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INFECÇÕES DE VIA AÉREA ALTA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA (POR REBECA ZILLI)

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INFECÇÕES DE VIAS AÉREAS SUPERIORES NA ATENÇÃO BÁSICA 
 POR 
 
Rebeca Zilli 
RESFRIADO COMUM 
Pode ser causado por ≠ agentes virais e tem comportamento sazonal (mais no outono e primavera), 
podendo durar de 3 – 14 dias. 
Sinais e sintomas: 
● Coriza → secreção clara – esverdeada – hialina – desaparece (esse é o normal) 
● Obstrução nasal 
● Dor de garganta 
● Tosse seca 
● Mal estar 
● Conjuntivite leve 
Exame físico: devo me atentar à febre (não é comum), dispneia (não deve estar presente), FR e 
ausculta respiratória (devem estar normais), adenopatia cervical (não é comum) e hiperemia de 
orofaringe (pode aparecer pelo ressecamento da garganta). 
Complicações: o resfriado por si só não apresenta risco, mas sim suas complicações, como: 
1. IVAI (pneumonia) 
2. Rinossinusite aguda viral 
3. Otite média 
4. Exacerbação da asma 
Conduta: por ser uma condição autolimitada, o tratamento é focado no acompanhamento do quadro e 
alívio de sintomas: 
● Orientação – higiene respiratória, sinais de piora; 
● Observação – diagnósticos diferenciais, evolução do quadro; 
● Sintoma nasal – lavagem com soro, descongestionantes nasais; 
● Sintoma febril – analgésicos e antipiréticos; 
 
Antibióticos, Antihistamínicos isolados, antivirais, vit. C, D e E não tem evidencia de benefício. 
 
SÍNDROME GRIPAL 
A diferencia para o resfriado é basicamente a etiologia predominante por vírus Influenza. 
Transmissão: contato direto com secreções respiratórias, objetos contaminados. 
Sinais e sintomas: 
● Febre súbita → (>37,8ºC, deve durar até 3 dias) 
● Dor de garganta ou Tosse seca + pelo menos 1 dos sintomas→ cefaleia, mialgia, artralgia. 
● Hiperemia conjuntival; 
● Sintomas no TGI; 
Exame físico: devo me atentar à sinais de piora (hipotensão, desidratação, alteração respiratória) e à 
ausculta respiratória (pode ter estertores e/ou redução de MV bilateral). 
Complicações: são as mesmas do resfriado, porém de manifestação mais intensa, sendo a SRAG 
(Síndrome Respiratória Aguda Grave) a principal complicação. Atenção aos sinais de piora: 
 → Persistência ou agravamento da febre por mais de 3 dias; 
 → Miosite comprovada por CPK (≥ 2 vezes); 
 → Alteração do sensório; 
 → Desidratação; 
 → Exacercbação dos sintomas do TCG (crianças); 
 → Sat O2 <95% em ar ambiente; 
 → Desconforto respiratório; 
 
Atenção para pacientes com comorbidades de base (HAS, DM, 
DPOC), imunodeprimidos, crianças desnutridos e tabagistas, 
pois são os mais propensos a complicar. 
 
Conduta: mesma conduta do Resfriado Comum, 
mas também o tratamento específico para 
Influenza. 
► Oseltamivir (75mg 12/12h por 5 dias) para os 
seguintes casos: 
a) Quadro evoluindo com sinais de gravidade (evoluindo 
para SARS)→ ideal nas primeiras 48h 
b) Grupos de risco (>60anos, gestantes, DM, 
Pneumopatas, Imunossuprimidos, nefropatas, 
hepatopatas) 
 
Exames complementares: indicado apenas para os 
pacientes descritos em a) e b) acima. 
 
 
RINOSSINUSITES AGUDAS 
Os principais agentes são virais (Rinovírus, Influenza, Parainfluenza), mas há também os bacterianos 
(S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis). 
Sinais e Sintomas: 
São parecidos com os anteriores, mas o que diferencia na sinusite são os 
sintomas nasais exarcebados. 
● Congestão nasal importante 
● Secreção nasal purulenta 
● Dor em região de seios da face 
● Febre, cefaleia, tosse, hipo/anosmia 
● Sintomas no ouvido 
 
Exame físico: devo me atentar aos seios da face (dor, hiperemia, edema), à 
orofaringe (gotejamento pós nasal, hiperemia) e otoscopia. 
 
Etiologias: 
Viral Bacteriana 
Dura 7 – 10 dias Dura > 10 dias 
Pior nos 3 primeiros dias Bifásico (ruim – melhora – piora) 
Febre até 48h Pode ter febre após 48h 
secreção clara – verde - clara complica mais 
 
Complicações: 
► Celulite periorbital: seios da face hiperemiados, edemaciados e dolorosos, muito grave (internação + ATB IV); 
► Meningite: consequência da celulite; 
► Abcesso intracraniano 
► Trombose de seios cavernosos: consequência da celulite; 
 
Sinais de alarme: 
o Cefaléia intensa/persistente 
o Edema, eritema periorbital 
o Alterações oculares (proptose, motricidade, diplopia) 
o Alteração de par craniano 
o Rebaixamento do nível de consciência 
o Sinais de hipertensão intracraniana 
o Rigidez cervical/sinais meníngeos 
 
 
Exames: 
TC de seios da face/crânio→ bom para casos complicados (RX não é um bom exame). 
Cultura da secreção→ útil para escolha do ATB ou troca quando não está sendo efetivo. 
 
Conduta: 
Casos em suspeita de complicação, referencio para o setor de emergências. 
Casos não complicados vão envolver: 
● Farmacológico – analgésicos, antipiréticos, corticoide nasal (padrão ouro), descongestionantes orais 
(sintomas auditivos), descongestionantes tópicos (tem efeito rebote). 
A princípio não prescrevo anti-histamínicos e avalio a necessidade de ATB (pode ser viral): 
a) Suspeita de rinossinusite bacteriana; 
b) Piora do quadro durante o seguimento; 
c) Avalio para imunossuprimidos/diabéticos, comorbidades; 
d) Avalio risco para resistência bacteriana. 
Fatores de risco para resistência: >65 anos, hospitalização nos últimos 5 dias, uso de atb no último mês, 
imunodepressão, multimorbidade, infecção grave. 
Se houver risco: 
► Amoxicilina clavulanato (2g+125mg 12/12h) por 5 – 7 dias 
 
Se não houver risco: 
► Amoxicilina (500mg 8/8h ou 875mg 12/12h) por 5 – 7 dias 
► Amoxicilina + clavulanato (500+125mg 8/8h ou 875+125mg 12/12h) por 5 – 7 dias 
 
SS 
Se houver falha no tratamento inicial: 
Exames de imagem para confirmação e exclusão de outras possibilidades, além de: 
► Fluorquinolonas (Levofloxacino/Moxifloxacino) se funcionar por 7 dias, completo 10 dias 
► Amoxicilina (2g+125mg 12/12h) se funcionar por 7 dias, completo 10 dias 
 
 
FARINGOAMIGDALITES 
Os principais agentes são virais: quando há sintoma nasal, está na nasofaringe (Rinovírus, Influenza, 
Coronavírus); se afeta apenas garganta, é faringite (Rinovírus, Influenza, Coronavírus, Herpes 1 e 2, 
Epstein-Barr, CMV, HIV); podem ser também por causas bacterianas (principal é o estreptococo B-
hemolítico grupo A, mas há outros). 
 
Faringoamigdalite estreptocócica (S. pyogenes) 
● Contaminação: contato com pele, secreções, fômites; 
● Sinais e sintomas: dor de garganta, febre, adenopatia cervical anterior (súbita); 
(sem tosse, coriza, rouquidão) 
● Exame físico: hiperemia de orofaringe, hipertrofia amigdaliana; adenopatia dolorosa; 
● Duração: 3 – 5 dias normalmente, podendo durar até 7 dias; 
● Diagnóstico: TR-EBGA (teste rápido), Swab de orofaringe com cultura (resultado em 3 dias). 
 
 
 
Faringoamigdalite por Epstein-Barr 
maioria da população tem esse vírus de forma assintomática 
● Contaminação: alto contato (“doença do beijo”), ou contato no período sintomático; 
● Sinais e sintomas: dor de garganta, febre, adenopatia cervical anterior e posterior (súbita); 
● Exame físico: linfadenopatia axilar e inguinal, petéquias de palato, hepatoesplenomegalia, icterícia. 
● Duração: incubação de 4-7 semanas, duração de 2-4 semanas; 
● Diagnóstico: Hemograma com linfocitose (>50%) e linfócitos atípicos (>10%), Anticorpos IgM. 
 
Faringoamigdalite por Citomegalovírus 
semelhante à por Epstein-Barr, mas com sintomas mais sistêmicos (mialgia, mal estar, febre) 
● Contaminação: faixa etária mais velha, 30-40 anos. 
● Sinais de gravidade: voz em “batata quente”, rouquidão importante, dipnéia, taquipnéia, estridor, 
sialorréia, posição do “tripé” e “cheirador”. 
 
Como selecionar pacientes para ATB: 
1. TR-EGAB ou Swab de orofaringe (com cultura) 
2. Associado à escore de Cantor modificado 
 Critério Pontos 
Ausência de tosse 1 
Linfonodos cervicais anteriores dolorosos e aumentados 1 
Temperatura > 38ºC 1 
Edema amigdaliano e exsudato 1 
Idade: 
3 – 14 anos 1 
15 – 44 anos 0 
45– mais anos -1 
 
Conduta: vai se basear no risco previsto no Escore de Cantor 
► Escore <1: não uso ATB, não solicito exames (salvo se tem histórico de febre reumática ou EBGA 
prévia), trato sintomáticos, não uso corticoide oral. 
► Escore 2: solicito teste rápido ou cultura para EBGA, se positivo→ ATB, se negativo→ outras causas 
► Escore 3: há literaturas que indica esse escore para tratamento empírico já (conduzo igual o 2) 
► Escore 4: iniciar tratamento empírico. 
 
Antibioticoterapia: 
Penicilina 1.200.000 Ul dose única. 
Amoxicilina 875mg 12/12h por 10 dias (melhor escolha) 
Cefalexina se hipersensibilidade tipo IV (alergia muito leve); 
Clindamicina se hipersensibilidade tipo I (anafilaxia); 
Azitromicina é segunda opção se não puder comprar a Clindamicina. 
 
Tonsilectomia: apenas em casos muito selecionados, como alergia aos ATB, abcesso amigdaliano ou 
uso frequente de ATB. 
 
≤ 0 pontos: 1 – 2,5% de risco 
 1 pontos: 5 – 10% de risco 
 2 pontos: 11 – 17% de risco 
 3 pontos: 28 – 35% de risco 
 4 pontos: 51 – 53% de risco

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