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@mskellynunes Oss� As funções primárias do esqueleto são: sustentação do corpo, formação do sistema de alavancas usado na locomoção, proteção das partes moles e reserva de minerais. Os fatores biomecânicos, portanto, são os mais importantes no desenvolvimento do formato dos ossos e na determinação de sua estrutura microscópica. Classificação dos ossos Ossos longos (à esquerda), curtos (à direita, superior) e chatos (à direita, inferior). 1, Epífises proximal e distal; 1’, cartilagem epifisária; 2, diáfise do rádio de cão jovem; 3, osso do carpo de cavalo; 4, osso parietal do crânio de cão. ● Os ossos longos, como os dos membros, tendem a ser cilíndricos e agem como alavancas. Desenvolvem-se a partir de pelo menos três centros de ossificação: um na haste (diáfise) e um em cada extremidade (epífise). ● Os ossos curtos não possuem uma dimensão que exceda as demais de maneira significativa. Muitos deles são agrupados no carpo e no tarso, gerando múltiplas articulações para facilitar a realização de movimentos complexos e reduzir a ocorrência de concussões. A maioria dos ossos curtos se desenvolve a partir de um único centro de ossificação; a replicação desses centros geralmente indica que o osso representa uma fusão de elementos distintos de formas ancestrais. ● Os ossos chatos se expandem em duas direções. Nessa categoria estão a escápula, os ossos do cíngulo pélvico e muitos dos ossos do crânio. Suas faces amplas permitem a fixação a grandes massas musculares e a proteção de partes moles subjacentes. Os demais ossos têm formas muito irregulares para que sejam agrupados em categorias claramente definidas. Tanto ossos chatos quanto irregulares não apresentam desenvolvimento uniforme. Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária. @mskellynunes Organização de um osso longo A secção longitudinal de um osso longo mostra muitas características de sua construção. A forma do osso é determinada por uma bainha ou córtex de osso sólido (compacto), composta por finas lamelas dispostas principalmente como séries de tubos concêntricos ao redor de pequenos canais centrais. Cada um desses sistemas é conhecido como osteônio. O córtex é espesso no meio da diáfise, mas afina em direção a cada extremidade, onde se assemelha a uma crosta. A superfície externa é lisa, exceto onde as irregularidades são sítios de fixação para músculos ou ligamentos; essas irregularidades podem ser elevações ou depressões e, nos dois casos, permitem a aumentar a fixação. ● Essas características geralmente são mais pronunciadas em machos maiores e mais velhos. Tais irregularidades recebem diversos nomes descritivos, de significado convencional; muitas das elevações são conhecidas como linhas, cristas, tubérculos, tuberosidades ou espinhas; as depressões são chamadas de fossas ou sulcos. (A) Figura esquemática de osso longo (úmero bovino) em secção longitudinal. (B) Osteônio com canal central (de Harves). (C) Fêmur de cão em secção sagital. 1, Cartilagem articular; 2, osso esponjoso; 2’, cartilagem epifisária; 3, osso compacto; 4, periósteo, parcialmente rebatido; 5, forame nutrício; 6, cavidade medular; 7, área rugosa de inserção de músculo ou ligamento; 8, extensão distal do epicôndilo medial; 9, tendões de origem dos flexores do carpo e dos dígitos. A superfície interna da diáfise apresenta uma cavidade medular central e é rugosa; essas irregularidades são pequenas e sem significado aparente. As extremidades são compostas por osso esponjoso, que forma uma trama tridimensional de espículas, placas e tubos entrelaçados de densidade variável. Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária. @mskellynunes ● A cavidade medular e os espaços intersticiais do osso esponjoso são ocupados pela medula óssea, observada em duas formas integradas. A medula óssea vermelha é um tecido gelatinoso, ricamente vascularizado, com propriedades hematopoiéticas, e produz as hemácias e as células brancas granulares do sangue. Embora toda a medula seja desse tipo em animais jovens, mais tarde, grande parte é infiltrada por tecido adiposo e convertida em uma medula amarela, gordurosa, com potencial hematopoiético dormente. A medula óssea dos espaços maiores é a primeira a se tornar inativa, seguida pela medula do osso esponjoso das porções distais dos membros; por fim, a medula ativa é confinada às extremidades proximais do úmero e do fêmur e aos ossos dos cíngulos e do esqueleto axial. A cronologia desses eventos em animais domésticos ainda não está definida. As faces articulares são mais extensas que as áreas em contato em qualquer posição da articulação, sendo responsáveis pela amplitude do movimento. Essas faces são lisas e recobertas por uma cartilagem articular hialina. A cartilagem não possui estrutura uniforme; sua camada mais profunda é calcificada e firmemente fixa ao córtex subjacente, mas se torna mais fibrosa em direção à periferia, onde se mescla ao periósteo e à cápsula articular. ● Uma membrana fibrosa grossa, o periósteo, envolve o restante da superfície externa, de onde pode ser facilmente retirada, exceto nos locais em que é penetrada por tendões e ligamentos que se fixam na substância compacta. Sua aparência é enganosa, já que a camada mais profunda é celular e, mesmo em adultos, retém a capacidade de formação de osso exercida durante o desenvolvimento. Essa função osteogênica é reativada na cicatrização de uma fratura. Os ossos possuem um suprimento sanguíneo generoso, talvez chegando de 5% a 10% do débito cardíaco. Existem diversos tipos de vasos sanguíneos; embora a artéria nutrícia geralmente seja a maior fonte única, acredita-se que sua contribuição seja inferior à das demais artérias juntas. A artéria nutrícia penetra o meio da diáfise em um ponto razoavelmente constante em todos os ossos. Essa artéria normalmente se dirige para uma extremidade, e o forame pelo qual passa pode simular uma fratura oblíqua em radiografias. Os dois ramos da artéria divergem, ramificam-se mais na medula e assumem trajetos muitos tortuosos, o que pode reduzir a pressão do sangue no interior da delicada medula. Os ramos menores suprem os sinusoides Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária. @mskellynunes do tecido medular e também as arteríolas e os capilares que permeiam um sistema de diminutos canais centrais (anteriormente denominados de canais de Harvers) no interior dos osteônios de osso compacto. Outro suprimento para o córtex se origina dos sinusoides medulares. Ramos da artéria nutrícia que chegam à região metafisária (a parte da diáfise adjacente à epífise) se anastomosam com os ramos dos vasos metafisários e epifisários que adentram a extremidade do osso. É provável que a região central dessa parte da diáfise dependa principalmente da artéria nutrícia, enquanto a periferia é suprida pelas artérias metafisárias. De modo geral, a circulação colateral é suficiente para a sobrevida do osso fraturado em caso de privação de parte de seu suprimento usual. Uma das técnicas utilizadas no reparo de fraturas (a colocação de pinos intramedulares) talvez danifique ainda mais os vasos que a primeira lesão e seu sucesso enfatiza o valor das anastomoses. ● O osso compacto é um material composto, plástico, de resistência considerável, capaz de sustentar deformações consideráveis e se recuperar. Ao ser envergado, as lamelas e os osteônios que formam os ossos longos se rompem; quando a deformação é muito extensa, surge uma fissura em ângulos retos na linha de ruptura, que rapidamente aumenta e cria uma fratura fragmentada. A maioria das fraturas é causada pelo envergamento excessivo, que causa estresse em ambos os lados do osso de forma aproximadamente igual. O lado submetido ao estresse por tensão tende a se romper primeiro, indicando que o osso compacto resiste melhor à compressão. No entanto, o osso esponjoso é mais comumente esmagado e impactado pela compressão. Alguns Tipos de Ossos Especializados Há ossos no interior de tendões (mas raramente de ligamentos) que alteram a direção sobre proeminências que os exporiamà pressão e fricção excessivas. Esses ossos, denominados ossos sesamoides, formam articulações sinoviais regulares com os ossos principais com os quais estão em contato. Além de prevenir o desgaste do tendão, um osso sesamoide o desloca do eixo da articulação adjacente, aumentando a capacidade de alavanca exercida pelo músculo. O melhor exemplo conhecido é a patela (rótula) no extensor principal da articulação do joelho. Em cães, sesamoides menores também se desenvolvem nos músculos atrás do joelho, nos tendões que passam atrás das articulações Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária. @mskellynunes metacarpofalangianas (nas bases dos dígitos) e nos tendões extensores dos dígitos. Esses sesamoides, e outros ainda menores, podem ser erroneamente identificados como estilhaços de fraturas em radiografias. Em animais de grande porte, há um ou mais sesamoides dorsais ao tendão do músculo flexor do dígito imediatamente antes de sua inserção nas falanges distais. Em cães, a reação é limitada ao desenvolvimento de um resquício de cartilagem em cada ramo do tendão. ● Os ossos esplâncnicos se desenvolvem em órgãos moles, distantes do restante do esqueleto. Os exemplos mais familiares, são o osso do pênis (e seu equivalente feminino, o osso do clitóris), em cães e gatos, e o osso cardíaco em algumas espécies, especialmente no coração de ruminantes. ● Alguns ossos apresentam espaços aéreos. Em mamíferos, estes ossos pneumáticos são confinados ao crânio e contêm os seios paranasais, que se comunicam com a cavidade nasal. Os seios se desenvolvem principalmente após o nascimento, quando evaginações da mucosa nasal invadem determinados ossos do crânio e substituem a díploe, osso esponjoso entre as camadas interna e externa da substância compacta. A separação das camadas pode ser bastante considerável e provocar um grande remodelamento pós-natal do crânio, melhor observado em bovinos e suínos. O esqueleto pós-cranial de aves desenvolve um extenso sistema de cavidades preenchidas por ar que se comunicam com os órgãos respiratórios. Referência : Dyce. Tratado de Anatomia Veterinária.
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