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ANOTAÇÕES DIREITO CIVIL - Direito das coisas - POSSE - classificação, aquisição, efeitos e perda da posse

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
ANOTAÇÕES – DIREITO CIVIL
DIREITO DAS COISAS
* com comentários do professor
O Direito das Coisas é dividido em duas partes: Posse e Direitos Reais. 
Título I – Posse: Art. 1.196 do Código Civil 
• Para ser possuidor é necessário ter um dos poderes da propriedade (vide art. 1.228 – Poderes do proprietário) 
• Não é Direito Real; 
• É uma situação de fato protegida pelo Código Civil. A teoria adotada pelo Código Civil é a teoria objetiva de Inhering, em que basta o exercício de um dos atributos da propriedade para que a pessoa seja considerada possuidora. 
Capítulo I – Classificação: 
A – Posse direta e indireta: Art. 1.197 do Código Civil: 
Posse Direta: quem ocupa/possui o bem. Ex: Locatário 
Indireta: proprietário do bem, que possui do domínio do bem. Ex: Locador. 
B – Detentor: Art. 1198 do Código Civil: Detentor ou fâmulo da posse: 
• Relação de subserviência; 
• Pode ser detentor de bens móveis e imóveis; 
• Aquele que conserva o bem de terceiro sob suas ordens; 
• Exemplos: Caseiro e Motorista. 
C – Posse justa e injusta: Art. 1.200 do Código Civil: 
Justa: Não clandestina, não precária ou não violenta. 
Injusta: Clandestina (às escondidas). Violenta e precária (passado o prazo, não devolve o bem emprestado). Tais requisitos não são cumulativos. 
D – Posse de boa ou de má-fé: Art. 1.201 do Código Civil: Posse de boa ou de má-fé: Muito importante! 
Boa-fé: Não sabia ou não tinha condições de saber que o bem não era seu. Exemplo: Promessa de compra e venda ou contrato de promessa de compra e venda não registrado (chamado de contrato de gaveta). 
Justo título (qualquer documento que dê a entender que o bem pertence ao possuidor). O possuidor do justo título é presumido estar de boa-fé, conforme parágrafo único do Art. 1.201 do CC. 
Má-fé: Sabia ou tinha condições de saber que o bem não era seu. Exemplo: Invasão de um terreno. 
E - Posse pro diviso e posse pro indiviso 
Se os compossuidores têm posse somente de partes ideais da coisa, dizse que a posse é “pro indiviso”. Se cada um se localiza em partes determinadas do imóvel, estabelecendo uma divisão de fato, diz-se que exerce a posse “pro diviso”:
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre ela atos possessórios, contanto que não excluam os dos outros compossuidores. 
Capítulo II – Aquisição da posse: arts. 1.204 e 1.205 do Código Civil: 
• Se adquire a posse desde o momento em que se torna possível, exercer, em seu próprio nome, algum dos poderes inerentes à propriedade.
• A posse se transmite aos herdeiros com os mesmos caracteres – art. 1.206, ou seja, se de boa-fé, continua de boa-fé. 
• Conceito de propriedade segundo o CC – Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha. 
• Conceito de posse segundo o CC - Art. 1.196: Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade. 
• Aquisição de posse: Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possível o exercício, em nome próprio, de qualquer dos poderes inerentes à propriedade. 
A – Sujeitos que adquirem posse (art. 1.205). 
->Própria pessoa que a pretende ou por seu representante; 
->Por terceiro sem mandato, dependendo de ratificação. 
B – Sucessão na posse: 
A posse pode ser adquirida por sucessão. O sucessor universal continua de pleno direito a posse do seu antecessor. Já ao sucessor singular possui a opção de unir ou não a sua posse com a do antecessor. 
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres. 
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor; e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais. 
Capítulo III – Efeitos da Posse: 
A - *Ações Possessórias (mais conhecido dos efeitos da posse) – Possuidores diretos e indiretos podem ajuizar as ações. As regras do processamento das ações são reguladas pelo CPC. 
Detentor não tem legitimidade para ajuizamento das ações; 
 Perda - esbulho: Ação de Reintegração de Posse; 
 Incômodo/moléstia – Turbação: Ação de Manutenção de Posse; 
 Ameaça: Interdito proibitório. 
Atenção: A questão procedimental da defesa da posse é tratada no Código de Processo Civil. As ações possessórias são ações do rito especial, previstas nos artigos 554 e seguintes do CPC. Também há artigos específicos que tratam sobre legitimação e competência sobre ações possessórias. 
1 – Reintegração de posse – esbulho – perda da posse 
Para Donizetti (2017, p. 707) o esbulho é o delito possessório cuja substância se encontra na tomada da posse pelo violador, seja violenta, clandestina ou precariamente. Cumpre lembrar que a violência se configura pelo uso de força ou grave constrangimento psicológico; a clandestinidade, pela ocultação, vez que o ato é praticado às escondidas; e a precariedade, pela quebra da confiança, vez que a posse que foi legitimamente transferida ao sujeito não é por ele restituída oportunamente. 
2 – Manutenção de posse – turbação – incômodo da posse 
Já a turbação é o delito possessório que se consubstancia em um incômodo à posse. Pela prática da turbação, o possuidor se mantém na posse, ainda que incomodado.
Para Donizetti (2017, p. 710) caracteriza turbação, por exemplo, a derrubada da cerca divisória entre dois prédios, o manejo de ação de despejo em face de locatário adimplente, e até o ajuizamento da ação de reintegração de posse. Vez que o réu pode alegar, na contestação, violação da sua posse (artigo 922 do CPC) – o que caracteriza a natureza dúplice das ações possessórias - , o pedido de reintegração por quem tinha posse pior (injusta) constitui turbação à posse atual, se esta for melhor (justa). 
3 – Interdito proibitório – ameaça à posse. 
É requisito da procedência do pedido do autor que prove o justo receio de vir a ser molestado (art. 932 do CPC). O pedido formulado será para que o juiz expeça mandado proibitório, em que se cominará multa para o réu, caso venha a efetivamente violar a posse do autor. 
ATENÇÃO: Fungibilidade das possessórias. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue proteção legal, desde que preencha requisitos da ação correta. 
Para o entendimento das ações possessórias, também é importante que seja verificado se a posse é de força-nova ou de força-velha: 
*Posse de força-nova e posse de força-velha: Posse perdida-molestada antes de um ano e um dia é chamada de posse de força-nova. Já a posse perdidamolestada após ano e dia, é chamada de posse de força-velha. 
Obs.: Juízo possessório e juízo petitório: A ação possessória é o meio de tutela da posse perante uma ameaça, turbação ou esbulho. Já a ação petitória é o meio de tutela dos direitos reais, como o de propriedade.
ATENÇÃO: A maioria dos autores informam que enquanto a imissão de posse é proposta contra o alienante, a reivindicatória deve ser proposta contra o atual detentor da coisa reivindicanda. O fundamento da ação reivindicatória está no artigo 1.228 do CC. 
Obs.: Ação de imissão de posse: A hipótese mais frequente é aquela em que o autor da ação é proprietário da coisa, mas não possuidor, por haver recebido do vendedor somente o domínio, pela escritura, mas não a posse. Como nunca teve posse, não pode utilizar ações possessórias, cabendo então a ação de imissão de posse. Nas aquisições de bens ocorrem, com frequência, situações que ensejam a imissão: vendedor simplesmente se recusa a entregar imóvel ou nele reside um terceiro, que não aceita a desocupação. 
Obs.: Ação reivindicatória: Há divergências com relação a possibilidade da ação reivindicatória ter “engolido” ou não a ação de imissão de posse. No entanto, para os que entendem que há diferenciação, a ação reivindicatória seria utilizada contra o atual detentor da coisa reivindicanda. 
Atenção: Ação de nunciação deobra nova. Também chamada de embargo de obra nova. O Objetivo da ação é impedir a continuação da obra que prejudique, prédio vizinhou esteja em desacordo com os regulamentos administrativos ou legais. Não há artigos no CPC que tratem sobre ela. Antes da entrada em vigor do CPC-2015, a ação de nunciação de obra nova obedecia a procedimento especial. Hoje, atende ao procedimento comum. Pode propor tal ação tanto o proprietário quanto o possuidor, condômino, etc. 
B - Legítima Defesa da Posse: Imediatamente e na proporção do ato realizado – Artigo 1.210, parágrafo primeiro; 
C - Frutos: Essa parte do CC depende em termos um possuidor de boa ou de má-fé: 
*Art. 1.214 do CC – Boa-fé: tem direito aos frutos percebidos e as despesas de produção e custeio. 
*Art. 1.216 do CC – Má-fé: Tem direito as despesas de produção e custeio. Os frutos produzidos e pendentes devem ser restituídos ao proprietário. 
D - Perecimento (perda total) e deterioração (perda parcial):
*Art. 1.217 do CC – Boa-fé: possuidor não responde pelo perecimento ou deterioração, se não deu causa; 
*Art. 1.218 do CC - Má-fé: responde pelo perecimento ou deterioração ainda que acidentais, salvo se comprovar que o fato ocorreria mesmo na posse do reivindicante. 
E - Benfeitorias (vide Art. 96 do Código Civil, que traz classificação das benfeitorias em necessárias, úteis e voluptuárias): 
1.219: Boa-fé: retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis e pode levantar as voluptuárias, se não estragarem o bem. 
1.220: Má-fé: Somente indenização pelas necessárias. Não tem direito à retenção. 
Capítulo IV – Perda de posse: 
• Quando cessa o poder sobre o bem, ainda que contra a vontade do possuidor – Art. 1.223 do Código Civil.

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