Buscar

Câncer de intestino

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Câncer de intestino
Fatores de risco:
O câncer de intestino está fortemente associado a hábitos de alimentação,
nutrição e atividade física. A incidência da doença vem aumentando nos últimos
anos e, em paralelo, observa-se que a população está cada vez mais exposta
aos fatores de risco e menos exposta aos fatores de proteção.
Estar acima do peso ou ser obeso aumenta o risco de desenvolver câncer
colorretal, com evidente relação dose-resposta. Manter a gordura corporal em
níveis adequados (IMC entre 18.5 e 24.9 Kg/m²), por sua vez, reduz as chances
de desenvolver esse tipo de câncer.
Maior quantidade de gordura corporal está relacionada a elevados níveis de
insulina, com decorrente crescimento celular e inibição do processo de apoptose.
O excesso de gordura corporal também promove um estado de inflamação
crônica no organismo. Essas alterações biológicas decorrentes do excesso de
gordura são promotoras de carcinogênese nas células intestinais.
O consumo de carnes processadas (presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame,
mortadela, peito de peru e blanquet de peru) e o de carne vermelha em excesso
está fortemente associado ao aumento do risco de desenvolvimento de câncer
colorretal. Estimativas indicam que para cada porção de 50 gramas de carne
processada consumida diariamente o risco de câncer colorretal aumenta em
18%. Durante o processamento, as carnes são submetidas a altas temperaturas,
resultando na produção de aminas heterocíclicas e hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos com potencial carcinogênico em pessoas com predisposição
genética.
Apesar de serem importantes fontes de proteína, ferro, zinco e vitamina B12, as
carnes vermelhas in natura (bovina, suína, de cordeiro e de cabra), quando
consumidas em excesso, aumentam o risco de câncer colorretal. O risco é tanto
maior quanto maior for o consumo. Recomenda-se limitar o consumo de carne
vermelha a menos de 500 gramas de carne cozida por semana
(aproximadamente 700-750g do peso cru). Uma das possíveis explicações para
essa associação é que as carnes vermelhas são fontes importantes de
ferro-heme, nutriente essencial ao corpo, mas que, em excesso, pode levar à
formação de compostos N-nitrosos e de formas alcenais citotóxicas oriundas da
peroxidação lipídica.
Os alimentos característicos de uma alimentação saudável (os in natura e
minimamente processados de origem vegetal) têm efeito protetor nas diferentes
fases da carcinogênese, desde a iniciação até a progressão do tumor.
Evidências apontam que consumir alimentos contendo fibra e cereais integrais
https://www.inca.gov.br/alimentacao
https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/peso-corporal
https://www.inca.gov.br/alimentacao/carnes-processadas
https://www.inca.gov.br/alimentacao/carnes-vermelhas
(grãos) minimamente processados (arroz, milho, aveia) reduz o risco desse
câncer. As fibras dos alimentos de origem vegetal estimulam a formação de
produtos de fermentação, especialmente os ácidos graxos de cadeia curta, como
o butirato, que reduzem a proliferação celular e induzem à apoptose. Uma
alimentação rica em fibras também reduz a resistência à insulina, alteração
reconhecida como fator de risco para esse câncer. A recomendação para um
adulto saudável é consumir de 25g a 30g de fibras ao dia.
O consumo de laticínios (leite, queijo e iogurte), assim como a suplementação de
cálcio, são associados à diminuição do risco para câncer colorretal. Porém, não
é recomendado o uso de suplementos alimentares com a finalidade de prevenir
nenhum tipo de câncer.
Fortes evidências associam o consumo de bebidas alcoólicas ao aumento do
risco para câncer de intestino quando a quantidade ingerida é superior a 30
gramas de etanol por dia (cerca de duas doses de bebida alcoólica). Resultados
de estudos de coorte e metanálises recentes fornecem evidências consistentes
da relação dose-resposta entre o consumo médio de álcool e câncer colorretal.
Entre os mecanismos reconhecidos que explicam a associação do álcool com o
câncer, está o fato de o etanol ser convertido em acetoaldeído no organismo.
Ambos são classificados como agentes carcinógenos para humanos. Além
disso, o etanol funciona como solvente, facilitando a entrada de outras
substâncias carcinógenas nas células.
Já a atividade física configura-se como um importante fator de proteção para o
câncer de cólon, não demonstrando o mesmo efeito para o câncer de reto.
Alguns mecanismos biológicos explicam como a prática da atividade física pode
prevenir a doença. Além de promover o equilíbrio nos níveis de hormônios (os
sexuais e os relacionados ao metabolismo da glicose, por exemplo), a atividade
física reduz os marcadores inflamatórios e o tempo de trânsito gastrointestinal,
com consequente redução do período de contato das substâncias que
favorecem a carcinogênese com a mucosa do intestino. Outro benefício é o
fortalecimento da imunidade.
Recomenda-se fazer atividade física moderada a vigorosa diariamente ou na
maioria dos dias da semana. Na medida em que o condicionamento físico
melhorar e/ou houver percepção de bem-estar, aumentar a duração (minutos)
e/ou intensidade (velocidade/sobrecarga) para alcançar 30 minutos ou mais de
atividade física moderada a vigorosa todos os dias. Recomenda-se ainda limitar
hábitos sedentários, como ficar muito tempo exposto à televisão, computador,
celular, tablet ou videogame.
Obviamente o tabagismo também é um fator de risco.
https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/bebidas-alcoolicas
https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/atividade-fisica
Detecção precoce:
As estratégias para a detecção precoce do câncer são o diagnóstico precoce
(abordagem de pessoas com sinais e/ou sintomas iniciais da doença) e o rastreamento
(aplicação de exame numa população assintomática, aparentemente saudável, com o
objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e, encaminhamento dos pacientes
com resultados alterados para investigação diagnóstica e tratamento).
Rastreamento:
O rastreamento do câncer é uma estratégia dirigida a um grupo populacional específico
em que o balanço entre benefícios e riscos dessa prática é mais favorável, com maior
impacto na redução da mortalidade. Os benefícios são o melhor prognóstico da doença,
com tratamento mais efetivo e menor morbidade associada. Os riscos ou malefícios
incluem os resultados falso-positivos, que geram ansiedade e excesso de exames; os
resultados falso-negativos, que resultam em falsa tranquilidade para o paciente; o
sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores de
comportamento indolente (diagnosticados e tratados sem que representassem uma
ameaça à vida) e os possíveis riscos do teste elegível .
Os tumores de cólon e reto podem ser detectados precocemente por meio de dois
exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia
ou retossigmoidoscopia). Esses exames devem ser realizados em pessoas com sinais e
sintomas sugestivos de câncer visando seu diagnóstico precoce ou, como
rastreamento, naquelas sem sinais e sintomas, mas pertencentes a grupos de médio
risco (pessoas com 50 anos ou mais) e alto risco (sujeitos com história pessoal ou
familiar deste câncer, de doenças inflamatórias do intestino ou síndromes genéticas,
como a de Lynch). A OMS preconiza o rastreamento sistemático com pesquisa de
sangue oculto nas fezes, para pessoas acima de 50 anos nos países com condições de
garantir “a confirmação diagnóstica, referência e o tratamento ``.
O exame de sangue oculto nas fezes é uma estratégia utilizada como um primeiro teste
de suspeição (triagem), que necessitará, nos casos positivos, de exame
complementar/confirmatório. Suas grandes vantagens são a simplicidade, o baixo custo
e a ausência de complicações. Os exames endoscópicos (sigmoidoscopia e
colonoscopia), são confirmatórios. Eles permitem fazer a biópsia e retirar a lesão
pré-maligna durante sua realização.
Estudos já comprovaram a redução da incidência e damortalidade específica por
câncer de cólon e reto com rastreamento organizado, tanto com o exame de sangue
oculto de fezes guaiaco como com a retossigmoidoscopia 5. Três grandes estudos
internacionais estão em curso para avaliar a redução da mortalidade em rastreamento
realizados com colonoscopia.
A recomendação no Sistema Único de Saúde brasileiro é que sejam priorizadas ações
de diagnóstico precoce e abordagem personalizada para o grupo de alto risco. O País
apresenta diferentes realidades epidemiológicas e de redes de saúde e ainda são
necessários estudos para subsidiar a análise de viabilidade da introdução do
rastreamento nesses diversos contextos.
O protocolo de encaminhamento da Atenção Básica para a Atenção Especializada do
Ministério da Saúde (2016) define que o rastreamento de paciente com história familiar
de câncer colorretal ou suspeita de síndrome de Lynch ou Polipose Adenomatosa
Familiar deve ser feito em serviço especializado de genética e gastroenterologia, mas
também recomendam que, onde houver baixa oferta de colonoscopia, sejam priorizados
os pacientes com suspeita do câncer 6.
O diagnóstico precoce desse tipo de câncer deve ser buscado por meio da investigação
dos seguintes sinais e sintomas mais comuns 7:
● Hemorragia digestiva baixa
● Massa abdominal
● Dor abdominal
● Perda de peso e anemia
● Mudança do hábito intestinal

Outros materiais