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1 DIABETES MELLITUS - classificação- fisiopatologia, e diagnostico

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DIABETES MELLITUS TIPO 1
DEFINIÇÃO MEDCURSO: Diabetes mellitus é uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela ocorrência de HIPERGLICEMIA CRÔNICA, que em longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar também com descompensações metabólicas agudas... 
DEFINIÇÃO MEDCEL: O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome complexa caracterizada por hiperglicemia persistente decorrente da deficiência na produção de insulina, na sua ação (resistência insulínica) ou em ambos os mecanismos. Além da alteração no metabolismo glicêmico, também estão comumente presentes distúrbios do metabolismo dos lipídios (dislipidemia) e das proteínas (catabolismo muscular). É importante frisar que o diabetes não é uma única doença, mas sim um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta a hiperglicemia como característica comum.
A glicose é a grande fonte de energia dos neurônios! Neurônios NÃO são sensíveis à insulina.
Eles já expressam canais de glicose (GLUT 1) em sua membrana, sendo estritamente dependentes da glicemia (que por isso precisa ser mantida constante). 
A ausência de resposta à insulina explica ainda a incapacidade para a síntese e armazenamento de glicogênio. Sem reserva de glicose, o SNC rapidamente entra em colapso.
A RESPOSTA INSULÍNICA PROMOVE DOIS EFEITOS BÁSICOS: 
(1) anabolismo e (2) utilização da glicose como principal substrato energético.
NO ESTADO DE JEJUM OCORREM DOIS FENÔMENOS BÁSICOS: 
(1) catabolismo; e (2) utilização de ácidos graxos como principal substrato energético. 
Produção hepática de glicose inicial-GLICOGENIO: o glicogênio hepático é clivado, liberando glicose para o sangue – GLICOGENÓLISE. Com isso, a glicemia é mantida estável na primeira fase do estado de jejum. Após 24-48h, o estoque de glicogênio hepático acaba...
Produção hepática de glicose ruim-CARBOIDRATOS: o glicogênio hepático se esgota, a glicemia passa a ser mantida pela GLICONEOGÊNESE. Tais substratos para a gliconeogênese provêm do catabolismo de vários tecidos: lactato dos músculos, glicerol do tecido adiposo e aminoácidos da proteólise celular (ex.: glutamina).
Produção de glicose grave-LIPÍDIOS: os triglicerídeos são clivados, liberando ácidos graxos livres – LIPÓLISE. O estímulo provém dos hormônios contrarreguladores, devido a hipoinsulinemia. Assim, os ácidos graxos se tornam os principais substratos energéticos para a maioria das células do corpo, em especial os miócitos.
Se a liberação de ácidos graxos for excessiva, uma parte será aproveitada pelo hepatócito para a síntese de corpos cetônicos – CETOGÊNESE. 
Fisiologicamente, a cetogênese ocorre em pequena escala nos indivíduos não diabéticos após jejum prolongado (“cetose de jejum”).
CATABOLISMO DAS PROTEÍNAS: As proteínas são quebradas em aminoácidos (PROTEÓLISE)
O QUE SÃO AS INCRETINAS? São peptídeos secretados pelo tubo digestivo durante a absorção de nutrientes. Seu principal efeito é: aumentar a secreção pancreática de insulina em resposta à glicose. Em outras palavras, as incretinas “incrementam” a secreção de insulina na presença de glicose, mas somente quando a glicose é absorvida a partir de uma refeição!!!
Muitos diabéticos – especialmente do tipo 2 – apresentam uma baixa do “efeito incretínico”, por motivos ainda pouco compreendidos. 
	Em resumo, no JEJUM predomina o CATABOLISMO, marcado por glicogenólise, lipólise e proteólise, com utilização de ácidos graxos (e em menor escala, corpos cetônicos) para a produção de energia na maioria das células. Os níveis glicêmicos passam a servir exclusivamente aos neurônios, e são garantidos pela produção hepática de glicose através da gliconeogênese. Tudo isso é devido a um aumento dos hormônios contrarreguladores, com efeito “permissivo” decorrente da queda da insulina.
CLASSIFICAÇÃO E ETIOPATOGENIA
1. DM1: a) Tipo 1A: autoimune; b) Tipo 1B: idiopático; Tipo: LADA
2. DM2; 
3. DM gestacional (DG); 
4. Outros tipos específicos de DM: MODY, endócrinas, uso de corticoides 
	
	CLASSIFICAÇÃO DO DIABETES MELLITUS
	DM tipo 1 (5-10%)
	Destruição das células beta e hipoinsulinismo “absoluto”.
Tipo 1A (mecanismo autoimune – mais de 90% dos casos) 
Tipo 1B (idiopático – 4-7%, particularmente em negros e asiáticos). 
Predomina em pacientes jovens e magros
Tipo LADA – diabetes autoimune “latente” do adulto: acima 30 anos
	DM tipo 2 (80-90%)
	Disfunção progressiva das células beta e hipoinsulinismo “relativo”.
Predomina em adultos obesos (> 45 anos)
	DM gestacional
	Modernamente definido como a intolerância à glicose diagnosticada durante a gestação que não configura um quadro de franco diabetes mellitus segundo os critérios diagnósticos para pacientes não grávidas. Quando os critérios diagnósticos de DM em não gestantes são observados durante a gestação, o mais correto é classificar como diabetes mellitus “não gestacional” ou overt diabetes.
	“Outros”
	DM associado ao uso de drogas (ex.: glicocorticoides), endocrinopatias (ex.: síndrome de Cushing).
Defeitos monogênicos “MODY” ou Maturity-Onset Diabetes of the Young).
QUADRO CLÍNICO DM1: TIPO 1 TIPICA, A CX É DE RÁPIDA INSTALAÇÃO, TIPO 1 LADA, É LENTA A INSTALAÇÃO;
#TIPO 1 TÍPICA (1a e 1b): Pacientes magros, embora a presença de obesidade não descarte a possibilidade de DM1, e apresentam tendência a cetoacidose. 
Hiperglicemia de início abrupto com níveis elevados (> 300 mg/dL). 
Quadro clínico exuberante e rápida evolução para cetoacidose. 
TIPO 1 LADA: instalação gradual dos sintomas, hiperglicemia moderada, com boa resposta a hipoglicemiantes orais por vários meses/anos devido à perda mais lenta da massa de células beta. 
Quadro clínico inicial bastante semelhante ao do diabetes tipo 2, entretanto, com o tempo, todos precisam de insulina exógena para manter a normoglicemia e prevenir a cetoacidose.
ETIOLOGIA DM1a: A CAUSA É UMA INSULITE (Inflamação das ilhotas pancreáticas e células beta). 
O DM1 é de etiologia autoimune, com infiltração de linfócitos T no pâncreas e destruição das células beta nas ilhotas de Langerhans, que geralmente é atribuído a infecção viral. 
Doenças comuns associadas ao diabetes tipo 1 são as doenças tireoidianas (em até 20% dos portadores de diabetes tipo 1), a doença celíaca (em cerca de 10%), a doença de Addison (2%) e outras, como anemia perniciosa, artrite reumatoide. 
A autoimunidade específica do diabetes tipo 1 pode ser confirmada em laboratório pela presença de autoanticorpos contra antígenos das células beta, como o antidescarboxilase do ácido glutâmico (anti-GAD, ou anti-GAD65), o anti-ilhota (ICA), o antitirosina fosfatase (anti-IA2) e o anti-insulina, que só pode ser dosado antes da aplicação de insulina exógena.
DIAGNÓSTICO DM1: Cerca de 70 a 80% dos casos têm início antes dos 30 anos, com pico de incidência por volta dos 12 anos. 
Geralmente criança ou do adolescente que desenvolve ao longo de dias ou semanas – poliúria, polidipsia, polifagia e emagrecimento. 
Em crianças pequenas, as primeiras manifestações podem ser enurese noturna e candidíase vaginal.
O diagnóstico de DM1 é sugerido pelo início abrupto de hiperglicemia grave (geralmente, acima de 200 mg/dL)
O LADA (Latent Autoimmune Diabetes of Adults) aparece em indivíduos mais velhos e evolui de forma insidiosa (anos), sendo comumente confundido com o DM tipo 2. No entanto, mais cedo ou mais tarde um hipoinsulinismo ABSOLUTO se estabelece.
O MELHOR MARCADOR PANCREÁTICO QUE PODE INDICAR SE EXISTE CÉLULAS BETA FUNCIONANDO É O PEPTÍDIO C, VALOR ABAIXO DE 0,7 NG/ML INDICA HIPOINSULINEMIA SEVERA.
	PRINCIPAIS AUTOANTICORPOS ENCONTRADOS NO DM TIPO 1
	1) Anti-ilhota (ICA) = 80%. 
2) Anti-GAD = 70%. 
3) Anti-IA-2 = 60%. 
A presença de 1 ou mais dos autoanticorpos em níveis aumentados em um indivíduo com diabetes define o diabetes tipo 1 autoimune, ou diabetes tipo 1A (imunomediado).
Tais marcadores aparecem anos ANTES da expressão clínica da doença!!! Por conseguinte, está claro que o DM tipo 1A possui uma fase assintomática, em que ocorre destruição progressiva das células beta antes que o pâncreas se torne incapaz de produzirinsulina em níveis satisfatórios... 
Quando a massa de células beta atinge um ponto “crítico” (80-90% de destruição) a insulina produzida passa a não ser mais suficiente para suprir as necessidades homeostáticas. Assim, a presença de autoanticorpos num paciente assintomático é um importante preditor de risco para DM tipo 1A!
A incidência do DM tipo 1 é bimodal, apresentando um pico na faixa etária entre 4-6 anos, e outro por volta de 10-14 anos. Não há diferença entre os sexos.
A etiopatogenia do DM tipo 1B é desconhecida... algumas evidências sugerem que mutações no gene da insulina seriam as responsáveis por boa parte dos casos...
DIABETES MELLITUS TIPO 2: O DM2 é responsável pela maioria dos casos de DM (90 a 95%) e tem fisiopatologia complexa e multifatorial, com contribuição de fatores genéticos e ambientais (envelhecimento e obesidade visceral). 
ETIOPATOGENIA DO DM TIPO 2: Pode ser devido a:
1. Resistência à insulina
2. Déficit secretório das células beta. 
Acredita-se que ambos sejam necessários para a expressão clínica da doença, e parece que a resistência à insulina surge primeiro, fazendo com que a célula beta trabalhe em excesso até atingir uma “exaustão” secretória.
A influência genética no DM tipo 2 é maior do que no DM tipo 1.
Diabéticos tipo 2 não apresentam tendência a cetoacidose como os diabéticos tipo 1, mas podem desenvolver essa complicação em situações de grande estresse (intercorrências médicas graves, como choque séptico, infarto agudo do miocárdio, politraumatismo etc.).
A gênese da “exaustão” secretória das células beta em fases iniciais, ocorreria uma hipossensibilidade da célula beta à glicose, devido à menor expressão do canal de glicose GLUT 2 na membrana. Outro fator que contribuiria para uma menor resposta pancreática ao pico de glicose pós-prandial é a deficiência de incretinas.
ETIOPATOGENIA DOS DEMAIS TIPOS DE DM
O DM gestacional será abordado com detalhes no módulo de obstetrícia... 
Outros tipos de DM são: 
(1) Insuficiência pancreática, (2) outras endocrinopatias, (3) uso de drogas e (4) MODY (defeitos monogênicos).
DM MODY: NASCE COM DEFEITO GENETICO, INICIO NA INFANCIA, HISTÓRICO FAMILIAR, E CURSA COM DEFICIENCIA ABSOLUTA DE INSULINA 
Para uma pancreatopatia causar DM, é preciso que entre 80-90% da massa pancreática tenha sido perdida. Com frequência se observa tal desfecho na pancreatite alcoólica crônica, assim como na fibrose cística (mucoviscidose) e em muitos casos de câncer de pâncreas...
Doenças endócrinas que provocam DM por induzir um desequilíbrio de insulina:
Hipercortisolismo (Cushing), excesso de GH (acromegalia em adultos e gigantismo em crianças), excesso de catecolaminas (feocromocitoma) ... 
	DROGAS QUE PODEM INDUZIR INTOLERÂNCIA À GLICOSE E DIABETES MELLITUS
	Glicocorticoides
	Tiazídicos
	Diazóxido 
	Inibidores de protease
	Levotiroxina
	Ácido nicotínico
	Fenitoína
	Betabloqueadores
INCIDENCIA DE DM
· 422 milhões de casos no mundo todo
· 1.5 milhões de mortes no mundo
· 12 milhões de casos no Brasil
· 100 mil mortes por ano no Brasil
· 1 de cada 11 pessoas tem diabetes 
· Brasil ocupa 4º posição no ranking mundial
70% das mortes cerebrovascular
1º causa de retinopatia (cegueira)
4x mais DCV – Coronárias
1º causa de DRC e hemodiálises – Nefropatia (divide com HAS)
1º causa de amputação – Neuropatia
Vasos periféricos: facilita surgimento de ulceras, e vasculopatias periféricas
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO DM2
Quadro Clínico do DM Tipo 2: POLIS +...
O paciente típico é adulto (> 40-45 anos), obeso, sedentário e possui outros fatores de risco cardiovascular.
História familiar positiva para DM é encontrada em pelo menos 50% dos pacientes com DM2.
Um importante sinal clínico é a acantose nigricans (ou nigricante). 
Toda vez que você encontrar esta lesão na prática, pense em duas possibilidades diagnósticas principais: 
(1) resistência à insulina (ex.: DM ou pré-diabetes); 
(2) neoplasia maligna (ex.: Ca de pulmão ou do trato gastrointestinal – principalmente se o acometimento for extenso, rápido e envolver palmas e solas).
CONFIRMAÇÃO DIAGNÓSTICA
	Critérios diagnósticos de DM 
	1) Hemoglobina glicada (HbA1C) ≥ 6,5%* 
2) Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl 
3) Glicemia 2h após TOTG-75 ≥ 200 mg/dl 
4) Glicemia aleatória ≥ 200 mg/dl + sintomas de hiperglicemia (“polis”) 
*Excetuando o critério 4, todos os demais critérios precisam ser confirmados numa segunda dosagem
Caso dois testes diferentes tenham sido solicitados ao mesmo tempo, e ambos sejam concordantes para o diagnóstico de diabetes, nenhum exame adicional é necessário (ex.: glicemia de jejum + hemoglobina glicada). Por outro lado, se os testes forem discordantes, aquele que estiver alterado deverá ser repetido para confirmação ou não do diagnóstico.
ESTADOS PRÉ-DIABÉTICOS
	Estados pré-diabéticos
	1) “Glicemia de Jejum” = entre 100-125 mg/dl 
2) “Intolerância à Glicose” = glicemia 2h após o TOTG 75 entre 140-199 mg/dl 
3) Hemoglobina Glicada (A1C) entre 5,7-6,4%
Dado interessante é que o paciente pré-diabético demonstra um risco cardiovascular aumentado (mesmo que nunca se torne diabético)!
	MEDIDAS PREVENTIVAS RECOMENDADAS NO “PRÉ-DIABETES”
	1. Redução de pelo menos 7% do peso corporal. 
2. Praticar, no mínimo, 150min/semana de atividade aeróbica moderada (ex.: caminhada). 
3. Consultas frequentes para reforçar o alcance das metas*. 
4. Metformina nos pacientes de muito alto risco. 
5. Exames anuais para rastreio do DM.
TRATAMENTO DO PACIENTE PRÉ-DIABÉTICOS: Orientação nutricional + Atividades físicas regulares (MEV). 
Metformina, na prevenção do DM tipo 2 em pacientes de muito alto risco.
É preciso algum exame adicional no indivíduo que apresenta glicemia de jejum alterada? 
SIM... Antes de taxar o paciente como “pré-diabético”, devemos descartar a existência de DM solicitando um exame mais sensível. Este exame é o TOTG 75 (teste de tolerância oral à glicose, com 75 g de glicose anidra ministrados pela via oral e dosagem da glicemia 2h depois). Tal método pode “desvendar” a existência de DM previamente não detectado (glicemia ≥ 200 mg/dl) numa fração significativa dos casos!!!
RASTREIO POPULACIONAL
	AS ATUAIS INDICAÇÕES DE RASTREIO DO DM 2 EM PACIENTES ASSINTOMÁTICOS SÃO:
	(1) Adultos > 45 anos de idade.
(2) “Sobrepeso” + pelo menos um dos fatores de risco de DM tipo 2.
(3) Crianças e adolescentes com sobrepeso + pelo menos DOIS fatores de risco de DM tipo 2.
	FATORES DE RISCO PARA DM TIPO 2
	Idade > 45 anos 
Obesidade 
Sedentarismo 
Parente de 1º grau acometido 
Etnia (negros, latinos)
História de diabetes gestacional
	Estados pré-diabéticos 
Hipertensão arterial 
HDL < 35 mg/dl 
Triglicerídeos > 250 mg/dl 
Síndrome dos ovários policísticos 
Acantose nigricans
História de doenças cardiovasculares
Diferenciação entre DM Tipo 1 e DM Tipo 2
	Em casos duvidosos, recomenda-se a dosagem dos autoanticorpos do DM, em particular o ICA e o anti-GAD. A positividade de um ou todos eles conferem especificidade ao diagnóstico de DM tipo 1.
FISIOPATOLOGIA DM 2
A fisiopatologia envolve a resistência tecidual à ação da insulina, principalmente no fígado, no tecido musculoesquelético e no tecido adiposo, e graus variados de deficiência de secreção de insulina. Geralmente, o paciente apresenta resistência à insulina por anos ou décadas antes de começar a manifestar glicemia alterada, que só ocorre quando surge a deficiência (relativa ou absoluta) de secreção de insulina incapaz de compensar a resistência. Nas fases iniciais a única alteração laboratorial encontrada é a hiperinsulinemia compensatória. Outros defeitos fisiopatológicos comuns no DM2 são a deficiência do hormônio intestinal GLP-1 e a secreção excessiva ou desregulada de glucagon, que colaboram para a hiperglicemia.
RESUMO DA FISIOPATOLOGIA DA DM TIPO 2
O FÍGADO E OS MÚSCULOS NATURALMENTE CONTÊM UMA RESISTÊNCIA À INSULINA. CASO CONTRÁRIO O PÂNCREAS PODERIA PRODUZIR INSULINA DEMAIS E COLOCAR TODA A GLICEMIA DENTRO DA CÉLULA DEIXANDO A PESSOA HIPOGLICEMICA CAUSANDO ÓBITO... O PROBLEMA É QUE ALGUNS INDIVIDUOS TEMUMA MAIOR RESISTENCIA A INSULINA. COM PASSAR DO TEMPO O PANCREAS É CADA VEZ MAIS EXIGIDO A PRODUZIR MAIORES QUANTIDADES DE INSULINA, E QUE, JUNTAMENTE COM ALGUNS FATORES GENETICOS E FATORES DE RISCO, OBESIDADE E IDADE, LEVAM A UMA “FADIGA” DO PANCREAS E MORTE DAS CELULAS BETA, O QUE CAUSA UMA HIPERGLICEMIA E A HIPOINSULINEMIA. 
O que leva as células a responderem mal à insulina? Nos tecidos que captam glicose em resposta à insulina (ex.: músculo esquelético), ocorre uma menor incorporação de canais GLUT 4 na superfície celular, resultando em menor entrada de glicose no citoplasma!
O IMPACTO DO DM E DE SUAS COMPLICAÇÕES NA SAÚDE PÚBLICA SÃO EVIDENTES E INCLUEM: 
1. Internação hospitalar: é a sexta maior causa de internação hospitalar como diagnóstico primário e está presente em 30 a 50% de outras causas primárias de internação, como cardiopatia isquêmica, insuficiência cardíaca, colecistopatias, acidente vascular cerebral e hipertensão arterial; 
2. Síndrome coronariana aguda: entre os internados em unidades coronarianas, 30% são portadores de DM. 
3. Amputações de membros inferiores: principal causa de amputações não traumáticas de membros inferiores; 
4. Cegueira: é a principal causa de cegueira adquirida em adultos; 
5. Doença renal em estágio terminal: nos países desenvolvidos, é a principal causa de doença renal em estágio terminal, respondendo por cerca de 40 a 50% dos casos. No Brasil, a nefropatia diabética também é a principal doença renal que leva à terapia dialítica; 
6. Mortalidade: o diabetes é responsável por 14,5 % da mortalidade mundial por todas as causas. A maioria das pessoas com diabetes morre de doença cardiovascular.
RESUMINDO TUDO:
A INSULINA PROMOVE O ANABOLISMO FAZENDO COM QUE O INDIVIDUO UTILIZE A GLICOSE COMO PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA (“A INSULINA PEGA A GLICOSE E JOGA DENTRO DA CELULA”). 
O ANABOLISMO DA INSULINA PRODUZ: CAPTAÇÃO DE GLICOSE, GLICOGENESE, SINTESE PROTEICA E DE TG.
A ORDEM DE UTILIZAR ENERGIA NO CORPO HUMANO É: GLICOSE > GLICOGENIO > GORDURA > PROTEINAS
A INSULINA INIBE O CATABOLISMO, POIS ELA FAZ O CORPO SEMPRE USAR A GLICOSE SEGUIDO DO GLICOGENIO COMO SUA PRINCIPAL FONTE DE ENERGIA.
A INSULINA MANTÉM MASSA MUSCULAR E MASSA GORDA, POIS ELA SEMPRE UTILIZA DA GLICOSE COMO SUA FONTE DE ENERGIA, NO CASO O INDIVIDUO NUNCA VAI GASTAR GORDURAS OU PROTEINAS...
NA FALTA DA INSULINA O CORPO ENTENDE QUE A CELULA PRECISA DE AÇUCAR, ENTÃO ELE BUSCA MEIOS ALTERNATIVOS DE PRODUZIR AÇUCAR ESTIMULANDO A GLICONEOGÊNESE (PRODUÇÃO DE GLICOSE PELO FÍGADO), LIPÓLISE, GLICOGENÓLISE (PRODUÇÃO DE GLICOSE POR CARBOIDRATOS), E PROTEOLISE.
POR OUTRO LADO, OS HORMÔNIOS “CONTRARREGULADORES DA INSULINA”, GLUCAGON, ADRENALINA, CORTISOL E, EM MENOR GRAU GH SÃO CATABOLICOS. 
CLINICA (POUCO RELEVANTE PARA DIAGNOSTICO): POLIURIA, POLIDIPSIA POLIFAGIA, PERDA DE PESO, ADINAMIA, INFECÇOES REPETIDAS, COMPLICAÇOES CRONICAS.
DIAGNÓSTICO DE CERTEZA DE DM É LABORATORIAL!!! Jejum ≥126, TOTG ≥200, HbA1c ≥6.5%, Casual ≥200+sintomas
*NORMAL: Jejum <100, TOTG <140, HbA1c <5,7%
OBS: PARA CONFIRMAR UM DX DE DM É NECESSÁRIO DOIS TESTES POSITIVOS, PODE SER DOIS TESTES DIFERENTES NO MESMO DIA OU O MESMO TESTE EM DIAS DIFERENTES. EXCEÇÃO AO TESTE CASUAL...
ANTIGENO HLA ESTÁ RELACIONADO COM DM1A E LADA
ANTICORPO ANTI-ILHOTA ESTÁ RELACIONADO COM DM1A E LADA
ASCENDENCIA AFRICANA OU ASIATICA ESTÁ RELACIONADO COM DM1B
	DM 1
	DM1 LADA
	DM 2
	DM MODY (Outros)
	Idades jovens <30 anos, magros, hiperglicemia grave
NÃO HISTÓRICO FAMILIAR
	Idades avançadas, com boa resposta a hipoglicemiantes orais devido à perda mais lenta da massa de células beta (IGUAL DM2).
NÃO HISTÓRICO FAMILIAR
	Idade >40 anos, obeso, sedentário, geralmente associado a DCV,
HISTÓRICO FAMILIAR
	Início na infância, nasce com defeito genético, Defeitos monogênicos,
HISTÓRICO FAMILIAR.
	Deficiência absoluta de insulina
	Deficiência absoluta de insulina
	Deficiência RELATIVA de insulina
	Deficiência absoluta de insulina
	EM CASO DE DÚVIDA DX DM1 OU DM2: DOSAGEM DOS AUTO ANTICORPOS DO DM ICA e o anti-GAD
	ANTIGENO HLA ESTÁ RELACIONADO COM DM1A E LADA
	ANTICORPO ANTI-ILHOTA ESTÁ RELACIONADO COM DM1A E LADA
	ASCENDENCIA AFRICANA OU ASIATICA ESTÁ RELACIONADO COM DM1B
	O MELHOR MARCADOR PANCREÁTICO QUE PODE INDICAR SE EXISTE CÉLULAS BETA FUNCIONANDO É O PEPTÍDIO C, VALOR ABAIXO DE 0,7 NG/ML INDICA HIPOINSULINEMIA SEVERA.
DIABETES MELLITUS TIPO 1
 
DEFINIÇÃO
 
MEDCURSO
: 
Diabetes mellitus é uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela 
ocorrência de HIPERGLICEMIA CRÔNICA, que em longo prazo promove lesões em órgãos
-
alvo, podendo cursar 
também com descompensações
 
metabólicas agudas... 
 
DEFINIÇÃO MEDCEL:
 
O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome complexa caracterizada por hiperglicemia 
persistente decorrente da deficiência na produção de insulina, na sua ação (resistência insulínica) ou em ambos 
os mecanismos. Além d
a alteração no metabolismo glicêmico, também estão comumente presentes distúrbios 
do metabolismo dos lipídios (dislipidemia) e das proteínas (catabolismo muscular). É importante frisar que o 
diabetes não é uma única doença, mas sim um grupo heterogêneo de 
distúrbios metabólicos que apresenta a 
hiperglicemia como característica comum.
 
 
A glicose é a grande fonte de energia dos neurônios! 
Neurônios NÃO são sensíveis à insulina.
 
Eles já expressam canais de glicose (GLUT 1) em sua membrana, sendo estritamente d
ependentes da glicemia 
(que por isso precisa ser mantida constante). 
 
A ausência de resposta à insulina explica ainda a incapacidade para a síntese e armazenamento de glicogênio. 
Sem reserva de glicose, o SNC rapidamente entra em colapso.
 
A RESPOSTA INSULÍ
NICA PROMOVE DOIS EFEITOS BÁSICOS:
 
 
(1) anabolismo e (2) utilização da glicose como principal substrato energético.
 
NO ESTADO DE JEJUM OCORREM
 
DOIS FENÔMENOS BÁSICOS:
 
 
(1) catabolismo; e (2) utilização de ácidos graxos como principal substrato energético. 
 
Produção hep
ática de glicose
 
inicial
-
GLICOGENIO
:
 
o glicogênio hepático é clivado
, liberando glicose para o 
sangue 
–
 
GLICOGENÓLISE.
 
Com isso, a glicemia é mantida estável na primeira fase d
o estado de jejum. Após 24
-
48h
, o estoque de glicogênio hepático acaba...
 
Produção hep
ática de glicose
 
ruim
-
C
ARBOIDRATOS
:
 
o glicogênio hepático se esgota, a glicemia passa a 
ser 
mantida pela 
GLICONEOGÊNESE
. 
Tais substratos para a gliconeogênese
 
provêm do catabolismo de vários 
tecidos: lactato dos músculos, glicerol do tecido adiposo e aminoácidos da proteólise celular (ex.: glutamina).
 
P
rodução 
de glicose 
grave
-
LIPÍDIOS
:
 
os triglicerídeos são clivados
, 
liberando ácidos graxos livres 
–
 
LIPÓLISE
. O 
estímulo
 
provém dos hormônios contrarreguladores, 
devido a
 
hipoinsulinemia. Assim, os ácidos graxos se 
tornam os principais substratos energéticos para a maioria das células do 
corpo, em especial os miócitos.
 
Se a liberação de ácidos graxos for excessiva, uma part
e será aproveitada pelo hepatócito para a síntese de 
corpos cetônicos 
–
 
CETOGÊNESE. 
 
Fisiologicamente, a cetogênese ocorre em pequena escala nos indivíduos não diabéticos após jejum prolongado 
(“cetose de jejum”).
 
CATABOLISMO DAS PROTEÍNAS:
 
As proteínas sã
o quebrad
as em aminoácidos (PROTEÓLISE)
 
DIABETES MELLITUS TIPO 1 
DEFINIÇÃO MEDCURSO: Diabetes mellitus é uma doença do metabolismo intermediário, caracterizada pela 
ocorrência de HIPERGLICEMIA CRÔNICA, que em longo prazo promove lesões em órgãos-alvo, podendo cursar 
também com descompensações metabólicas agudas... 
DEFINIÇÃO MEDCEL: O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome complexa caracterizada por hiperglicemia 
persistente decorrente da deficiência na produção de insulina, na sua ação (resistência insulínica) ou em ambos 
os mecanismos. Além da alteração no metabolismo glicêmico, também estão comumente presentes distúrbios 
do metabolismo dos lipídios (dislipidemia) e das proteínas(catabolismo muscular). É importante frisar que o 
diabetes não é uma única doença, mas sim um grupo heterogêneo de distúrbios metabólicos que apresenta a 
hiperglicemia como característica comum. 
 
A glicose é a grande fonte de energia dos neurônios! Neurônios NÃO são sensíveis à insulina. 
Eles já expressam canais de glicose (GLUT 1) em sua membrana, sendo estritamente dependentes da glicemia 
(que por isso precisa ser mantida constante). 
A ausência de resposta à insulina explica ainda a incapacidade para a síntese e armazenamento de glicogênio. 
Sem reserva de glicose, o SNC rapidamente entra em colapso. 
A RESPOSTA INSULÍNICA PROMOVE DOIS EFEITOS BÁSICOS: 
(1) anabolismo e (2) utilização da glicose como principal substrato energético. 
NO ESTADO DE JEJUM OCORREM DOIS FENÔMENOS BÁSICOS: 
(1) catabolismo; e (2) utilização de ácidos graxos como principal substrato energético. 
Produção hepática de glicose inicial-GLICOGENIO: o glicogênio hepático é clivado, liberando glicose para o 
sangue – GLICOGENÓLISE. Com isso, a glicemia é mantida estável na primeira fase do estado de jejum. Após 24-
48h, o estoque de glicogênio hepático acaba... 
Produção hepática de glicose ruim-CARBOIDRATOS: o glicogênio hepático se esgota, a glicemia passa a ser 
mantida pela GLICONEOGÊNESE. Tais substratos para a gliconeogênese provêm do catabolismo de vários 
tecidos: lactato dos músculos, glicerol do tecido adiposo e aminoácidos da proteólise celular (ex.: glutamina). 
Produção de glicose grave-LIPÍDIOS: os triglicerídeos são clivados, liberando ácidos graxos livres – LIPÓLISE. O 
estímulo provém dos hormônios contrarreguladores, devido a hipoinsulinemia. Assim, os ácidos graxos se 
tornam os principais substratos energéticos para a maioria das células do corpo, em especial os miócitos. 
Se a liberação de ácidos graxos for excessiva, uma parte será aproveitada pelo hepatócito para a síntese de 
corpos cetônicos – CETOGÊNESE. 
Fisiologicamente, a cetogênese ocorre em pequena escala nos indivíduos não diabéticos após jejum prolongado 
(“cetose de jejum”). 
CATABOLISMO DAS PROTEÍNAS: As proteínas são quebradas em aminoácidos (PROTEÓLISE)

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