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HISTOLOGIA DO SISTEMA DIGESTIVO

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SISTEMA DIGESTIVO 
PLANO GERAL DO TUBO DIGESTIVO:
· O sistema digestivo, composto pela cavidade oral, trato alimentar e glândulas associadas, atua na ingestão, mastigação, deglutição, digestão e absorção dos alimentos, assim como na eliminação dos remanescentes não-digeríveis.
· Funções: transporte de água e alimentos ingeridos, secreção de líquidos, eletrólitos e enzimas digestivas, digestão e absorção dos produtos, excreção dos remanescentes não digeríveis. 
· Para que todas essas funções ocorram de forma plena, precisamos dos órgãos anexos (acessórios) que são: glândulas salivares, fígado, pâncreas, vesícula biliar.
· Na histologia, os órgãos maciços são descritos de fora para dentro, já os órgãos tubulares (contém luz) são descritos da luz para a periferia. 
· A organização histológica da cavidade oral se diferencia do restante do tubo digestório, que existe uma organização em camadas (mucosa, submucosa, muscular e serosa ou adventícia). A cavidade oral terá uma variação principalmente na mucosa oral, a qual vai variar de acordo com a funcionalidade (podendo ser mucosa de revestimento, mucosa mastigatória e mucosa especializada). 
CAVIDADE ORAL:
· 1ª etapa do sist. Digestório. Há transformação física e química do alimento.
· Recoberta pela mucosa oral, composta de um epitélio estratificado pavimentoso úmido, que pode ser ortoqueratinizado, não-queratinizado ou paraqueratinizado, e um tecido conjuntivo o frouxo ou denso não-modelado subjacente, pode ser dividida em três categorias: mucosa de revestimento, mucosa mastigatória e mucosa especializada.
· É dividida em 2 regiões: 
- Vestíbulo: delimitado lateralmente pelas bochechas e dentes na parte sup e inferior.
- Cavidade Própria da Boca: delimitado superiormente pelos palatos; inferiormente pelo assoalho da boca (língua); anteriormente pelos arcos alveolares; posteriormente pelo palato grosso e faríngeo que determina a transição da cavidade da boca para faringe.
· Possui glândulas salivares maiores e menores (um dos órgãos acessórios) ajudando na formação do bolo alimentar e agregados linfóides, formando as tonsilas com função imunológica (tonsila faríngea, palatina e lingual)
Mucosa da Cavidade Oral:
· Reveste diversas regiões da cavidade oral, com exceção da coroa dos dentes 
· Constituída por epitélio e lâmina própria que irão se diferenciar em cada região
· Semelhante com a pele, difere-se, pois reveste cavidades úmidas e não possui anexos cutâneos.
· Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, não queratinizado ou paraqueratinizado.
· No epitélio, há presença de queratinócitos, maior população de células da região 
· Adjacente a lâmina própria, temos o estrato basal formado por 2 ou 3 camadas de células, que é a região progenitora que faz a renovação celular desse epitélio. 
Epitélio Oral: é dividido em
· Estrato basal – faz multiplicação celular.
· Estrato espinhoso – tem grande quantidade de junções celulares (desmossomos), mais espessa.
· Estrato granuloso – tem presença de grânulos de glicoproteínas e lipídeos. Mais escuro.
· Estrato córneo – possui poucas células, sobra queratina. Por ele, diferencia-se, epitélio queratinizado de não queratinizado.
Tipo de Epitélio em Relação à Queratina:
· Ortoqueratinizado: 
- Possui todos os 4 estratos, ou seja, todas as 4 camadas. Recobre regiões sujeitas a traumas
- Reveste gengiva e palato duro, pois podem sofrer atrito direto do alimento 
- Precisa ser resistente
· Paraqueratinizado:
- Possui os 4 estratos 
- Estrato córneo, ou seja, a camada mais superficial, tem núcleo em suas células. Isso é uma diferença, pois no epitélio estratificado pavimentos queratinizado as células superficiais perdem seus núcleos. 
· Não queratinizado: 
- Possui apenas camada basal e espinhosa
- Células da camada espinhosa se achatam gradativamente, formando a camada superficial do epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado. Então vamos ter estratos intermediário e superficial. 
 
OBS: Outras céls do epitélio, além dos queratinócitos são os melanócitos (pigmentação), céls de Langerhans (defesa), céls de Meckel (sensitivas) e céls sanguíneas. 
Lâmina Própria: 
· Varia de acordo com o local.
· Subjacente ao epitélio oral
· Composto por células e matriz extracelular
· Presença de células sanguíneas
· Tem porção papilar e porção reticular 
- Papilar: formada por tecido conjuntivo frouxo vascularizado 
- Reticular: formada por tecido conjuntivo denso
OBS: Existe uma variação no que diz respeito a profundidade e número dessas papilas. Em regiões de grande mobilidade, como na mucosa que reveste as bochechas, há um numero menor de papilas e a profundidade delas é menor. Já quando falamos do revestimento da gengiva, por ter pouca mobilidade, possui muitas papilas e papilas muito profundas. 
Classificação da Mucosa Oral: 
1. MUCOSA DE REVESTIMENTO:
· Em geral, epitélio não queratinizado
· Presente em regiões com muita movimentação
· Submucosa presente, mas há exceções, como na superfície inferior da língua. 
· Grande quantidade de fibras elásticas devido ao movimento muscular
· Reveste lábios e bochechas
Lábios e Bochechas:
Mucosa Labial é dividida em: 
- Vermelhão dos lábios: Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado associado a glândulas seromucosas da lâmina própria. Grande qntd de vasos sanguíneos na lâmina própria, por isso a coloração. Epitélio é mais delgado. 
- Transição entre a pele e mucosa: mesmas características, porém com anexos da pele.
- Parte Interna do Lábio: Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
Mucosa Jugal (mucosa das bochechas):
- Em geral é lisa e rosa pálido.
- Fibras colágenas ligam a mucosa ao músculo.
Mucosa Alveolar (parte mais acima da gengiva):
- Segue desde o fundo do sulco até a mucosa gengival (perto dos dentes)
- Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
- Possui bastante mobilidade
- Presença de tecido conjuntivo
Palato Mole (semelhante a alveolar):
- Epitélio pavimentoso estratificado não queratinizado
-Possui maior quantidade de fibras elásticas devido a movimentação
-Submucosa possui células linfoides, diferente da alveolar
-Altamente vascularizado
- Em algumas lâminas, pode ter músculo estriado esquelético
Assoalho da Boca:
- Região ventral da língua
- Aparece aderida a lâmina própria
- Liga o fundo do sulco lingual à base da língua
- Membrana não queratinizada recobre o assoalho da boca e aparece pouco aderida a lâmina própria
- Lâmina própria aderida ao músculo estriado esquelético, não tendo submucosa
2. MUCOSA MASTIGATÓRIA
· Reveste gengiva e palato duro
· Epitélio estratificado pavimentoso queratinizado ou paraqueratinizado e tec conj denso não modelado. 
· Reveste locais expostos ao atrito com alimento e de pouca mobilidade
Mucosa Gengival:
- Mucosa oral e peridonto de proteção
- Pode ser paraqueratinizada ou ortoqueratinizada
- Posssui 4 estratos para os epitélios queratinizados bem definidos
- Não possui submucosa
 Mucosa do Palato Duro:
 - Reveste a parte anterior do palato onde tem rugas palatinas
 - Parte anterior até os pré-molares não possui submucosa
 - Pré-molares até a parte posterior possui submucosa:
· Quadrantes anteriores submucosa com tecido adiposo
· Quadrantes posteriores submucosa com glândulas salivares menores
3. MUCOSA ESPECIALIZADA
Língua (Dorso):
- Órgão essencialmente muscular
- Musculo estriado esquelético disposto em feixes, organizado em 3 planos. (Permite maior flexibilidade e precisão dos movimentos, já que é um órgão responsável na mastigação e fala). 
- Macroscopicamente dividida em:
· 2/3 anteriores formam o assoalho e possui papilas gustativas chamadas de papilas filiformes, fungiformes, foliadas e circunvaladas
· 1/3 posterior divido por um sulco terminal que em seu vértice, temos o forame cego. Possui agregados de tecidos linfoides formando as tonsilas linguais. 
 - Epitélio queratinizado que pode ser ortoqueratinizado ou paraqueratinizado
 - Presençadas papilas
 - Presença do botão gustativo que permite diferenciar os sabores
 
Papilas Filiformes: 
- Estruturas cônicas com seu ápice para região posterior da língua 
- Distribuídas ao longo do corpo da língua
- São as mais numerosas
- Epitélio ortoqueratinizado
- Possui numerosos melanócitos e células de Langerhans (defesa)
- Não possuem botões gustativos
- Possuem papel mecânico ao longo da mastigação, misturando o bolo alimentar
Papilas Fungiformes: 
- Formato em forma de cogumelo 
- Projetam-se entre as filiformes
- Vistas macroscopicamente 
- Apresentam botões gustativos 
Papilas Circunvaladas:
- São as maiores papilas, identificadas a olho nu
- Estruturas arredondadas e mais achatadas
- Circundadas por um sulco
- Porção central de tecido conjuntivo frouxo é altamente vascularizado
- Epitélio pavimentoso estratificado queratinizado
- Botões gustativos estão na porção lateral do epitélio
- Sulco que circunda a papila possui glândulas que secretam constantemente uma substância para remover partículas de alimento e não interferir na identificação de sabores
Papilas Folhadas:
- Cristas baixas paralelas e fendas mucosas profundas
- Encontram-se nas margens laterais posteriores da língua
- Botões gustativos presente nas paredes do epitélio
- Presença de glândulas na lâmina própria
Botão Gustativo: 
- Presente na superfície das papilas fungiformes e superfícies laterais das papilas circunvaladas e folhadas
- São estruturas com forma de cebola com coloração clara
- Estende-se desde a lâmina basal até a superfície epitelial, onde há uma abertura chamada de poro gustativo. Neste poro há a presença de microvilosidades que irão aumenta área de superfície para captar as substâncias que estão sendo dissolvidas dentro da cavidade oral.
- Canais iônicos liberam neurotransmissores que conduzem a sensação para o sistema nervoso central, com a sensação de sabor
- Possui 3 tipos de células: neuroepiteliais, sustentação e basais
DENTES
· Maceram o alimento, fazem a transformação física do que foi ingerido.
· Não possui mucosa revestindo 
· No total, 32 dentes permanentes (Incisivos, Caninos, Pré-molares e Molares). 
Tecidos Especializados nos Dentes
Esmalte:
- Estrutura extremamente rígida
- Composto 98% por cristais de hidroxiapatita.
- Reveste a coroa (parte visível)
Cemento:
- Estrutura mineralizada semelhante ao osso 
- Não é vascularizado 
- Recobre a raíz (parte não visivel) do dente
Dentina:
-Está abaixo do esmalte e do cemento, na coroa e na raiz. 
- Composto 70% por cristais de hidroxiapatita
- Circunda a cavidade polpar, uma região com presença de tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado e inervado. 
Ligamento Periodontal:
- Permite a fixação do dente no arco alveolar
- Juntamente com o cemento, osso alveolar e a gengiva, formam o periodonto de proteção
- Constituído por tecido conjuntivo denso não modelado com fibras grossas de colágeno para suportar a pressão que os dentes sofrem com a mastigação e evitar a reabsorção óssea do osso devido a pressão.
OBS: Todos esses tecidos especializados possuem fibras colágenas tipo I. 
VISÃO GERAL DO TUBO DIGESTIVO
· Esôfago
· Intestino delgado (duodeno, jejuno e íleo)
· Intestino grosso (ceco, apêndice, colo, reto e canal anal)
OBS: Todos eles tem mucosa, submucosa, muscular externa (chamamos de externa porque na mucosa também há músculo) , serosa ou adventícia. 
ORGANIZAÇÃO DO TUBO DIGESTIVO 
SEMPRE VAMOS TER ESSA ORGANIZAÇÃO NO TUBO DIGESTIVO. Ao longo desse tubo (parte do esôfago, estômago, duodeno), vamos ter algumas variações, principalmente na mucosa, ou seja, no epitélio de revestimento. Isso porque cada porção desse tubo vai estar associada com alguma função especifica, ex: absorção, secreção, etc. alguns vezes podemos também ter variações na submucosa. 
1. MUCOSA:
· Apontada para o lúmen: revestida por um epitélio de revestimento, sendo sustentado por uma lâmina própria. 
· Abaixo há a camada muscular da mucosa, sendo o músculo liso que faz a interface entre a camada muscular e a submucosa. Esse músculo liso não esta relacionado com o peristaltismoo que conhecemos do tubo digestório e sim associado principalmente com a altura do epitélio, os movimentos na mucosa. 
· FUNÇÕES:
· Proteção imunológica (Principalmente na lamina própria temos em algumas porções agregados de célula linfócitas). Proteção contra antígenos, patógenos, subst nocivas, abrasão, barreira seletiva. 
· Absorção (projeções da mucosa e submucosa – ex. intestino delgado tem microvilos).
· Secreção (glândulas mucosas, submucosas e extramurais – ex. Ác clorídrico, enzimas digestivas, mucina e outras substâncias). 
Revestimento Epitelial:
- Precisa ser de proteção, pois por ele passa alimentos líquidos e sólidos.
- Cada parte do canal esta adaptado à uma função específica. 
- O revestimento epitelial depende do órgão que estamos falando, pois os órgãos tem diferentes funções.
Lâmina Própria:
- Sempre de Tecido Conjuntivo Frouxo
- Varia para cada órgão (glandulas mucosas, vasos linfáticos, capilares sanguíneos, tecido linfático difuso – linfócitos e plasmócitos, nódulos linfáticos, tec conj, agregados de gland secretadoras de muco). 
Camada Muscular da Mucosa:
- Camada dupla (Camada Muscular Lisa Interna Circular e Camada Externa Longitudinal).
OBS: No esôfago possui apenas 1 camada. 
2. SUBMUCOSA:
· Rica em vasos sanguíneos e vasos linfáticos. 
· Possui células nervosas (plexo de Meissner ou Submucoso)
· Tecido Conj Denso Irregular (não modelado)
· Glândulas ocasionais (no esôfago e duodeno).
3. MUSCULAR EXTERNA:
· Possui 2 camadas concêntricas de musc liso:
- Camada Circular Interna (espiral compacta)
- Camada Longitudinal Externa (espiral frouxa)
· Há tec conj entre as 2 camadas.
· Esta camada forma esfíncteres no tubo digestivo (esfíncter faringoesofágico, esofágico inferior, pilórico, valva ileocecal interno do ânus). 
· Plexo mioentérico ou de Auerbach. 
4. SEROSA OU ADVENTÍCIA:
· Serosa: epitélio + conjuntivo. É uma camada de epitélio simples pavimentoso, denominado mesotélio e uma qntd de tec conj frouxo. É o peritônio visceral na anatomia. 
· Adventícia: só tem tec conj frouxo. Possui um tec conj que se funde com o tec conj da parede. 
ESÔFAGO
Mucosa: 
 (Tem epitélio + conjuntivo + muscular da mucosa)
· Epitélio Pavimentoso estratificado não queratinizado. Alguns animais, com dieta muito sólida possui esse epitélio queratinizado.
· Glândulas cárdicas esofágicas
· Muscular da mucosa formada por uma única camada (camada longitudinal externa).
Submucosa:
· Glândulas esofagianas propriamente ditas com células mucosas e células serosas. 
Muscular Externa:
· Dupla camada: circular interna e longitudinal externa.
· Terço superior - Músculo esquelético (onde a deglutição começa, temos controle)
· Terço médio - Músculo liso e esquelético
· Terço inferior - Músculo liso
Adventícia ou Serosa:
· Adventícia (acima do diafragma) – conjuntivo que se funde ao tec conj da parede.
· Serosa (abaixo do diafragma) – mesotélio (epitélio pavimentoso simples) + capa subserosa (conjuntivo). 
ESTÔMAGO:
· Dividido em 4 porções anatômicas: Cárdia (área de transição do esôfago), Fundo, Corpo e Piloro (transição do estômago com a 1ª porção do intestino delgado – duodeno). 
· Dividido em 3 porções histológicas: Cárdia, Fundo/Corpo (mesma histologia) e Piloro.
· Como todo órgão tubular, é descrito da luz para a periferia. 
Mucosa
· Epitélio cilíndrico simples
· Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e glândulas gástricas 
· Muscular da mucosa formada por 3 camadas de músculo liso
Submucosa
· Tecido conjuntivo fibroelástico - denso não modelado associado a um plexo submucoso (emaranhado de terminações nervosas que inervam o estômago). 
Muscular Externa:
· 3 camadas de músculo liso (oblíqua interna, circular média e longitudinal externa) com plexo de camada muscular nervosa.
Serosa ou Adventícia:
· Serosa (abaixo do diafragma) - Tecido conjuntivo frouxo com mesotélio (epitélio pavimentossimples). Em sua maioria é intraperitonial, por isso é revestido por uma serosa.
Rugas ou Pregas Gástricas: Quando cortamos o estômago, podemos perceber que ele possui reentrâncias que servem para aumentar a superfície de contado do bolo alimentar com a luz do estômago. Sao projeções da mucosa que não são fixas, variando de acordo com o estado de distensão do estômago. Presente em todas as regiões gástricas.
Fossetas ou Fovéolas: É uma característica apenas do epitélio e lâmina própria, ou seja, não é de toda a mucosa. São projeções do epitélio que fazem reentrâncias na lâmina própria. O conjunto das fossetas formas as pregas.
Diferença das porções histológicas do estômago: cárdia, fundo + corpo, piloro
Mucosa do Fundo/Corpo:
· Maior parte do estômago. Caracterizado pelas fovéolas gástricas e muitas glândulas na lâmina própria.
· Epitélio cilíndrico simples
· Muitas glândulas gástricas que vão da base até a muscular da mucosa, as quais comprimem o tecido conjuntivo frouxo ali presente 
· Possui diferentes tipos celulares
· Glândulas fúndicas compostas por: (céls que compõem as glândulas da lâmina própria)
1. Células de revestimento superficial: produzem/secretam muco insolúvel que fica aderido à superfície do epitélio (formando uma barreira impermeável), protegendo os tecidos abaixo do muco, da ação do ácido clorídrico. Mantém o pH contínuo na luz epitelial, evitando a morte das céls. É um muco que não é digerido, ou seja, não é misturado ao bolo alimentar.
2. Células regenerativas: capacidade de se diferenciar/transformar em outros tipos celulares, podendo se transformar tanto em células de revestimento superficial ou em glândulas que compõe a lâmina própria. Regeneram as céls de revestimento superficial. 
3. Céllulas da Mucosa do Colo: localizada no colo da glândula. Produz muco solúvel que se mistura com o bolo alimentar, facilitando o seu deslizamento/progressão.
4. Células Oxínticas (parietais): produzem HCl e fator intrínseco gástrico, importante para absorção de vitaminas. Possuem um núcleo grande. São poucos coradas, possuindo uma intensa rede de canalículos. Também produzem o fator intrínseco gástrico que se liga a vit B e evita que essa vitamina seja degradada/digerida, permitindo assim que ela chegue ao intestino para ser absorvida. Possui citoplasma com sistema tubulovesicular. Possui microvilos. 
5. Células Principais: produzem as enzimas digestivas (pepsina, renina e lipase gástrica). São classificadas como glândulas serosas por produzirem enzimas e proteínas. Possui microvilos e glicocálix. Possui vesículas dentro do citoplasma, núcleo desenvolvido, síntese de macromoléculas desenvolvidas, e estão condicionadas dentro de vesículas com membrana espessa e muito corado. 
6. Células Enteroendócrinas: células unicelulares que tem a função de glândula endócrina, ou seja, secretam substâncias que atuam de forma endócrina. Secretam substâncias que atuam em outros órgãos do sistema digestivo, regulando a digestão.
OBS: A submucosa, a muscular externa e a serosa são iguais ao resto do estômago (já falado anteriormente).
Mucosa da Região Cárdia:
· Fossetas gástricas rasas (não chegam nem na metade da lâmina)
· Poucas glândulas na lâmina própria.
· Base das glândulas contorcidas.
· Tem bastante conjuntivo entre as glândulas
· Não apresentam células principais
Mucosa da Região do Piloro:
· Não apresentam células principais
· Predomínio de células mucosas do colo. É uma região de transição e estreitamento, precisa haver muito muco.
· Glândulas curtas, contorcidas e ramificadas
· Fossetas gástricas mais profundas e passam da metade da lâmina própria. 
· Conjuntivo entre as glândulas
OBS: A muscular externa possui 3 camadas de músculo liso. É mais grossa, pois forma o esfíncter do piloro
CASO CLÍNICO: 
Nessa imagem vemos uma lesão na mucosa. O epitélio que era pavimentos estratificado se transforma em cilíndrico simples. Isso acontece por causa do refluxo. O epitélio cilíndrico simples é apto a viver em um PH ácido e tem células de revestimento superficial que produz a camada de muco que protege o epitélio. A causa do refluxo poderia ser um tumor gástrico, uma alteração do esfíncter esofagiano inferior (que pode ser causado pelo álcool ouro tabagismo), úlcera gástrica. A esofagite que induz a metaplasia é chamada esofágica de barrett. Se isso continuar acontecendo, isso causa alteração no DNA das células epiteliais, que leva a um processo de displasia, onde as células perdem os seus formatos, não parecendo com as células do estômago. Isso inclusive pode evoluir para um tumor/ carcinoma de epitélio. Ao cessar o estímulo que está causando o refluxo, esse epitélio pode voltar ao normal - pavimento estratificado.
CASO CLÍNICO:
 Paciente de 45 anos, sexo masculino, tabagista de longa data, etilista social, iniciou um quadro de pirose (ardência) pós prandial (pós alimentação) diariamente há 8 anos, e em alguns momentos regurgitação, relata piora progressiva nos últimos meses. Hipóteses diagnosticas: Refluxo, esofagite, gastrite, alteração no esfíncter esofagiano, tumor no estômago, ulcera no estômago ou duodeno, doença muscular, etc. Após não conclusão com anamnese e exame físico, foi feita uma endoscopia digestiva alta (EDA). Na imagem podemos ver uma mucosa saudável e uma destruição da parte da mucosa também. ➢ Para entendermos precisamos revisar toda a histologia do esôfago: temos na mucosa do esôfago um tecido epitelial pavimentosos estratificado não queratinizado e lamina própria com tecido conjuntivo frouxo podendo conter glândulas que secretam substancia de proteção para a mucosa. A camada muscular da mucosa do esôfago contem 1 camada de músculo liso. A submucosa do esôfago é diferente pois encontramos glândulas, fato que difere dos outros órgãos do sistema digestivo (esôfago e duodeno). Temos a muscular externa com 2 camadas de músculo liso ou esquelético e por ultimo, adventícia enquanto é central e torácico e quando passa a ser abdominal passa a ser a serosa.
 ➢ Foram realizadas biopsias para ter um diagnostico, foi feita na área de transição da área saudável e da área doente. A área saudável tem um epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado e a área doente tem epitélio cilíndrico simples.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Esôfago de Barret: em caso de refluxo, a mucosa do esôfago é prejudicada por não houver células de revestimento superficial que secretam o muco visível protetor.
Displasia: quando há uma alteração definitiva do tecido que evolui para um câncer.
Úlcera: uma erosão com perda de camadas que expõe as camadas subsequentes, com secreção de fibrina como um tipo de defesa.
H. pylori: uma bactéria que coloniza, tem a capacidade de produzir amônia e altera a acidez do estômago. Destrói o epitélio e permite ao HCl causar úlceras no local. Se a lesão for profunda, atingindo o conjuntivo, quem faz a regeneração é o fibroblasto, que secreta matriz extracelular. Se atingir a muscular, o músculo liso tem a capacidade de se regenerar (hipertrofia e hiperplasia).
Teste da Urease: teste a base de água, ureia e corante. Se houver a conversão da ureia em amônia, a solução ficará bem corada indicando a presença de H. pylori.
INTESTINO DELGADO:
· Possui 3 regiões: duodeno, jejuno e íleo. Embora estas regiões sejam histologicamente semelhantes, suas pequenas diferenças permitem a sua identificação.
· Digere o material alimentar e absorve os produtos finais do processo digestivo
· Possui estruturas na superfície que permitem o aumento da superfície de contato e potencialização da digestão e absorção do intestino delgado:
· Vilosidades - são protrusões digitiformes ou foliáceas da lâmina própria cobertas pelo epitélio. São mais numerosos no duodeno que no jejuno ou no íleo, e sua altura diminui de 1,5 mm no duodeno para cerca de 0,5 mm no íleo. Aumentam a superfície de contato. 
· Pregas circulares - projeções da mucosa com eixo de submucosa. São estruturas permanentes do duodeno e do jejuno e terminam na metade proximal do íleo. Aumentam a área da superfície do intestino delgadoe diminuem a velocidade do movimento do quimo ao longo do trato intestinal.
· Microvilosidade - projeções da membrana celular das células epiteliais. São especializações da membrana plasmática apical das células epiteliais que revestem os vilos intestinais e aumentam cerca de 20 vezes a área de superfície do intestino delgado. 
As invaginações do epitélio para o interior da lâmina própria por entre os vilos formam as glândulas intestinais, ou criptas de Lieberkühn, as quais também aumentam a área de superfície do intestino delgado.
Divisão Histológica do Intestino Delgado
Mucosa:
· Epitélio - cilíndrico simples formado por diversos tipos celulares.
· Céls absortivas: mais numerosas, são altas, com núcleo na região basal e uma planura estriada (microvilos) na porção apical coberto por glicocálix. Faz a digestão terminal e absorção de água e nutrientes.
· Céls caliciformes: secretam mucinogênio, que em meio aquoso transforma-se em muco protetor. Há menor número no duodeno. Possuem tempo de vida curto.
· Céls neuroendócrinas/enteroendócrinas (SNED): produzem hormônios parácrinos e endócrinos.
· Céls M: atividade imunológica. São células epiteliais que se diferenciam e tornam-se pavimentosas. Substituem as outras células do epitélio de revestimento no momento que nódulos linfóides dispersos na lâmina própria, tocam o epitélio de revestimento. Endocitam e transportam antígenos do lúmen para a lâmina própria. 
· Lâmina Própria - Tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado com presença de glândulas que se abrem na base das vilosidades. O restante da lâmina própria, que se estende para baixo em direção à camada muscular da mucosa, é comprimido pelas numerosas glândulas intestinais tubulosas, as criptas de Lieberkühn, reduzindo-se a finas lâminas de tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado. A lâmina própria é também rica em células linfóides e contém nódulos linfóides ocasionais. 
Criptas de Lieberkuhn: 
· Glândulas tubulosas que se abrem na base das vilosidades e penetram em toda a lâmina própria, quase encostando na muscular da mucosa.
· Aumentam a área de superfície do revestimento intestinal.
· São constituídas de células do SNED, células absortivas superficiais, células caliciformes, células regenerativass e células de Paneth.
· Células absortivas superficiais e as células caliciformes ocupam a metade superior da glândula; já a metade basal da glândula apresenta poucas céls caliciformes e muitas céls regenerativas, céls do SNED e céls de Paneth. 
Céls Regenerativas: são células-tronco que sofrem uma extensa proliferação para repovoar o epitélio das criptas, da superfície da mucosa e dos vilos. Sua localização é basal. 
Céls de Paneth: céls piramidais que apresentam grandes grânulos de secreção eosinófilos no citoplasma apical. Secretam lizoenzimas, proteínas de defesa e fator de necrose tumoral. São características do intestino delgado. Localizadas na base das criptas. Tempo de vida longo. 
· Muscular da Mucosa - Possui 2 camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa). As fibras musculares da camada circular interna penetram nos vilos estendendo-se pelo seu eixo até a ponta do tecido conjuntivo, atingindo a membrana basal. 
Submucosa:
· Constituído de tecido conjuntivo fibroelástico.
· Presença de vasos sanguíneos e vasos linfáticos
· IPC: Presença de glândulas de Brunner apenas na submucosa do duodeno.
Glândulas de Brunner: são glândulas tubulosas ramificadas cujas porções secretoras se assemelham a ácinos mucosos. Secretam muco alcalino que neutraliza o quimo ácido no duodeno, e urogastrona inibidora da produção de HCl nas células parietais e aumenta a atividade mitótica do epitélio. 
Muscular Externa:
· 2 camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa)
· Suprimento nervoso intríseco é feito pelo plexo mioentérico ou de Auerbach. 
· Túnica muscular externa é responsável pela atividade peristáltica do intestino delgado.
Serosa ou Adventícia:
· Serosa reveste toda a porção do intestino delgado
· Adventícia reveste a 2ª e 3ª porção do duodeno
OBS: Possui uma organização especial da vascularização bem desenvolvida, visto que haverá um vaso linfático (chamado de quilífero central), uma artéria e uma veia para cada eixo de vilosidade. A drenagem linfática do intestino delgado começa com vasos linfáticos terminando em fundo cego, denominados quilíferos centrais, que estão localizados nos eixos dos vilos, liberam seu conteúdo no plexo linfático submucoso
Quilífero central ajuda na absorção, visto que quando as células intestinais absorverem nutrientes e gorduras, irão canalizar para dentro deles. Eles, por sua vez, irão distribuir através da circulação linfática e vasos sanguíneos essas substâncias. 
Aplicabilidade Clínica para o Quilífero Central = Tumores do intestino delgado possuem capacidade de disseminação muito rápida devido à grande comunicação entre o sistema linfático e vascular que acontece em cada vilosidade. Aumentando a chance da multiplicação mais rápida de células tumorais, que irão ganhar a corrente sanguínea e linfática muito mais rápido. Tumor muitas vezes, mesmo pequeno e sem alteração clínica, já possui metástase (quando se espalha além do local que começou) para outras partes do intestino e outros órgãos.
Diferenças Regionais do Intestino Delgado:
Duodeno: 
· Segmento mais curto
· Vilosidades maoires, mais largas e em maior qntd
· Presença de Glândulas de Brunner apenas na submucosa do duodeno. 
· Recebe a bile e sucos digestivos através do ducto colédoco e pancreático
Jejuno:
· Vilosidades mais estreitas que no duodeno e mais largas que no íleo
· Projeções da mucosa e submucosa com pregas circulares
· Possui todas as camadas histológicas normalmente
Íleo:
· Vilosidades mais estreitas, mais curtas e em menor número
· Presença de Placas de Peyer - agregados de nódulos linfóides sem cápsula localizadas na lâmina própria que mergulham nas outras camadas, afundando na submucosa e muscular externa. Nessa região, os vilos tem altura reduzida, podendo até estar ausentes. Essas placas estão na parede do íleo. 
· Epitélio reto, sem especializações com presença de células M 
· Maior número de células caliciformes devido a sua proximidade com o intestino grosso
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
O divertículo de Meckel é uma anomalia congênita muito comum. O divertículo, um remanescente do ducto vitelino — uma conexão embrionária entre o intestino médio e o saco vitelino — é um curto prolongamento de abertura larga na região distal do íleo, a cerca de 100 cm do ceco. A maioria dos divertículos de Meckel é assintomática, mas alguns podem causar sangramento e obstrução intestinal. A obstrução é normalmente devida à intussuscepção — ou seja, o prolapso do íleo para dentro do divertículo.
INTESTINO GROSSO:
· Realiza absorção de água, eletrólito e faz a produção do bolo fecal.
· Anatomicamente divido em ceco, colo (ascendente, transverso, descendente e sigmoide), reto e ânus.
· Apêndice é uma pequena evaginação em fundo cego do ceco.
· Histologicamente igual em todas as partes.
· O ceco e o colo são histologicamente indistinguíveis e são discutidos como uma única entidade denominada colo. O apêndice é descrito separadamente. 
· Lâmina vista como glândula tubulosa simples no 1º período
Descrição Histológica
COLO:
Mucosa
· Epitélio: cilíndrico simples. 
· Lâmina Própria: semelhante ao intestino delgado. Tecido conjuntivo frouxo ricamente vascularizado com diversos elementos linfoides; Grande qntd de Criptas de Lieberkuhn mais profundas e largas do que no delgado. Só possuem células absortivas, caliciformes, regenerativas e enteroendócrinas. Céls absortivas em maior qntd. 
· Muscular da Mucosa: semelhante ao intestino delgado. 2 camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa).
Submucosa
· Semelhante ao intestino delgado. Constituído de tecido conjuntivo fibroelástico. Presença de vasos sanguíneos e vasos linfáticos.
Muscular Externa
· 2 camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa). A camada longitudinal externanão é contínua, é agrupada em 3 fitas de feixes musculares (tênias do colo). O tônus constante mantido pelas tênias do colo forma pregas no intestino, as chamadas saculações do colo (haustra coli). 
Serosa ou Adventícia
· Serosa - está agregada formando projeções compostas por tecido adiposo unilocular chamadas de apêndices epiplóicos. 
RETO: Histologicamente assemelha-se ao colo, mas as criptas de Lieberkühn são mais profundas e em menor número por unidade de área.
CANAL ANAL: as criptas de Lieberkuhn são curtas e escassa. 
Mucosa
· Epitélio: cilíndrico simples (acima da linha pectínea); estratificado pavimentoso não queratinizado (abaixo da linha pectínea, aqui n terá mus externa, essa musc já são os musc pélvicos, há musc liso e esquelético); estratificado pavimentoso queratinizado (no ânus – epiderme).
· Lâmina Própria: tecido conj fibroelástico. Contém glândulas anais na junção retoanal e glândulas circumanais na porção distal do canal anal. Folículos pilosos e glândulas sebáceas estão presentes no ânus. Possui menor número de Criptas de Lieberkuhn e, com isso, maior quantidade de conjuntivo entre elas.
· Muscular da Mucosa: 2 camadas de musculo liso (circular interna e longitudinal externa).
· A mucosa apresenta pregas longitudinais, as colunas anais (colunas retais de Morgani). Estas se encontram umas às outras formando evaginações semelhantes a bolsas, as valvas anais com seios anais intermediários.
Submucosa
· Tecido conjuntivo fibroelástico. 
· Contém dois plexos venosos, o plexo hemorroidário interno, situado acima da linha pectinada, e o plexo hemorroidário externo, localizado na junção do canal anal com o orifício externo, o ânus.
Muscular Externa
· 2 camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal externa)
Serosa ou Adventícia
· Não está presente
OBS: Após a linha pectínea, desaparece a divisão entre lâmina própria e submucosa. Possui apenas mucosa formada por um epitélio pavimento estratificado não queratinizado que depois se torna queratinizado com tecido conjuntivo que varia de frouxo a denso não modelado
APÊNDICE:
Mucosa
· Epitélio: cilíndrico simples, composto por céls absortivas superficiais, caliciformes e M nos locais em que os nódulos linfóides encostam-se no epitélio.
· Lâmina Própria: tecido conjuntivo frouxo com numerosos nódulos linfóides e criptas de Lieberkühn rasas. As células que constituem as criptas são células superficiais absortivas, caliciformes, regenerativas, numerosas céls do SNED e céls de Paneth pouco frequentes. 
· Muscular da Mucosa: 2 camadas de musculo liso (circular interna e longitudinal externa).
Submucosa, Muscular Externa e Serosa: não se desviam do plano geral do trato digestivo. 
Não possui vilosidades, diferentemente do íleo. Sua mucosa é reta e sem projeções para a luz (vilosidades), o que possui é um pregueamento. Possui Criptas de Lieberkuhn com várias céls neuroendócrinas. 
OBS: Diferença do Íleo para o Apêndice
· Apêndice não possui vilosidade na mucosa
· Epitélio do apêndice é reto com várias Criptas de Lieberkuhn que estão em maior quantidade no apêndice do que no íleo.
ÓRGÃOS ACESSÓRIOS DO SISTEMA DIGESTIVO
GLÂNDULAS SALIVARES:
· FUNÇÕES DA SALIVA: lubrificação e limpeza da cavidade oral, atividade antibacteriana, participação na percepção do sabor dos alimentos ao dissolvê-los, digestão inicial através da ação da amilase salivar e da lipase salivar, auxílio à deglutição pelo umedecimento do alimento e permitindo a formação do bolo alimentar, e participação no processo de coagulação e cicatrização por causa dos fatores de coagulação e do fator de crescimento epidérmico (EGF) presentes na saliva.
· As glândulas salivares são divididas em glândulas salivares maiores e menores. Possuem os 3 tipos de ácinos, descritos na tabela.
GLÂNDULAS SALIVARES MAIORES:
· São pares. Existem 3 pares (parótidas, sublinguais e submandibulares). 
· Secretam 90% da saliva. 
· Cada glândula é revestida por uma cápsula de tecido conjuntivo denso modelado que envia septos que subdividem o parênquima glandular em lobos e lóbulos. Os ácinos tbm são individualmente revestidos por tecido conjuntivo.
· Possuem um parênquima formado por uma porção secretora, constituída pelos ácinos (ácinos glandulares secretores) e uma porção ductal (túbulos). Dessa maneira, além das céls responsáveis pela secreção (ácinos), precisamos do sist. De ductos que vão conduzir essa secreção até a cavidade oral. 
Ácino + Ducto Intercalar + Ducto Excretor = SALIVON (unid funcional)
Porções Secretoras: 
As porções secretoras, organizadas em túbulos e ácinos, são constituídas de três tipos celulares:
· Céls Serosas: são céls seromucosas que secretam PTNs. Possuem núcleo arredondado basal e abundantes grânulos de secreção ricos em amilase salivar. Localizadas no citoplasma basal.
· Céls Mucosas: tbm se localizam no citoplasma basal, mas possuem núcleos achatados com grânulos de secreção. 
· Céls Mioepiteliais (céls em cesto): compartilham a lâmina basal das céls serosas. Estão na base dos ácinos. Possuem prolongamentos de actina e miosina que envolvem os ácinos secretores e os ductos intercalares, facilitando liberação da secreção para o ducto da glândula. Dão sustentação ao ácino, ficando entre ele e a lâmina basal (“abraçam o ácino”). Mobilizam os produtos secretores pelos ácinos em direção ao ducto excretor. Possui função contrátil, ajudando na liberação do produto secretado pelo ácino.
Ductos:
São estruturas tubulares que conduzem o produto excretado na cavidade oral. Os ductos das glândulas salivares maiores são altamente ramificados e vão de ductos intercalares, muito pequenos, a ductos principais (terminais) muito grandes. 
· Ductos Intercalares: são os menores, aos quais os ácinos e túbulos secretores estão ligados. Constituídos por única camada de céls cuboides e mioepiteliais. Encontram-se dentro dos lóbulos, mais próximo do ducto excretor. 
· Ductos Estriados: união de diversos ductos intercalares, constituídos por uma única camada de céls cúbicas ou cilíndricas baixas. Encontram-se dentro dos lóbulos e mais próximos dos ácinos. Céls apresentam invaginações/estriações da membrana plasmática basal, associado a intensa reabsorção de alguns íons, principalmente Na.
· Ductos Intralobulares: união dos ductos estriados, são envolvidos por tec conj.
· Ductos Interlobulares: ductos que saem dos lóbulos. Estes sucessivamente irão formar os Ductos Intralobares e Interlobares. 
· Ducto Principal (terminal): lança a saliva na cavidade oral. Varia de epitélio estratificado cúbico, pseudoestratificado e qnd chega na cavidade oral passa para estratificado pavimentoso não queratinizado (pode ser queratinizado tbm, porém é minoria). Estão entre os lóbulos (interlobular). Suas céls possuem diferenças. 
OBS: As células secretoras dos ácinos produzem a saliva primária que é modificada pelos ductos estriados para formar a saliva secundária. 
A saliva produzida pelas células acinosas, denominada saliva primária, é isotônica em relação ao plasma. A saliva primária é modificada pelas células dos ductos estriados pela remoção de íons sódio e cloreto da saliva e secreção de íons potássio e bicarbonato para a saliva. Daí em diante, a secreção alterada, denominada saliva secundária, é hipotônica. 
GLÂNDULA PARÓTIDA:
· Maior glândula salivar, mas produz aproximadamente 30% do total da saliva
· Composta exclusivamente por ácino seroso
· Localizada anteriormente e abaixo da orelha, ficando entre o ramo da mandíbula e o processo estiloide do osso temporal. 
· Presença de tecido adiposo entre os ácinos serosos 
· A saliva produzida por ela possui altos níveis de amilase salivar (ptialina) e IgA secretor
· Sua cápsula de tec conj é bem desenvolvida e forma numerosos septos, que subdividem a glândula em lobos e lóbulos. 
GLÂNDULA SUBLINGUAL:
· É a menor glândula, produzindo cerca de 5% total da saliva
· É mista, constituída em sua maioria por ácinos mucosos, mas há semiluas serosas. 
· Produz uma saliva mista, porém predominantemente mucosa. 
· Possui uma cápsula de tec conj pouco desenvolvidae seu sistema de ductos não forma ducto terminal, em vez disso, muitos ductos se abrem no assoalho da boca e para dentro do ducto da glândula submandibular. 
· Presentes no assoalho da cavidade oral, anteriormente a submandibular. 
· Pouco ducto estriado em relação as outras glândulas, pq teremos uma secreção muito maior de mucina do que de líquido seroso rico em PTN. 
GLÂNDULA SUBMANDIBULAR:
· Produz cerca de 60% da produção total de saliva. 
· Produz uma saliva mista, mas a maior porção é serosa. 
· É mista, constituída por ácinos mucosos com meia lua serosa, mas predomina-se o ácino seroso.
· Possuem ductos estriados mais longos (cortes histológicos mostram ductos cortados transversalmente). 
· Sua cápsula de tec conj é extensa e forma septos, que subdividem a glândula em lobos e lóbulos. 
· Localizados no assoalho da cavidade oral.
 
GLÂNDULAS SALIVARES MENORES:
· Distribuídas em toda a cavidade oral
· Secretam 10% da saliva
· Divididas em Labial, Vestibular, Glosso-palatina, Palatina, Lingual
· Não apresentam a cápsula de tecido conjuntivo
· Parênquima constituído por uma porção secretora de ácinos
· Possui ductos que conduz a saliva e a modifica até a liberação na cavidade oral
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Tumores nas glândulas salivares, acometem mais as glândulas salivares maiores. 80% são benignos, sem dor. Maioria nas glândulas parótidas, havendo extração total, podendo haver comprometimento do nervo facial, pois ele passa pela parótida. 
Adenoma Pleomórfico: tumor benigno de glândula salivar, freqüentemente afeta as glândulas parótida e submandibular. A remoção cirúrgica da glândula parótida deve ser realizada com cuidado por causa da presença do plexo do nervo facial que passa pelo interior da glândula. Causa modificação na histofisiologia da glândula. Há uma mistura de tec conj, tec epitelial contendo cels ducais e mioepiteliais com áreas semelhantes a subst. Fundamental dos tec conj, tbm nas estruturas que serão inervadas por ele. 
Caxumba: A glândula parótida (e ocasionalmente outras glândulas salivares maiores) também é afetada por infecções virais, causando caxumba, uma doença dolorosa que normalmente ocorre em crianças e pode resultar em esterilidade quando afeta adultos.
PÂNCREAS:
· É tanto uma glândula exócrina, que produz sucos digestivos, quanto uma glândula endócrina, que produz hormônios, logo é uma glândula mista. 
· É retroperitoneal (só a possui a parte anterior revestida pelo peritônio)
· É dividido em: processo uncinado, cabeça, colo e cauda. 
· Possui uma fina cápsula de tecido conjuntivo frouxo que forma septos, que subdividem a glândula em lóbulos. 
· Organização histológica semelhante a parótida, com algumas diferenças (ex. ilhotas pancreáticas e tec adiposo entre os ácinos). 
PORÇÃO EXÓCRINA
· É uma glândula acinosa composta (ácinos serosos e sist. de ductos), libera um fluido rico em bicarbonato e proenzimas digestivas. 
· Essas enzimas são produzidas na forma de pré-enzimas (inativas), isso pq elas têm uma capacidade de degradação mt grande e iria degradar o próprio pâncreas. No duodeno (porção descendente) com a presença do alimento, elas são ativadas. Dois hormônios principais atuam diretamente, secretina (secreção de bicarbonato) e colecistocinina (produção de enzimas). 
· Possui céls centroacinosas no centro do ácino seroso, característica distintiva. Essas céls são claras e cuboides baixa. 
Porções Secretoras e Ductos
· As células acinosas do pâncreas têm receptores para colecistocinina e acetilcolina, enquanto as células centroacinosas e os ductos intercalares possuem receptores para secretina e, talvez, para acetilcolina. 
· Céls Acinosas: formato de pirâmide truncada, com sua base apoiada sobre a lâmina basal, separando as células acinosas do compartimento de tec conj. Seu citoplasma é preenchido por grânulos de secreção (ziminogênio) contendo proenzimas, cujo n° diminui após refeição. O aparelho de Golgi é bem desenvolvido, mas varia de tamanho, sendo menor quando os grânulos de zimogênio são numerosos e maior após os grânulos liberarem seu conteúdo.
· Ductos: sistema de ductos do pâncreas inicia-se no centro de cada ácino, com o surgimento dos ductos intercalares, cujas porções iniciais são constituídas de células centroacinosas. Essas céls e os ductos intercalares possuem receptores para a secretina e possivelmente para a acetilcolina. Os ductos intercalares se unem para formar os ductos intralobulares, que convergem para os ductos interlobulares. Esses são envolvidos por tec conj e liberam seu conteúdo no ducto pancreático principal, que se une ao ducto biliar comum antes de abrir-se no duodeno na papila de Vater. 
OBS: As células acinosas serosas produzem e liberam enzimas digestivas, enquanto as células centroacinosas e as células dos ductos intercalares liberam uma solução tamponante rica em bicarbonato. 
As células acinosas do pâncreas exócrino produzem, armazenam e liberam um grande número de enzimas e tbm produzem um inibidor de tripsina. A liberação das enzimas pancreáticas é induzida pelo hormônio colecistoquinina, produzido pelas céls do SNED do intestino delgado (no duodeno), assim como pela acetilcolina liberada pelas fibras parassimpáticas pós-ganglionares.
As células centroacinosas e os ductos intercalares produzem um líquido seroso alcalino, rico em bicarbonato, que neutraliza e tampona o quimo ácido que chega ao duodeno proveniente da região pilórica do estômago. Este fluido é pobre em enzimas, e sua liberação é induzida pelo hormônio secretina, produzido pelas células enteroendócrinas do intestino delgado em associação com a acetilcolina, liberada pelas fibras parassimpáticas pós-ganglionares.
Secretina – atua no ducto intercalar. Produz bicarbonato e altera o pH, diminuindo a acidez do muco que atinge o duodeno.
Colecistocinina – atua nas céls acinosas, libera enzimas.
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Pancreatite Aguda: ocorre qnd as enzimas digestivas tornam-se ativas nas céls acinosas, geralmente é fatal. Há reação inflamatória, necrose dos vasos sangüíneos, proteólise do parênquima e destruição enzimática das células adiposas no pâncreas e região abdominal.
Câncer de Pâncreas: 5ª causa de mortalidade entre todos os cânceres, homens e fumantes são mais suscetíveis. 
PORÇÃO ENDÓCRINA
· Constituído pelas Ilhotas de Langerhans ricamente vascularizados. Cada ilhota é cercada por fibras reticulares. 
· Essas ilhotas estão presentes em maior qntd na porção caudal do pâncreas. Elas encontram-se entre os ácinos. 
· As ilhotas são compostas por 5 tipos de células:
- Céls Beta: produtoras de insulina, diminuem os níveis de glicose no sangue. Estão por toda a ilhota, mas mais concentrada no centro.
- Céls Alfa: produtoras de glucagon, aumenta níveis de glicose no sangue. Estão na periferia das ilhotas. 
-Céls Delta (D e D1): produtoras de somatostatina. Dispersas por toda a ilhota.
- Céls PP: produtoras de polipeptídeo pancreático. Inibe as secreções exócrinas do pâncreas. Dispersas por toda ilhota. 
- Céls G: produtoras de gastrina. Estimula a produção de HCl pelas céls do estômago.
OBS: Insulina e Glucagon são os 2 hormônios produzidos em maiores qntds pelo pâncreas. Estes atuam diminuindo e aumentando os níveis de glicose no sangue. O aumento da glicemia estimula a secreção de insulina, esta leva a diminuição da glicemia, causando então secreção do glucagon, que atua no fígado aumentando a glicemia novamente. 
Insulina- hormônio produzido pelas céls beta em resposta ao aumento da glicemia, liga-se a receptores nas membranas e incentiva a captação de glicose do meio extracel. 
Glucagon- produzido pelas céls alfa, em resposta ao baixo nível de glicose. Atua nos hepatócitos incentivando as enzimas gliconeolíticas a quebrarem glicose e joga-lá no sangue.
Somatostatina- produzida pelas céls delta. Inibe a liberação dos hormônios endócrinos e inibe a motilidade GI, em reposta a hiperglimeia. 
Peptídeos Intestinal Vasoativo – induz glicogenólise e hiperglicemia, além de regular motilidade GI e seu tônus musc.
Gastrina- produzida pelascéls G, estimula liberação de HCl pelo estômago, motilidade e esvaziamento gástrico. 
CORRELAÇÕES CLÍNICAS
Diabetes Mellitus: doença metabólica hiperglicêmica resultante da ausência de produção de insulina pelas células β ou receptores para a insulina defeituosos nas células-alvo. Há 2 tipos de diabetes mellitus.
· Tipo 1: é o insulino-dependente. Possivelmente autoimune, há anti-corpos contra as céls beta; atinge pessoas antes dos 20 anos. É caracterizado por 3 sinais cardinais: polidipsia (sede constante), polifagia (fome exagerada) e poliúria. As ilhotas são atrofiadas e há diminuição das céls beta.
· Tipo 2: não insulino-dependente. É a mais comum, geralmente depois dos 40 anos. Liberação de insulina prejudicada; diminuição no n° de receptores para insulina. Há presença de amilina no tec ao redor das céls beta. 
Diabetes x Alzheimer: O consumo hipercalórico com muitas gorduras e a componentes tóxicos podem levar a um dano hepático. Esse dano, pode alterar a produção de insulina e começa a produzir um lipídio denominado ceramidas que, associado a obesidade, consegue passar pela barreira hematoencefálica. Pelo SNC, pode haver uma alteração na produção de insulina, levando uma resistência central desta. 
Síndrome de Verner-Morrison (cólera pancreática): caracterizada por uma diarréia líquida intensa que resulta em hipocalemia e hipocloridria. Ela é causada pela produção e liberação excessivas de peptídeo intestinal vasoativo devido ao adenoma de células D1 que produzem este hormônio. Frequentemente, os tumores de células D1 são malignos. 
OBS: Diferenças entre Pâncreas e Parótida na lâmina
· Parótida é possível ver células adiposas e possui ducto estriado
· Pâncreas é possível ver as ilhotas pancreáticas (porção mais clara do grupamento de células). Possui apenas ducto intercalar
FÍGADO:
· Maior glândula do corpo, localizado no quadrante superior direito abaixo do diafragma
· É dividido em 4 lobos (E, D, quadrado e caudado). 
· Glândula mista (funções endócrinas e exócrinas). Os hepatócitos (céls paraquimentosas uniformes) são responsáveis pela formação da bile (que é a secreção exócrina do fígado), e pela formação dos produtos endócrinos, além de converter subst. nocivas em não tóxicas, excretadas na bile. 
· Exceto a área nua, o fígado é coberto por peritônio que forma um epitélio simples pavimentoso por sobre a cápsula de tecido conjuntivo denso modelado (cápsula de Glisson). 
· Recebe sangue oxigenado pelas artérias hepáticas D e E (25%), e sangue rico em nutrientes através da veia porta (75%). 
· Como glândula endócrina, o fígado é classificado como cordonal, pois os hepatócitos (unidades funcionais) estão organizados em cordões, entremeados a capilares sanguíneos. 
· O fígado é classificado como um órgão reticuloepitelial (rico em fibras reticulares com células epiteliais = hepatócitos). Essas fibras reticulares demarcam/moldam onde as estruturas celulares e vasculares vão se encaixar.
HEPATÓCITOS: unid funcional do fígado. Possui a face da célula voltada para o vaso sanguíneo (polo vascular) que secreta os hormônios da função endócrino do fígado, e a face da célula que forma os canalículos biliares, por onde a bile vai percorrer (polo biliar - entre um hepatócito e outro). 
Estrutura Hepática:
· Lóbulos Hepáticos Clássicos: Hepatócitos são arranjados em lóbulos hexagonais (lóbulos hepáticos clássicos), estes são demarcados por áreas de tec conj. O eixo longitudinal de cada lóbulo clássico é ocupado pela veia centrolobular (tributária inicial da veia hepática). Os cordões de hepatócitos se organizam do espaço porta para a veia centrolobular. o sangue flui da periferia para o centro do lóbulo, em direção à veia centrolobular. A bile, produzida pelos hepatócitos, entra em pequenos espaços intercelulares, os canalículos biliares, localizados entre os hepatócitos, e flui para a periferia do lóbulo, para os ductos biliares interlobulares dos espaços porta.
OBS:
Placa limitante - são hepatócitos que tem junções de oclusão entre eles, permitindo uma forte oclusão entre as células e diminuindo o espaço intracelular, protegendo os outros hepatócitos. 
Espaço de Moll - espaço entre a placa limitante e o espaço porta 
Exemplo: Alunos são hepatócitos dispostos em fileira. Corredor é a região do capilar sinusoidal. Entre as cadeiras (um hepatócito e outro) é a região que forma o canalículo biliar. 
· Face voltada entre um hepatócito e outro (revestida por epitélio pavimentoso simples) formando o canalículo biliar (face exócrina) 
· Face voltada para o vaso é a face que troca informações com o vaso (face endócrina) 
- Veia porta emite prolongamentos (vênulas) e ramo da artéria hepática emite uma arteríola. Se juntam e formam capilar sinusoidal que desemboca na veia centro-lobular. 
- Canalículos biliares se juntam e formam ducto biliar no espaço porta 
- Capilares sinusoidais se juntam formando uma veia centro-lobular
- Sequência: veia centrolobular, veia sublobular, veias coletoras e veias hepáticas.
· Espaços Porta: Locais onde 3 lóbulos se encontram, (abundância em tec conj) é chamado de espaços porta. Os espaços prta contém: ramos da artéria hepática; ramos da veia porta; ductos biliares interlobulares. Fica nos vértices. 
· Lóbulo Porta: É uma classificação funcional, ou seja, segue o padrão de produção e liberação da bile. A bile produzida na parte mais profunda dos hepatócitos, vai formando o canalículo biliar até chegar no espaço porta, onde monta o canal maior de secreção. Todos os hepatócitos que lançam sua bile em um ducto interlobular determinado constituem um lóbulo porta. Histologicamente é região triangular cujo centro é o espaço porta e cuja periferia é limitada pelas linhas retas imaginárias que unem as três veias centrolobulares, que formam os três ápices do triângulo. 
OBS: é o oposto do lóbulo clássico que acabamos de ver, pois o centro é o espaço porta e os vértices são as veias centrolobulares, formando um triângulo.
· Ácino Portal: baseado no fluxo sanguíneo da arteríola distribuidora e, consequentemente, sobre a ordem na qual os hepatócitos degeneram após agressões tóxicas ou hipóxicas. Segue o padrão de distribuição do O2 até todos os hepatócitos (segue o fluxo do ramo da artéria hepática que está no espaço porta). O centro também é o espaço porta, porém a distribuição é por percentual de O2, por isso divide-se em zonas. Lóbulo ovóide ou com forma de diamante, visualizado como tendo 3 zonas, regiões concêntricas mal definidas de parênquima hepático circundando uma artéria distribuidora em posição centrolobular. A zona 1 é a zona mais perto do ramo da artéria hepática e recebe maior quantidade de oxigênio. A zona 2 ou intermediaria vai estar em uma zona de oxigenação intermediaria. E na zona 3, estão os hepatócitos mais distantes da artéria hepática, que vivem com menor quantidade de oxigênio (hipoxemia).
OBS: Se fizermos uma trombose de artéria hepática, o que acontece com esses hepatócitos? Os hepatócitos da zona 1 vão morrer antes, pois são hepatócitos pouco adaptados a viver com pouco oxigênio, eles precisam de mais oxigênio.
Células envolvidas no processo de inflamação e regeneração do fígado: 
· Hepatócitos: Cél principal, acumula gordura porque acaba desviando a sua função para a produção de mediadores pró-inflamatórios.
· Células de kupffer: Macrófagos fixos do tecido conjuntivo de determinados órgãos. Ele se diferencia, adquirindo capacidade de estruturas e funções daquele órgão especifico.
· Células perisinusoidais (células de ito): Ficam no espaço entre o sinusóide e o cordão de hepatócitos (Espaço de Disse). Essa célula é responsável por secretar matriz extracelular, ou seja, ela é responsável pela fibrose quando a inflamação evolui para a cirrosse. Essa célula também tem a capacidade de atuar no hepatócito fazendo com que esse hepatócito faça mitose e recupere a sua função, se regenerando. Por isso que podemos doar parte do fígado em vida, por conta da sua capacidade de regeneração.
· Pit Cells: Células de defesa do sistema linfoide que atuam protegendo/defendendoo fígado (os hepatócitos). 
Espaço de Disse ou perisinusoidal: Entre o capilar sinusoidal e o hepatócito, onde se localizam as células de kupfer, outros tipos de macrófagos, células perisinusoidas (células de Ito) e as células Pit Cells.
CASO CLÍNICO: 
Paciente de 60 anos etilista de longa data, com elevada ingestão de álcool por dia, que foi submetido a exames médicos de rotina. Exames clínicos e laboratoriais foram normais. Foi pedido uma USG de abdome. 
Pela lamina podemos perceber que esse paciente tem esteatose hepática. 
O fígado desse paciente está sendo lesionado por essa ingestão de álcool, ou seja, ele para de realizar as outras funções (metabolização de gordura) e com isso ocorre o acúmulo de gordura nos hepatócitos (célula do fígado). Ou seja, são depósitos intracelular de gordura no hepatócito. 
Isso ocorre porque o fígado tem a função de metabolização de gordura, e se isso não acontece, acumula vesícula de gordura no citoplasma. No paciente, esse fígado não consegue metabolizar gordura porque ele esta ocupado metabolizando álcool, ou seja, ele parou de fazer todas as suas funções normais. Ele esta sendo lesionado pelo álcool, porque ele acaba acumulando aquelas substâncias que era para estar metabolizando. 
Isso não acontece da noite pro dia, e sim ao longo do tempo. Leva a um processo inflamatório do fígado, ele começa a desviar de suas funções normais para produzir proteínas pró-inflamatórias de defesa, porque ele entende que esta sendo atacado. Se você cessa esse estimulo do álcool, o fígado retorna ao normal. 
É um processo inflamatório do fígado, onde há um aumento de deposito de gordura intracelular, que leva a um aumento da célula e um aumento difuso de todo o órgão. Assim, qualquer processo inflamatório desse fígado, seja ingestão alcoólica, medicamentos (ex: paracetamol), toxinas bacterianas, virus, podem gerar lesões crônicas nesse fígado. Isso leva a um quadro de esteatose hepática.
Porém, se você perpetua esse processo inflamatório, começa a haver a morte desses hepatócitos. Assim, as células perisinusoidais (células de ito) vão secretar matriz extracelular rica em colágeno, que leva a um processo de remodelamento desse órgão (fibrose). Com isso, o fígado fica duro, rígido, com aspecto de fígado de cirrose e reduz de tamanho. O remodelamento (fibrose) é irreversível e com isso o paciente perde a função normal do fígado.
Obs: Pacientes cirróticos podem aumentar os riscos de câncer de fígado. 
O vírus da hepatite C faz uma inflamação crônica do fígado, levando a um caso de cirrose, podendo levar também à um quadro de câncer. 
Obs: Se uma pessoa resolve ingerir grande quantidade de paracetamol ou pega o vírus da hepatite A, e ocorre um processo inflamatório agudo/subto. É um processo inflamatório, porem não da tempo de acumular gordura no hepatócito. Essa condição é chamada apenas de hepatite, quando cessado o estimulo, o fígado se recupera e volta para sua função normal. Já a esteatose hepática é a inflamação com o acumulo de gordura.
 
OBS: Capilar Sinusoidal - É aquele que tem intima relação com o conteúdo de dentro do capilar com o tecido. Isso porque teremos buracos/fenestras no epitélio e na lâmina basal, assim não há barreira entre o que esta dentro do conteúdo do vaso sanguíneo e o que vai para o tecido.
 
BILE: formada dentro do hepatócito e secretada pelo polo biliar do hepatócito. Esse polo tem junção entre um hepatócito e outro, com um revestimento de epitélio pavimento simples chamado de canalículo biliar que se juntam, tornando-se cada vez maiores e formam Canal de Hering. Esse canal é um período de transição entre canalículo biliar (pavimentoso simples) e ducto biliar (cúbico simples). Quando chega no espaço porta, só tem epitélio cúbico simples.
Produzida pelo hepatócito. Ela é liberada na junção entre um hepatócito e outro, ou seja, no polo biliar. Em seguida passa pelo canalículo biliar (região entre os hepatócitos), chega no canal de Herring, passa para os ductos biliares no espaço porta e depois vai para o canal hepático. Essa mudança de nome acontece porque o canalículo biliar é inicialmente formado pela membrana celular de 2 hepatócitos, no meio do caminho ele fica mais individualizado com um epitélio pavimentos simples revestindo esse canalículo biliar. Depois esse ducto cresce passando para um epitélio cubico simples, até que chegue na vesícula biliar, através do canal hepático.
 
VESÍCULA BILIAR:
· Órgão sacular, que possui luz e consequentemente uma mucosa revestindo essa luz.
· A maior parte do órgão forma o corpo, e a abertura, que é contínua com o ducto cístico, é denominada colo. O colo tem uma evaginação conhecida como bolsa de Hartmann (infundíbulo da vesícula biliar), uma região onde os cálculos biliares frequentemente se alojam.
· Armazena e concentra a bile e a libera no duodeno quando necessário.
· É constituída de quatro camadas: epitélio, lâmina própria, músculo liso e serosa/adventícia.
Mucosa: altamente pregueada.
· Epitélio: cilíndrico simples, contituído por céls clara + céls em escova. Obs: À medida que a vesícula biliar se torna distendida com a bile, o número de pregas reduz-se para poucas pregas curtas e a mucosa torna-se relativamente lisa.
· Lâmina Própria: tec conj frouxo vascularizado, rico em fibras elásticas e colágenas. No colo, a lâmina própria possui glândulas tubulosas simples (produzem muco para lubrificar o lúmen estreito dessa região). 
Muscular: Nao é a muscular da mucosa. Músculo liso
Camada Perimuscular: Tecido conjuntivo.
Adventícia/serosa: Revestimento de serosa na região voltada para cavidade abdominal e adventícia na região entre a vesícula biliar e o fígado. 
OBS: Como não confundir a vesícula biliar com o estômago? O estômago tem fovéolas e glândulas na lamina própria. Além do mais, o estômago tem a muscular da mucosa. Na vesícula, temos uma camada única de músculo (não tem submucosa). 
Também não confundimos com intestino delgado, pois temos uma muscular extensa, não temos submucosa e nem muscular da mucosa. Importante ressaltar também que no epitélio do intestino delgado precisa haver células caliciformes e as criptas de lieberkuhn.

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