Anderson é muito importante, garantindo a possibilidade de estabelecer prognóstico, 
tratamento e estabelecendo uma linguagem universal para falar sobre essas lesões. Essa classificação é baseada no 
tamanho da ferida, nível de contaminação, grau de lesão de partes moles e gravidade de lesões ósseas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tipo I. A ferida tem menos de 1cm, sendo normalmente limpa. A lesão de partes moles é mínima, e normalmente 
provocada de dentro para fora, pelo próprio osso. A lesão óssea é simples (mínima cominução), provocada 
normalmente por trauma de pouca energia. 
Tipo II. A ferida tem mais de 1cm, mas nunca excedendo os 10cm. O nível de contaminação é geralmente moderado. 
A lesão de partes moles é moderada, já com alguma lesão muscular. Há moderada cominução. 
Tipo III-A. Ferida tem acima de 10 cm no geral, com alto nível de contaminação. A lesão de partes moles é geralmente 
grave com esmagamento. A lesão óssea é geralmente cominuta, porém após lavagem e debridamento é possível cobrir 
esse osso com as partes moles. 
Tipo III-B. Ferida tem acima de 10 cm no geral, com alto nível de contaminação. Há perda muito grave da cobertura 
de partes moles. Essa pobre cobertura óssea não permite que após o debridamento seja feito o fechamento com as 
 
 
16 RESUMO DE ORTOPEDIA 
JOÃO VITOR FALEIROS - 103 
partes moles. Não é possível fazer um fechamento primário, normalmente requerendo cirurgia reconstrutiva de partes 
moles (ex.: retalho). 
Tipo III-C. Ferida tem acima de 10 cm no geral, com alto nível de contaminação. Há perda muito grave da cobertura 
de partes moles da lesão, e ainda uma lesão vascular que exige reparação. Essa pobre cobertura óssea não permite 
que após o debridamento seja feito o fechamento com as partes moles. Não é possível fazer um fechamento primário, 
requerendo cirurgia reconstrutiva de partes moles e reparação de vaso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS.: quando se espreme a lesão (principalmente grau I por ser mais leve) pode-se diferenciar e perceber que se trata 
de uma fratura exposta quando sai gordura pela ruptura de partes moles. 
 
 Fases do Procedimento Pós Fratura Exposta 
 
As fases abaixo dizem respeito ao procedimento e às condutas que devem ser tomadas a partir de uma fratura exposta. 
 
Atendimento Pré-Hospitalar----------------------------------------- 
 
Deve ser feita a cobertura da ferida com pano limpo (sem tentar reduzir a ferida), uma imobilização provisória 
precoce e rápida busca por atendimento inicial, de preferência em serviço que tenha atendimento capaz de resolver 
todo o problema. 
Quanto maior o tempo entre a ocorrência da lesão e o momento do atendimento, maior a chance de infecção. Após 
12h da fratura exposta sem tratamento adequado, considera-se que essa fratura já está infectada, e será tratada como 
tal. 
 
Atendimento em Fase Hospitalar------------------------------------ 
 
Quando chega-se ao hospital, considera-se o ATLS para fazer um suporte avançado e adequado de vida diante do 
trauma (atenção a vida primeiramente à avaliação da lesão). Faz-se uma documentação visual e descritiva da lesão, 
exame completo da extremidade (pulso, perfusão, temperatura, dor, sensibilidade, motricidade, deformidades), 
avaliação radiográfica e antibioticoprofilaxia (amplo-espectro – ocorre principalmente S. aureus) e tétano-profilaxia. 
 
 
 
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JOÃO VITOR FALEIROS - 103 
Fase Cirúrgica----------------------------------------------------------- 
 
A indicação absoluta é a cirurgia para tratamento desse tipo de lesão. Primeiramente, deve- fazer a limpeza para poder 
fazer a fixação da lesão o mais precoce possível. 
A limpeza consiste em fazer a lavagem da ferida com soro fisiológico a 0,9%, utilizando-se cerca de 10 a 20 litros 
(limpeza sem negligência, no centro cirúrgico), bem como o uso de solução degermante (sem contato com a ferida 
inicialmente), retirada de corpos estranhos, tricotomia da região. Daí solução alcóolica, campos estéreis para de fato 
começar a cirurgia. 
Nesse momento, faz-se o debridamento. Essa fase se dá de fora para dentro, debridando pele, subcutâneo, até chegar 
à parte mais profunda (sem movimentos fortes). Nessa fase deve-se remover corpos estranhos e tecidos desvitalizados 
(esse tecido é meio de cultura), reduzir a contaminação bacteriana e criar uma ferida vascularizada. 
Depois, segue-se para a estabilização da fratura, para que não ocorram lesões associadas e para que se possa iniciar 
o tratamento colocando-se o osso na posição ótima para que ele consolide no lugar certo (sem ser viciosa). Usa-se a 
tração cutânea ou esquelética, porém principalmente em lugares onde não há fixadores externos, estes que são úteis 
no início do tratamento, principalmente quando a ferida é mais grave/suja. Talas ou gessos não devem ser usados. 
RAFI (redução aberta com fixação aberta) é o principal objetivo do tratamento (quanto mais limpa – ou mais branda – 
seja a fratura, mais fácil será fazer RAFI precoce), feito quando já há certeza de ferida limpa. 
 
 Conclusão 
 
Como já falado, o mais importante no contexto das fraturas expostas é não negligenciar. É de suma importância para 
o desfecho e melhor curso do tratamento a rapidez do procedimento em centro cirúrgico, com limpeza e cirurgia para 
resolução do problema. 
 
Lembrar que ao encontrar uma pessoa com fratura exposta diante de si, não tentar reduzir a fratura, e sim cobrir, 
imobilizar e levar o pronto socorro de forma precoce.

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