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Cardiotocografia Tatiane Lira – MED UFPE · · Introdução: · CTG serve p/ acompanhamento da vitalidade fetal. · Importante p/ bbs prematuros entre 28-30s e p/ mãe c/ DMG [doppler não é confiável: falsos negativos pela hiperglicemia (glicose compete c/ os mesmos receptores da hipóxia) → não chega a causar a centralização, mas impede que os quimio/barorreceptores sejam estimulados pelo CO2 → bb em hipóxia e doppler normal]. · Parâmetros analisados: · Frequência Cardíaca Fetal basal (normal: 120-160bpm). · Variabilidade da FCF basal. · N° da acelerações: ○ 15 bpm 15 seg (32sem). ○ 10 bpm 10 seg. · N° de desacelerações. · Todos esses parâmetros associados às contrações uterinas (se estiver em TP; se não, relaciona c/ o nº de movimentos do feto). · Técnica: · Decúbito lateral esquerdo ou inclinada a 45° (decúbito dorsal aumenta compressão da VCI e altera o resultado). · 2 transdutores: um no fundo uterino (p/ avaliar contrações uterinas), outro no melhor local de ausculta (do doppler). · Buzina (p/ estimular o bb). · Marcador p/ quando perceber o movimento. · Ter cuidado c/: ○ IG: convencional > 32s; computadorizada > 26s. ○ Posicionamento da gestante. ○ Grau de atividade fetal. ○ Drogas ministradas a mãe. ○ Tabagismo. ○ Malformações. · Tipos: · Anteparto (ou basal). · Intraparto. · Computadorizada (calcula short term variation, variável de milissegundos; convencional só calcula a de longa duração). CARDIOTOCOGRAFIA ANTEPARTO · Indicações: ACOG, 2000 · Condições maternas: ○ Síndrome antifosfolípide. ○ Hipertireoidismo. ○ Hemoglobinopatias. ○ Cardiopatia cianótica. ○ Lupus eritematoso sistêmico. ○ Nefropatia crônica. ○ Diabetes mellitus tipo I. ○ Desordens hipertensivas. · Condições relacionadas a gravidez: ○ Hipertensão induzida pela gravidez. ○ Nefropatias ou cardiopatias. ○ DM tipo I. ○ LES. ○ Gravidez múltipla (discrepância de crescimento). ○ RCIU. ○ Gravidez pós-termo. ○ Isoimunização Rh. ○ Hipertireoidismo. ○ Doença vascular. ○ Sangramentos vaginais. ○ Oligo ou polidramnia. ○ Malformações fetais. ○ Morte fetal prévia inexplicada. ○ Síndrome antifosfolipídeo. ○ Redução de movimentos fetais. · Pode ser realizada a partir de 26-28s (embora geralmente seja iniciada a partir de 32-34s), em intervalos diários ou semanais enquanto houver indicação. · Terminologia: · Velocidade de registro do cardiotocógrafo é de 1cm/min. · Em cima, FCF. Embaixo, contrações uterinas (não mede intensidade de contração, apenas a presença). No meio, registro dos movimentos fetais (quando a mãe aperta, aparece um tracinho). · Tem que analisar FCF basal: ○ Região de menor alteração, maior uniformidade num intervalo de 10min. ○ Normal: 110-160bpm. · Variabilidade: ○ Do pico ao nadir. ○ Avalia na região de FCF basal. ○ Reflete atuação do simpático e do parassimpático (à medida que a gestação evolui, aumenta pela influência da maturação do parassimpático). ○ Podem ser de longa duração: reflete a amplitude da variação da FCF durante 1min; pode ter padrão ondulatório, comprimido, liso, saltatório ou sinusoide. ○ Ou curta duração: reflete a amplitude da variação batida a batida. ○ Normal: > 5 / boa: > 20. ○ Alterações significam hipoxia (acentuada, inicial ou moderada) mas existem outras causas possíveis, então seu achado isolado não determina intervenção. · Acelerações: ○ Aumento de 15 bpm em, no mínimo, 15 seg (> 32s). ○ Ou 10 bpm em, no mínimo, 10 seg (< 32s). ○ Ter muitas acelerações é bom. ○ São sinais se bem-estar fetal e que feto tem reservas de oxigênio/metabólica preservadas. ○ É um sinal de movimentação fetal (acontece taquicardiazinha sempre que ele se movimenta) ou atividade uterina**. *porque ocorre vasodilatação muscular, c/ diminuição do DC e aumento compensatório da FCF. **pode ocorrer leve compressão do cordão umbilical → prejudicando o RV ao átrio direito → induzindo acelerações da FCF. ○ Feto reativo: pelo menos 2 picos de amplitude de 15 bpm e duração de 15seg num período de 20min. ○ Feto não reativo: não evidencia acelerações em um período de 40min; levam a estímulos vibroacústicos ou mecânicos ou investigação complementar. · Desacelerações: ○ Queda de 15bpm em, no mínimo, 15seg. ○ 10bpm em, no mínimo, 10seg. ○ Ideal: s/ desacelerações. ○ Não periódicas (episódicas, movimentos fetais, manipulação vaginal): s/ relação c/ contrações uterinas, geralmente não têm grande importância clínica. ▪ DIP 0 (espicas): curta duração, desprezíveis. ▪ Prolongadas: duram + que 2min. ○ Periódicas (são consequentes à atividade uterina; dependentes das metrossístoles): têm relação c/ contrações uterinas ▪ DIP I (cefálico/precoce). ▪ DIP II (tardio). ▪ DIP III (variáveis/umbilicais). CARDIOTOCOGRAFIA INTRAPARTO · Recomenda-se que seja realizada somente em gestações de alto risco ou em induções, presença de líquido meconial, amniorrexe e nas alterações da FCF à ausculta intermitente. · DIP I: · Desaceleração coincide c/ contração uterina. · Nadir do DIP não se afasta do ápice da contração + que 18-21seg. · Formato em V. · FCF basal normal. · Não significa necessariamente uma patologia, pode ser reflexo natural do bb → contração promove aumento na pressão da cabeça do bb → estímulo vagal. · Sua recorrência, se foi queda muito longa ou se não se resolve, significa vigilância. · DIP II: · Desaceleração ocorre depois da contração (nadir ocorre após pico de contração: pode ser 18, 20 ou 30seg). · FCF basal geralmente taquicárdica. · Representa estase de sangue interviloso → hipóxia (baixa reserva de oxigênio) → faz outras medidas e, se não melhorar, cesárea. · DIP III: · Antes, durante ou depois da contração. · Aparência variável. · Fisiopatologia é geralmente ação vagal em resposta à compressão do cordão umbilical. · Redução abrupta, visível e aparente da FCF (do início da desaceleração até o nadir, deve ser menor que 30s). · Redução ≥ 15bpm: s/ significado patológico ○ Esporádica. ○ Acelerações de “ombro”: acelera antes e depois do DIP. ○ Recuperação rápida. ○ Queda < 60 bpm. ○ Variabilidade normal. ○ Linha de base normal. ○ Aspecto em “V”: bom prognóstico, s/ significado patológico → queda e recuperação rápida (é ruim se a recuperação for lenta). · Duração ≥ 15seg e < 2min: desfavorável ○ Recorrentes. ○ Perda do “ombro”. ○ Recuperação lenta (duração > 60seg). ○ Queda > 60 bpm. ○ Variabilidade alterada. ○ Linha de base alterada. ○ Morfologia bifásica em “W”: + grave → cai, tenta se recuperar, não consegue e cai de novo e se recupera depois de um tempo. · DIP prolongado: · ≥ 15 bpm c/ duração > 2min e < 10min. · Relacionado c/: ○ Hipotensão materna. ○ Hipertonia uterina. ○ Compressão do cordão. ○ Convulsão. ○ Eclâmpsia. ○ Prolapso de cordão. · Recorrentes: · Presença de desacelerações em 50% ou + das contrações uterinas em um período de 20min. Presença de hipóxia e acidemia (sofrimento fetal agudo) → linha de base alternante, variabilidade diminuída ou ausente associada a anormalidades da FCF basal. Cardiotocografia normal/tranquilizadora: FC basal entre 110-160bpm; Variabilidade > 20 batimentos; c/ muitas acelerações e s/ desacelerações Cardiotocografia alterada/não tranquilizadora: qualquer alteração → teste de sobrecarga (de estímulo) p/ ver se altera, se bb não está dormindo. · Testes: · Repouso: ○ Teste s/ sobrecarga (TSS). · Provas da aceleração da atividade fetal estimulada: ○ Teste de estimulação sônica: ▪ Quando CTG basal não evidenciar reatividade em 5min. ▪ Buzina da marca Kobo: ☆ 500 a 40000 Hz. ☆ 60 a 115 Db. ☆ 9,62 cm². ▪ Pólo cefálico. ▪ Tempo mínimo: 3seg. ▪ Classificação: ☆ Reativo: > 20bpm/3min. ☆ Hiporeativo: < 20bpm e/ou < 3min. ☆ Não reativo: não altera a FCF (risco de acidose). ○ Teste de tolerância às contrações uterinas: ▪ Expontâneo (TTC-E). ▪ Estímulo papilar (TTC-EP). ▪ Ocitocina (TTC-O): ou teste de Pose; solução diluída de ocitocina é infundida até frequência de 3 contrações a cada 10min. ○ Estimulação do escalpe fetal. Se continuar do mesmo jeito, confirma que CTG é não tranquilizadora → hipoxemia fetal → medidas de reanimação intraútero → O2 p/ mãe + hidratação + repouso em DLE+ retirar ocitocina. Se mesmo assim não melhorar → cesárea. CARDIOTOCOGRAFIA COMPUTADORIZADA · Interpretação + detalhada. · Diminuir as taxas de falso-positivo. · Diferenças intra e inter-observador. · 48.000 registros. · Oxford, Reino Unido, Dawes et al., 1985. · Comercializado, 1989. · Técnica: · Equipamento da marca SONICAID. · Cardiotocógrafo. · Computador. · Programa “SYSTEM 8002”. · Incidência de acidose metabólica ou óbito de acordo c/ short term variation:
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