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ATENDIMENTO INICIAL AO PACIENTE POLITRAUMATIZADO AUTORIA DE Rebeca Zilli PACIENTE POLITRAUMATIZADO É o indivíduo que, subitamente, devido a algum tipo de acidente, passa de hígido à traumatizado, necessitando de assistência médica imediata. O paciente é considerado politraumatizado quando apresenta lesões em dois ou mais sistemas de órgãos, sendo que alguma represente risco vital a ele. → TRAUMA: é uma lesão caracterizada por alterações estruturais ou desequilíbrio fisiológico, decorrente de exposição aguda a várias formas de energia- um acidente de carro, por exemplo. → IMPORTÂNCIA: é uma das principais causas de morte no mundo todo, apresentando o maior custo com atendimento em agravos. DISTRIBUIÇÃO TRIMODAL DA MORTALIDADE EM TRAUMAS MORTES IMEDIATAS (1º pico → 1ºs minutos após trauma) ex: TCE grave/ Ruptura de grandes vasos/ MORTES PRECOCES (2º pico → 1as horas após trauma) ex: Pneumotórax/ Hemotórax/ Fraturas de Bacia. MORTES TARDIAS (3º pico → semanas após trauma) ex: Infecções AVALIAÇÃO DE SEGURANÇA DO CENÁRIO antes de qualquer abordagem ao paciente politraumatizado (antes de iniciar qualquer atendimento), é essencial fazer a ANÁLISE DA CENA, a fim de identificar a natureza do evento; o número de pacientes envolvidos; os meios de abordagem ao paciente; a presença de agentes de risco que comprometam a segurança, tanto dos pacientes, quanto dos socorristas (animais, fogo, produtos perigosos, instabilidade de estruturas, risco de pânico em massa). ➔ FATORES A SEREM CONSIDERADOS: necessidade de apoio (POLÍCIA/ SAMU/ BOMBEIROS); evolução da situação; rede elétrica; fumaça; violência; derramamento de combustível; estruturas; animais; etc. ➔ COMO PODE ESTAR A CENA: ☑ SEGURA→ iniciar o atendimento ☒ INSEGURA→ buscar segurança antes de iniciar o atendimento ➔ AVALIAR A CENA COM FREQUÊNCIA ATENDIMENTO INICIAL (PRÉ-HOSPITALAR) FINALIDADE: identificar e tratar as lesões que promovem risco de vida ao paciente. REGRAS DE BIOSSEGURANÇA: utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual) → Luvas de procedimento → Óculos → Máscara → Calçado fechado → Cabelos presos → Unhas curtas → Sem adornos (anéis, pulseiras, brincos) PADRONIZAÇÃO DO ATENDIMENTO: Em 1978, ocorreu o primeiro curso de ATLS (Advanced Trauma Life Suport- Suporte Avançado de Vida em Traumas), que, para evitar iatrogenias no atendimento inicial, estabeleceu uma sequência padronizada, que se baseia na otimização do atendimento e em uma reavaliação constante do paciente (o politraumatizado é instável). A ordem de atendimento é a seguinte: AVALIAÇÃO PRIMÁRIA (A-B-C-D-E): É uma avaliação objetiva e direcionada para o TRAUMA A B AVALIAÇÃO PRIMÁRIA (A-B-C-D-E) REANIMAÇÃO MEDIDAS AUXILIARES AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA TRANSFERÊNCIA DO PACIENTE (AIRWAY) AVALIAÇÃO DAS VIAS AÉREAS + COLAR CERVICAL • aspirar secreções • estabilização com colar cervical (utilizado em pacientes graves: fratura cervical) • verificar obstrução de vias aéreas (manobras de Chin Lift e Jaw Thrust) • avaliar resposta verbal (se estiver clara, ventilação e perfusão estão OK) se atentar à fraturas faciais (pode ocasionar obstrução das vias) se atentar à TAQUIPNÉIA (pode ser sinal de obstrução das vias) (BREATHING) AVALIAÇÃO DA RESPIRAÇÃO + FORNECIMENTO DE OXIGÊNIO • avaliar frequência respiratória • avaliar ventilação • inspeção do tórax (pode dificultar ventilação) • suplementar O2 (máscara ou intubação) • retirar corpos estranhos das vias sempre ofertar O2 ao paciente (máscara) via pérvia ≠ boa ventilação (via livre não é um sinal de boa ventilação) não utilizar sonda nasal em fratura de face (máscara) Como avaliar? → INSPEÇÃO → PALPAÇÃO → AUSCULTA → PERCUSSÃO • Posição da traqueia está correta? • Expansão torácica está simétrica e adequada? • Há perfurações no tórax? • Há ausculta de murmúrios vesiculares? assimetria sugere fratura de costelas Indicam lesão torácica PNEUMOTÓRAX Desvio da traqueia para o lado oposto à lesão; Murmúrio Vesicular reduzido; Enfisema subcutâneo; Percussão timpânica no lado da lesão; Hipotensão; Turgência de Jugular; HEMOTÓRAX Murmúrio vesicular reduzido percussão maciça Choque (hipotensão) AR NA PLEURA SANGUE NA PLEURA C D ESCALA DE COMA DE GLASGOW NÍVEL DE CONSCIÊNCIA ABERTURA OCULAR ESPONTÂNEA 4 À VOZ 3 À DOR 2 NENHUMA 1 RESPOSTA VERBAL ORIENTADA 5 CONFUSA 4 PALAVRAS INAPROPRIADAS 3 PALAVRAS INCOMPREENSÍVEIS 2 NENHUMA 1 RESPOSTA MOTORA OBEDECE COMANDOS 6 LOCALIZA DOR 5 MOVIMENTO DE RETIRADA 4 FLEXÃO ANORMAL 3 EXTENSÃO ANORMAL 2 NENHUMA 1 CANULA DE GUEDEL MÁSCARA C/ RESERVATÓRIO MÁSCARA LARÍNGEA TUBO OROTRAQUEAL CRICOTIREOISTOMIA (DISABILITY) AVALIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA POR MEIO DA ESCALA DE GLASGOW • graduar abertura ocular • graduar nível de consciência • graduar resposta verbal e motora • testar reflexos • verificar tamanho/simetria pupilar se atentar ao estado neurológico (utilizar a escala GLASGOW como parâmetro) máximo→ 15 (bem) mínimo→ 3 (coma) intubação→ 8 A ALERTA V RESPONDE COMANDO VERBAL D RESPONDE COMANDO DOLOROSO I IRRESPOSÍVEL (CIRCULATION) AVALIAÇÃO DO PULSO E PERFUSÃO + VERIFICAÇÃO DE HEMORRAGIAS • parar grandes sangramentos (compressão) • avaliar pulsos (central e periférico) • medir PA (deve ser mantida acima de 90mmHg) • analisar cor da pele e temperatura • analisar necessidade de sangue • fazer reposição volêmica (se necessário) não colher sorologia (apenas com autorização do paciente) se atentar à CHOQUES (hemorragia leva a choque hipovolêmico) 1 a 2 litros de RL (Solução de Ringer c/ Lactato) *faz-se a punção em 2 acessos periféricos calibrosos e retira-se amostras de sangue para tipagem sanguínea; exames de rotina e BHCG em mulheres de idade fértil* pele fria e pálida; PA baixa (< 90); enchimento capilar >2 s; FC aumentada (>100); FR alterada. calibre 14 (preto) E REANIMAÇÃO O paciente pode para a qualquer momento, então a reanimação pode ser feita quando necessário, mas é geralmente identificada logo nas etapas A e B. MEDIDAS AUXILIARES → Monitorização por ECG (eletrocardiograma) → Sonda Gástrica → Sonda Vesical → Radiografias (cervical/ torácica/ pélvica) → Gasometria Arterial → Lavado Peritoneal → FAST (Avaliação Focada com Sonografia para Trauma) AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA Só deve ser iniciada após o paciente politraumatizado passar pelo ABCDE e estiver estabilizado (tendência para normalização dos sinais vitais). Nessa parte do atendimento, o paciente é examinado por completo, realizando novos exames (laboratoriais e de imagens), tendo a anamnese coletada, realizando-se o exame físico (da cabeça aos pés) para identificar lesões/problemas que não foram encontrados durante a avaliação primária. Faz-se também a avaliação neurológica completa do indivíduo. APÓS AVALIAÇÕES Se houver necessidade, o paciente é transportado/ transferido para hospital de maior complexidade ou para a UTI da instituição em que já está instalado (gravidade da situação dita) AVALIAÇÃO DA CINEMÁTICA DO TRAUMA (EXPOSITION) EXPOSIÇÃO DE ZONAS AFETADAS + PREVENÇÃO À HIPORTERMIA • despir opaciente • buscar lesões • cobertor ou manta aquecida • desligar ar condicionado • soro aquecido se atentar à temperatura e volemia do paciente (evitar a HIPOTERMIA) SUSPEITAR DE TRAUMA GRAVE: → atropelamento → colisão de veículos a mais de 30km/h → ferimentos penetrantes → ejeção do veículo → capotamento de veículo → queda de altura 1,5 maior que a altura do indivíduo CAPOTAMENTO LESÕES VARIADAS EJEÇÃO DO VEÍCULO IMPACTO TRASEIRO LESÃO DA COLUNA POR HIPEREXTENSÃO (CHICOTE) ENCONTRADO NO VEÍCULO ATROPELAMENTO TRAUMATISMO CRANIANO; TRAUMATISMO RAQUIMEDULAR; LESÕES DE TÓRAX E ABDOMEN; ENCONTRADO NO CHÃO
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