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DECADÊNCIA e PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIAS

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OAB – DIREITO TRIBUTÁRIO – 2ª FASE 
 
TEMA: DECADÊNCIA e PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIAS 
4 BLOCOS – 135 MINUTOS, AO TOTAL. 
 
PROF. EDUARDO SABBAG 
DOUTOR EM DIREITO TRIBUTÁRIO – PUC/SP 
DOUTOR EM LÍNGUA PORTUGUESA – PUC/SP 
PROFESSOR DE DIREITO TRIBUTÁRIO (UNIVERSIDADE MACKENZIE/SP) 
ADVOGADO TRIBUTARISTA 
 
Decadência e Prescrição tributárias: algumas considerações iniciais e pontos em comum. 
 
1. Causas de extinção do crédito tributário (art. 156, V, CTN); 
 
2. Institutos jurídicos: lidam com a questão complexa do tempo; 
 
3. Objetivam manter a estabilidade das relações jurídicas; 
 
4. Geram o direito à restituição do tributo (decaído). A propósito, note a questão dissertativa, em prova 
realizada pela FGV, no XII Exame de Ordem Unificado (Prova Prático-profissional para Direito Tributário), 
em 09-02-2014: 
 
A empresa XYZ deixou de declarar e pagar imposto sobre a renda, devido no ano calendário 2006. No iní-
cio de 2013, a empresa decidiu incluir todos os valores não declarados e não pagos em um parcelamento 
previsto em lei federal assinando, para tanto, termo de confissão de dívida. Após quitação integral do par-
celamento, a empresa XYZ percebeu que, antes mesmo da inclusão dos valores no referido programa, os 
débitos já tinham sido atingidos pela decadência, tendo em vista que em nenhum momento houve a cons-
tituição do crédito através do lançamento. Diante disso, responda, fundamentadamente, aos itens a seguir. 
Considerando o instrumento de confissão de dívida assinado pelo contribuinte, bem como a quitação inte-
gral do tributo, é possível que o contribuinte pleiteie a restituição dos valores que foram atingidos pela 
decadência?” 
 
 GABARITO OFICIAL: O examinando deve afirmar que a decadência é forma de extinção do crédito tributá-
rio, incidindo, neste caso, o disposto no art. 173, I, do CTN. Nesse contexto, o instrumento de confissão de 
dívida assinado pelo contribuinte não tem o condão de restabelecer o crédito tributário, havendo inclusive 
entendimento consolidado do STJ em sede de recurso repetitivo Sendo assim, é possível que a pessoa 
jurídica “XYZ” pleiteie a restituição dos valores que foram atingidos pela decadência. 
 
5. Prazo quinquenal (lustro decadencial): Súmula Vinculante n. 8, STF (ver art. 146, III, “b”, da CF) (...) 
 
Detalhamento: trata-se de um caso clássico: Lei nº 8.212/91 (art. 45). Tal artigo previu prazo decenal (10 
anos), contrariamente ao disposto no CTN. 
 
STJ/STF O STF considerou o dispositivo inconstitucional (Súm. Vinc. Nº 8) 
 
 
 
 
 
 
 
 
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IMPORTANTE: 
 
ESSES CINCO PONTOS EM COMUM 
VALEM, PORTANTO, PARA 
A DECADÊNCIA E A PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
CONCEITO DE DECADÊNCIA 
 
É um instituto jurídico que demarca no tempo a perda do direito subjetivo de constituir o crédito tributário 
pelo lançamento. 
 
 Ideia = lançamento “fora de hora” (extemporâneo ou a destempo) 
 
VAMOS “SINTONIZAR” 
A DECADÊNCIA 
EM NOSSA 
“LINHA DO TEMPO”? 
 
Revisão de “Lançamento Tributário” 
 
Art. 142, CTN – conceito: 
 
O lançamento é ato privativo do Fisco, segundo o art. 142, caput, CTN. O que pode ocorrer, em seu pro-
cessamento, é um auxílio maior ou menor do contribuinte no ato de lançar. Vejamos, assim, as espécies 
de lançamento: 
 
 
 
 
 
 
 
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Presença ou ausência de “auxílio do contribuinte” (maior ou menor): surgimento dos tipos de lançamento. 
Tipos de Lançamento (a depender do “auxílio”): 
 
• Direto (ou de ofício ou ex officio); 
• Misto (ou por declaração) - art. 147, CTN; 
• Por homologação (ou autolançamento) - art. 150, CTN. 
 
 Lançamento Direto, de Ofício ou Ex Officio (Art. 149 do CTN). 
 Lançamento Misto ou por Declaração (Art. 147 do CTN). 
 Lançamento por Homologação ou Autolançamento (Art. 150 do CTN). 
 Detalhando as espécies de lançamento: 
 a) Lançamento Direto ou de Ofício: é aquele em que o Fisco, dispondo de dados suficientes para efe-
tuar a cobrança, realiza-o, dispensando o auxílio do contribuinte. 
 
Exemplos: IPTU (lançamento de ofício, por excelência), IPVA, taxas, contribuição de melhoria (Observa-
ção: autos de infração lavrados são considerados lançamentos diretos ou de ofício) 
b) Lançamento Misto ou Por Declaração: é aquele representado pela ação conjugada entre o Fisco e o 
contribuinte, restando àquele o trabalho privativo de lançar. Assim, o Fisco, não dispondo de dados sufici-
entes para realizar o lançamento, conta com o auxílio do contribuinte que supre a deficiência da informa-
ção por meio da prestação de uma declaração. 
 
Exemplos: o imposto de importação e o imposto de exportação. 
 
Obs.: aqui não entra o IR! 
 
c) Lançamento por Homologação ou Autolançamento: é aquele em que o contribuinte auxilia ostensiva-
mente o Fisco na atividade do lançamento, cabendo a este, no entanto, realizá-lo de modo privativo, homo-
logando-o, ou seja, conferindo sua exatidão. 
 
 Exemplos: ICMS, IR, IPI, ISS e a maior parte dos impostos, uma vez que tal lançamento compreende o 
maior volume de arrecadação no país. 
 
VISÃO GERAL SOBRE A 
DECADÊNCIA NO CTN 
 
Art. 173, I (regra geral) e 
Art. 150, §4º (regra especial) 
 
Decadência: Visão do STJ 
 
STJ = dois dispositivos que tratam do tema: 
 
 art. 150, §4º, CTN – Regra Especial 
 art. 173, I, CTN – Regra Geral 
 
Aplicação autoexcludente (ou se aplica um, ou se aplica outro) 
 
Qual artigo se aplica? 
Aplicação do art. 150, §4º, do CTN (regra especial): Tributos de lançamento por homologação (forma típica 
= antecipação do pagamento) 
Aplicação do art. 173, I, do CTN (regra geral): Tributos de lançamento direto, misto e por homologação 
(forma atípica = falta do pagamento) 
 
PRAZO DE DECADÊNCIA ou de CADUCIDADE: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 ANOS 
(prazo decadencial; lustro decadencial) 
 
 
Quando se confrontam os comandos (art. 173, I, e art. 150, §4º), há de se analisar o dia de início (termo a 
quo), neles previsto, para a contagem da decadência. 
O art. 173, I, CTN prevê como marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lança-
mento poderia ter sido efetuado; já o art. 150, §4º, CTN prevê a data do fato gerador. 
 
 
CASO PRÁTICO 
 
Exemplo: o IPTU, relativo ao ano 2014, pode ser exigido até que data, por meio de lançamento? 
 
GABARITO: 
 
Art. 173, I, CTN 
 
IPTU (lançamento de ofício) 
 
O IPTU é imposto lançado de ofício. Assim sendo, evidencia-se a necessidade de aplicação do prazo cons-
tante do art. 173, I, do CTN: cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lan-
çamento poderia ter sido efetuado. 
 
 2014 Exercício em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
 2015 Exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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É possível chegarmos a três conclusões: 
 
1. Se a autoridade fiscal vier até dezembro de 2019, isto é, até 31.12.2019, poderá haver lançamento, sem 
vício de decadência; 
 
2. Se a autoridade fiscal vier na data de 01.01.2020, já terá havido decadência, não se podendo falar em 
lançamento; 
 
3. Se a autoridade fiscal vier após a data 01.01.2020, maior perda de prazo terá havido, exsurgindo nítida a 
ocorrência da decadência. 
 
MAIS UM EXEMPLO... 
 
 
 
É possível chegarmos a três conclusões: 
 
1. Se a autoridade fiscal vier até dezembro de 2018, isto é, até 31.12.2018, poderá haver lançamento, sem 
vício de decadência; 
 
2. Se a autoridade fiscal vier na data de 01.01.2019, já terá havido decadência, não se podendo falar em 
lançamento; 
 
3. Se a autoridade fiscal vier após a data 01.01.2019, maior perda de prazo terá havido, exsurgindo nítida a 
ocorrência da decadência. 
 
UM MACETE 
 
 
 
 
 
 
 
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PARA MEMORIZAR O CÁLCULO 
DO ART. 173, I, CTN... 
 
Art. 173, I, CTN: 
 
1º PASSO: pegue o ano do FG; 
2º PASSO: some 5 anos; 
3º PASSO: trabalhe com 31/12. 
 
TREINANDO
O MACETE... 
 
FG (ICMS): maio de 2008 (falta de pagamento) AI deve ser lavrado até 31-12-2013; 
FG (ICMS): maio de 2005 (falta de pagamento) AI deve ser lavrado até 31-12-2010. 
Passemos, agora, à análise individualizada do art. 150, §4º, CTN (para lançamentos por homologação, com 
a devida antecipação de pagamento) 
 
Segue o dispositivo: 
 
 Art. 150 do CTN: (...) §4º: “Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 anos, a contar da ocor-
rência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda pública se tenha pronunciado, considera-
se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de 
dolo, fraude ou simulação”. 
 
CASO PRÁTICO 
 
Imaginando que o fato gerador do ISS se dê em 06-07-2012, com recolhimento do gravame em 30-07-2012. 
Caso o Fisco queira rever o valor recolhido, deverá fazê-lo no prazo de 5 (cinco) anos a contar do fato ge-
rador, isto é, de 06-07-2012. Essa é a sistemática de cálculo – bastante simples, por sinal – imposta pelo 
artigo 150, §4º, CTN. 
 
A RESSALVA: 
 
O art. 150, §4º, CTN deverá ser ressalvado, no seguinte caso: se houver prova da ocorrência de dolo, 
fraude ou simulação. 
 
Nesse caso, avoca-se a aplicação do art. 173, I, CTN. 
 
PERCEBA QUE 
O PRAZO DO ART. 150, §4º, CTN 
É UM PRAZO MENOR DO QUE 
O PRAZO DO ART. 173, I, CTN... 
 
VAMOS COMPROVAR ISSO 
FAZENDO UM EXERCÍCIO 
COM AS MESMAS VARIÁVEIS, 
SOMENTE ALTERANDO 
A SITUAÇÃO DE 
AUSÊNCIA/ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO.... 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Exercícios de Fixação: 
 
1. FG (ISS): abril de 2010 (antecipação do pagamento) / AI (ISS) agosto de 2015 / Houve decadência? 
 Gabarito: art. 150, 4º, CTN 
 
 
 
 
2. FG (ISS): abril de 2010 (falta de pagamento) / AI (ISS): agosto de 2015 / Houve decadência? 
 
 
Gabarito: art. 173, I, CTN 
 
PRESCRIÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Conceito de Prescrição Tributária: 
 
É o instituto jurídico que demarca no tempo a perda do direito à pretensão executória. Em outras pala-
vras, ocorrerá a prescrição quando houver uma execução fiscal extemporânea ou “a destempo”. 
 
À semelhança da decadência, a prescrição demarca prazo oponível ao Estado credor (Fazenda Pública, 
por meio das Procuradorias). 
 
Termo "a quo" da prescrição: para se falar nesse termo de início, devemos repisar que o prazo de prescrição é um 
prazo quinquenal (5 anos). 
 
O art. 174, caput, CTN prevê o termo de início de contagem: 
 
DATA DA CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 
 
Mas o que é a "constituição definitiva do crédito tributário"? 
Como se nota, não se deve perquirir o momento da “constituição do CT”, mas, sim, o momento da “definitividade” 
nesta constituição do CT. 
 
Conceito de "definitividade na constituição do crédito tributário": 
Com base no pensamento de Zelmo Denari, a “definitividade” é a eficácia que torna indiscutível o ato. Vale dizer 
que reproduz o momento de indiscutibilidade, quanto à cobrança do gravame. 
 
Portanto, a 
 
Definitividade indica o momento de 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 INDISCUTIBILIDADE 
 
 para o Fisco 
 
 
DOIS CASOS PRÁTICOS: 
CASO 1 
AIIM (ICMS): novembro de 2009 
Contribuinte nada fez (não parcelou, não pagou, não impugnou etc.) 
Execução Fiscal: janeiro de 2015 
Houve prescrição? 
 
 
Gabarito: 
 
Termo “a quo”, conforme o art. 174, caput, CTN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Após quase 7 anos de disputa administrativa... 
(...) em março de 2011, foi prolatada a última decisão administrativa da qual não coube mais recurso. [E o 
autuado perdeu!]. Foi, finalmente, proposta a Execução Fiscal em janeiro de 2017. 
 
 
 
Esse último exercício (Caso 2) ensina que enquanto a exigibilidade do CT estiver suspensa, não se cogi-
tará do termo a quo da prescrição. 
 
Observação importante: Para o cálculo da prescrição, não se deve procurar a “data da execução fiscal”. 
(...) 
 
Esse marco foi utilizado nos “slides” apenas para fins didáticos. 
 
A data a ser perquirida, com todo o rigor, é: 
 
Data do despacho do juiz mandando citar em execução fiscal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DICAS FINAIS SOBRE PRESCRIÇÃO 
 
DICA 1: A PRESCRIÇÃO E OS TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO (COM ENTREGA DE DECLA-
RAÇÃO) 
 
STJ - EMENTA: ELUCIDATIVO ACÓRDÃO 
 
“Tratando-se de Declaração de Contribuições de Tributos Federais. (DCTF) cujo débito declarado não foi pago 
pelo contribuinte, torna-se dispensável a homologação formal, passando a ser exigível independentemente de pré-
via notificação ou da instauração de procedimento administrativo fiscal. Considerando-se constituído o crédito tri-
butário a partir do momento da declaração realizada, mediante a entrega da DCTF, (...) 
 
(...) não há cogitar-se da incidência do instituto da decadência, que retrata o prazo destinado à constituição do cré-
dito tributário”, ‘in casu’, constituído pela DCTF aceita pelo Fisco. (...) (STJ, RESP 389.089 / RS-2002, 1ª T. Rel. 
Min. LUIZ FUX, j. 26-11-2002). 
 
Sobre esse tema, já há a Súmula n. 436, STJ: 
 
SÚMULA 436, STJ: “A ENTREGA DE DECLARAÇÃO PELO CONTRIBUINTE RECONHECENDO DÉBITO FIS-
CAL CONSTITUI O CRÉDITO TRIBUTÁRIO, DISPENSADA QUALQUER OUTRA PROVIDÊNCIA POR PARTE 
DO FISCO.” 
 
UMA OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
 
No interregno que medeia a data de entrega da declaração (= constituição do CT) e o vencimento do tri-
buto previamente declarado, não corre o prazo de prescrição 
EMENTA: TRIBUTÁRIO. (...). OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA INFORMADA EM DECLARAÇÃO. DCTF. DÉBITO DE-
CLARADO E NÃO PAGO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. VENCIMENTO DA OBRIGAÇÃO. (...) 
3. O termo inicial do lustro prescricional, em caso de tributo declarado e não pago, não se inicia da decla-
ração, mas da data estabelecida como vencimento para o pagamento da obrigação tributária constante da 
declaração. No interregno que medeia a declaração e o vencimento, o valor declarado a título de tributo 
não pode ser exigido pela Fazenda Pública, razão pela qual não corre o prazo prescricional da pretensão 
de cobrança nesse período. 4. Recurso especial improvido. (STJ, o REsp 658.138/PR, 2ª T., Rel. Min. Castro 
Meira, j. 08-11-2005). (GRIFO NOSSO) 
 
Em tempo, quando o assunto é esse, 
 
“a entrega de declaração desacompanhada de pagamento”, 
 
não podemos esquecer DUAS outras SÚMULAS do STJ, muito importantes para a compreensão da maté-
ria... 
 
SÚMULA 446, STJ: "Declarado e não pago o débito tributário pelo contribuinte, é legítima a recusa de ex-
pedição de certidão negativa ou positiva com efeito de negativa". 
 
SÚMULA 360, STJ: “O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento 
por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.” 
 
Por outro lado, se o assunto for a 
 
“não entrega da declaração”, 
 
vem a calhar a Súmula n. 555 do STJ... 
 
Súmula n. 555, STJ (de 15-12-2015): 
 
 
 
 
 
 
 
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“Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o cré-
dito tributário conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atri-
bui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa.” 
 
DICA 2: 
 
A prescrição intercorrente: art. 40, §§ 2º e 4º, da Lei nº 6.830/80 
 
Diante de uma citação infrutífera no executivo fiscal... 
 
1. O Juiz suspenderá o curso do processo da execução; (prazo máximo de um ano); 
2. Com a manutenção do impasse, os autos deverão ir para o arquivo; 
3. Após 5 anos (prazo de prescrição intercorrente), o juiz, depois de ouvida a Fazenda, poderá, de ofício, decre-
tar a prescrição intercorrente.) 
 
Nesse compasso, editou-se a Súmula 314 do STJ: 
 
“Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis, suspende-se o processo por um ano, findo o qual
se ini-
cia o prazo de prescrição quinquenal intercorrente.” 
 
Evidencia-se, assim, no contexto atual, a ideia de que a Fazenda Pública, abandonando a execução fiscal, dará 
ensejo à prescrição intercorrente, em razão da paralisação superior a um quinquênio legal. Nesse passo, a pres-
crição intercorrente pressupõe a inércia do exequente. (...) 
 
É claro que havendo demora na citação, em virtude de motivos inerentes ao próprio mecanismo da Justiça, a en-
traves da própria máquina judiciária, ou mesmo, atraso em virtude de determinação judicial, não se justifica a ar-
guição de prescrição (e isso percebemos na retrocitada Súmula n. 106 do STJ). Note o seu teor: 
 
Súmula n. 106 do STJ: “Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na citação, por 
motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou de-
cadência.” 
 
E mais: 
 
SE O CREDOR NÃO CONCORRER COM CULPA: Se o credor não concorrer com culpa, não haverá prescrição 
intercorrente (STJ, REsp 242.838/PR, 2° T., Min. Rel. NANCY ANDRIGHI, j. 15-08-2000) 
 
SUMIÇO DOS AUTOS: Da mesma forma, tem-se dito que o “sumiço” dos autos do cartório não enseja, por si só, 
a prescrição intercorrente, pois o exequente não teria dado causa à paralisação dos autos (REsp 31653 / SP, 2 T., 
Min. Rel. AMÉRICO LUZ, j. 22-02-1995) 
 
 
ATIVIDADES DE FIXAÇÃO 
 
TESTES 
1ª e 2ª FASES OAB 
(solicitados no XXIX EXAME) 
 
DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
 
 
XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO – 2ª FASE 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 João dos Santos, em abril de 2016, declarou, à Receita Federal do Brasil, os rendimentos que auferiu no 
exercício financeiro anterior, reconhecendo o débito tributário do Imposto sobre a Renda (IR). Apesar de a 
declaração ter sido regular, o contribuinte não pagou o Imposto sobre a Renda devido. No mês seguinte ao 
vencimento do tributo, antes do início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, 
João emite a respectiva guia e faz o recolhimento do tributo ao Fisco. Diante de tal quadro, responda aos 
itens a seguir. 
 
A) Em que momento o crédito tributário foi constituído definitivamente? (Valor: 0,60) 
B) O Fisco poderá cobrar multa de João pelo pagamento feito após o vencimento, mesmo à luz do Art. 138 
do CTN, que prevê o benefício da denúncia espontânea? (Valor: 0,65) 
 
GABARITOS: 
 
A) O crédito tributário foi constituído com a entrega de declaração pelo contribuinte (ou com o vencimento 
do tributo, o que ocorrer por último), reconhecendo o débito fiscal, dispensada qualquer outra providência 
por parte do Fisco, nos termos da Súmula 436 do Superior Tribunal de Justiça. 
B) Sim. O benefício da denúncia espontânea (Art. 138 do CTN) não se aplica aos tributos sujeitos a lança-
mento por homologação, regularmente declarados, mas pagos após o vencimento, conforme Súmula 360 
do Superior Tribunal de Justiça. 
 
NOSSA CRÍTICA AO QUESTIONAMENTO DA LETRA “A”: 
 
 Destaquei, em aula, que a pergunta da LETRA “A” exigiu o momento da CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO 
CT, enquanto a resposta ofertada pela Banca apresentou o momento apenas da CONSTITUIÇÃO DO CT. A 
nosso ver, a Banca não foi criteriosa na solução. Conforme aprendemos, a constituição definitiva do CT, 
nesse caso, ocorrerá no dia seguinte ao do vencimento do tributo constante da declaração. 
XXIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO - 1ª FASE 
 
 TESTE 1ª FASE: A Fazenda Pública apurou que fato gerador, ocorrido em 12/10/2007, referente a um im-
posto sujeito a lançamento por declaração, não havia sido comunicado pelo contribuinte ao Fisco. Por 
isso, efetuou o lançamento de ofício do tributo em 05/11/2012, tendo sido o contribuinte notificado desse 
lançamento em 09/11/2012, para pagamento em 30 dias. Não sendo a dívida paga, nem tendo o contribu-
inte impugnado o lançamento, a Fazenda Pública inscreveu, em 05/10/2017, o débito em dívida ativa, tendo 
ajuizado a ação de execução fiscal em 08/01/2018. Diante desse cenário, assinale a afirmativa CORRETA. 
 
A) A cobrança é indevida, pois o crédito tributário foi extinto pelo decurso do prazo decadencial. 
B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o prazo prescricional para propor a ação de execu-
ção fiscal. 
C) A cobrança é devida, pois a inscrição em dívida ativa do crédito tributário, em 05/10/2017, suspendeu, 
por 180 dias, a contagem do prazo prescricional para propositura da ação de execução fiscal. 
D) A cobrança é devida, pois não transcorreram mais de 10 anos entre a ocorrência do fato gerador 
(12/10/2007) e a inscrição em dívida ativa do crédito tributário (05/10/2017). 
 
GABARITO: LETRA B 
B) A cobrança é indevida, pois já teria se consumado o prazo prescricional para propor a ação de execu-
ção fiscal. 
 
Muito obrigado! 
#EstudeMais #EstudeSempre 
Prof. Sabbag 
 
Agradeço a companhia nesta 
AULA TEMÁTICA SOBRE 
 
 
 
 
 
 
 
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DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO 
para a OAB 2ª Fase Tributário! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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