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@es tuda estel a Farmacovigilância . De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) a farmacovigilância é definida como “a ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou quaisquer problemas relacionados ao uso de medicamentos”. Cabe a farmacovigilância identificar, avaliar e monitorar a ocorrência dos eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos, com objetivo de garantir que os benefícios relacionados ao uso desses medicamentos sejam maiores que os riscos que eles possam causar. Além das reações adversas, são questões relevantes para a farmacovigilância, eventos adversos, inefetividade terapêutica, erros de medicação, uso de medicamentos para algo não aprovado no registo - uso off label -, uso abusivo, intoxicações e interações medicamentosas. Por que Farmacovigilância? Para que um novo medicamento seja registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), sua qualidade, eficácia e segurança devem ser comprovadas por meio de estudos clínicos realizados de acordo com padrões de evidência científica. Embora retratem o perfil do medicamento de maneira satisfatória, esses estudos possuem algumas limitações, principalmente no que diz respeito ao conhecimento sobre sua segurança. Isso porque existem algumas limitações nos estudos, como no número de indivíduos que participam, tempo de exposição ao tratamento e principalmente por alguns grupos populacionais, gestantes, crianças e idosos, serem excluídos dos testes clínicos devido questões éticas. Após a comercialização e a utilização do medicamento por um período maior e por mais pessoas, eventos raros e decorrentes de uma exposição a longo prazo, passam a ocorrer. Um sistema de farmacovigilância deve ser capaz de identificar os possíveis problemas relacionados ao uso de medicamentos a fim de prevenir ou minimizar possíveis danos à saúde dos indivíduos. Breve Histórico da Farmacovigilância O marco histórico da farmacovigilância no mundo é dado pelo Desastre da Talidomida, que contou com milhares de casos de focomelia (má formação congênita). A talidomida era utilizada para prevenir náuseas em mulheres grávidas por volta dos anos 50 e 60. Após sua retirada do mercado, em 1962, foram registrados cerca de 4.000 casos, onde 498 foram óbitos durante ou após o parto. Uma revisão dos estudos realizados antes da comercialização indicou que os dados haviam sido mal interpretados. A partir de 1962, a agência reguladora norte-americana (Food and Drug Administration - FDA) passou a exigir estudos não clínicos e clínicos mais rigorosos aos fabricantes de medicamentos. No Brasil, nas décadas de 60 e 70, surgiu a legislação sanitária de medicamentos que vigora até hoje, Lei Federal nº 6360/76 de 23 de setembro de 1976, estabelece a transmissão de acidentes ou reações nocivas à autoridade sanitária competente. Em 1990, foi criada a Sociedade Brasileira de Vigilância de Medicamentos (SOBRAVIME), incentivando estudos sobre vigilância de medicamentos e insumos farmacêuticos. Nesse mesmo período, Centros de Informação de Medicamentos, surgiram em algumas cidades brasileiras. A partir de 2000, o envio de notificações de eventos adversos pelos detentores dos registros de medicamentos à autoridade sanitária tornou-se compulsório no Estado. No final da década de 90, com a aprovação da Política Nacional de Medicamentos e criação da Anvisa, institucionalizou-se a responsabilidade de @es tuda estel a estabelecer, coordenar e monitorar os sistemas de vigilância toxicológica e farmacológica, além de regular, controlar e fiscalizar medicamentos de uso humano que representam riscos à saúde pública, fato que viabilizou a implantação de um programa nacional de farmacovigilância. Legislação da Farmacovigilância no Brasil As ações de farmacovigilância no Brasil já eram amparadas por legislações gerais, como a Lei Federal nº 6360/76, a Lei Federal n º 9782/99, a Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 3/89 e a Portaria do Ministério da Saúde 3916/98. Além disso, diversas legislações de registro de medicamentos solicitavam dados de farmacovigilância na ocasião da renovação do registro. Em 2009, a Anvisa publicou a primeira norma específica de farmacovigilância destinada aos detentores de registro de medicamentos, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 04, de 10 de fevereiro de 2009. No mesmo ano, foram publicados os Guias de Farmacovigilância para Detentores de registro de Medicamentos relacionados à RDC 04. A partir da vigência da RDC nº 04, a notificação de eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos passou a ser compulsória a todos os detentores do registro de medicamentos em território nacional. Estabeleceu-se a inspeção em farmacovigilância – procedimento realizado pela agência reguladora para verificar a existência de um sistema de farmacovigilância nas empresas farmacêuticas, além do cumprimento de outras exigências legais. Ademais, foi exigido o envio de Relatórios Periódicos de Farmacovigilância (RPF) e de Planos de Farmacovigilância à Anvisa de forma periódica. Nos casos de problemas específicos relacionados à segurança dos medicamentos, a Anvisa pode exigir, ainda, a elaboração de Planos de Minimização de Risco. A Anvisa tem incluído cada vez mais ações de vigilância pós-comercialização de medicamentos. A Anvisa também publicou a RDC 36/2013, que institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e torna compulsória a notificação de eventos adversos pelo Núcleo de Segurança do Paciente do serviço. Programa de Monitorização de Medicamentos da OMS Após a tragédia mundial causada pela talidomida, em 1961, identificou-se a necessidade de empreender esforços internacionais nas questões de segurança dos medicamentos. A décima-sexta Assembleia Mundial da Saúde (1963) adotou uma resolução que reafirmou a necessidade de ações imediatas em relação à disseminação rápida de informações sobre reações adversas a medicamentos e que conduziu, posteriormente, à criação do Projeto de Pesquisa Piloto para a Monitorização Internacional de Medicamentos da OMS, em 1968. Programa Internacional de Monitorização de Medicamentos, desde 1978, é operacionalizado pelo Uppsala Monitoring Centre (UMC), na Suécia, através da rede de farmacovigilância em todo o mundo. Atualmente, o Programa reúne mais de 140 países. No Brasil, a Portaria MS nº 696, de 7 de maio de 2001, instituiu o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM). O CNMM é responsável pela implementação e coordenação do sistema nacional de Farmacovigilância. Em 2001, o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos, sediado na área de farmacovigilância da Anvisa, foi aceito no Programa Internacional da OMS, como seu 62º membro efetivo. @es tuda estel a Outras legislações que dão suporte às atividades de farmacovigilância no Brasil Portaria n.º 802, de 08 de outubro de 1998; Determina que, em caso de reclamações, observações e reações adversas, os distribuidores devem imediatamente separar o lote e comunicar ao detentor do registro e à autoridade sanitária. Portaria n.º 06, de 29 de janeiro de 1999; Define que a autoridade sanitária local deve estabelecer mecanismos para a farmacovigilância dos medicamentos a base das substâncias constantes das listas da Portaria SVS/MS nº 344/98 (e atualizações), instituindo um modelo específico de ficha de farmacovigilância para os medicamentos retinóides de uso sistêmico e de formulário de notificação de suspeita de reação adversa. Portaria do Ministério da Saúde nº 696, de 7 de maio de 2001; Institui o Centro Nacional de Monitorização de Medicamentos (CNMM), sediado na Unidade de Farmacovigilância da Anvisa. Decreto nº 3.961, de 10 de outubro de 2001 Altera o Decreto nº 79.094/77, que regulamenta a Lei nº 6.360/76, incluindo a farmacovigilância nas ações de vigilância sanitária, como forma de investigar os efeitos que comprometem a segurança, a eficácia ou arelação risco-benefício de um produto. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº. 233, de 17 de agosto de 2005; Determina que o fabricante de extratos e produtos alergênicos disponha de um sistema de registro e estatística para estudo de farmacovigilância e que, quando houver experiência clínica, os dados fármaco toxicológicos sejam substituídos por estudos de farmacovigilância ou ensaios clínicos. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007; Define, como atribuição do farmacêutico na farmácia de manipulação, participar de estudos de farmacovigilância e informar às autoridades sanitárias a ocorrência de reações adversas e/ou interações medicamentosas não previstas. Portaria nº 1660, de 22 de julho de 2009; Institui o Sistema de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária - Vigipos, no âmbito do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, como parte integrante do Sistema Único de Saúde - SUS. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009; Estabelece que o farmacêutico das farmácias e drogarias deve contribuir para a farmacovigilância, notificando a ocorrência ou suspeita de evento adverso ou queixa técnica às autoridades sanitárias. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 47, de 8 de setembro de 2009; Determina que a Anvisa pode exigir alterações nos textos de bulas, sempre que julgar necessário, com base em informações provenientes da farmacovigilância. Resolução - RDC nº 60, de 26 de novembro de 2009; Estabelece que os procedimentos adotados para as notificações de eventos adversos a medicamentos devem ser os mesmos para as amostras grátis. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 64, de 18 de dezembro de 2009; Inclui, na documentação para o registro de radiofármacos, a apresentação do Relatório de Farmacovigilância atualizado, de acordo com a legislação em vigor, com dados obtidos de estudos clínicos e da comercialização do produto em outros países, quando aplicável. Para a renovação do registro, devem ser apresentados dados de farmacovigilância. Esses dados podem ser requisitados pela Anvisa antes dos prazos definidos. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 49, de 20 de setembro de 2011; Exige, na ocasião de renovação do registro de medicamentos biológicos, a apresentação do Relatório Periódico de Farmacovigilância, do Plano de Farmacovigilância e do Plano de Minimização de Risco em situações específicas relacionadas à segurança do medicamento. Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 26, de 13 de maio de 2014; Inclui, na documentação para o registro de fitoterápicos, o Documento de Descrição do Sistema de Farmacovigilância da empresa. Para a renovação do registro, devem ser seguidas as exigências da RDC 04/2009. Portaria nº 650, de 29 de maio de 2014; Aprova e promulga o Regimento Interno da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa e dá outras providências.
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