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Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 NÓDULOS DA TIREÓIDE Anotações aula Dr. Adilson 16/06/2021 ● Anatomia: localizada abaixo do osso hioide, abaixo da cartilagem cricóide está a tireoide. Cada lóbulo é do tamanho aproximado de um polegar (polegar do paciente). BÓCIO: é QUALQUER aumento do tamanho da tireoide (independente se é difuso ou nodular). Deve ser classificado anatomicamente e funcionalmente. CLASSIFICAÇÃO ANATÔMICA: ● Difuso ➢ Endêmico ➢ Associado a doenças auto-imunes ● Uninodular ● Multinodular CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL: ● Atóxicos: não produzem hormônios tireoidianos ● Tóxicos (funcionantes): produtores de hormônios tireoidianos BÓCIOS DIFUSOS ● Ocorrem quando toda a tireóide está aumentada de volume ● Podem ser classificados (funcionalmente), como: ➢ TÓXICOS (funcionantes) produz hormônios ➢ ATÓXICOS (não funcionantes) - não produz hormônios ● O padrão de bócio ATÓXICO OU NÃO-FUNCIONANTE é o endêmico (ocasionado pela carência de IODO) ➢ Iodo é um composto importante na produção de hormônios tireoidianos → na carência deste a tireoide aumenta seu volume (fica hiperplásica), na tentativa de compensar essa deficiência ➢ Bócio não produtor de hormônios ➢ QC: caracterizado por bócio difuso + hipotireoidismo (maioria) ➢ Esse tipo de bócio tornou-se infrequente/ inexistente → acrescentado IODO a composição do sal de cozinha (obrigatório) ● O padrão de bócio difuso TÓXICO OU FUNCIONANTE (doença de Graves) ➢ Tireoidite auto-imune - Anticorpo contra receptor do TSH → anticorpo se liga ao receptor e atua hiperestimulado a tireóide - Aumento difuso da tireoide (hipertrofia) - Hiperfunção tireoidiana → aumento da produção de hormônios tireoidianos ➢ Mais comum em mulheres <40 anos → fator genético associado 1 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS BÓCIOS DIFUSOS: ● Achados clínicos ➢ Sintomas de hiperfunção → FUNCIONANTE (TÓXICO) → HIPERTIREOIDISMO ➢ Sintomas de hipofunção tireoidiana; → NÃO-FUNCIONANTE (ATÓXICO) → HIPOTIREOIDISMO ➢ Sintomas compressivos (quando o bócio for volumoso) - EX: disfagia, rouquidão, dispneia. ● Exames laboratoriais: avaliação funcional ➢ TSH - hormônio estimulador da tireoide ➢ T4 livre - produzido pela tireoide ➢ Dosagem de anticorpos: - Anti-TPO (tireoidite de Hashimoto - auto-imune) - TRAB (doença de Graves). EX: BÓCIO DIFUSO TÓXICO (HIPERTIREOIDISMO) - T4 aumentado / TSH suprimido EX: HIPOTIREOIDISMO - TSH aumentado / T4 livre no limite inferior ou abaixo da normalidade ➢ Cintilografia - exame de função tireoidiana - BÓCIO DIFUSO + SINTOMAS DE TIREOTOXICOSE (são sintomas de hipertireoidismo) - DD: GRAVES X HASHIMOTO: não sabemos se é uma doença de Graves ou Hashimoto em fase inicial (tireoidite autoimune), marcadores de dosagem de anticorpos podem ser negativos, a cintilografia pode nos ajudar nesses casos. - Na doença de Graves a tireoide está hiperfuncionante (capta muito IODO), no Hashimoto ele está hipofuncionante (capta pouco IODO). TRATAMENTO DOS BÓCIOS DIFUSOS ● Tratar a disfunção tireoidiana. (hipo/ hipertireoidismo) caso houver ● Cirurgia: hipertireoidismo de difícil controle, sintomas compressivos, estética ● Iodo radioativo (radioablação): pode ser usado em bócios funcionantes POUCO volumosos. → Iodo destrói a tireoide hipercaptante → paciente evolui com hipotireoidismo (manejo ao longo da vida) BÓCIOS NODULARES ● Encontrado em 4 a 7% da população ao exame físico. ● No USG até 20% da população tem bócio nodular. ● Necropsia 30-50% tem nódulo tireoide. Ou seja, clinicamente poucos são detectáveis. ● Mais prevalente nas mulheres 6-7 M:1H. ● Somente 5% dos nódulos palpáveis são malignos (e a maioria tem evolução lenta). CLASSIFICAÇÃO DOS BÓCIOS NODULARES: ● Nódulos benignos ➢ cistos (são os mais comuns) ➢ adenoma folicular → também é comum ➢ adenoma de células de Hurthle ● Nódulos malignos ➢ carcinoma papilífero, (diferenciado) ➢ carcinoma folicular*, (diferenciado) ➢ carcinoma medular, (moderadamente diferenciado) ➢ carcinoma anaplásico, (indiferenciado) ➢ metástases - ex: linfomas, CA pulmão,... *OBS: São mais frequentes e possuem melhor prognóstico 2 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS BÓCIOS NODULARES: – QUANDO VAMOS INVESTIGAR? ● Se palpar nódulo no exame físico = investigação. ● Se for um achado de exame de imagem (não palpável) = só investigar se: + Nódulo >1 cm de diâmetro + Nódulo com alguma característica ultrassonográfica que sugira malignidade ➢ investigação com: + PAAF (para saber se é benigno ou maligno) + TSH e T4 LIVRE (para saber se tem alteração funcional) + Anti-TPO - anticorpo anti tireóide - Doença autoimune é a principal causa de nódulos na tireoide → Tireoidite de Hashimoto + CÁLCIO E CALCITONINA - característico de carcinoma medular de tireoide – câncer da célula C produtora de calcitonina → FORMAS FAMILIARES CA. Na avaliação clínica do nódulo tireoidiano objetivamos responder a essas duas perguntas: Se há alteração funcional → produção de hormônios Se é uma lesão maligna ou benigna #OBS: NÓDULO HIPERFUNCIONANTE: NA MAIORIA DAS VEZES TSH ENCONTRA-SE SUPRIMIDO, NÃO NECESSARIAMENTE O T4 ESTARÁ MUITO AUMENTADO! (SOMENTE NÓDULOS GRANDES) → O T4 PODE ESTAR DENTRO DO LIMITE DE NORMALIDADE USG DOS BÓCIOS NODULARES: ➢ Sugere dados suspeitos para malignidade, ➢ Servem para guiar uma PAAF ➢ Auxiliam na realização de uma escleroterapia (álcool absoluto) Nódulo pequeno 6x8 mm - não vai ser palpável Densidade semelhante ao resto do parênquima CRITÉRIOS NA USG SUGESTIVOS DE MALIGNIDADE: ★ VASCULARIZAÇÃO CENTRAL AO DOPPLER (considerada por todas as diretrizes como padrão de malignidade → sugere neo angiogênese); ➢ OBS: nos adenomas (benignos) normalmente a vascularização periférica é maior ★ NÓDULO HIPOECOGÊNICO; ★ NÓDULO COM LIMITES IMPRECISOS; 3 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ★ PRESENÇA DE MICROCALCIFICAÇÕES; Classificações de Chammas e de Lagalla: são utilizadas para suspeição de câncer. CINTILOGRAFIA DE TIREOIDE: Não é utilizada para avaliação de nódulo atóxico → SOMENTE fazemos quando TSH do paciente está suprimido (HIPERTIREOIDISMO) ➢ Nódulo pode estar produzindo muito T4 → Suprimindo TSH (nódulo tóxico) ➢ Hipertireoidismo com nódulo atóxico ➢ A cintilografia avalia a função tireoidiana!! Foto da direita → Hipertireoidismo - glândula tireoidiana aumentada de volume com presença de nódulo tireoidiano não captante de Iodo PAAF (PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULHA FINA): definir a natureza da lesão (se é benigno ou maligno), hoje em dia preferimos a guiada pelo USG (porque permite a coleta de material precisamente na área suspeita da lesão). Fazer PAAF: ● Teste diagnóstico inicial; ● Em todos os nódulos > 1 cm ou com suspeita ao USG; ● Em nódulos palpáveis; ● Tireotoxicose ou TSH suprimido → NÓDULO HIPERFUNCIONANTE - Cintilografia - Não excluir FNA (carcinoma papilífero hiperfuncionante) A PAAF: ● Define a natureza do nódulo - benigno x maligno ● Método rápido e simples ● Baixo custo “NÓDULO HIPERFUNCIONANTE NÃO É PATOGNOMÔNICO DE NÓDULO BENIGNO” Então devemos sim fazer PAAF (diferente do que o medcurso diz). → a maioria é benigno mas PAAF RESULTADOS: ● PADRÃO BENIGNO 70% das vezes: conduta = acompanhamento clínico e USG. ● PADRÃO MALIGNO 5%: conduta = cirurgia. ● PADRÃO INSATISFATÓRIO 15% ➢ Poucas células foliculares na amostra, ou presença de muito sangue na amostra ➢ REPITA A PAAF. ● PADRÃO INDETERMINADO (FOLICULAR COM ATIPIA) - 10% 4 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ➢ Não é possível diferenciar ADENOMA FOLICULAR (“benigno” - sem invasão vascular) de CARCINOMA FOLICULAR (invasão de vasos) ➢ DX deve ser histológico! → Nódulo dele ser analisado histologicamente NÓDULOS BENIGNOS - Quais as características do paciente com nódulo benigno? ● Crescimento do nódulo insidioso (sem crescimento recente, e o aparecimento é de longa data) ● História familiar de bócio nodular benigno; ● Bócio multinodular; ● Nível elevado de anticorpo anti tireoide = Anti-TPO (doença autoimune é a principalcausa de nódulo benigno); ● Nódulo cístico; ● Nódulo “quente” à cintilografia (é um nódulo SUGESTIVO de benignidade, MAS lembre-se que 5% dos carcinomas papilíferos são funcionantes!!!); ● Citologia benigna à PAAF. CONDUTA E TRATAMENTO DE NÓDULOS TIREOIDIANOS BENIGNOS: 1) NÓDULO ATÓXICO 1.1) ACOMPANHAMENTO CLÍNICO ULTRASSONOGRÁFICO ↓ Conduta expectante Reavaliar após 6 meses (com USG) - Mudanças nas características ultrassonográficas do nódulo → CIRÚRGICO - Avaliar tamanho – AUMENTO (> 3 cm)→ indicada cirurgia ou iodo radioativo; ↓ MANUTENÇÃO do tamanho → observar a cada ano. 5 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 1.2) ESCLEROTERAPIA ➢ Nódulos císticos ➢ Escleroterapia = aspirar o coloide e injetar álcool absoluto, gerando esclerose da parede do cisto. 1.3) CIRURGIA ➢ Nódulos maiores (>3-4 cm diâmetro) ➢ Aumento rápido de volume ➢ Compressão de estruturas adjacentes → sintomas 2) NÓDULO TÓXICO (HIPERFUNCIONANTE) 2.1) CIRURGIA ➢ Lobectomia - retirado todo o lobo da tireoide ➢ Nodulectomia - Retirar somente o nódulo 2.2) IODOTERAPIA: ➢ Nódulos pequenos hiperfuncionantes → a vantagem é que o iodo só irá atuar no nódulo hiperfuncionante, promovendo a esclerose do mesmo. Após a destruição do nódulo a tireóide tem sua atividade normal NÓDULOS TIREOIDIANOS MALIGNOS - Características compatíveis com nódulo maligno? ● Câncer prévio da tireoide; ● Nódulo de tireoide em criança <14 anos, de qualquer sexo, tem que suspeitar de malignidade; ● Nódulo de tireoide em mulher jovem (idade fértil) ou na idosa; ● Nódulo recente em sexo masculino ● Exposição à radioterapia em cabeça e pescoço ● Rouquidão - sinal de invasão local? (nervo laríngeo recorrente) ● Nódulo de aparecimento recente no sexo masculino independentemente da idade; ● Crescimento rápido do nódulo ou se é doloroso; ● Consistência endurecida/ pétrea/ nódulo fixo; ● Adenopatia cervical (aumento de linfonodos) → pensar em metástase ● PAAF + para CA (99% assertividade) ● PAAF suspeita ➢ ⅓ nódulos de tireoide → CA 6 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ➢ ~⅔ nódulos benignos ● Nódulo frio e único ● Presença de calcitonina e CEA (antígeno carcinoembrionário) ➢ Marcadores do CA medular de tireoide (carcinoma medular de tireoide) → componente genético importante (familiar) CÂNCER DE TIREOIDE ● CÂNCER DIFERENCIADO = Tecido bastante parecido com o tecido tireoidiano normal. São a grande maioria, e respondem bem ao tratamento clínico-cirúrgico. ➢ PAPILÍFERO (85%) ➢ FOLICULAR (9%). ● CÂNCER MODERADAMENTE DIFERENCIADO ➢ MEDULAR ● INDIFERENCIADO ➢ ANAPLÁSICO (1%). ● OUTROS ➢ Metástases ➢ Linfomas CARCINOMA PAPILÍFERO DA TIREOIDE (CA DIFERENCIADO) ● 40-85% dos cânceres de tireóide ● Pode ocorrer em qualquer idade ● Crescimento LENTO ● Baixo grau de malignidade; ● Metástases: - 1º Geralmente para linfonodos cervicais locorregionais - 2º Linfonodos pulmonares ● PIOR PROGNÓSTICO (MAIOR AGRESSIVIDADE): ➢ < 40 anos ➢ Mutações BRAF ou RAS (painel de fenotipagem do CA) CARCINOMA FOLICULAR ● 10-30% dos CA de tireoide (Segundo mais prevalente) ● Pico de incidência - >50 anos ● Crescimento LENTO ● Grau de malignidade depende da invasividade ● METÁSTASES (À DISTÂNCIA) - são mais comuns do que no CA papilífero, sendo os principais sítios: ➢ Osso ➢ Pulmão #OBS: 15 a 20% dos casos são diagnosticados por fratura patológica (metástase óssea) ou nódulo em pulmão ● PIOR PROGNÓSTICO: ➢ > 40 anos (o prognóstico é pior quanto mais velho é o paciente) ESTADIAMENTO DO CA DE TIREÓIDE: ● TNM ➢ T = TUMOR - X, 1a, 1b, 2, 3a, 3b, 4a, 4b ➢ N = LINFONODOS 7 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 ➢ M = METÁSTASE À DISTÂNCIA OBS: CA DIFERENCIADO DE TIREOIDE RECORRENTE: ● 85% - ausência de doença após TT inicial ● 15% - doença recorrente (<1 a 55%) - 75% → loco regional - sobrevida em 10 anos de 49-68% - 25% → metástases - sobrevida em 10 anos de 25% a 42% ● INFLUENCIAM NA RECORRÊNCIA: ➢ Demora para iniciar a terapia (> 12 meses) → no SUS há um atraso muito grande! ➢ TT realizado (extensão cirúrgica) → Equipe de saúde que presta atendimento TRATAMENTO DO CÂNCER DE TIREOIDE RECORRENTE: Após Dx: ● PACIENTE BAIXO RISCO: nódulo pequeno (geralmente <1cm) sem linfonodos acometidos ➢ Lobectomia. → muitas vezes curativa! ➢ Vigilância ativa (USG a cada 6 meses) → observar padrão → NÃO É O QUE SE FAZ NO BRASIL ● PACIENTE ALTO RISCO: ➢ Nódulo maior, invasão vascular ou linfonodos acometidos (metástase linfonodal) ➢ Tireoidectomia total ou subtotal. ➢ Se o linfonodo estiver acometido: - Ressecção do compartimento VI (central bilateral) é feita de rotina em carcinoma papilífero e Hurthe (sabe-se que 20-90% das vezes tem-se metástase para linfonodos regionais ao dx de carcinoma papilífero) - Outros compartimentos: II-IV e V - somente quando há evidência clínica de metástase ● COMPLICAÇÕES: ➢ Hipotireoidismo não tem mais tireoide ➢ Hipoparatireoidismo: normalmente as paratireoides são retiradas junto com a tireoide quando é feita a tireoidectomia total. RADIOABLAÇÃO (IODO RADIOATIVO) - QUANDO FAZER? SOMENTE QUANDO É FEITA A TIREOIDECTOMIA TOTAL! (ACABAR COM CA RESIDUAL). Para que o IODO seja captado pela tireóide é necessário o estímulo do TSH, dessa forma: ➢ Podemos deixar o paciente sem reposição de hormônios tireoidianos (suspender a LEVOTIROXINA + ou - 4 semanas) → aumento compensatório de TSH → entra em HIPOTIREOIDISMO → radioablação ➢ TSH recombinante (permite TSH aumentado sem necessidade de interrupção da Levotiroxina) - ampola custa 1500 – 2000 reais e não é coberto pelo SUS. - Opção para pacientes que não podemos deixar entrar em hipotireoidismo: ex: DRC, IC, baixo débito cardíaco, etc. 8 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 TRATAMENTO DO CA DIFERENCIADO DA TIREOIDE - RECAPITULANDO: Tireoidectomia total + radioablação (Iodo radioativo) → Necessário manter TSH suprimido → LEVOTIROXINA TSH → ESTIMULA A TIREOIDE → CRESCIMENTO E PRODUÇÃO DE HORMÔNIOS ↓ CA DIFERENCIADO (RECEPTORES PARA TSH) ● Qual o alvo de TSH a ser alcançado (Hipertireoidismo subclínico)? ➢ No paciente com câncer localizado (baixo risco) = alvo de TSH <0,1. ➢ No paciente com linfonodo positivo, metástase a distância (alto risco) = alvo de TSH <0,01. ➢ Bloqueio do TSH = diminui a chance de o paciente ter uma recidiva do câncer de tireoide. OBS.: Cuidado com a supressão de TSH em paciente que tem angina e/ou fratura de colo de fêmur (BAIXO TSH pode aumentar a osteoporose, pode levar a taquiarritmia no idoso) → TSH se liga ao receptor adrenérgico. SEGUIMENTO PARA CARCINOMA DIFERENCIADO DE TIREÓIDE: DE 6 EM 6 MESES. ● TIREOGLOBULINA (Tg) - Proteína presente nas células tireoidianas (marcador de tecido tireoidiano) ➢ Não existe limite normal em pacientes tireoidectomizados ➢ Valor = 0 ou menor que o limite de detecção do laboratório (não deve ser detectado) ● ANTI-TIREOGLOBULINA (AATg) - normalmente se o paciente já possui altos títulos antes do CA de tireoide os títulos se manterão altos por toda a vida. Contudo, em pacientes com (AAtg -) inicial este pode ser utilizado como marcador laboratorial (aparecimento de tecido tireoidiano) ● T4 LIVRE - dentro de valor normal/ normal alto ● TSH - espera-se que esteja suprimido TIREOGLOBULINA → NEGATIVA → OK ↓ POSITIVA → RECIDIVA → NOVO RASTREAMENTO → CINTILOGRAFIA corpo todo (Iodo radioativo) - Anual (durante 5 anos) - Sempre que Tiroglobulina estiver + ↓ APÓS 5 ANOS CINTILOGRAFIAS NORMAIS ↓ PACIENTE CURADO Padrão de distribuição fisiológico do Iodo: pulmão, bexiga (excreção), TGI Padrão de distribuição patológico do Iodo: área da clavícula (sugerindo metástase óssea) 9 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE ● Todas as idades ● Possui agressividade intermediária → crescimento moderado ● Conduta = Tireoidectomia total + esvaziamento cervical. ● Pode levar a metástases: - Locorregionais: linfonodos - À distância: pulmão, osso, fígado ● 25% familiar (MEN-2A) → rastrear família ● 75% esporádicos. ● Pode ser acompanhado por diarreia devido ao aumento da calcitonina.#OBS: Não adianta usar radioiodo, porque o tecido não é bem diferenciado, não capta o Iodo, não responde ao TSH, por isso não necessita também de supressão do TSH. CARCINOMA ANAPLÁSICO ● MUITO RARO; ● Predileção pelo SF ● Pico entre 65 e 70 anos; ● Pior prognóstico; ● Cerca de 3 a 4 meses de sobrevida; ● Tratamento é paliativo. → TIREOIDECTOMIA TOTAL ou DESCOMPRESSIVA ● O anaplásico é muito similar ao melanoma no momento do dx → já se tem MUITAS METÁSTASES. __________________________________________________________________________________________ 10 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 CASOS CLÍNICOS Conduta: ● Solicitar US → caracterizar o nódulo → características de malignidade ou benignidade no US? ● PAAF → nódulo palpável (1,5 cm) ● Solicitar TSH e T4L → avaliar a função → nódulo produz hormônios? ou não produz hormônios Resultados: ● Nódulos de baixa suspeita de malignidade ao US ● Nódulos >1 cm → Fazer PAAF!! ● Interpretação: Sugere adenoma de tireoide (benigno) - Acompanhamento clínico a cada 6 meses → Repetir USG 11 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 Conduta: ● Função do nódulo: solicitar TSH e T4L ● USG + PAAF (nódulo >1 cm → tem 3 cm!) Conduta ● Solicitar PAAF → natureza do nódulo ● Presença de atipias nucleares → sugere MALIGNIDADE ● Conduta: - Tireoidectomia total (nódulo > 1 cm) - Estadiamento ● Baixo risco: sem acometimento linfonodal ou metástases ● Suspender a LEVOTIROXINA por 4 semanas → realização de RADIOABLAÇÃO Radioablação: Cintilografia captante de Iodo sugere que ainda há presença de tecido tireoidiano que porde ser normal, ou remanescente neoplásico - não há como distinguir - dessa forma, é feita a suspensão da LEVOTIROXINA durante um mês, e secundariamente a radioablação afim de destruir o tecido tireoidiano restante 12 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 Conduta: ● Aumentar a dose de LEVOTIROXINA - TSH fora do alvo 13 Natália Giacomin Lima - medicina UFES 101 Sintomas sugerem quadro de hipotireoidismo, confirmado pela avaliação laboratorial - TSH alto + T4 baixo A conduta foi o aumento da dose de Levotiroxina. Após retorno em 30 dias mostrou T4L normal e TSH aumentado O TSH é o melhor parâmetro para avaliar a função tireoidiana O eixo hipotálamo hipófise tireóide leva de 6-8 semanas para ser regulado → os exames foram realizados apenas 30 dias após o aumento de medicação (ainda não deu tempo de regular) #OBS: se precisamos avaliar o paciente em menor intervalo de tempo iremos pensar em T4L → ajustar T4 Na verdade, a dosagem laboratorial foi feita após o paciente ter tomado a Levotiroxina - pico máximo de concentração OBS: Levotiroxina deve ser tomada em jejum - absorvida em meio ácido A dosagem da está adequada - contudo a medicação foi tomada antes da realização do exame Quadro inflamatório grave → e 14
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