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Aula 05_Distúrbios Circulatórios I

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Prof. Hicla Moreira
DISTÚRBIOS 
CIRCULATÓRIOS
São alterações que envolvem a hemodinâmica 
e a manutenção do fluxo sanguíneo e da rede de 
vasos de irrigação dos tecidos.
PRINCIPAIS PROCESSOS PATOLÓGICOS
- HIPEREMIA (Congestão)
- EDEMA (Hidropsia)
- HEMORRAGIA (“Derrame”)
- CHOQUE (Síndrome da Insuficiência Vascular Periférica Aguda)
- TROMBOSE (Hipercoagulabilidade)
- EMBOLIA (Tromboembolia)
- ISQUEMIA (Anemia ou oligoemia local)
- INFARTO
 É o extravasamento de sangue que ocorre em várias
situações.
 O sangramento capilar pode ocorrer em tecidos
cronicamente congestionados.
 O risco de hemorragia (muitas vezes após lesão
aparentemente insignificante) é maior em ampla variedade
de desordens clínicas coletivamente chamadas de diáteses
hemorrágicas.
 Trauma, aterosclerose ou erosão inflamatória ou neoplásica
de um vaso também podem levar à hemorragia, que pode
ser extensa se o vaso afetado for uma grande veia ou artéria.
ANEURISMA DE
AORTA
ABDOMINAL -
grande que se
rompeu (local da
ruptura indicado
pela seta). Parede
extremamente fina
e cheia de trombos
Saída de sangue dos vasos e do coração e 
ocorre em consequências de inúmeras causas.
Classificação e nomenclatura:
✓ Quanto à origem:
venosa, arterial, capilar, cardíaca.
✓ Quanto à relação com o organismo:
- Externas ou superficiais,
Internas com fluxo externo: exemplos: gastrorragia com hematêmese, 
gastrorragia com melena, otorragia, pneumorragia com hemoptise (tosse 
com sangue)...
- Ocultas (i.e., sem fluxo externo): viscerais (superficiais, parenquimatosas 
ou intersticiais) e ainda as cavitárias. 
VARIZES NO ESÔFAGO
NOMENCLARURA
DEPENDE DO ÓRGÃO/CAVIDADE AFETADO
HEMOTÓRAX
NOMENCLARURA
DEPENDE DO ÓRGÃO/CAVIDADE AFETADO
HEMOPERITÔNIO
NOMENCLARURA
DEPENDE DO ÓRGÃO/CAVIDADE AFETADO
HEMOPERICÁRDIO
A hemorragia pode ser externa ou acumular-se dentro de
um tecido como um hematoma que varia desde
insignificante até fatal.
APARÊNCIAS E CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS
APARÊNCIAS E CONSEQUÊNCIAS CLÍNICAS
Hemácias extravasadas são fagocitadas e degradadas por
macrófagos; as alterações características de cor de uma
contusão se devem à conversão enzimática de hemoglobina (cor
vermelho-azulada) em bilirrubina (cor azul-esverdeada) e,
eventualmente, em hemossiderina (dourado-amarronzada).
Entre suas causas estão contagens
plaquetárias baixas (trombocitopenia),
função plaquetária defeituosa e perda
de suporte da parede vascular, como
na deficiência de vitamina C.
Ela pode resultar das mesmas desordens que causam
petéquias, assim como de trauma, inflamação vascular
(vasculite) e maior fragilidade vascular.
Coleção de sangue em um
espaço em potencial ou em um
tecido.
CONSEQUÊNCIAS
 Choque hemorrágico (hipovolêmico)
 Anemia
 Asfixia
 Hemorragia intracraniana
IMPORTANTE
 O local da hemorragia também é importante; o sangramento
que seria insignificante nos tecidos subcutâneos pode
causar morte se localizado no cérebro
IMPORTANTE
 A perda sanguínea externa crônica ou recorrente (p. ex., por
úlcera péptica ou sangramento menstrual) muitas vezes
culmina em anemia ferropriva como consequência da perda
de ferro na hemoglobina.
 Em contrapartida, o ferro é reciclado com eficiência das
hemácias fagocitadas; assim, o sangramento interno (p. ex.,
um hematoma) não leva à deficiência de ferro.
HEMOSTASIA
 A hemostasia normal consiste em uma série de
processos regulados que mantêm o sangue em
estado fluido, sem coágulos, nos vasos normais,
formando ao mesmo tempo e rapidamente um
tampão hemostático, localizado no sítio de lesão
vascular.
Processo patológico caracterizado pela 
solidificação do sangue dentro dos vasos ou do 
coração, em indivíduo vivo.
✓Trombo é a massa sólida formada pela coagulação do
sangue.
✓Coágulo, por outro lado, significa massa não
estruturada de sangue fora dos vasos ou do coração
(p. ex., sangramento dentro da cavidade peritoneal) ou
formada por coagulação após a morte (com a parada da
circulação, o sangue tende a coagular-se no interior do
coração e dos vasos).
TROMBO VENOSO - Também conhecido como “TROMBO
VERMELHO”, contém normalmente mais hemácias do que
plaquetas, em áreas de estase após ativação do sistema de
coagulação. Surgem tipicamente em locais de lesão endotelial ou
turbulência.
TROMBO ARTERIAL- Também conhecido como “TROMBO
BRANCO”, contêm principalmente plaquetas. Em locais com lesão
endotelial e fluxo sanguíneo de alta velocidade.
Vista em pequeno aumento de uma artéria trombosada corada para tecido elástico. 
O lúmen original é delineado pela lâmina elástica interna (setas) e está totalmente 
preenchido com trombos organizados.
Os trombos arteriais se desenvolvem em direção
retrógrada a partir do ponto de fixação, enquanto os
trombos venosos estendem-se na direção do fluxo
sanguíneo.
Patogênese
✓O aumento na intensidade de ação desse sistema
de coagulação.
✓Diminuição da velocidade sanguínea
Induz a formação de um tampão sólido — o trombo
— anormal que, ao mesmo tempo que exerce sua
função selante, impede também o bom
funcionamento dos vasos e da circulação sanguínea.
A trombose é uma consequência de 3 tipos de alterações ("Tríade de
Virchow"), agindo isolada ou simultaneamente:
• Alterações da parede vascular ou cardíaca.
Traumas (punções muito repetidas, infecções bacterianas e virais,
parasitoses, arteriosclerose, infarto no miocárdio, erosões vasculares por
neoplasia)
• Alterações do fluxo sanguíneo ou hemodinâmicas.
Por estase (↓ velocidade do fluxo), Por turbulência.
• Alterações na composição sanguínea com hipercoagulabilidade.
Trombocitose: Anemias ferroprivas, após hemorragias graves
Incremento de fatores da coagulação: na gestação, síndrome nefrótica
e em algumas neoplasias malignas.
Redução da atividade fibrinolítica: diabetes mellitus, obesidade,
síndrome nefrótica (perda urinária de antagonistas da coagulação).
Aumento da viscosidade sanguínea: Anemia falciforme (↓ da flexibilidade
da hemácia), policitemia, desidratação e queimaduras.
Dificulta o retorno venoso, aumentam a 
pressão hidrostática e provocam edema; 
dependendo do grau e da duração da 
obstrução, também podem provocar 
isquemia
Em artérias, provocam isquemia 
LESÃO ENDOTELIAL
São exemplos de trombose relacionada a dano endotelial:
 a formação de trombos nas câmaras cardíacas após
infarto do miocárdio
 sobre placas ulceradas em artérias ateroscleróticas
 em locais de lesão vascular traumática ou inflamatória
(vasculite).
O endotélio não precisa ser desnudado ou rompido
fisicamente para contribuir para o desenvolvimento de
trombose; qualquer perturbação do equilíbrio
dinâmico dos efeitos protrombóticos do endotélio pode
influenciar localmente a coagulação.
ESTASE - FLUXO SANGUÍNEO
ANORMAL
 Dilatações aórticas e arteriais anormais,
chamadas aneurismas, criam estase local e,
consequentemente, um local fértil para trombose.
 O infarto agudo do miocárdio resulta em não
contração focal do miocárdio. O remodelamento
ventricular após infarto mais remoto pode levar à
formação de um aneurisma.
ESTASE - FLUXO SANGUÍNEO
ANORMAL
 As síndromes de hiperviscosidade (como
policitemia) aumentam a resistência ao fluxo e
causam estase dos pequenos vasos; as
hemácias deformadas da anemia falciforme
causam oclusões vasculares, e a estase resultante
também predispõe à trombose.
Falcização de hemácias maternas na placenta, causada por 
circulação sanguínea lenta nos espaços intervilosos. Mãe é 
portadora de anemia falciforme
HIPERCOAGULABILIDADE
A hipercoagulabilidade 
associada ao uso de 
contraceptivos orais e ao 
estado de gravidez pode 
estar relacionada a aumento 
da síntese hepática dos 
fatores de coagulação e à 
redução da síntese de 
antitrombina III. 
 dificultam o retorno venoso, aumentam a pressão
hidrostática e provocam edema; dependendo do grau e
da duração da obstrução, também podem provocar
isquemiaCOAGULAÇÃO INTRAVASCULAR DISSEMINADA
TROMBOSE VENOSA 
PROFUNDA
CAUSAS
- Imobilidade prolongada, comum não só nas
viagens aéreas e terrestres que obrigam a
pessoa a ficar sentada por horas na mesma
posição (por isso, a doença ficou conhecida
impropriamente como síndrome da classe
econômica).
- Casos de permanência no leito em repouso por
doenças e depois de cirurgias.
- Lesões nos vasos e desequilíbrio nos fatores de
coagulação do sangue também são
responsáveis pela formação de trombos.
Consiste na existência de um corpo sólido, 
líquido ou gasoso (êmbolo) transportado pelo 
sangue e capaz de obstruir um vaso. 
✓Em mais de 90% dos casos, os êmbolos originam-
se de trombos (tromboembolia).
✓Menos comumente, são formados por fragmentos
de placas ateromatosas, vesículas lipídicas ou
bolhas de gases.
✓Êmbolos originados de trombos venosos (exceto no
sistema porta) são levados aos pulmões; trombos
arteriais (coração ou grandes artérias) dão origem à
êmbolos que se dirigem à grande circulação e alojam-
se principalmente no cérebro, nos intestinos, nos
rins, no baço e nos membros inferiores.
Êmbolos múltiplos em
ramos da artéria pulmonar
(setas).
CONSEQUÊNCIAS
 Da embolização sistêmica é a necrose isquêmica
(infarto) dos tecidos a jusante.
 Enquanto a embolização na circulação pulmonar
leva a hipóxia, hipotensão e insuficiência cardíaca
direita.
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR
Êmbolo derivado de trombo venoso profundo na
extremidade inferior alojado em um ramo da artéria
pulmonar.
Os trombos
fragmentados
decorrentes de TVPs
são transportados
através de canais
progressivamente
maiores e, em geral,
atravessam o lado
direito do coração
antes de pararem na
vasculatura
pulmonar.
✓ Êmbolos sólidos: São os mais frequentes. A grande maioria 
provêm de trombos (embolia trombótica).
✓ Êmbolos líquidos: São menos frequentes. Classicamente
têm-se a Embolia amniótica e a Embolia lipídica ou gordurosa.
Esteatose hepática; Queimaduras; Injeção de substâncias
oleosas via endovenosa.
✓ Êmbolos gasosos: São mais raros. Injeção de ar nas
contrações uterinas durante o parto; Pneumotórax; Nas
descompressões súbitas (aviadores e astronautas). Neste caso
ocorre dentro do sistema circulatório o mesmo que acontece
quando você abre uma garrafa de refrigerante.
Detalhe da figura anterior, em que se observa a
constituição do êmbolo (E), em que há
predominantemente hemáceas bem aderidas, e da
hemorragia (H), também composta de hemáceas, mas
sem tanta coesão entre elas (HE, 100X)
Êmbolos sólidos
Êmbolos do líquido amniótico. Duas pequenas
arteríolas pulmonares são preenchidas por
redemoinhos laminados de células escamosas
fetais. O pulmão circundante está edematoso e
congestionado. (Cortesia da Dra. Beth
Schwartz, Baltimore, Maryland.)
A. corte histológico de abscesso na região massetérica de coelho apresentando bolhas de ar (setas) em 
vaso sanguíneo em meio à infiltrado inflamatório. B. Bolha de ar no lúmen de artéria pulmonar (seta).
Doença de Descompressão
Deficiência no aporte sanguíneo a determinado 
órgão ou tecido por diminuição da luz de 
artérias, arteríolas ou capilares.
Etiopatogenia: 
Causas funcionais: 
 Espasmo vascular (dor, frio,...); 
 Hipotensão acentuada; 
 Hemoglobina alterada 
 Redistribuição sanguínea (hiperemia gastrointestinal); 
Causas mecânicas: 
 Compressão vascular (neoplasias, hematomas, abscessos); 
 Obstrução vascular (trombose, embolia); 
 Espessamento da parede vascular (arteriolosclerose). 
Dependem de:
 Velocidade com que se instala (lenta ou rápida);
 Grau de redução do calibre da artéria afetada 
(total ou parcial);
 Vulnerabilidade do tecido; 
 Eficiência da circulação colateral.
Lesões de Reperfusão
CONSEQUÊNCIAS
1. Uma mulher de 21 anos de idade sofreu várias lesões,
incluindo fraturas no fêmur e na tíbia direita e no úmero
esquerdo, em um acidente envolvendo uma colisão de
carros. No hospital, suas fraturas foram estabilizadas
cirurgicamente. Logo após sua admissão hospitalar, as
condições da paciente eram estáveis. Entretanto, 2 dias
depois, ela apresentou uma dispneia grave. Qual das
seguintes complicações é a causa mais provável dessa
repentina dificuldade respiratória?
(A) Hemotórax direito
(B) Edema pulmonar
(C) Embolismo gorduroso
(D) Tamponamento cardíaco
(E) Infarto pulmonar
2. Uma mulher de 55 anos de idade tem apresentado
desconforto e inchaço na perna esquerda desde a semana
anterior. Ao exame físico, a movimentação da perna é
discretamente difícil, porém a paciente não sentiu dor
durante a apalpação. Um venograma mostrou a
existência de trombose em veias profundas da perna
esquerda. Qual dos seguintes mecanismos é o que pode
estar provocando tal condição?
(A) Fluxo sangüíneo turbulento
(B) Liberação de óxido nítrico
(C) Ingestão de aspirina
(D) Hipercalcemia
(E) Imobilização

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