Buscar

AULA DE ADMINISTRATIVO II

Prévia do material em texto

AULA DE ADMINISTRATIVO 26/09
LICITAÇÃO: 
1. INTRODUÇÃO: 
 Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
 XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. 
Toda contratação pública deve ser precedida de licitação. O art. 175, CF prevê que as concessões e permissões, que são espécies de serviços públicos, também devem ser precedidos de licitações. Não é apenas a CF que trata sobre licitações, as leis infraconstitucionais também versam sobre o tema, como por exemplo, a lei federal das licitações – 8.666/93.
2. CONCEITO: É um procedimento administrativo que tem como finalidade a contratação da proposta mais vantajosa e que realize o desenvolvimento sustentável através de critérios objetivos e isonômicos de escolhas, conduzidos por autoridade administrativa dotada de competência especifica que deve observar a lei e o instrumento convocatório. É uma espécie de procedimento administrativo composto por um conjunto de atos que comunicam-se e que iram comunicar-se e um ato final- a contratação. Esses atos são praticados pela administração publica ou pelo próprio licitante. 
A administração lança o edital, homologa o resultado, julga as propostas dos licitantes, entre outras coisas.
Os administrados podem impugnar o edital, apresentar propostas, apresentar recursos, etc...
Em todo o procedimento há várias decisões; na fase interna decide-se se irá ou não inaugurar o processo licitatório, quais serão as exigências impostas aos licitantes, qual a proposta mais vantajosa, etc...
Os procedimentos licitatórios são disciplinados em lei, mas além da lei deve ser pautado no instrumento convocatório que pode ser um edital ou uma carta rogatória. (é nesse instrumento que a administração estabelece todos os critérios que devem ser seguidos pelos licitantes).
O edital é conhecido como “ a lei da licitação” 
O processo licitatório deve ser isonômico para evitar uma contratação subjetiva, pois ela deve ser a mais vantajosa economicamente para a administração e os critérios pessoais dos licitantes não devem ser levados em conta. O objetivo da licitação é contratar gastando menos e obter a melhor prestação de serviço possível, sendo essa vantajosidade observada do ponto de vista econômico e técnico-operacional.
Deve-se contratar a proposta que melhor promova o desenvolvimento sustentável, que é aquela que ao promover a prestação implica no crescimento econômico; o licitante deve promover a reciclagem, implantação de filtros de ar ou tentar diminuir a poluição sonora. 
A licitação é, em regra, obrigatória, devendo preceder as contratações públicas. 
Quem deve se submeter a obrigatoriedade das licitações? A administração pública, as PJ de direito público, PJ controladas pela união, os Estados, os municípios, o DF e PJ de direito privado no exercício de função pública. 
Há um entendimento de que as estatais só se submeteriam as licitações para objetos de suas atividades de meio e não para as atividades de fim. 
3. COMPETENCIA LEGISLATIVA: 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III. 
Compete privativamente a Uniao legislar sobre normas gerais de licitação e contratação pública no âmbito da administração pública direta e indireta.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 
Art. 30. Compete aos Municípios:
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
Os artigos supracitados dizem que cabe aos estados e municípios suplementar a lei federal no que couber. Ou seja, legislam em caráter SUPLEMENTAR 
A lei federal vale para todos os poderes quando eles assumem funções administrativas. 
4. PRINCIPIOS: 
4.1 OBRIGATORIEDADE DA LICITAÇÃO: em regra, as contratações públicas devem ser precedidas de licitações. Esse princípio está relacionado com o interesse público e por isso se exige-se a licitação para se obter a contratação mais vantajosa para a administração e para evitar abusos, pois há a observância de critérios objetivos. 
4.2 ISONOMIA: as partes devem ser tratadas isonomicamente, ou seja, diretamente relacionada a competitividade. Na licitação deve haver a mais ampla condição de competição e o instrumento convocatório não deve estabelecer exigências que restrinjam a participação dos interessados. A isonomia vale para as empresas brasileiras e estrangeiras, porém em casos de empates entre elas as brasileiras possuem vantagens. 
ART. 3°, §2° lei. 8.666 
 Art. 3o  A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos
§ 2o  Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:
 II - produzidos no País;
 III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
 IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.       
 V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Em algumas situações, por ordem técnica, admite-se que o edital preveja a contratação de marca especifica ou a necessidade do atendimento de alguma exigência técnica diferenciada. O tratamento diferenciado para empresas de pequeno porte e para as microempresas também não fere esse princípio, a LC 123/2006 prevê que quando a proposta de uma dessas empresas superar em 10% a proposta de uma empresa grande, haverá um caso de empate e as empresas pequenas poderão apresentar novas propostas com base nos termos da melhor proposta anterior. 
4.3 LEGALIDADE: a administração pública e os sujeitos que participam da licitação devem respeitar o rito previsto em lei. A lei trata de todo o passo a passo que deve ser respeitado. 
Art. 4o Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.
O artigo trata do direito público subjetivo de titularidade de todo cidadão e licitante ao respeito pelo procedimento licitatório. O não respeito ao procedimento pode ser questionado por meio de recursos no próprioprocedimento licitatório ou no judiciário.
4.4 PROPORCIONALIDADE: na análise das propostas das licitações a administração deve estabelecer um equilíbrio entre a proposta mais vantajosa, a isonomia, a proporcionalidade, a impessoalidade e o julgamento objetivo da proposta. 
4.5 IMPESSOALIDADE: na licitação, a escolha da proposta deve levar em conta critérios impessoais; a administração não pode contratar valendo-se de um juízo subjetivo, a escolha não pode variar a depender de quem a fará, ela deve ser igual para todos que conduzirão o caso, ou seja, as características pessoais dos licitantes não devem importar caso não sejam exigidas. 
4.6 JULGAMENTO OBJETIVO DAS PROPOSTAS: decorre do princípio da impessoalidade. As propostas devem ser julgadas com base em critérios objetivos previamente estabelecidos na lei e no instrumento convocatório; a lei e o instrumento que irá prevê os critérios de habilitação que devem ser seguidos, assim como, os critérios de propostas técnicas, de preço, sobre prazos para apresentação de documentos e sobre os instrumentos de impugnação. 
4.7 VINCULAÇAO OBRIGATÓRIA AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO: decorre da legalidade. Os instrumentos são elaborados à luz da lei e “fazem lei” entre as partes, diz-se que são as leis da licitação e por isso deve ser obrigatoriamente observado pela administração e pelo licitante. A sua não observância enseja uma violação de serie de princípios (isonomia, impessoalidade, legalidade, julgamento objetivo...)
4.8 ADJUDCAÇÃO COMPULSÓRIA: uma vez finalizado o procedimento licitatório, o objeto licitado terá que ser atribuído ao licitante vencedor. Esse princípio não assegura a contratação do licitante vencedor mas sim a atribuição do objeto licitado para ele desde que o procedimento tenha sido valido. Se o licitante vencedor não cumprir o prazo para celebrar o contrato ou caso desista do contrato, o objeto é transferido para outro licitante. Enquanto estiver valido o processo licitatório, não pode a administração pública lançar outro processo licitatório para o mesmo objeto onde já há um ganhador.
4.9 PUBLICIDADE: os atos da licitação devem ser públicos e de livre acesso para os licitantes e para qualquer cidadão. Pode haver licitação sigilosa para objetos específicos para a segurança pública ou para pesquisas cientificas. As propostas dos licitantes são sempre sigilosas ate determinado momento no procedimento. 
FINALIDADES DA PUBLICIDADE: 
 Interna: assegurar o controle dos atos praticados no procedimento licitatório, por parte dos licitantes; controle feito mediante recurso ou impugnação do edital 
 Externa: assegurar o controle das licitações por parte da sociedade 
4.10 BOA-FE OBJETIVA: a administração e os licitantes devem atuar de forma leal, evitar comportamentos abusivos e de ma-fé, preservando a verdade.
 
4.11 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: busca-se a proposta mais vantajosa econômica e tecnicamente e nessa busca é preciso respeitar esse principio; as contratações do meio ambiente e para que seja possível esse desenvolvimento o instrumento convocatório deve trazer as exigências especificas para tanto. 
5. REGIMES LICITATORIOS: existem algumas leis que irão disciplina-los 
1° regime: é o da lei 8.666/93 – as modalidades do regime dessa lei se desenvolvem em um processo licitatório escrito qie acontece algumas sessões publicas para a abertura dos envelopes de habilitação e propostas dos licitantes e a fase de habilitação é anterior a fase do julgamento das propostas e as propostas são sigilosas. 
2° regime: é o da lei 12.462/2011 – é o regime diferenciado de contratações publicas RDC, que foi criado para as licitações dos jogos olímpicos e para a copa do mundo. 
6. MODALIDADES DE LICITAÇÕES: 
1° concorrência: qualquer interessado que tenha preenchido as exigências do edital pode participar dessa modalidade e por conta disso ela tem características da universalidade. 
Para se viabilizar a universalidade/concorrência dos interessados, a administração tem que disponibilizar, pelo menos, uma vez o aviso do edital no diário oficial. Esse aviso é o resumo do edital que contém o local e o período da licitação. 
 Art. 21.  Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
 I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; 
O edital da concorrência deve ser publicado com uma antecedência mínima de 30 dias da data de apresentação das propostas, esse prazo vai para 40 dias se o tipo de licitação for “melhor preço” ou “melhor preço e melhor técnica”. 
É uma modalidade que pode preceder qualquer obra pública e será obrigatória nas contratações de obras de engenharia que excedam o valor de R$ 3.300.000
Para as outras obras a concorrência é obrigatória quando o valor for superior a R$ 1.430.000 
2° - tomada de preço: podem participar dessa modalidade interessados que atendam as exigências do cadastramento até o terceiro dia anterior a data de recebimento de propostas. Se o interessado já for cadastrado, ele deve apresentar seu certificado de cadastramento no momento de inscrição para a licitação e isso provara que ele atende as exigências. Os não cadastrados devem apresentar a comprovação de que requereram os seus registros na data certa e a habilitação desses interessados fica condicionada aos seus registros. 
Nem todo órgão publico possui esse sistema de registro cadastral dos interessados, os que possuem devem usa-los e atualiza-los uma vez ao ano, esse sistema mapeia os licitantes que já participaram dos processos de licitação passados. É necessária uma decisão administrativa para a analise do pedido de inscrição nesse cadastro e cabe recurso a essa decisão. 
Se uma decisão administrativa indeferir o registro de um interessado em uma tomada de preço, a tomada fica suspensa até a analise do recurso. A tomada é obrigatória na contratação de obras e serviços de engenharia que não exceda o valor de R$ 3.300.000 e será utilizada para outros serviços de valores inferiores a R$ 1.430.000
A publicidade dessa modalidade deve ser ampla e o edital deve ser publicado em diário oficial com antecedência de 15 ou 30 dias para casos de “melhor técnica” ou “melhor preço e melhor técnica” respectivamente.
3° - convite: dessa modalidade participam os interessados convidados pela própria administração publica que tenham especialidade no objeto e interessados cadastrados que manifestem interesse de participar com antecedência de 24h da apresentação das propostas. Os convidados são contatados por meio da carta convite e podem ser cadastrados ou não no sistema. 
A lei não exige a publicação do instrumento convocatório nesses casos, exige que a carta convite seja enviada com a antecedência de 5 dias uteis da apresentação das propostas, e para que se garanta a participação de outros interessados ainda não convocados, a carta convite deve ser, no mínimo, publicada no órgão público ou no site da instituição.
Essa modalidade é utilizada para a contratação de objetos de valores menores e por isso possui uma menor publicidade. Com o objetivo de evitar que sempre as mesmas pessoas fossem as convidadas para as licitações, estipulou-se que se no caso de se existir mais de três interessados em licitar no mercado, a cada novo convite será obrigatório chamar no mínimo mais um novo interessado cadastrado e que ainda não tenha sido convidado nas ultimas licitações. Se não houver os três interessados no mercado, essa regra não valerá.
Essa modalidade é utilizada para obras e serviços de engenharia que não superem R$ 330.000.00 e para as outras que não excedam R$ 166.000
OBS: nos casos que cabem convite vão caber também a tomada de preço e concorrênciapode substituir a todas.
4° concurso: é uma modalidade que se destina a escolha de um trabalho intelectual (cientifico, técnico, artístico), onde o vencedor dessa modalidade irá receber um premio ou uma remuneração por isso. Serve para contratar serviços profissionais técnicos especializados ou projetos para a administração pública; qualquer empresa pode participar dessa modalidade e a publicidade deve ser ampla, com publicação do edital com a antecedência de 45 dias da dta da apresentação dos trabalhos. 
5° leilão: serve para a alienação de bens que possuem a titularidade da administração pública, seja bem móvel ou semovente que não sirva mais para a administração, ou seja, sem destinação ou que sejam apreendidos e penhorados (aqueles adquiridos pela administração via execução fiscal) 
É uma modalidade processada pelo tipo de maior lance – vence quem oferece o maior lance pelo bem oferecido pela administração. Nesses casos se leva em consideração a avaliação do mercado para o preço do bem 
6° pregão: está tipificado nas leis 10.250 / decreto 3.555/200 e o pregão eletrônico no decreto 5450/2005. 
Se destina a contratar bens e serviços comuns, que são aqueles cujo padro de desempenho da qualidade é aferível através de critérios mercadológicos. São serviços que podem ser prestados por qualquer fornecedor que observe a padronização do serviço pedido. 
A lei do pregão deixa a entender que ele não pode ser usado em obras de engenharia por conta de sua complexidade e das várias técnicas que as obras exigem, mas o TCU já admite o pregão para esse tipo de contratação.
O pregão pode ser presencial ou eletrônico. O presencial se exige atos na forma escrita e em sessões publicas formais, enquanto os eletrônicos são cada vez mais comuns e tem todos os seus atos produzidos digitalmente 
 Característica própria da modalidade: no pregão primeiro ocorre a fase de julgamento das propostas que vai se subdividir em duas etapas: 
Na primeira etapa – as propostas são apresentadas
Na segunda etapa - há uma competição dos licitantes onde eles começam a apresentar lances sucessivos e decrescentes para o objeto.
As propostas são sigilosas; e é só após essas fases que há a habilitação do licitante vencedor. 
OBS: o problema do pregão é que o lance de menor preço pode se tornar inexequível para o licitante. 
 7° RDC - REGIME DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÃO PÚBLICA: Está positivado na lei 12.472/2011 e foi pensado preferencialmente para as contratações da copa do mundo, copa das confederações, jogos olímpicos e para as obras de infraestrutura e de aeroportos distantes até 350km das cidades dos jogos.
Por conta dessa especificidade toda que é uma modalidade mais simples e rápida, até porque haviam prazos para serem cumpridos. Atualmente essa modalidade pode ser utilizada em outras áreas, como obras de engenharia do SUS, pesquisas, ciência, tecnologia, manutenção de unidades prisionais ou obras de mobilidade urbana.
Características: 
· pode haver inversão de fases 
· as propostas não são sigilosas 
· o edital noa precisa dizer expressamente o valor disponível para o orçamento da contratação, o que pode beneficiar a administração pública
· pode haver uma remuneração adicional em razão da prestação de um serviço de ótima qualidade 
· pode haver um contrato de eficiência: onde o objeto é a contratação de alguém para reduzir custos ou aumentar a produtividade de um órgão. Remunera-se de acordo o rendimento na produção do serviço do órgão. Se contrata alguém para elaborar projetos básicos e executivos. 
7. Procedimento licitatório 
7.1 fases: 
interna – se realizam estudos a respeito da necessidade e da adequação da realização da licitação e se as condições necessárias para a licitação estão preenchidas. Se ficar entendido que deve haver a licitação, algumas condições são atendidas, como elaborar um projeto base que terá um trabalho técnico que depende do objeto a ser licitado e é a partir dessa descrição que se é possível saber o custo e o tempo da obra. 
Deve-se elaborar uma planilha com os preços unitários de cada produto a ser utilizado no serviço. E a administração deve indicar a disponibilidade do orçamento para aquela licitação. 
É a partir da fase interna que é possível avaliar algumas vedações da fase externa em relação ao objeto. Não é possível indicar que a licitação será utilizada para a aquisição de recursos, isso é condição da fase interna. Os recursos não podem deixar de ser descritos sem suas quantidades ou inferiores a suas quantidades já estabelecidas no edital. 
1.2. FASE EXTERNA:
   O ato inaugural da fase externa é o procedimento convocatório (edital ou carta convite), se iniciando com a sua publicação.
   É conduzida por uma comissão de licitação, composta por 3 membros, e pelo menos 2 deles devem ser servidores de órgãos permanentes da administração. No convite, admite-se que a comissão seja substituída por apenas um membro indicado por autoridade competente, desde que a unidade administrativa a ser realizada a obra/serviço seja pequena e haja insuficiência de pessoal.
   No pregão, a lei fala que haverá a condução do procedimento por um pregoeiro, que é um servidor público, indicado pela autoridade administrativa competente, podendo haver a nomeação de uma equipe de apoio para a condução desse procedimento.
   No concurso, há uma especificidade. Será conduzida por uma comissão formada por 3 membros, mas como eles precisam ter uma especialidade no objeto licitado, não será exigido que esses membros sejam servidores de órgãos permanentes da administração pública. Os membros da comissão são nomeados pela autoridade administrativa competente e terão um mandato de até 1 ano, vedada a recondução do mandato. A finalidade da não recondução, não repetição do mandato é a proteção da isonomia e impessoalidade, evitando que os membros acabem tendo a sua imparcialidade comprometida. Os membros da comissão respondem solidariamente pelos atos por eles praticados no curso do procedimento licitatório. A responsabilidade, contudo, será apenas de um membro específico, desde que ele tenha praticado um ato que se mostre manifestamente individualizado. Havendo dúvida, haverá a solidariedade.
   O ato inaugural da fase externa é o procedimento convocatório, se iniciando com a sua publicação. O instrumento convocatório é o gênero, da qual são espécies o edital e a carta convite. O instrumento convocatório, mais especificadamente o edital, é disciplinado no artigo 40 da Lei 8.666/93. Se aplica também ao edital de pregão e de RDC. O edital é a lei da licitação.  E por isso ele precisa conter informações importantes a respeito do procedimento licitatório:
(i) deve prever sobre o procedimento da licitação (passo a passo). Ex. data, hora e local em que os licitantes obterão esclarecimentos sobre o edital; data, hora e local de visita no local da execução da obra/serviço, que pode ser previsto no edital; deve indicar a data, hora e local de entrega dos documentos de habilitação e da proposta; deve indicar a ordem das fases. Ex. primeiro habilitação; fase de julgamento da proposta depois.
(ii) deve descrever o objeto a ser licitado, levando em consideração o que foi posto no projeto básico.
(iii) deve expor os requisitos de habilitação e demais exigências que devam ser observadas pelos licitantes no procedimento licitatório. Deve dizer de que maneira os documentos devem ser apresentados, tanto da habilitação como da proposta. Se está admitida a participação ou não de consórcios; se poderá admitir proposta em moeda estrangeira, ou somente nacional.
(iv) deve prever os critérios de julgamento das propostas, que estarão relacionados ao tipo de licitação (ex. melhor preço; melhor técnica).
(v) deve indicar as previsões do futuro contrato administrativo a ser celebrado entre as partes, administração pública e a empresa vencedora. O edital já acompanha a minuta do contrato, que será sempre de adesão. Deve haver a indicação dos direitos e deveres das partes, prevendo as formas de ajuste do contrato, recomposição do equilíbrioeconômico-financeiro, hipóteses de rescisão, sanções do inadimplemento do contrato.
1.2.1 Edital
   O edital tem de que ser expresso quanto as suas previsões, devendo ser claro e de fácil compreensão. Não pode repetir previsões genéricas previstas pela lei. Deve indicar as previsões da lei, adequando ao objeto específico que está sendo licitado. Ele é elaborado a luz da lei, tendo um limite. Se o edital não for explícito, violar algum princípio ou regra, ele deve ser objeto de impugnação. Qualquer licitante poderá impugnar o edital, e deve ser apresentada em até 2 dias úteis antes da data de abertura dos envelopes de habilitação. Qualquer cidadão também pode impugnar o edital, e deve ser apresentada em até 5 dias úteis antes da data de abertura dos envelopes de habilitação. A impugnação ao edital, em regra, não suspende o procedimento licitatório. A impugnação feita pelo cidadão deve ser julgada em até 3 dias uteis pela administração pública. É possível que o edital seja objeto de uma ação judicial direta, sem ates passar pela impugnação.
  O edital possui 6 núcleos fundamentais: o primeiro é o do objeto (o que será contratado pela administração pública); o segundo núcleo que deve constar no edital é o passo a passo que deve ser seguido na licitação (hora, data e local e os prazos para impugnação e recursos); o terceiro núcleo é o do estabelecimento dos critérios de participação da licitação; temos como quarto núcleo do edital a necessidade da indicação dos critérios de julgamento das propostas; o quinto núcleo fundamental do edital é o da estipulação das cláusulas do futuro contrato a ser celebrado com a administração pública; como último temos a previsão das penalidades em caso de descumprimento/inadimplemento contratual.
   Se faltar algum núcleo fundamental ou se algum deles estiver incompleto ou até mesmo se algum núcleo fundamental violar algum princípio (ex - isonomia) o edital poderá ser objeto de questionamento, de oficio, pelos próprios licitantes ou pela população. Se entenderá como se houvesse um vício. 
1.2.2 Ordem do procedimento
   Depois da divulgação do processo licitatório (edital ou carta convite), o procedimento avança com a instauração de duas fases subsequentes, a fase de habilitação, que será seguida da fase de classificação e de julgamento das propostas. A lei 8.666 prevê que a fase de habilitação deve ser anterior à fase de classificação. Essa é a ordem do procedimento previsto na lei, depois do edital haverá a fase de habilitação seguida da fase de julgamento das propostas.
    A lei do pregão, por outro lado, prevê a inversão de fases. No pregão, a fase de classificação (julgamento das propostas) é anterior e depois a fase de habilitação.
   A lei de RDC também fala na possibilidade de inversão de fases, mas não necessariamente ocorrerá, dependendo do edital.
 
1.2.3 Habilitação
   O termo habilitação é utilizado para fazer referência a uma fase do procedimento licitatório, mas também é um termo utilizado para fazer referência a uma decisão administrativa proferida nessa fase que reconhece a capacidade e a idoneidade do licitante contratar com a administração pública.
   As exigências de habilitação estão previstas genericamente na lei 8.666, ou eventual lei estadual ou municipal que rege a licitação e em alguns dispositivos da CF. Essas exigências deverão constar especificamente no edital, já que as leis preveem genericamente.
   Na fase de habilitação, a comissão de habilitação (quem conduz o procedimento licitatório) deve pautar a decisão de habilitação no edital, observando se os licitantes preencheram as condições dispostas no edital, não podendo exigir do licitante aquilo que não está posto no edital. Não pode inovar na habilitação. E se assim o fizer, a decisão poderá ser questionada por meio de recurso administrativo e ação judicial. A habilitação é comprovada pelos licitantes documentalmente, ou seja, apresentam documentos que façam prova de sua habilitação. Esses documentos devem fazer prova da habilitação jurídica, regularidade fiscal, trabalhista, qualificações, vistos abaixo. A habilitação genericamente falando engloba a demonstração de uma série de aptidões.
   A documentação que faz prova da habilitação tem previsão em alguns artigos da lei 8.666/93, especificamente os art. 28 a 31 trazem um rol de documentos que fazem prova da habilitação. Mas esses artigos fazem uma previsão genérica, e o edital precisa especificar se todos ou alguns documentos devem ser apresentados pelos licitantes interessados. É preciso que o edital faça essa previsão específica considerando a necessidade, a utilidade e a adequação de se fazer aquela exigência para a contratação daquele objeto específico. Exigências desnecessárias, inadequadas, que não tenham qualquer relação com o objeto pode gerar violação à isonomia e à competitividade.
§1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
 
AULA 09 – 10/10/2018 (continuação)
a) Habilitação jurídica: é a comprovação da capacidade de fato e da titularidade de condições para contratar com o poder público. Comprova-se com base em alguns documentos. Documentos que demonstrem que existe e que funciona regularmente naquela localidade. O licitante precisa ter capacidade jurídica, capacidade de fato, não basta apresentar a melhor proposta.
Art. 28.  A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: (São documentos que certificam a personalidade jurídica)
I - Cédula de identidade;
II - Registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - Inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V - Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir
 
AULA DE ADMINISTRATIVO II – 10/10
a) Habilitação jurídica: é a comprovação da capacidade de fato e da titularidade de condições para contratar com o poder público. Comprova-se com base em alguns documentos. Documentos que demonstrem que existe e que funciona regularmente naquela localidade. O licitante precisa ter capacidade jurídica, capacidade de fato, não basta apresentar a melhor proposta.
Art. 28.  A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em: (São documentos que certificam a personalidade jurídica)
I - Cédula de identidade;
II - Registro comercial, no caso de empresa individual;
III - ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;
IV - Inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;
V - Decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assimo exigir.
 
b) Regularidade fiscal: consiste na comprovação de que o licitante se encontra devidamente inscrito em cadastro público de contribuintes e de que o licitante não é devedor de débitos fiscais exigíveis e sem garantia. O que se exige em relação a não ser o licitante devedor não é a comprovação de quitação de todos os tributos que possam estar pendentes, exige-se uma certidão de regularidade. É possível até que exista um débito fiscal ainda não exigível (ação judicial que questione).
O edital deve especificar quais tributos devem ter regularidade comprovada pelo licitante.
Dentre esses documentos estão certidões de regularidade fiscal espedidas pela própria Fazenda Pública.
Art. 29.  A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em:       
I - Prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);
II - Prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;
III - Prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;
IV - Prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.
V – Prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943.  
 
c) Regularidade trabalhista: consiste na comprovação de que o licitante não é devedor de débitos exigíveis e sem garantia. Marçal Justen Filho critica essa regularidade, não podendo ser uma via indireta para um controle do cumprimento de obrigações trabalhistas.
   A microempresa e empresa de pequeno porte tem um tratamento diferenciado no que diz respeito à comprovação de regularidade fiscal e trabalhista, essas regularidades só precisam ser demonstradas quando da celebração do contrato administrativo. Sagrada vencedora, ela terá um prazo de 5 dias após a declaração de sua vitória, prorrogável pela administração, para apresentar os documentos que comprovam a regularidade fiscal e trabalhista. Se não fizer essa demonstração, não será contratada e a administração contratará o 2º colocado.
 
d) Qualificação técnica: Consiste na comprovação de que o licitante tem aptidão para execução do objeto que está sendo licitado. Para que se reconheça a qualificação técnica do licitante é preciso que ele demonstre que já desempenhou atividade com características semelhantes ou iguais aquelas da atividade objeto do procedimento e demonstre que possui equipamentos e pessoal suficientes para executar aquele contrato.
Comprova-se a qualificação técnica mediante inscrição na entidade profissional respectiva.
   É, por exemplo, preciso de documento que se demonstre que, quando da inauguração da licitação, o licitante tinha em seus quadros de profissional qualificado com atestado de responsabilidade técnica relativa a execução do serviço/obra; atestados expedidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado que certifiquem que aquele licitante já desempenhou aquela atividade em determinada quantidade e prazo, com pessoal qualificado. Não poderá exigir que faça prova de localização prévia ou de propriedade, por exemplo, execução de obra de pavimentação e precisa adquirir alguns insumos, não precisa que previamente tenha contrato celebrado com a empresa que fornecerá os insumos necessários para execução da obra.
Art. 30.  A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:
I - Registro ou inscrição na entidade profissional competente;
II - Comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;
III - Comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;
IV - Prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.
§1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes, limitadas as exigências a:
I - capacitação técnico-profissional: comprovação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconhecido pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de características semelhantes, limitadas estas exclusivamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades mínimas ou prazos máximos;
§2º As parcelas de maior relevância técnica e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no instrumento convocatório.
§3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atestados de obras ou serviços similares de complexidade tecnológica e operacional equivalente ou superior.
§4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito público ou privado.
§5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previstas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.
§6º As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.
§8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade técnica, poderá a Administração exigir dos licitantes a metodologia de execução, cuja avaliação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.
§9º Entende-se por licitação de alta complexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema relevância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços públicos essenciais.
§10.  Os profissionais indicados pelo licitante para fins de comprovação da capacitação técnico-operacional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admitindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração.
 
e) Qualificação econômico-financeira: Consiste na comprovação de que o licitante dispõe de recursos e situação econômico financeira suficientes para executar o objeto que está sendo licitado. É fundamental, pois a administração pública tem que ter uma garantia que uma vez iniciada a execução da obra, ela vai chegar até o fim, integralmente. Se o licitante não tem boa saúde financeira há um risco de inadimplemento do contrato.
 
Art. 31.  A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:
I - Balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, jáexigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta; Demonstrativos contábeis, balanços patrimoniais.
II - Certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;
III - Garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1o do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.
 
f) Não exploração indevida de trabalho de menores: Demonstração de que o licitante não explore indevidamente o trabalho de menores. É extraída do artigo 7º, XXXIII da CF. Entre 16 e 18 anos, o menor não pode ser submetido a trabalho noturno, insalubre ou perigoso. Abaixo de 16 anos, não se pode submeter o menor ao trabalho, salvo na condição de menor aprendiz. É preciso que o licitante declare (modelo de declaração no edital) que não explore indevidamente o trabalho de menores.
   Apresentação dos documentos de habilitação: Os documentos de habilitação devem ser apresentados à comissão de habilitação em via original ou em cópia autenticada pelo cartório ou pela própria administração pública. Esses documentos de habilitação poderão ser totais ou parcialmente dispensados no convite, no concurso e no leilão conforme previsão no edital e também poderão ser dispensados se o licitante dispuser de registro cadastral.
   Participação de consórcios: É possível que o edital admitida a participação no procedimento licitatório de consórcio. Consórcio nada mais é do que uma técnica de aglomeração de empresas que uma vez vencedoras executarão o objeto do procedimento licitatório de forma conjunta. Se o edital admitir a participação de empresas consorciadas, além de todos os documentos de habilitação, é preciso que seja apresentado um termo de compromisso (elaborado por serviço público ou particular) por meio do qual as empresas se comprometam a formalizar o consórcio caso saiam vencedoras no procedimento licitatório (art. 33, I). É necessário que, nesse termo de compromisso, seja indicada a empresa líder dentre as consorciadas (art. 33, II). Se uma empresa se comprometer a formar consórcio com determinadas empresas não poderá formar consórcio com empresas distintas.
Art. 33.  Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas:
I - Comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;
II - Indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;
III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;
IV - Impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente;
V - Responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato.
§1º  No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.
§2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.
 
   Os documentos de habilitação deverão apresentados em um envelope lacrado em data, hora e local indicados no edital. E a entrega é feita em ato público, ou seja, uma sessão apenas para a entrega do envelope. Recebidos os envelopes de habilitação eles serão abertos e assinados pelos licitantes e pela própria comissão, a intenção aqui é evitar possíveis extravios ou substituição de documentos. Depois da abertura do envelope com os documentos a comissão fará a análise para que se determine se haverá ou não a habilitação do licitante.
   O licitante inabilitado não participará da fase subsequente do procedimento licitatório, inclusive o licitante inabilitado terá devolvido os envelopes de sua proposta lacrados, juntamente com seus documentos de habilitação lacrados. O licitante habilitado participará da fase seguinte da fase subsequente que é a fase de classificação, de julgamento das propostas.
OBS. Contra a decisão de habilitação ou inabilitação de licitante cabe recurso administrativo com efeito suspensivo automático, parando o processo licitatório até o momento em que houver o julgamento do recurso.
OBS. Se nenhum licitante for habilitado a Lei.8.666 prevê um prazo de 8 dias para que os documentos sejam novamente apresentados.
 
Os documentos que provam a habilitação devem ser apresentados a administração publica em envelope lacrado em dia especifico, em data e hora marcada em audiência pública, se o licitante possuir o certificado no registro cadastral não é necessário o documento para habilitação. 
Nos casos em que se exige os documentos, eles serão abertos em atos públicos e depois disso serão assinados pela comissão de licitação e pelos licitantes para evitar o extravio ou substituição de documentos. A comissão vai avaliar o atendimento das exigências de habilitação, os licitantes que preencherem serão habilitados e vai para a fase seguinte de julgamento de propostas, os que não preencherem serão inabilitados, não participaram da fase seguinte e receberão o envelope lacrado. Ou seja, a habilitação ou inabilitação acontece por meio de uma decisão administrativa e cabe recurso a essa decisão que terá efeito suspensivo automático, a licitação fica suspensa até a sua análise. Os documentos não podem ser substituídos, mas se TODOS os licitantes forem inabilitados a administração pode dar uma prazo de 8 dias ( 3 dias no convite ) para que eles complementem seus documentos de habilitação. 
7.5 julgamento das propostas: A comissão vai avaliar o atendimento de critérios objetivos que indiquem a proposta mais vantajosa para a administração pública. Busca-se definir qual a proposta mais vantajosa estabelecendo-se uma ordem de preferência para a contratação. Esses critérios são referentes a proposta em si, ao preço do serviço ou da obra, a qualidade técnica, ao tipo de equipamento a ser utilizado, eles devem esta voltados a busca da vantagem, ou seja, menos custo para a administração e a máxima realização do serviço. As vezes a análise será simples ( quando a administração quer vender um bem por meio de leilão, só se observa a maior proposta de preço), mas as vezes não será tão simples assim ( quando se analise a vantagem de uma obra ou serviço, porque não é só o preço que está envolvido, a técnica está envolvida também) por isso que o edital no item que trata do julgamento das propostas deve tratar do tipo de licitação.
Tipos de licitação:
1° tipo: o menor preço, nela se observa a proposta que gerar menor prejuízo aos cofres públicos 
2° tipo- melhor técnica: proposta mais vantajosa aquela que tiver melhor atendido os critérios objetivos técnicos previstos no edital. Quando a melhor técnica não for o melhor preço, e tiver os requisitos mínimos de técnica a administração vai optar pela de melhor preço
3° tipo- Melhor preço e melhor técnica: média ponderada entre técnica e preço e a melhor proposta é aquela que não ultrapasse a média ou chegar mais abaixo da media 
4° tipo- maios lance, a melhor propostaé a aquela que tiver o maior valor do ponto de vista financeiro 
Os envelopes com as propostas só são abertos após a habilitação e apenas os dos licitantes habilitados, que serão assinados por todos e julgadas e estabelecendo a ordem de classificação. Mas se TODOS os licitantes forem desclassificados a administração pode dar uma prazo de 8 dias (3 dias no convite) para que eles ajustem as propostas. 
Contra a decisão de classificação ou desclassificação cabe recurso com efeito suspensivo imediato a licitação fica suspensa até a sua análise 
AULA – 17/10
7.6- Recursos: ao longo do procedimento licitatório pode haver a impugnação de atos nele praticados, essa impugnação pode se dar de algumas maneiras. Ou seja, existem alguns meios de impugnação dos atos praticados na licitação. O primeiro meio é o do recurso administrativo ou recurso hierárquico, na lei 8.666/93, o recurso administrativo pode ser interposto contra alguns atos, como habilitação e inabilitação de licitante, classificação e desclassificação de licitante, indeferimento, suspensão ou cancelamento de registro cadastral, anulação ou revogação da licitação ou contra atos que apliquem penalidade, multa ou advertência ao licitante. 
Contém prazo de 5 dias uteis contados a partir da intimação do ato a ser objeto do recurso administrativo. No convite o prazo vai para 2 dias uteis. 
O recurso é interposto perante autoridade que proferiu a decisão que foi recorrida e que poderá se retratar (geralmente é a comissão de licitação). Não havendo retratação o recurso será remetido para autoridade superior competente para analisar e julgar o recurso. 
O recurso, em regra, não tem efeito suspensivo, ele apenas terá efeito suspensivo automático se for interposto contra decisão de inabilitação ou habilitação, ou contra decisão de classificação ou desclassificação. Nos casos em que o recurso não tem efeito suspensivo, a autoridade julgadora pode atribuir a ele esse efeito, se for demonstrado um risco de seguir com o procedimento licitatório naquele caso, antes do julgamento do recurso.
No pregão e no RDC, onde há a inversão de fases, também cabe a interposição de recursos. Enquanto na lei 8.666 o recurso é interposto após cada ato ser praticado, no pregão e no RDC o recurso pode ser interposto após todo o procedimento licitatório, somente após a classificação e a habilitação será possível se interpor um recurso administrativo para questionar todo e qualquer ato que foi praticado no processo. A lei diz que embora o recurso seja cabível no final do procedimento, após cada ato que o licitante queira se insurgir é preciso que o potencial recorrente indique que no futuro ele vá recorrer. No pregão o prazo é de 3 dias uteis e no RDC de 5 dias. 
Há a figura da representação para impugnar as decisões da licitação, ela é cabível nos casos em que não cabem os recursos. Tem um prazo de 5 dias uteis para acontecer. 
Tem também o pedido de reconsideração que cabe especificamente contra atos de ministros de estado ou de secretario estadual ou municipal que tenha aplicado ao interessado uma penalidade de declaração de idoneidade de contratar com o poder público. Possui um prazo de 10 dias uteis. 
Artigo 109 da lei 8666 ; na lei de RDC no art 45 ; na lei de pregão art. 4° XVIII tratam sobre meios de impugnação 
Art. 109.  Dos atos da Administração decorrentes da aplicação desta Lei cabem:
I - recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
a) habilitação ou inabilitação do licitante;
b) julgamento das propostas;
c) anulação ou revogação da licitação;
d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;                
f) aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
II - representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da licitação ou do contrato, de que não caiba recurso hierárquico;
III - pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese do § 4o do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.
§ 1o  A intimação dos atos referidos no inciso I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando poderá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.
§ 2o  O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspensivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.
§ 3o  Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impugná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.
§ 4o  O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
§ 5o  Nenhum prazo de recurso, representação ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo estejam com vista franqueada ao interessado.
§ 6o  Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágrafo 3o deste artigo serão de dois dias úteis.               
Art. 45. Dos atos da administração pública decorrentes da aplicação do RDC caberão:
I - pedidos de esclarecimento e impugnações ao instrumento convocatório no prazo mínimo de:
a) até 2 (dois) dias úteis antes da data de abertura das propostas, no caso de licitação para aquisição ou alienação de bens; ou
b) até 5 (cinco) dias úteis antes da data de abertura das propostas, no caso de licitação para contratação de obras ou serviços;
II - recursos, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir da data da intimação ou da lavratura da ata, em face:
a) do ato que defira ou indefira pedido de pré-qualificação de interessados;
b) do ato de habilitação ou inabilitação de licitante;
c) do julgamento das propostas;
d) da anulação ou revogação da licitação;
e) do indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
f) da rescisão do contrato, nas hipóteses previstas no inciso I do art. 79 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;
g) da aplicação das penas de advertência, multa, declaração de inidoneidade, suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a administração pública; e
III - representações, no prazo de 5 (cinco) dias úteis contados a partir da data da intimação, relativamente a atos de que não caiba recurso hierárquico.
§ 1o Os licitantes que desejarem apresentar os recursos de que tratam as alíneas a, b e c do inciso II do caput deste artigo deverão manifestar imediatamente a sua intenção de recorrer, sob pena de preclusão.
§ 2o O prazo para apresentação de contrarrazões será o mesmo do recurso e começará imediatamente após o encerramento do prazo recursal.
§ 3o É assegurado aos licitantes vista dos elementos indispensáveis à defesa de seus interesses.
§ 4o Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se-á o do vencimento.
§ 5o Os prazos previstos nesta Lei iniciam e expiram exclusivamente em dia de expediente no âmbito do órgão ou entidade.
§ 6o O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da autoridade que praticou o ato recorrido, cabendo a esta reconsiderar sua decisão no prazo de 5 (cinco) dias úteis ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, nestecaso, a decisão do recurso ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados do seu recebimento, sob pena de apuração de responsabilidade.
Art. 4º  A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:
XVIII - declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;
7.7 Providencias complementares: passadas as fases de julgamento a administração irá analisar todo o procedimento licitatório para aprovar a licitação. Ela vai verificar se existe alguma causa de anulação do procedimento, algum vicio de legalidade no procedimento. Essa fase é chamada de providencia complementar. Se esse vício for verificado o procedimento será anulado por meio de uma decisão administrativa, caso já tenha havido contratação a anulação do procedimento ensejara o cancelamento do próprio contrato. 
Essa anulação não gera para o licitante direito de indenização, em regra, nem mesmo para o licitante vencedor, mas se ficar constatado que a ilegalidade foi caudada pela administração pública e havendo a comprovação desses prejuízos, o licitantes pode ser ressarcido. 
Se a administração não encontrar nenhuma causa de anulação ela deve avaliar se em razão de conveniência e oportunidade não é o caso de revogar o procedimento, essas razoes devem estar fundadas em fatos supervenientes à decisão da administração de licitar. Essas decisões devem estar devidamente fundamentadas, geralmente eles são precedidos de um parecer técnico de um órgão jurídico. É preciso que os interessados sejam chamados para se manifestar antes de anular ou revogar os procedimentos licitatórios, ou seja, respeitar o contraditório e a ampla defesa; aqui não vale a autotutela da administração.
Não havendo causa de invalidação e nem motivo para revogação segue-se para a homologação do procedimento. Se existirem irregularidades sanáveis, antes da homologação elas devem ser corrigidas aqui nessa fase. Vícios como, ausência de assinatura nas folhas.
 Essas providencias complementares são feitas por uma autoridade superior que depende do órgão responsável pela licitação. 
7.8 Homologação: Sem vícios e sem irregularidades, a autoridade irá homologar o procedimento licitatório e assim estará declarando que ele é regular e que está pronto para a fases subsequente de entrega do objeto para o licitante vencedor e para uma celebração do contrato administrativo. 
7.9 Adjudicação: discute-se em doutrina a competência para adjudicar, que é a atribuição do objeto licitado para o licitante vencedor. Há quem diga que ela é realizada pela comissão de licitação por ela realizar o julgamento das propostas dos licitantes o que gera uma ordem dos licitantes e que determina o primeiro. Outros dizem que a competência é da autoridade superior porque a adjudicação deve ser posterior a homologação e essa parte de homologar é feita pela autoridade. Na pratica a comissão faz a adjudicação provisória e a autoridade superior apenas a confirma posteriormente. 
É um ato declaratório e não se confunde com a celebração do contrato administrativo, ela precede a própria contratação. Apesar de ser declaratório ela produz alguns efeitos como: 
1°: o direito para o licitante vencedor de ser contratado pela administração nos casos em que não houver revogação ou anulação da licitação. 
2°:o licitante vencedor se vencedor se vincula ao termo do edital de sua proposta 
 3°: submissão do licitante vencedor as penalidades previstas no edital e as garantias no caso de não comparecimento para a celebração do contrato administrativo 
4°: liberação dos demais licitantes das demais propostas que eles apresentaram e receberem de volta as garantias que prestaram 
Após a adjudicação acontece o contrato administrativo, a convocação do licitante deve ocorrer no prazo de 60 dias da data da apresentação da proposta, mas o edital pode prever um prazo diferente desse, mas o prazo de validade da proposta é de 60 e em regra os prazos não ultrapassam esse limite.se o licitante não comparecer, fica sujeito as penalidades do edital, pode ficar sujeito a perda de garantias e perde a possibilidade e contratar com a administração. 
Geralmente o vencedor requer uma dilatação do prazo para comparecer à administração para celebrar o contrato, mas isso deve ser bem fundamentado para ser deferido pela administração publica. 
Se o vencedor não comparecer e não justificar, a administração pode revogar a licitação ou convocar os outros licitantes na ordem de classificação, que querendo, poderão contratar com a administração nas mesmas condições do primeiro colocado. Os outros colocados não são obrigados a contratar com a administração porque ficam liberados das suas próprias propostas e não seria logico impor a eles outras propostas que não apresentados por eles, e por isso não gera penalidades a esses. 
8. Contratações diretas: a regra é que tenha licitação antes de toda contratação pública, pois a licitação viabiliza a contratação mais vantajosa para a administração, porem em alguns casos o princípio da licitação obrigatória cede lugar para a as licitações diretas, que são contratações sem licitações.
Há duas categorias de contratações diretas: 
Inexigibilidade de licitação: quando a competição é inviável, quando não é possível haver concorrência entre potenciais licitantes. Acontece quando em razão de circunstancias fáticas a competição não é possível. 
Hipóteses de inexigibilidade previstas em lei são exemplificativas. Pelas situações prevista em lei, conclui-se que há três grandes grupos que autorizam a contratação direta por inexigibilidade 
1° grupo: inexigível a licitação para a contratação de um objeto singular que só pode ser fornecido por um produto especifico. 
Ex: Art. 25, 8.666.  É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:
I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
2° grupo: inexigível a licitação para a contratação de serviços técnicos a serem prestados por profissional de notória especialização, que é constatada por publicações dos profissionais, produções científicas, reconhecimento do profissional e experiências do profissional no meio. 
3° grupo: inexigível a licitação para a contração de qualquer profissional de setores artísticos, consagrado pela crítica ou pela opinião pública. 
Dispensa de licitação: a competição é viável, é possível se estabelecer a concorrência entre os licitantes interessados, mas a licitação não se realiza em razão de uma análise discricionária da administração publica que opta com contratar diretamente, essa analise leva em consideração algumas circunstancias, como o custo e a demora do procedimento, o objeto do procedimento e as pessoas que serão contratadas. Aqui está em jogo a discricionariedade da administração publica, o legislador no art. 24 da lei 8666, traz as hipóteses exaustivas que a licitação é dispensável. Se dividem em 4 grupos essas hipóteses.
1° grupo: hipóteses que levam em consideração o valor do objeto a ser contratado 
Art. 24.  É dispensável a licitação: 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma naturezae no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;  
2° grupo: hipóteses que levam em consideração excepcionais de urgência e emergência que são incompatíveis com a demora comum de um procedimento licitatório. Nesse grupo há a figura da licitação deserta que é aquela da qual não participa nenhum interessado, ocorrendo essa licitação a administração pode contratar diretamente, desde que na contratação se observe os mesmos critérios do edital que fundamentou a licitação deserta. 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;
A licitação deserta não se confunde com a fracassada. Na deserta não aparece ninguém para propor propostas, na fracassada aparecem interessados, mas todos são inabilitados e/ou desclassificados. 
3° grupo: considera-se o objeto a ser contratado:
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;  
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
4° grupo: considera-se a pessoa a ser contratada: 
XX - na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Administração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.  
AULA DIA - 31/10
CONTRATO ADMINISTRATIVO
Conceito:
  Depois do procedimento licitatório e depois do procedimento de dispensa ou de inexigibilidade de licitação, a administração pública celebra o contrato administrativo em sentido estrito. O termo contrato administrativo é um termo mais amplo dito como um gênero do qual fazem parte algumas espécies. São espécies de contratos administrativos latu sensu os acordos de vontade da administração, os contratos em sentido estrito e os contratos de direito privado.
 Doutrinariamente a quem diga que não existe a categoria de contratos administrativos e sim, contratos genericamente falando. Outra parte diz que todo contrato celebrado com a administração é um contrato administrativo. Ainda se entende que o contrato administrativo é apenas uma das espécies de contrato que pode ser celebrado com a administração pública.
  O ART 2º, parágrafo único da lei 8.666 tenta definir contrato administrativo, de acordo com esse dispositivo o contrato é todo e qualquer ajuste entre órgãos e entidades da administração pública e particulares em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculos estabelecendo obrigações reciprocas. Esse conceito é um ponto de partida, mas cada uma das espécies tem suas próprias peculiaridades.
   O contrato administrativo é um ato infralegal e como tal deve ser feito a luz da lei, nunca contrariando. Quanto a sua natureza jurídica, a doutrina se divide em três correntes:
 
  A primeira corrente entende que o contrato administrativo é um ato bilateral, porque no contrato há reunião de mais de uma vontade. A segunda corrente entende que o contrato administrativo é a junção de dois atos colaterais, um praticado pela administração pública e a outra pelo particular, de um lado a administração pública formula as condições e de outro, existe o particular que pode ou não aderir as condições. A terceira correntedoutrinaria entende que o contrato é parte ato unilateral e parte ato bilateral. De acordo com essa corrente existe algumas condições contratuais negociais, podendo haver um ajuste de vontades.
 
2. Espécies:
3. O contrato administrativo em sentido amplo é um gênero.
Acordos de vontade da administração – Dentro dessa categoria há figuras muito distintas, sendo difícil defini-las. Ao invés de conceituar é melhor tratar de suas características: O acordo de vontades é um ajuste que se estabelece entre órgãos e entidades da própria administração entre si ou entre órgãos e entidades da administração e o particular. Os acordos de vontade da administração não têm como finalidade imediata a satisfação de necessidades da sociedade ou de necessidades do próprio aparato administrativo. Esses ajustes de vontade também não têm finalidade lucrativa embora em alguns casos exista a transferência de recursos. Os acordos de vontade estão relacionados a atividades de fomento de estímulos econômicos, sociais, estão também relacionados a o regramento e disciplina de condutas indesejadas e, a atividades de colaboração do particular com a administração pública em relação a disponibilização de informações relativas a prática de atos ilícitos.
Ex. termo de ajustamento de conduta (acordo de vontade celebrado entre particular e a administração pública por meio do qual, em razão da pratica de uma conduta indesejada, ilícita, impõe ao particular uma prestação de pagar, dar, fazer ou não fazer, com o objetivo de ser reduzida ou extinta uma penalidade.
Ex. Leniência
Contratos administrativos em sentido estrito – O contrato administrativo em sentido estrito é dotado de algumas características, a primeira delas é que nos contratos buscam-se em regra a contratação de um serviço público, a segunda característica é que a administração pública se coloca como um poder público assumindo, uma posição de hierarquia em relação ao particular. A administração pública figura como um poder de império em relação aos particulares, pois lhe são reconhecidas algumas prerrogativas.
Existem algumas garantias para o particular ao que diz respeito as cláusulas exorbitantes previstas em favor da administração, uma das garantias é a manutenção do equilíbrio entre os encargos e os benefícios do contrato. Os contratos administrativos em sentido estrito são precedidos em regra de licitação e se submetem ao regime jurídico de direito público.
 
  Os contratos administrativos se subdividem em algumas classificações:
1. A primeira classificação é aquela que leva em consideração o regime jurídico ao qual se submete o contrato administrativo, os contratos podem ser de colaboração ou de delegação.
Os contratos por colaboração, a administração pública celebra contrato com o particular com o objetivo de satisfazer necessidades da sociedade ou do aparato administrativo, a satisfação de direitos fundamentais através da atividade administrativa (ex. contrato de execução de obras, de serviço, compras de equipamentos).
  Os contratos de delegação por outro lado, são aqueles celebrado entre a administração pública e o particular com objetivo de transferência da execução de competência.
   A segunda classificação leva em consideração os efeitos produzidos pelas partes, nesse caso, podem ser unilateral ou bilateral. O contrato será unilateral quando impuser para a penas uma parte uma obrigação, apenas um aperte se beneficia e a outra deve cumprir a obrigação (ex – doação). Nos contratos administrativos bilaterais existem direitos e obrigações em ambos os lados.
 A terceira classificação leva em consideração os efeitos produzidos no contrato para a administração pública e podem ser de receita ou de reembolso. Nos contratos administrativos de receita, a administração pública recebe valores do particular, isso acontece nas alienações. No contrato de reembolso, a administração gasta recursos, é o que acontece nos contratos de prestações de serviço, obras. Nada impede que um mesmo contrato administrativo seja contrato de receita e reembolso ao mesmo tempo, é o que acontece em algumas concessões.
 A quarta classificação leva o fim imediato, o contrato pode ser comutativos ou de organização. Nos contratos comutativos, geralmente há interesses contrapostos, em razão disso, uma parte sempre objetiva o benefício próprio em detrimento da outra parte (ex – contrato de compra e venda). Nos contratos de organização os interesses das partes não são antagônicos de maneira em que elas colaboram entre si para o fim do contrato.
  A quinta classificação leva em consideração a importância da pessoacom quem a administração pública contrata, os contratos podem ser personalíssimos ou não personalíssimos. Os contratos com a administração pública em regra são não personalíssimos e aplica-se na licitação o princípio da não pessoalidade. Nos contratos não personalíssimos admite-se a cessão (transferência) ou a subcontratação desde que estejam autorizadas no edital e no contrato administrativo. Nos contratos personalíssimos são aqueles por meio dos quais a administração pública contrata uma pessoa especifica. Geralmente esses contratos personalíssimos são dados através do procedimento de inexigibilidade de licitação. Nos contratos personalíssimos não se admite cessão e nem subcontratação.
 A sexta classificação leva em consideração a prestação ao objeto do contrato, os contratos administrativos podem ser de dar ou de fazer. O contrato de dar transfere-se a posse ou propriedade um bem para um terceiro particular. No contrato administrativo de fazer, estipula-se a previsão de uma atividade física ou intelectual a ser prestada a um particular. O contrato é complexo e pode ser de dar e de fazer ao mesmo tempo.
 
Contratos de direito privado –  Esse contrato também é uma espécie de contrato administrativo, é celebrado entre a administração pública e particular para a celebração de uma atividade privada. Os contratos de direito privado se submetem ao regime jurídico de direito privado, mas existem algumas derrogações de direito público.
 
Competência legislativa: A constituição federal prevê que compete a união legislar privativamente sobre contratos administrativos (ART. 22, XXVII), no exercício dessa competência privativa a união editou a lei 8.666/93 (lei geral de contratação administrativa), também prevê outras leis federais das quais se extraem algumas regras aplicáveis as contratações, uma dessas leis é a 8.987/95, há também a lei 9.074/95 (trata de concessões e serviços públicos). A lei 11.079/2004 fala sobre as parcerias privadas. A CF por outro lado, prevê que caba os Estados ao DF e aos Municípios complementar as normas gerais.
 
4. Características: São as características referentes aos contratos administrativos em sentido estrito.
 
· Presença da administração como poder público – Nos contratos administrativos em sentido estrito a administração se coloca em uma posição de poder, tendo uma relação vertical com os particulares através das cláusulas exorbitantes que lhe permite uma série de ações de forma unilateral, sem a concordância dos particulares. É preciso que algumas garantis sejam preservadas para o particular (a garantia do equilíbrio econômico financeiro do contrato).
· Finalidade pública – Os contratos públicos ora visam as necessidades públicas e ora buscam a transferência de competência também voltada para as necessidades particulares. Os contratos estão relacionados a maioria das vezes a diretos que transcendem a esfera de um sujeito especifico, por cota disso está sempre presente uma finalidade pública de realização de direitos fundamentais.
· Obediência a forma – Os contratos administrativos em sentido estrito devem observância algumas formalidades ditas em lei:
 O contrato deve ser celebrado na própria repartição pública, só aqueles que envolvam a transferência de titularidade de bens imóveis é que podem ser celebrados em cartório em que haverá lavratura da escritura pública, onde haverá averbação.
 Os contratos administrativos devem ser em regra escritos, em alguns casos admite-se que os contratos sejam verbais (em regime de adiantamento desde que o valor do contrato não seja superior a 5% de 80.000 reais, ou seja 4.000).
O contrato depois de celebrado deve ser publicado em diário oficial em um prazo de 20 dias após a assinatura do contrato administrativo. Isso tem como objetivo dar ciência as pessoas de que o contrato foi celebrado, se isso não acontecer pode-se questionar os efeitos desse contrato. A desobediência dessa publicação pode tornar o contrato ineficaz. Quando o contrato é escrito celebra-se o termo do contrato ou o contrato formal;
 O contrato deve acompanhar o edital em um anexo e deverá respeitar as condições previstas anteriormente no edital.
O contrato deve conter as cláusulas regulamentares (aquelas que tratam do objeto, pagamento, direito e deveres, penalidades) e as cláusulas econômico financeiras tratam do reajuste do contrato e das hipóteses de revisão. 
Os contratos devem ser celebrados sempre com a previsão de um prazo determinado, é vedada a celebração de contratos com prazos indeterminados. Em regra, os contratos devem durar o tempo de vigência dos recursos orçamentários, os recursos orçamentários duram/estão em vigor no período do ano civil e o ano civil se inicia em 1° de janeiro e se encerra em 31 de dezembro.
Excepcionalmente os contratos poderão ter vigência que não equivalem a vigência exata dos recursos orçamentários, nas hipóteses previstas no artigo 57 da lei 8666:
Art. 57.  A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório; 
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses;      
· Não pode ultrapassar os 60 meses 
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
· Não pode ultrapassar os 48 meses 
V - às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da administração.                  
AULA DE ADMINISTRATIVO – 07/11
Contratos administrativos: 
4.3 Procedimento legal: os contratos serão celebrados após encerrado um procedimento em que pelo menos duas fases terão ocorrido. A primeira fase é a avaliação da disponibilidade dos recursos que serão utilizados no enfrentamento das despesas decorrentes do contrato administrativo. Na segunda fases há o procedimento licitatório para a escolha da melhor proposta. No caso o contrato vem após a fase de licitação, pois os contratos não são obrigatoriamente ligados com a licitação. 
4.4 Adesão: esses contratos tem natureza de contrato de adesão porque a administração pública propõem unilateralmente as cláusulas contratuais, a minuta de contrato é um anexo do edital. Cabe a parte contratada aderir ao contrato em bloco, como se a vontade ficasse restrita a aceitação ou não do contrato como um todo. Tem quem diga que há negociação nesses contratos, como na parte de preço dos objetos. 
 
4.5 Intuitu personae: A licitação deve ser isonômica, com critérios objetivos e impessoais. Finalizado esse procedimento licitatório haverá um vencedor, esse terá cumprido todos os requisitos do edital e apresentou a melhor proposta. Uma vez declarado o vencedor, a administração terá de contrata-lo justamente por ele ter atendido essas exigências e por apresentado a melhor proposta. Devido isso, diz-se que o contrato tem natureza intuitu personae, o que significa que, não havendo recusa do vencedor, a administração deverá contrata-lo especificamente e uma vez contratado não será possível a cessão do contrato nem uma subcontratação, salvo se houver previsão expressa no contrato ou no edital. Se isso acontecer configura-se um hipótese de rescisão contratual. 
4.6 Clausulas exorbitantes: são cláusulas extraordinárias que transbordam do direito comum e que se estivessem presentes em um contrato de direito privado invalidariam esse contrato. Essas cláusulas colocam a administração em uma posição de hierarquia em relação ao particular, criando uma relação de verticalidade

Continue navegando