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COLÉGIO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL MARIA FONTES DE FARIA CURSO TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO COMPONENTE CURRICULAR: TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO Boquim – 14 /07/ 2021 ALUNO(A): ___________________________________TURMA: _____ PROFESSORA: KÁTIA CILENE ATIVIDADE 1-As questões de 1 a 3 referem-se ao texto abaixo. No Brasil das últimas décadas, a miséria teve diversas caras. Houve um tempo em que, romântica, ele batia à nossa porta. Pedia-nos um prato de comida. Algumas vezes, suplicava por uma roupinha velha. Conhecíamos os nossos mendigos. Cabiam nos dedos de uma das mãos. Era parte da vizinhança. Ao alimentá-los e vesti-los, aliviávamos nossas consciências. Dormíamos o sono dos justos. A urbanização do Brasil deu à miséria certa impessoalidade. Ela passou a apresentar-se como um elemento da paisagem. Algo para ser visto pela janelinha do carro, ora esparramada sobre a calçada, ora refugiada sob o viaduto. A modernidade trouxe novas formas de contato com a riqueza. Logo a miséria estava batendo, suja, esfarrapada, no vidro de nosso carro. Os semáforos ganharam uma inesperada função social. Passamos a exercitar nossa infinita bondade pingando esmolas em mãos rotas. Continuávamos de bem com nossos travesseiros. Com o tempo, a miséria conquistou os tubos de imagem dos aparelhos de TV. Aos poucos, foi perdendo a docilidade. A rua oferecia-nos algo além de água encanada e luz elétrica. Os telejornais passaram a despejar violência sobre o tapete da sala, aos pés de nossos sofás. Era como se dispuséssemos de um eficiente sistema de miséria encanada. Tão simples quanto virar uma torneira ou acionar o interruptor, bastava apertar o botão da TV. Embora violenta, a miséria ainda nos excluía. Vivia-se numa fase, a utopia da cesta básica. Tentava-se remediar anos de omissão com programas oficiais paternalistas. Súbito, a miséria cansou de esmolar. Ela Agora não pede; exige. Ela já não suplica; toma. A miséria não bate mais à nossa porta; invade. Não estende a mão diante do vidro do carro. Arranca os relógios dos braços distraídos. (Folha de São Paulo, 31/10/1994, p. 12) Considere as seguintes afirmações sobre o texto. I.O texto descreve as transformações pelas quais passou a relação entre a população miserável e o grupo social ao qual pertence o autor, como indicam o uso constante da primeira pessoa do plural no primeiro parágrafo do texto. II - O texto sugere na linha 10 que a urbanização divide a história da miséria no Brasil em suas duas únicas etapas. Na primeira, a miséria é romântica; na segunda, violenta. III - Segundo o autor, seu grupo social manteve-se sempre mobilizado em relação à miséria, vista como um problema social e não individual. Quais estão corretas? a) Apenas I b) Apenas II c) Apenas III d) Apenas I e II e) Apenas I e III 2. O contraste entre as várias caras da miséria é um elemento fundamental no texto. Assinale a alternativa em que não há contraste entre as palavras ou expressões retiradas do texto. a) parte da vizinhança (l. 7)/ impessoalidade (l. 11) b) batia à nossa porta (l. 3)/ invade (l. 40) c) romântica (l. 3) / violenta (l. 33) d) pede (l. 38) / exige (l. 38) e) calçada (l. 14) / viaduto (l. 14) 3. Um dos recursos utilizados pelo autor na construção do texto é o emprego de expressões em sentido figurado. As expressões abaixo são exemplos desse recuso, à exceção de a) de bem com nossos travesseiros (l. 21-22) b) elemento da paisagem (l. 12) c) braços distraídos (l. 41-42) d) eficiente sistema de miséria encanada (l. 30) e) despejar violência sobre o tapete da sala (l. 27- 28) 4- Interpretação de Texto: O HOMEM ENERGÉTICO Imagine uma cidade antiga, sem energia elétrica. Vamos passear por ela, à noite. As ruas completamente escuras. Com um pouco de sorte, poderá haver um luar agradável, permitindo enxergar o contorno das casas e a torre da igreja. Na sala de uma casa qualquer, após o jantar, um grande lampião de gasolina ilumina todo o ambiente. Produz uma luz intensa, muito branca, por causa de uma pequena rede de titânio que envolve a chama. Esta, aquecida, emite uma luz muito mais forte e clara que a chama tremeluzente amarelo avermelhada de um simples lampião de querosene ou de uma lamparina. Nessa sala, cada membro da família se entrega a um passatempo favorito: tricô, vitrola de corda, jogo de cartas, leitura. Não existe televisão, rádio, vídeo filmes ou outros passatempos eletrônicos. Tampouco a enorme variedade de eletrodomésticos que substituem o esforço físico na realização dos trabalhos de rotina. Sem muito que fazer, dormem demasiado cedo. A falta de luz castiga a vista; é grande o consumo de querosene, de gasolina e de velas. Toda atividade é penosa. Durante a noite, fica acesa apenas uma ou outra lamparina. O silêncio é completo. Não existem buzinas nem roncos de motores acelerados. Ouve-se apenas o ruído compassado dos cascos ferrados de cavalos batendo nas pedras do calçamento. Parece uma cidade fictícia, mas não é. É São Paulo do século passado. O Brasil teve sua primeira usina hidrelétrica em 1889. Em 1900, quando começaram os bondes elétricos, em São Paulo já existia gerador a vapor. Próximo de 1930, era, preponderantemente, a gás a iluminação das ruas. Nas casas, a eletricidade era empregada apenas para acender umas poucas lâmpadas. Como as locomotivas, as máquinas industriais eram movidas, principalmente, a vapor obtido de grandes caldeiras aquecidas pela queima de carvão inglês. De manhã, ouviam-se os apitos emitidos pelas caldeiras das fábricas, anunciando a hora da entrada para o trabalho. À tarde, os acendedores de lampiões, funcionários públicos, acendiam os postes de iluminação da cidade. Para uma pessoa nascida no final deste século, é difícil sequer imaginar a vida na cidade sem eletricidade. Quase não se vê uma casa, modesta que seja, sem ter sobre o telhado, uma arborescente antena de televisão e, na cozinha, pelo menos um liquidificador. É o progresso, dizemos. Sem energia, não há civilização, não há desenvolvimento! O controle de várias formas de energia deu ao homem um enorme poder sobre a natureza – de construir ou destruir. O progresso dos últimos cem anos foi superior ao que aconteceu nos cinquenta séculos da conhecida história da humanidade. Esse progresso mecânico, porém, baseados apenas no domínio da energia, pode ser sempre considerado benéfico à espécie humana? Foi o resultado do real aumento da inteligência ou da capacidade de compreensão humana? Não poderá o emprego das diversas fontes de energia, em larga escala, gerar algum prejuízo, alguma consequência negativa para a própria natureza? (Adaptado de BRANCO, Samuel Murgel. Energia e Meio Ambiente. São Paulo.Moderna, 1991, Coleção Polêmica) De acordo com o texto, pode-se afirmar que: a) o progresso só traz consequências benéficas à humanidade. b) a tecnologia, ao lado bem, pode trazer o mal. c) o homem possui inteligência para somente produzir o bem. d) as técnicas humanas nem sempre são bem entendidas por todos. e) jamais o homem, usando a eletricidade, proporcionará apenas o bem. 5-. O texto afirma que: a). com o progresso, a cidade de São Paulo, não mais viveu na escuridão. b) uma cidade sem eletricidade não proporciona o conforto de hoje. c) um paulistano de hoje, nem imagina sua cidade sem eletricidade. d). a energia elétrica resolveu todos os problemas dos paulistanos. e) as fontes de energia são a salvação do homem de hoje. 6- Pelo texto, pode-se concluir, unicamente, com certeza, que: a) a história da humanidade é conhecida há pelo menos 5000 anos. b) a eletricidade apenas foi conhecida no final do século XX. c) o homem não consegue viversem as fontes de energia elétrica. d) sem energia elétrica, não há progresso humano. e) as antenas de TV indicam progresso em benefício da humanidade. 7-. Na antiga cidade de São Paulo, antes da chegada da energia elétrica, vivia-se, segundo o texto: a) com mais intensidade familiar, no ambiente doméstico. b) com problemas de visão, decorrentes da falta de luminosidade. c) sem ilusão e fantasia, porque não havia vídeo filmes. d) sem fraternidades, porque cada família se fechava em si mesma. e) com problemas de comunicação, pois as antenas eram precárias. 8-. De acordo com o texto, é válido afirmar que, na antiga São Paulo: a) os eletrodomésticos substituíam o esforço físico. b) à noite, pela falta de luz elétrica, nada se podia ver ou enxergar. c) apenas o querosene iluminava as casas de seus habitantes. d) a luz proveniente da queima do querosene era a mais forte de todas. e) por não existir muita atividade à noite, dormiam cedo. 9- Os bondes elétricos começaram a transitar em São Paulo: a) na terceira década deste século. b) no ano em que surgiu, em São Paulo, a primeira usina hidrelétrica. c) no ano em que foi descoberta a energia elétrica. d) após a iluminação das ruas com a energia elétrica. e) no último ano do século XIX. 10-. De acordo com o autor, com o controle de várias formas de energia, o homem sentiu-se de posse de enorme poder que permite: a) dominar o mundo. b) propiciar a toda humanidade mais conforto e progresso. c) iluminar as cidades e mover as fábricas e veículos. d) construir e destruir. e) atuar na sociedade, diminuindo a distância entre as classes. EXCELENTE DESEMPENHO !
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