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HIV – VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA Família: Retroviridae • Gênero: Lentivirus (devido ao curso lento da infecção) • 02 tipos antigênicos: HIV -1 e HIV -2 • Tamanho: 80 a 110 nm de diâmetro • Material genético: 02 fitas de RNA fita simples, polaridade positiva (+ssRNA) • Enzima Transcriptase Reversa (RT) • Classificação de Baltimore: Grupo VI • Envelope lipoproteico, com projeções curtas que servem para iniciar a infecção ao se ligar com receptores celulares • O HIV -1 é o tipo mais virulento e mais disseminado pelo mundo -As evidências epidemiológicas e filogenéticas indicam que o HIV-1 e o HIV-2 foram introduzidos na população humana por meio de infecções interespecíficas, entre primatas não humanos infectados com pelo menos dois vírus da imunodeficiência de símios (SIV), provavelmente, em eventos múltiplos. GENOMA DO HIV Genes - Proteínas estruturais • gag: produz proteínas do capsídeo viral -p17 e p24 • env: as proteínas do envelope - gp120 e gp41 -Os vírus apresentam um envelope, constituído por uma bicamada lipídica, que é adquirido a partir da membrana da célula alvo e por glicoproteínas virais de superfície (gp120) e transmembrana (gp41) no HIV-1. Gene – Enzimas • pol: codifica proteínas que participam ativamente da replicação viral: Três proteínas que são essenciais à replicação viral: a protease, a transcriptase reversa e a integrasse. • Transcriptase reversa (TR): possui atividade de DNA polimerase dependente de RNA; • Integrase: participa do processo de integração do genoma do vírus ao genoma da célula alvo • Protease: Clivagem de proteínas para montagem viral ➢ Genoma viral 9 kilobases -10 ORF (open reading frames) -A gp120, contém cinco regiões variáveis (V1-V5), que são importantes para o escape da resposta imunológica pelo vírus e é onde se localiza o domínio de reconhecimento e de ligação ao receptor da célula alvo, a molécula CD4. REPLICAÇÃO DO HIV-TROPISMO CELULAR Receptor - glicoproteína CD4 celular -O HIV-1 infecta, preferencialmente, células que apresentam a glicoproteína CD4 em sua superfície, sendo que a principal delas é o LTCD4 Primeiro reconhecimento – gp120 do HIV • Linfócitos auxiliares T CD4+ (virgem ou de memória) • Monócitos; • Macrófagos; • Células dendríticas; • Células da micróglia • Astrócitos Correceptores celulares (receptores de quimiocinas) Segundo reconhecimento – gp41 do HIV • CCR5 ou CXCR4 1- Adsorção -Reconhecimento do marcador CD4 pela proteína viral gp120 -Reconhecimento do correceptor pela proteína viral gp41 • CCR5 ou CXCR4 ➢ ligação inicial entre as moléculas gp120 e CD4, ocorre uma mudança conformacional na gp120, que promove a interação entre esta e uma molécula receptora de quimiocinas, que funciona como correceptor para o HIV, podendo ser tanto a CCR5 como a CXCR4. 2- Penetração -Fusão de membranas -Envelope e membrana celular 3- Desnudamento -Perda do capsídeo e liberação do genoma viral, no citoplasma da célula alvo; -Transcrição reversa -Enzima transcriptase reversa -DNA polimerase RNA-dependente -Mutações ➢ Inicialmente, ocorre a transcrição completa do +ssRNA viral em DNA linear de fita simples e de polaridade negativa (-ssDNA), no citoplasma celular, resultando em um híbrido RNA-DNA. Reação mediada pela transcriptase reversa. 4- Transporte do DNA viral para o núcleo e integração do DNA viral no cromossomo celular (Provírus) -A molécula de DNA é transportada para o núcleo onde se integra ao genoma das células alvo, por ação da enzima integrase; -Formação do provírus 5- Transcrição 6- Tradução (Síntese das proteínas virais) 7- Montagem e liberação viral -A partir da integração, em algumas células, o genoma pode ficar em latência e em outras, é transcrito para que ocorra a produção de proteínas estruturais e não estruturais; -Produção de polipoproteína; -Clivagem pela enzima protéase -Síntese de moléculas de RNA genômico; -Montagem e o brotamento da partícula viral ocorrem de forma simultânea. MODOS DE TRANSMISSÃO - Sexual; -Sanguínea (transfusão e compartilhamento de drogas injetáveis); -Vertical (mãe para filho); -Ocupacional (materiais perfurocortantes). ➢ TRANSMISSÃO SEXUAL: -Principal forma de transmissão do HIV no Brasil e no Mundo; -Os fatores que aumentam o risco de transmissão do HIV numa relação sexual: a)Alta viremia (durante a fase da infecção primária e na imunodeficiência avançada); b) anal receptiva; c) Relação sexual durante a menstruação; d) Presença de outra IST - Sabe-se hoje que as úlceras resultantes de infecções por agentes sexualmente transmissíveis, como sífilis e herpes genital, aumentam muito o risco de transmissão do HIV. HIV – FLUÍDOS CORPÓREOS: INFECÇÃO AGUDA PELO HIV-1 • Infecções (maioria): por meio das mucosas (genital ou retal) - relação sexual; • Nas primeiras horas (relação sexual): o HIV e células infectadas atravessam a barreira da mucosa; • Estabelecimento do vírus no local de entrada; • Infecção de APCS e linfócitos T CD4+ • Resposta imune contra o HIV: -Inata -Adaptativa • Fase de eclipse (aprox. 10 dias) - Infecção homogênea - Resultado de um único foco de LTCD4 infectado na mucosa • Resposta imunológica inata (produção de interferon alfa) • Infecção de linfócitos TCD4+: aumento da replicação viral • Poucas células infectadas • Transmissão em 48 ou 72 horas, em virtude da intensa replicação • viral; • Disseminação para os linfonodos (locais e depois sistemicamente) • Estabelecimento de vírus nos tecidos linfoides • Reservatório viral latente (principalmente em linfócitos T-CD4+ de • memória); • Pico de viremia (21-28 dias): replicação viral e livre na circulação; • Viremia está associada a um declínio acentuado no número de LTCD4+ • Fase de expansão e disseminação sistêmica, há a indução da resposta • imunológica (celular e humoral); • Insuficiente em magnitude para erradicar a infecção; • Sintomas semelhante a um resfriado; • Maior quantidade de LTCD4 ativados – alvo para nova infecção; • LT-CD8+ (CTL) exerce um controle parcial da infecção; • Lenta e progressiva depleção de linfócitos LTCD4+. ➢ Após o período de infecção aguda, ocorre o período de latência clínica, onde o indivíduo permanece assintomático na maioria das vezes, sendo possível observar uma linfadenopatia generalizada persistente. Nesta fase ocorre um aumento no número de LTCD4+ com uma significativa redução da carga viral plasmática do HIV-1. - Mesmo durante o período de ausência de sinais e sintomas clínicos decorrentes da infecção, o vírus continua se replicando no organismo, especialmente em LTCD4+ de memória. - Apesar de o organismo desencadear uma resposta imunológica humoral e celular contra o HIV-1, o vírus apresenta inúmeros mecanismos de evasão, como sua grande heterogeneidade, que contribui para persistência do mesmo. INFECÇÃO CRÔNICA • Eventual progressão para a síndrome da imunodeficiência adquirida (aids) • Resposta imune celular • Resposta imune humoral (anticorpos) • Redução da carga viral plasmática (viremia) • Específico de cada indivíduo – • Cronicidade da infecção pelo HIV. • Resposta imune celular - Importante no controle da replicação viral na infecção aguda • Resposta imune humoral -Redução da disseminação do HIV na fase crônica da infecção • Anticorpos (IgG) -gp120 - gp41 - p24 (capsídeo viral) Definição de AIDS: -Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV); - A ocorrência da AIDS propriamente dita é resultado da intensa supressão do sistema imunológico do indivíduo, o que resulta no aparecimento de infecções oportunistase neoplasias. -Sua evolução é marcada por uma considerável destruição de linfócitos T CD4+. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Testes rápidos (fluído oral ou sangue) • Sorologias • Contagem de células LTCD4 – citometria de fluxo • Contagem de cópias virais circulantes – PCR quantitativo • Avaliação indireta na Urgência • Sinais de imunossupressão • Contagem total de linfócitos – 30% LTCD4 AIDS -Número de linfócitos T CD4+ < 200 céls/mm3; -Aumento da carga viral (alta viremia); -Destruição do tecido linfóide; -População viral homogênea; -Desenvolvimento de: infecções oportunistas tumores alterações neurológicas - As mais comuns infecções oportunistas são: pneumocistose, tuberculose pulmonar atípica ou disseminada (tuberculose miliar) neurotoxoplasmose, retinite por citomegalovírus e meningite criptocócica. As neoplasias mais comumente observadas são o sarcoma de Kaposi, os linfomas não Hodgkin e, em mulheres jovens, o câncer de colo de útero. TRATAMENTO • Terapia antirretroviral de alta eficiência – HAART / TARV - Inibidores da transcripitase reversa análogos nucleosídeos - Inibidores da transcripitase reversa não análogos nucleosídeos - Inibidores de fusão - Inibidores da protéase - Antagonista de CCR5 - Inibidores da integrasse PREVENÇÃO A prevenção combinada, esta nova abordagem adotada pelo Ministério da Saúde para falar de prevenção ao HIV, engloba oito formas de prevenção, que devem ser escolhidas e combinadas por cada pessoa, de acordo com cada situação vivida. São elas: - Preservativo Masculino e Feminino - Redução de Danos (não compartilhamento de objetos perfuro cortantes) - Testagem regular de HIV - Exame de HIV e outras ISTs no pré-natal - Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) - Profilaxia Pós-Exposição (PEP) - Diagnosticar e tratar outras IST - Tratamento para todas as pessoas PEP: Ela se aplica tanto aos casos de acidentes com objetos perfurocortantes, como agulhas e seringas, ou em relações sexuais desprotegidas; -Após a exposição, a pessoa tem de 4 a 72 horas para iniciar o tratamento com antirretrovirais por um período de 28 dias; -Esse tratamento impede que a pessoa se infecte com o HIV.
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