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AVALIAÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES 1. Um homem de 45 anos comparece à consulta com queixa de “fraqueza e dormência no braço direito”. Explique as pesquisas que precisam ser realizadas no exame físico para definir uma radiculopatia como causa das queixas deste paciente. • Primeiramente, é preciso realizar uma pesquisa de movimento dos membros superiores, avaliando os miótomos do paciente através de uma série de movimentos (abdução e adução do braço, flexão e extensão do cotovelo, flexão e extensão do punho, flexão dos dedos, movimento de pinça com o polegar e indicador, abdução dos dedos e abdução do polegar). Ao fim dessa pesquisa, será possível a percepção do movimento que o paciente está com mais dificuldade de realizar. • Todavia, para determinar se é uma radiculopatia ou uma neuropatia, assim como saber a raiz ou nervo afetado, é preciso passar por mais duas etapas: a pesquisa de reflexos e o teste dos dermátomos. • A pesquisa de reflexos consiste na análise do reflexo bicipital, reflexo braquiorradial e reflexo tricipital. Esses reflexos estão relacionados, respectivamente, às raízes C5, C6 e C7 e podem ser acompanhados de manobras de reforço caso ocorra reflexos reduzidos ou assimetria. • O teste dos dermátomos, por sua vez, consiste na avaliação da sensibilidade, precisando atentar-se às áreas (dermátomos) em que será realizado o teste, visto que cada uma está ligada a diferentes raízes nervosas. • Ao final das três pesquisas durante o exame físico, pode-se ter uma visão melhor e definir, como proposto pelo enunciado, uma radiculopatia como causa das queixas deste paciente. 2. Uma mulher de 35 anos que sofreu um acidente automobilístico comparece à consulta com queixa de “fraqueza para o movimento de extensão do punho direito”. Descreva como diferenciar uma radiculopatia (C6-C7) de uma neuropatia (radial) no exame físico desta paciente. • Uma radiculopatia difere-se de uma neuropatia pelo fato da primeira comprometer o movimento inteiro, sendo mais abrangente, enquanto que a segunda compromete um movimento mais específico. • No caso dessa paciente, ao analisar os movimentos com interferência do nervo radial, observa-se a extensão do punho (C6-C7) e extensão do cotovelo (C6-C7). Todavia, ambos também se relacionam às raízes C6 e C7, o que dificulta a identificação se o problema é uma radiculopatia (C6-C7) ou uma neuropatia (nervo radial) partindo apenas desses dois movimentos. Portanto, existe um movimento que pode ser realizado durante a pesquisa de miótomos que envolve apenas a raiz C7, que é o movimento de adução do ombro. • Além disso, também pode ser feito o movimento de flexão do punho, que envolve C7 e C8 e também não tem relação com o nervo radial. Caso, além da dificuldade de extensão do cotovelo e de punho, a paciente demonstre também prejuízo na adução do ombro e flexão do punho, pode indicar a presença de uma radiculopatia da raiz C7. • Em relação aos reflexos, existe o braquiorradial (C6) e o tricipital (C7), ambos com relação também ao nervo radial. Caso se note uma hiporreflexia somente no reflexo braquiorradial, pode ser indicação de problema em C6; caso apresente hiporreflexia no reflexo tricipital, pode ser indicação de problema em C7 e, se ambos estão alterados, pensa-se mais em uma alteração no nervo radial. • Do ponto de vista sensitivo, o nervo radial e as raízes C6 e C7 também possuem diferentes dermátomos. O dermátomo de C6 envolve a borda lateral do antebraço mais os dois primeiros dedos, o de C7 é o dedo médio e região mediana do antebraço, enquanto que o do nervo radial é o dorso do 1°, 2° e 3° dedos (principalmente a base do 1° e 2° dedos). • Nesse sentido, durante a avaliação da sensibilidade, será possível detectar as áreas sensíveis ao toque para a paciente, identificando a relação com as raízes ou nervo radial, e, em conjunto com a análise do resultado das outras duas pesquisas (de movimento e reflexo), diferenciar uma radiculopatia (C6-C7) de uma neuropatia (radial). 3. Um homem de 30 anos, atleta, comparece à consulta com queixa de dor no ombro direito. Descreva como o exame físico deste paciente pode identificar um comprometimento do tendão do supraespinhal. • Inicialmente, como o paciente apresenta queixa de dor no ombro, deve-se realizar uma avaliação do espaço subacromial, a partir de manobras gerais e outras mais específicas. Como o tendão do músculo supraespinhal passa debaixo do acrômio, manobras que avaliam o espaço subacromial também avaliam, indiretamente, esse tendão. • Assim, realiza-se primeiramente a manobra do arco doloroso, que envolve a abdução total do braço e, caso ocorra a dor no meio do movimento (mais ou menos entre 45-60° e 120°), é sinal de arco doloroso positivo. • Outra forma de avaliação seria o teste de Speed, que, através da flexão do ombro, extensão do cotovelo e antebraço em supinação, aplicando resistência, é dado como positivo caso o paciente sinta dor no tendão bicipital. Caso esses dois testes tenham resultados positivos, é possível fazer outras duas manobras mais específicas. • A manobra de Neer, se positiva, indica síndrome do impacto entre o tubérculo maior do úmero e o acrômio. Quando positiva a manobra de Hawkins, indica o impacto do tubérculo maior do úmero sobre o ligamento córaco-acromial. Caso o arco doloroso e/ou o teste de Speed dê positivo, mas as manobras de Neer e Hawkins negativas, é necessário avaliar o manguito rotador. • O manguito rotador é formado pela inserção dos músculos supraespinhal, infraespinhal, redondo menor e subescapular, de forma que a manobra de Jobe o avalia como um todo: durante o movimento de flexão do ombro, com antebraço em extensão e rotação medial do braço e antebraço contra resistência, a presença de dor indica alteração no manguito rotador. • No entanto, a fim de identificar um comprometimento do tendão do supraespinhal, é necessário fazer um teste de força do músculo supraespinhal, músculo responsável pelo início da abdução. Durante esse teste, é pedido ao paciente um movimento de abdução do braço até 90°, enquanto que o examinador aplica resistência. Caso o paciente sinta fraqueza ou dor, o teste é dado como positivo e, portanto, após todas as manobras que se seguiram, seu exame físico pode identificar um comprometimento do tendão do supraespinhal. • É importante ressaltar que, mesmo que o paciente apresente queixa de dor no ombro direito, o exame deve ser realizado bilateralmente.
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