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Farmacologia | Anti-histamínicos

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Farmacologia UFPE (2020.2)
Ant�-histamínic�
Histamina
O que é?
A histamina é um mensageiro químico gerado
principalmente nos mastócitos. ela medeia uma ampla
quantidade de respostas celulares, incluindo as reações
alérgicas e inflamatórias, a secreção de ácido gástrico e
a neurotransmissão em algumas regiões do cérebro. A
histamina não possui aplicações clínicas, mas os
fármacos que interferem na sua ação (anti-histamínicos
ou bloqueadores do receptor da histamina) têm
importantes aplicações terapêuticas.
Síntese e liberação de Histamina
A histamina está presente em praticamente todos
os tecidos, com quantidades significativas nos pulmões,
na pele, nos vasos sanguíneos e no trato gastrintestinal.
É encontrada em altas concentrações nos mastócitos e
basófilos. No cérebro, a histamina funciona como
neurotransmissor. Ela também ocorre como componente
de venenos e nas secreções de picadas de insetos.
Ela é uma amina formada pela descarboxilação do
aminoácido histidina pela histidina-descarboxilase, que
está presente nas células de todo o organismo, inclusive
nos neurônios, nas células parietais gástricas e nos
mastócitos e basófilos
O estímulo para liberação de histamina nos tecidos
pode incluir a destruição das células como resultado de
frio, de toxinas de organismos, de venenos de insetos e
aranhas e de traumas. As alergias e anafilaxias também
podem desencadear a liberação significativa de
histamina.
Mecanismo de ação
A histamina liberada em resposta a certos estímulos
exerce seus efeitos ligando-se a vários tipos de
receptores específicos (H1, H2, H3 e H4). Os receptores H1
e H2 são amplamente expressados e são alvos de
fármacos com utilidade clínica. A histamina tem um
amplo espectro de efeitos farmacológicos mediados
pelos receptores H1 e H2. Ela promove a vasodilatação
dos pequenos vasos sanguíneos devido à liberação de
óxido nítrico pelo endotélio vascular. Além disso, a
histamina pode aumentar a secreção de citocinas
pró-inflamatórias em vários tipos de células e em tecidos
locais. Os receptores H1 medeiam vários processos
patológicos, incluindo rinite alérgica, dermatite atópica,
conjuntivite, urticária, broncoconstrição, asma e
anafilaxia. A histamina ainda estimula as células
parietais do estômago, causando aumento na secreção
ácida pela ativação de receptores H2.
O papel na alergia e na anafilaxia
Os sintomas resultantes da injeção intravenosa (IV)
de histamina são semelhantes àqueles associados ao
choque anafilático e às reações alérgicas. Dentre eles,
estão inclusos a contração da musculatura lisa das vias
aéreas, o estímulo das secreções, a dilatação e o
aumento da permeabilidade dos capilares e o estímulo
das terminações nervosas sensitivas. Esses sintomas
resultam da liberação de certos mediadores dos seus
locais de armazenamento. Tais mediadores incluem
histamina, serotonina, leucotrienos e o fator quimiotático
dos eosinófilos da anafilaxia, que em alguns casos em
alguns casos, esses mediadores provocam uma reação
alérgica localizada, produzindo, por exemplo, reações na
pele e no trato respiratório. Já em outras situações,
podem causar uma resposta anafilática generalizada.
Acredita-se que a diferença entre essas duas
situações é resultado dos diferentes locais dos quais os
mediadores são liberados e da velocidade da liberação.
Por exemplo, se a liberação de histamina é lenta o
suficiente para permitir sua inativação antes que penetre
na corrente sanguínea, o resultado é uma reação alérgica
localizada. No entanto, se a liberação de histamina é
rápida demais para a inativação ser eficiente, ocorre uma
reação anafilática generalizada.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Farmacologia UFPE (2020.2)
Anti-histamínicos H1
O termo “anti-histamínico” refere-se primariamente
aos bloqueadores dos receptores H1 clássicos. Os
bloqueadores dos receptores H1 podem ser divididos em
primeira e segunda geração.
Os fármacos de primeira geração, apesar de mais
antigos, ainda são amplamente utilizados, visto que são
eficazes e baratos. Todavia, a maioria deles entra no
sistema nervoso central (SNC), causando sedação. Além
disso, eles tendem a interagir com outros receptores,
produzindo uma variedade de efeitos indesejados. Em
contraste, os de segunda geração são específicos para
os receptores periféricos H1, não atravessando a barreira
hematoencefálica, causando menos depressão do SNC
do que os de primeira geração. Entre esses fármacos, a
desloratadina, a fexofenadina e a loratadina produzem a
menor sedação. Cetirizina e levocetirizina são de
segunda geração e parcialmente sedantes.
Mecanismo de ação
A ação de todos os bloqueadores H1 é
qualitativamente semelhante. A maioria desses
fármacos não interfere na formação ou na liberação da
histamina. Em vez disso, eles bloqueiam a resposta
mediada pelo receptor no tecido alvo. Eles são muito
mais eficazes em prevenir os sintomas do que em
revertê-los depois de desencadeados. Contudo, a maioria
desses fármacos têm efeitos adicionais não
relacionados com o bloqueio H1, os quais refletem a
ligação dos antagonistas H1 a receptores colinérgicos,
adrenérgicos e serotoninérgicos
Usos terapêuticos
● Condições alérgicas e inflamatórias: os
bloqueadores H1 são úteis no tratamento e na
prevenção de reações alérgicas causadas por
antígenos que agem nos anticorpos imunoglobulina E.
Por exemplo, os anti-histamínicos orais são os
fármacos de escolha para o controle dos sintomas da
rinite alérgica e urticária, pois a histamina é o principal
mediador liberado pelos mastócitos. Anti-histamínicos
oftálmicos, como azelastina, olopatadina, cetotifeno e
outros são úteis no tratamento da conjuntivite alérgica.
No entanto, os bloqueadores H1 não são indicados no
tratamento da asma brônquica, pois a histamina é
apenas um dos diversos mediadores que são
responsáveis por causar reações bronquiais. Assim, a
epinefrina é o fármaco de escolha no tratamento da
anafilaxia sistêmica e das outras condições que
envolvem a liberação maciça de histamina.
Farmacocinética: os bloqueadores dos receptores H1 são
bem absorvidos após administração oral, alcançando
nível sérico máximo de 1 a 2 horas. A meia-vida
plasmática média é de 4 a 6 horas, exceto para a
meclizina e os fármacos de segunda geração, que são de
12 a 24 horas. Os bloqueadores H1 de primeira geração
são distribuídos em todos os tecidos, inclusive no SNC.
Todos os anti-histamínicos H1 de primeira geração e
alguns de segunda geração, como desloratadina e
loratadina, são biotransformados pelo sistema CYP450
hepático.
Efeitos adversos: os bloqueadores H1 de primeira
geração apresentam baixa especificidade, interagindo
não apenas com os receptores da histamina, mas
também com receptores muscarínicos colinérgicos,
α-adrenérgicos e serotoninérgicos. Alguns efeitos
adversos são indesejáveis, e outros podem ter valor
terapêutico. Além disso, a incidência e a gravidade das
reações adversas de um dado fármaco variam de um
indivíduo para outro.
- sedação: os anti-histamínicos H1 de primeira
geração, como clorfeniramina, difenidramina,
hidroxizina e prometazina, ligam-se aos
receptores H1 e bloqueiam os efeitos do
neurotransmissor histamina no SNC.
- outros efeitos: os anti-histamínicos de primeira
geração também exercem efeitos
anticolinérgicos, levando não apenas à secura da
passagem nasal, mas também a uma tendência
à secura da cavidade bucal. Eles também
causam visão turva e retenção de urina. A reação
adversa mais comum associada com os
anti-histamínicos de segunda geração é a
cefaléia.
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)
Farmacologia UFPE (2020.2)
Bloqueadores dos receptores histamínicos H2
Os bloqueadores dos receptores histamínicos H2
apresentam baixa ou nenhuma afinidade pelos
receptores H1. Embora os antagonistas do receptor H2
de histamina, bloqueiem as ações da histamina em
todos os receptores H2, sua utilidade clínica principal é
como inibidor da secreção de ácido gástrico no
tratamento de úlceras e pirose. Os quatro bloqueadores
do receptor H2, cimetidina, ranitidina, famotidinae
nizatidina, são estudados em antieméticos e
gastrintestinais.
Referência
WHALEN, K.; FINKEL, R.; ÁMAVEÇOÇ, T. A. Farmacologia ilustrada, 6a
Ed. Porto Alegre, 2016
Vinícius Bandeira | @viniciusbdentista (2021)

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