Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
BOAS PRÁTICAS DE FARMACOVIGILÂNCIA PARA AS AMÉRICAS INTRODUÇÃO Farmacovigilância Detecção, avaliação, compreensão e prevenção dos efeitos adversos ou PRM. Estuda efeitos provocados principalmente, mas não exclusivamente, pelos med. (estendeu a hemoderiv, vacinas, dispositivos médicos, erros de medi, falta de eficácia.. Também se ocupa de: Indicações não aprovadas, intoxicação aguda e crônica quando uso farmacológico, interações, uso incorreto, mortalidade relacionada a med.... Metodologias I. Notificação Espontânea. A notificação sozinha não melhora a segurança! O que melhora são as respostas! II. FV intensiva, com compilação de dados. Centrada no paciente ou no medicamento III. Estudos Epidemiológicos, comprovam uma hipótese e estabelecem uma causalidade. Usa coorte e caso-controle. BPFV Documentação rigorosa se gravidade justificar ou se reação nova Pacientes também podem notificar Objetivos Veracidade dos dados Confidencialidade de quem teve RAM e quem notificou Critérios uniformes para avaliação e geração de sinais Para instalar um centro de FV Difusão Continuidade Administrativa (se fizer pt de organização mais ampla) Recursos governamentais (idealmente vinculado a regulação de medicamentos) Colaboração, coordenação, comunicação e relações públicas Comitês consultivos Multidisciplinares, fornecem assessoria também no CQ dos procedimentos de coleta, interpretação e publicação dos dados. Técnicas ativas de FV Registro de PEM (Eventos Ligados a Prescrição) Vigilância Caso-controle Pareamento de registro entre bancos de dados DOCUMENTAÇÃO Notificação individual: um paciente que apresentou um acontecimento médico adverso (ou alt laboratorial) suspeito de ter sido ocasionado por medicamento. Suspeitas de falha terapêutica também vão no formulário amarelo. Notificação tem que ser o mais fácil e econômica possível! Informações mínimas Dados do paciente, do medicamento suspeito, medicamentos concomitantes, da doença do paciente, do profissional que está notificando, medi Erros de medicação Incluir: produtos envolvidos, sequência de eventos, ambiente de trabalho, pessoal envolvido e fatores que podem ter contribuído GESTÃO DAS NOTIFICAÇÕES Avaliação Inicial Se paciente que notificou, contatar profissional que fez atendimento. Mínimo para ser válida: Informação é de qualidade? Registros estão codificados? A notificação é importante? Notificação não está duplicada? Foi feita avaliação da causalidade? Sequência Cronológica Pode determinar: *Adm prévia e surgimento do episódio (compatível com ação e processo fisiopatológico) *Adm antes do episódio mas não muito coerente com mec ação e fisiopatologia *Sem informação para determinar sequência *Sem sequência temporal razoável ou é incompatível com ação/fisiopatologia Notificador e paciente identificáveis; Med suspeito identificado; Reação adversa. Medicamento novo (<5 anos)? Reação desconhecida (não consta em bula)? Reação grave? Relação de causalidade (Naranjo) OMS inclui mais 1 categoria CONDICIONAL Efeito de Retirada Melhora com retirada, recuperação compatível com ação/fisiopatologia Não melhora com suspensão (exceto se óbito) Medicamento não foi suspenso e não houve melhora Medicamento não foi suspenso mas teve melhora (exceto tolerância) Sem informação sobre suspensão Desfecho é óbito ou irreversível (inclui malformações) Medicamento não foi suspenso mas melhorou por conta de tolerância Efeito da Readministração Positiva: reação aparece com readministração Negativa: reação não reaparece Não houve reexposição ou não foi informada Efeito teve consequências irreversíveis (óbito, sequelas) Existência de Causas Alternativas Explicação alternativa tem maior peso que medicamento. Explicação tem menos peso Não há informação suficiente para permitir avaliação Não se tem dados para descartar uma explicação alternativa Estudos Clínicos Patrocinador é responsável Comunicar todas as reações graves e inesperadas (72 horas no máximo) ANÁLISE E GESTÃO DE RISCOS *Decisões são o nexo de ligação Identificação de riscos Geração de sinais e avaliação de causalidade Sinal: informação sobre possível relação entre um evento e medicamento. Sinal de segurança ou alerta: se refere à preocupação quanto a um excesso de eventos. 1 único caso poder um sinal! Pplmente se evento muito raro ou com reexposição positiva! *Série de casos: vê causalidade de eventos individuais *Mineração de dados: o que importa é a inf da relação entre os dados, e não o dado si! Extrai informação oculta, não vê relação de causalidade. Mais útil para estudos de id eventos raros ou inesperados, interações, grupos de risco, confusão com nome... Pode estabelecer prioridades para as notificações de um med. COMPROVADA DEFINIDA ≥ 9 pontos Sequência temporal plausível Não pode explicar pela doença/med Resposta a retirada é plausível SN, reexposição PROVÁVEL 5-8 pontos Sequência temporal razoável Dificilmente explica pela doença/med Resposta razoável a retirada Não precisa ter inf de reexposição POSSÍVEL 1-4 pontos Sequência temporal razoável Pode explicar pela doença/med Informação sobre suspensão ausente ou pouco clara DUVIDOSA 0 ou menos Sequência temporal improvável Melhor explicado pela doença/med Sequência temporal razoável; não pode explicar pela doença, mas o quadro não é conhecido como efeito indesejável do medicamento utilizado. DECISÕES AÇÕES Análise de risco Gestão de risco DADOS Identificação Quantificação Avaliação Medidas regulatórias e seguimento Comunicação dos riscos Programas de prevenção Quantificação de riscos Se quantifica a força de associação entre reação e med, e seus efeitos na saúde pública *Com dados de consumo pode aproximar o risco da realidade Uso de estudos analíticos, pplmente coorte e caso-controle GESTÃO DE RISCO - Medidas administrativas de redução riscos - Comunicação de profissionais e pctes sobre risco e outras recomendações - Estratégias específicas de prevenção Inclui: gestão das respostas, capacitações, difusão de informação Plano de minimização de risco Formação de profissionais para comunicação de risco e segurança; Sistemas de registro e modalidade de prescrição que diminua risco; Sistemas de acesso que orientem sobre uso. Medidas administrativas Comunicação de riscos Só excepcionalmente, para evitar um mal maior, pode se justificar a não divulgação ou divulgação parcial das informações. Receptores primários: profissionais de saúde. Relatórios periódicos são responsabilidade do detentor do registro. - Semestral nos 2 primeiros anos, anual nos próximos três e depois a cada 5 anos. Quando ocorre crise? Informações novas que podem impactar saúde pública. Avaliação do sistema de FV Para ser bem sucedido: FUNÇÕES E RESPONSABILIDADES DOS AGENTES ENVOLVIDOS Autoridade Reguladora Nacional Desenvolve políticas nacionais e planos de ação; Estabelece Sistema Nacional de FV; Fornece informações contínuas sobre RAM; Vigiar segurança e eficácia dos produtos; Expede certificado de BPF. Sistema Nacional de FarmacoVigilância Recolhe, analise e distribui informações sobre as RAMs, recomendando medidas. Treinar os profissionais de saúde e promover atividades de FV; Risco iminente ou grave Retenção de lotes; Quarentena; Encerramento temporário, parcial ou total das atividades; Fechamento. Risco aceitável em todas as condições de uso Considerar manutenção do registro ou regime de comercialização +: Inclusão de informação em folheto informativo ou bula; Inclusão de informações sobre forma de uso e adm, tto alternativos ou uso com outros med; Comunicar essas inclusões ou então a ausência de riscos após análise; Liberação de todos lotes retidos ou em quarentena. Risco só aceitável em certascondições de uso Considerar modificação do registro ou alteração regime de comercialização +: Redução de dose, restrição de indicações ou apresentações; Introdução de novas RAM, CI, precauções e interações; Eliminação de informações ou indicações; Restrição de uso para alguns grupos ou do nível de dispensação; Recomendação de acompanhamento clínico/laboratorial; Mudanças na FF, embalagem, apresentação, formulação armazenamento ou preparação. Risco inaceitável em todas as condições de uso Recolhimentos de lote, do produto ou do PA (imediata ou progressiva); Confisco; Destruição do produto; Multas; Desvio do produto para outros usos; Encerramento ou fechamento das atividades/serviços/estabelecimento. Não punitivo; Confidencial; Oportuno; Orientado aos sistemas Independente; Com análise de especialistas; Dá respostas *Centros Nacionais de FV: São a referência, coordenam as atividades dos demais centros, interlocutores do Sistema Nacional FV com indústria, adm o banco de dados, dá retorno aos notificadores *Centros Locais de FV: São agentes periféricos, promovem capacitação... Programas de Saúde Pública e de Imunização Eventos de vacina e imunização, mesmo que remetidos a outras instâncias, tem que ser comunicados ao sistema de FV Profissionais de saúde Todos os profissionais podem notificar! Detentores de Registro e Laboratórios Responsável legal pela segurança de seus medicamentos No doc. diz que tem que repassar notificação grave em 15d. Pode terceirizar essas obrigações, mas nunca a responsabilidade final. Outras Instituições Hospitais e centros de tratamento (rç letais ou graves notificar em 24 hrs) Universidades (importantes na questão na formação); CIM e CIATOX Associações profissionais e organizações de consumidores... GLOSSÁRIO Bioética Princípios básicos: respeito pelas pessoas, beneficência e justiça, não maleficência. Notificação inclassificável Sugere RAM, não pode julgar pq informação é insuficiente, contraditória ou dados não podem ser verificados. Incidente adverso Lesão ou potencial lesão não intencional ao paciente, operador ou ambiente que ocorre como consequência da utilização de um dispositivo ou aparelho de uso médico. Evento adverso Qualquer ocorrência médica indesejável que pode se apresentar durante o tratamento com um medicamento, sem necessariamente possuir uma relação causal com este. Evento adverso grave Ameaça a vida, resulta em morte, em incapacidade significante ou permanente ou em anomalia congênita, leva à hospitalização ou a prolongue. Evento adverso grave esperado listado Evento adverso grave consistente com bula. Evento adverso grave inesperado não listado Evento adverso grave inconsistente com bula. Efetividade Grau em que intervenção tem um resultado benéfico na prática clínica habitual. Eficácia Grau em que intervenção leva a um resultado benéfico, no contexto de ensaio clínico controlado. Eficiência Grau em que intervenção produz efeitos ou resultados, considerando-se o esforço empregado para realizá-la, em termos de recursos humanos, materiais e tempo. Efeito colateral Efeito imprevisto que ocorra com doses normais, relacionado com as propriedades farmacológicas. Efeito secundário Surge como consequência eventual da ação farmacológica (diarreia com atb). Efeito tipo A Aumento dos efeitos farmacológicos. Frequentes, dose dependentes. Efeito tipo B Pouca relação com dose, imprevisíveis e infrequentes. Efeito tipo C Aumento da frequência de reação espontânea, efeitos prolongados. Efeito tipo D Carcinogênese e Teratogênese. Gravidade de reação adversa Leve: pouco significativas ou de baixa intensidade, não requerem medida terapêutica importante ou não justificam a suspensão do tratamento. Moderada: manifestações importantes, sem ameaça imediata à vida, requerem medidas terapêuticas ou suspensão do tratamento. Grave: ameaça a vida, resulte em morte, incapacidade significante ou permanente, anomalia congênita ou processo maligno ou em hospitalização ou prolongue uma hospitalização. Imputabilidade Análise caso a caso da relação de causalidade entre adm de med e reação adversa. Medicamento adulterado Não corresponde à definição ou identidade que a farmacopeia lhe atribui, em embalagens não permitidas ou com excipientes não permitidos, feitos em condições não autorizadas. Medicamento falsificado Etiquetado indevidamente de maneira deliberada ou fraudulenta no que diz respeito a sua identidade ou origem. Medicamento de uso compassivo Tratamento de paciente gravemente enfermo com medicamento novo e ainda não aprovado na ausência de outros tratamentos disponíveis. Medicamentos essenciais Necessários para satisfazer as necessidades de atenção à saúde da maior parte da população Notificação validada Identidade do notificador ou origem da notificação completa. Reação Alérgica ao medicamento Tipo 1: anafilactóide imediata ou de hipersensibilidade imediata, interação do alérgeno com IgE; Tipo 2: citotóxica, reações de fixação do complemento entre ag e ac. Ex: AHAI. Tipo 3: mediada por imunocomplexos depositados nas células do tecido ou órgão-alvo. Tipo 4: interação direta alergênio e linfócitos sensibilizados, tardia. Tecnovigilância Detecção incidentes adversos durante uso de dispositivo médico que possam causar lesão ao paciente, operador ou seu entorno. Podem ser incluídos no Incidente Adverso.
Compartilhar