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SÍMBOLOS · LOCAIS DE COMPETIÇÃO · PAÍSES PARTICIPANTES · ESPORTES TIME BRASIL · ONDE ASSISTIR · PROGRAMAÇÃO COMPLETA TABELAS DOS ESPORTES COLETIVOS · HISTÓRIA GUIA DOS JOGOS DA XXXII OLIMPÍADA 21 DE JULHO A 8 DE AGOSTO DE 2021 2 Originalmente previstos para acontecer em julho e agosto de 2020, os Jogos da XXXII Olimpíada foram adiados em um ano devido à pandemia da COVID-19 e serão realizados entre 21 de julho e 8 de agosto de 2021. Foi o primeiro adiamento de uma edição dos Jogos na história (outras cinco edições de Jogos de Verão e de Inverno foram canceladas em virtude das duas Guerras Mundiais ocorridas no século XX). A pandemia, que ainda não está controlada, paralisou o calendário esportivo por vários meses e afetou a preparação e a classificação de muitos atletas. Eventos qualificatórios foram cancelados ou realocados e mesmo os que ocorreram precisaram de adaptações nas estruturas física e esportiva para manter a segurança do público, quando houve, e princi- palmente dos atletas. Essas adaptações também afetaram os Jogos Olímpicos, que ocorrerão sem público nas arquibancadas e com estritas regras de comportamento para atletas, técnicos, árbitros, jor- nalistas e dirigentes. Apesar disso, espera-se a presença de mais de 10.000 atletas de 206 delegações. Apenas a Coreia do Norte decidiu boicotar o evento, alegando preocupações com a pandemia. A Rússia, embora suspensa pelo Comitê Olímpico Internacional e pela Agência Mundial Anti-Doping, enviará atle- tas que competirão sob a bandeira do Comitê Olímpico Russo, e 29 atletas de dez nacionalidades competirão sob a bandeira olímpica no Time Olímpico de Refugiados. Eleita em 2013, Tóquio será a primeira cidade da Ásia a sediar duas edições de Jogos Olímpicos, após ter recebido o evento em 1964. O projeto original previa Jogos compactos, com a construção de diversos locais de competição no centro da capital japonesa. Desde a escolha, entretanto, várias altera- ções foram feitas para adequar o evento à Agenda 2020, con- junto de diretrizes definido pelo COI com o objetivo de econo- mizar recursos e evitar o mau uso das estruturas dos Jogos após o evento. Um novo Estádio Olímpico foi construído no mesmo local do estádio utilizado nos Jogos de 1964, mas três arenas uti- lizadas naquela edição receberão competições nestes Jogos. Além dos torneios de futebol, que tradicionalmente acontecem em várias cidades do país-sede, outros esportes serão dispu- tados em instalações já existentes em outras cidades japo- nesas, como o ciclismo de estrada no Autódromo de Fuji, em Shizuoka, e o surfe, na praia de Tsurigasaki, em Chiba. Além do surfe, farão sua estreia no programa olímpico a escalada, o skate e o caratê. Outras mudanças com relação ao Rio 2016 são o retorno do beisebol e do softbol, disputados pela última vez em Pequim 2008, e as inclusões de modalida- des como basquetebol 3x3 e BMX freestyle. Um recorde de 339 medalhas de ouro serão disputadas nesta edição dos Jogos. 3 SUMÁRIO Símbolos dos Jogos 4 Locais de competição 5 Países participantes 7 Atletismo 9 Badminton 11 Basquetebol 12 Basquetebol 3x3 13 Beisebol 14 Boxe 15 Canoagem slalom 16 Canoagem velocidade 17 Caratê 18 Ciclismo BMX 19 Ciclismo de estrada 20 Ciclismo de pista 21 Ciclismo mountain bike 22 Escalada 23 Esgrima 24 Futebol 25 Ginástica artística 27 Ginástica de trampolim 29 Ginástica rítmica 30 Golfe 31 Handebol 32 Hipismo 33 Hóquei na grama 34 Judô 35 Levantamento de peso 37 Lutas 38 Maratona aquática 39 Nado artístico 40 Natação 41 Pentatlo moderno 43 Polo aquático 44 Remo 45 Rugby sevens 46 Saltos ornamentais 47 Skate 48 Softbol 49 Surfe 50 Taekwondo 51 Tênis 52 Tênis de mesa 53 Tiro com arco 54 Tiro esportivo 55 Triatlo 56 Vela 57 Voleibol 58 Voleibol de praia 60 Time Brasil em Tóquio 61 Agenda diária 64 Programação completa 65 Tabelas dos esportes coletivos 111 Em 1964 foi assim... 121 Créditos 122 SÍMBOLOS DOS JOGOS A marca dos Jogos é um anel composto por 45 peças formando um padrão xadrez conhecido como ichimatsu moyo, presente na cultura japonesa desde o século XVII. A cor azul índigo, também tradicional desse padrão, repre- senta a elegância e a sofisticação que simbolizam o Japão. O mascote dos Jogos é inspirado no mesmo padrão índigo que forma o logotipo. Seu nome, Miraitowa, é uma junção das palavras japonesas mirai (“futuro”) e towa (“eter- nidade”), representando o desejo de que os Jogos de Tóquio levem a um futuro de esperança. A tocha tem o formato de uma flor de cerejeira, adorada na cultura japonesa. Cada pétala possui sua própria chama, que se une às outras no centro da peça para gerar uma chama mais forte. Produzida com 30% de alumínio reci- clado, a tocha mede 71cm de altura e pesa 1,2kg. O design das medalhas é inspirado em pedras polidas, representando a luta dos atletas em busca da glória. Além dos metais (prata folheada com 6g de ouro, prata pura e liga de cobre e zinco), as peças foram feitas com compo- nentes reciclados de equipamentos eletrônicos e posuem 85mm de diâmetro. LOGOTIPO MASCOTE TOCHA MEDALHAS Apresentação de Tóquio 2020 na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 4 5 LOCAIS DE COMPETIÇÃO Construído no mesmo local do Estádio Olímpico dos Jogos de 1964, custou mais de um bilhão de dóla- res americanos e ficou pronto em 2019. Nos Jogos, sediará as cerimônias de abertura e encerramento, o atletismo e a final do futebol feminino. Construída para os Jogos de 2020, foi finalizada em 2019 e receberá os torneios de voleibol. Famoso por seu teto suspenso, foi construído para sediar os esportes aquáticos e o basquetebol nos Jogos de 1964. Em Tóquio 2020, receberá os torneios de handebol. Instalação temporária, receberá as três modalidades da ginástica (artística, de trampolim e rítmica). Construído em 1954 para o Campeonato Mundial de Lutas, foi uma das principais arenas dos Jogos de 1964, recebendo a ginástica e o polo aquático. Nesta edição, será a sede do tênis de mesa. Sua quadra central, o Coliseu, é uma das principais ins- talações de tênis do país, e receberá os torneios da modalidade nos Jogos ao lado de outras nove quadras. Conhecido como casa das artes marciais japonesas, sediou as competições de judô nos Jogos de 1964 e receberá novamente o esporte nos Jogos de 2020, mas também será o estádio do caratê, que estreia no programa olímpico. Instalação construída para os Jogos de 2020, rece- berá três esportes aquáticos (natação, nado artístico e saltos ornamentais). Lar espiritual do sumô, esporte nacional do Japão, foi inaugurado em 1985 e receberá os eventos do boxe. Uma das maiores arenas multiuso do Japão, será a sede do basquetebol e está localizada na cidade de Saitama, a 30km de Tóquio. Centro de convenções com oito pavilhões, tem uma fachada de aço e vidro no formato de um bote. Será a sede do levantamento de peso. Autódromo localizado na região de Shizuoka, a cerca de 80km de Tóquio, já recebeu provas da Fórmula 1 e de outras categorias de automobilismo. Nos Jogos, sediará o ciclismo de estrada. ESTÁDIO OLÍMPICO ARENA ARIAKE ESTÁDIO NACIONAL YOYOGI CENTRO DE GINÁSTICA ARIAKE GINÁSIO METROPOLITANO CENTRO DE TÊNIS ARIAKE NIPPON BUDOKAN CENTRO AQUÁTICO ARENA KOKUGIKAN SAITAMA SUPER ARENA FÓRUM INTERNACIONAL FUJI INTERNATIONAL SPEEDWAY Localizado em Sapporo, na ilha de Hokkaido, receberá as provas de rua do atletismo (maratona e marcha atlé- tica), devido à preocupação com o calor excessivo em Tóquio na época dos Jogos. Localizado na região mais atingida pelo terremoto e pelo tsunami de 2011, o estádio receberá uma partida de beisebol e seis de softbol, inclusive o jogo de aber- tura, que será a primeira competição oficial dos Jogos. PARQUE ODORI ESTÁDIO DE BEISEBOL DE FUKUSHIMAOUTROS LOCAIS DE COMPETIÇÃO Estádio de Tóquio: um dos principais da cidade, receberá o futebol, o rugby sevens e o pentatlo moderno. Parque Urbano de Ariake: instalação temporária constru- ída próximo à Vila Olímpica, receberá o BMX e o skate. Parque Equestre: utilizado nos Jogos de 1964, receberá o hipismo. Musashino Forest Sport Plaza: próximo ao Estádio de Tóquio, sediará o badminton e a preliminar da esgrima do pentatlo moderno. Marina de Odaiba: receberá as provas de maratona aquá- tica e do triatlo. Parque Shiokaze: às margens da Baía de Tóquio, rece- berá o voleibol de praia em uma arena temporária. Sea Forest Waterway: também na Baía de Tóquio, será a sede do remo e da canoagem velocidade. Circuito Cross-Country Sea Forest: instalação temporá- ria, receberá o cross-country do hipismo CCE. Centro de Canoagem Slalom Kasai: primeiro estádio de canoagem slalom construído artificialmente no Japão. Parque Musashinonomori: será o local da concentração das provas de estrada do ciclismo. Parque Yumenoshima: sediará o tiro com arco em uma instalação temporária. Parque Urbano de Aomi: instalação temporária na Baía de Tóquio, receberá o basquetebol 3x3 e a escalada. Estádio Oi: construído para os Jogos, tem dois campos para os torneios de hóquei na grama. Centro de Polo Aquático Tatsumi: construído em 1990, sediará os torneios de polo aquático. Centro de Tiro Asaka: recebeu o tiro esportivo nos Jogos de 1964 e também será a sede do esporte nesta edição. Makuhari Messe: centro de convenções localizado em Chiba, ao lado de Tóquio, receberá as lutas, o taekwondo e a esgrima em dois pavilhões. Praia de Tsurigasaki: também localizado em Chiba, será a sede do surfe. Kasumigaseki Country Club: localizado em Kawagoe, será a sede do golfe. Porto de Enoshima: está localizado em Fujisawa e rece- berá a vela. Velódromo Izu: localizado na cidade de mesmo nome, receberá o ciclismo de pista. Circuito de Mountain Bike Izu: ao lado do velódromo, sediará as provas de ciclismo mountain bike. Estádio de Beisebol de Yokohama: será a sede principal dos torneios de beisebol e softbol. Estádio Internacional Yokohama: maior estádio mul- tiuso do Japão e sede da final da Copa do Mundo FIFA de 2002, receberá onze partidas do futebol, incluindo a final masculina. Estádio de Saitama: maior estádio dedicado ao futebol do Japão, receberá onze partidas dos torneios mascu- lino e feminino. Sapporo Dome: estádio coberto localizado em Sapporo, receberá dez jogos dos torneios de futebol. Miyagi Stadium: também receberá dez jogos de futebol. Ibaraki Kashima Stadium: receberá onze partidas de futebol, incluindo o bronze masculino. Anéis olímpicos colocados na Baía de Tóquio, onde diversas instalações estão localizadas 6 7 PAÍSES PARTICIPANTES AFG Afeganistão RSA África do Sul ALB Albânia GER Alemanha AND Andorra ANG Angola ANT Antígua e Barbuda KSA Arábia Saudita ALG Argélia ARG Argentina ARM Armênia ARU Aruba AUS Austrália AUT Áustria AZE Azerbaijão BAH Bahamas BRN Bahrein BAN Bangladesh BAR Barbados BLR Belarus BEL Bélgica BIZ Belize BEN Benin BER Bermudas BOL Bolívia BIH Bósnia-Herzegovina BOT Botsuana BRA Brasil BRU Brunei Darussalam BUL Bulgária BUR Burkina Faso BDI Burundi BHU Butão CPV Cabo Verde CMR Camarões CAM Camboja CAN Canadá QAT Catar KAZ Cazaquistão CHA Chade CHI Chile CYP Chipre COL Colômbia ROC Comitê Olímpico Russo COM Comores CIV Costa do Marfim CRC Costa Rica CRO Croácia CUB Cuba DEN Dinamarca DJI Djibuti DMA Dominica EGY Egito ESA El Salvador UAE Emirados Árabes Unidos ECU Equador ERI Eritreia SVK Eslováquia SLO Eslovênia ESP Espanha SWZ Essuatíni FSM Estados Fed. da Micronésia USA Estados Unidos da América EST Estônia ETH Etiópia FIJ Fiji PHI Filipinas FIN Finlândia FRA França GAB Gabão GAM Gâmbia GHA Gana GEO Geórgia GBR Grã-Bretanha GRN Granada GRE Grécia GUM Guam GUA Guatemala GUY Guiana GUI Guiné GEQ Guiné Equatorial GBS Guiné-Bissau HAI Haiti HON Honduras HKG Hong Kong, China HUN Hungria YEM Iêmen CAY Ilhas Cayman COK Ilhas Cook MHL Ilhas Marshall SOL Ilhas Salomão ISV Ilhas Virgens IVB Ilhas Virgens Britânicas IND Índia INA Indonésia IRQ Iraque IRL Irlanda ISL Islândia ISR Israel ITA Itália JAM Jamaica JPN Japão JOR Jordânia KIR Kiribati KOS Kosovo KUW Kuwait LES Lesoto LAT Letônia LBN Líbano LBR Libéria LBA Líbia LIE Liechtenstein LTU Lituânia LUX Luxemburgo MKD Macedônia do Norte MAD Madagascar MAS Malásia MAW Maláui MDV Maldivas MLI Mali MLT Malta MAR Marrocos MRI Maurício MTN Mauritânia MEX México MOZ Moçambique MON Mônaco MGL Mongólia MNE Montenegro MYA Myanmar NAM Namíbia NRU Nauru NEP Nepal NCA Nicarágua NIG Níger NGR Nigéria NOR Noruega NZL Nova Zelândia OMA Omã NED Países Baixos PLW Palau PLE Palestina PAN Panamá PNG Papua Nova Guiné PAK Paquistão PAR Paraguai PER Peru POL Polônia PUR Porto Rico POR Portugal KEN Quênia KGZ Quirguistão SYR República Árabe da Síria CAF República Centro-Africana CZE República Checa KOR Rep. da Coreia (Coreia do Sul) MDA República da Moldávia COD Rep. Dem. do Congo LAO Rep. Dem. Popular do Laos CGO República do Congo DOM República Dominicana IRN República Islâmica do Irã CHN República Popular da China TAN República Unida da Tanzânia ROU Romênia RWA Ruanda SAM Samoa ASA Samoa Americana SMR San Marino LCA Santa Lúcia SKN São Cristóvão e Névis STP São Tomé e Príncipe VIN São Vicente e Granadinas SEY Seicheles SEN Senegal SLE Serra Leoa SRB Sérvia SGP Singapura SOM Somália SRI Sri Lanka SUD Sudão SSD Sudão do Sul SWE Suécia SUI Suíça SUR Suriname TJK Tadjiquistão THA Tailândia TPE Taipé Chinesa (Taiwan) EOR Time Olímpico de Refugiados TLS Timor-Leste TOG Togo TGA Tonga TTO Trinidad e Tobago TUN Tunísia TKM Turcomenistão TUR Turquia TUV Tuvalu UKR Ucrânia UGA Uganda URU Uruguai UZB Uzbequistão VAN Vanuatu VEN Venezuela VIE Vietnã ZAM Zâmbia ZIM Zimbábue Pira utilizada no revezamento da tocha pelo Japão 8 9 Os Estados Unidos, principais favoritos no atletismo olímpico, terão Trayvon Bromell como destaque nos 100m, já que Chris Coleman, suspenso por doping, e Justin Gatlin, oitavo na seletiva nacional, não com- petirão. A Jamaica, que não terá Usain Bolt pela primeira vez desde Sydney 2000, con- tará com Shelly-Ann Fraser-Pryce nas provas de velocidade feminina. Sifan Hassan (Países Baixos) e Jakob Ingerbritsen (Noruega) desafiarão o domí- nio de Quênia e Etiópia nas provas de meio- -fundo e fundo, enquanto outro norueguês, Karsten Warholm, é o favorito aos 400m com barreiras, prova em que já é recordista mun- dial, bicampeão mundial e campeão europeu. Na mesma prova, Alison dos Santos é o prin- cipal nome do Brasil no atletismo em Tóquio, tendo quebrado o recorde sul-americano sucessivas vezes nas últimas temporadas. Estados Unidos, Jamaica e Grã-Bretanha são as principais equipes nas provas de reza- mento. O Japão tentará em casa um resul- tado ainda melhor do que a prata no 4x100m masculino obtida no Rio 2016, e a Polônia tem uma boa equipe no 4x400m feminino. O Brasil tem maiores chances no 4x100m mas- culino e no 4x400m misto. Nas provas de saltos, Caterine Ibargüen (Colômbia) e Yulimar Rojas (Venezuela) tra- varão um acirrado duelo no salto triplo. Por A história do atletismo se confunde com a história do esporte. Existem registros de competições que datam de mais de quatro mil anos atrás, em diversas partes do mundo. Atualmente, atletismo é o nome dado ao conjunto de provas de pista, campo, corridas de rua, marcha atlética e cross-country. O atletismo esteve presente em todas as edições dos Jogos Olímpicos. Atualmente, a única modalidade que não faz parte do pro- grama olímpico é o cross-country, disputado pela última vez em Paris 1924, que também foi a última edição sem participação de mulheres. O programada modalidade sofreu diversas alterações ao longo do tempo. Doze eventos masculinos, incluindo 100m, maratona e lan- çamento de disco, foram disputados em todas as edições dos Jogos. A prova masculina mais recente é a marcha atlética de 20km, dispu- tada desde Melbourne 1956. Para as mulheres, o programa vinha crescendo regularmente, mas desde a inclusão dos 3.000m com obstáculos em Pequim 2008, não houve alterações. Apesar da pressão pela inclusão da marcha de 50km, a prova permanece ausente dos Jogos. A maior novidade do programa de Tóquio será a primeira prova mista da modalidade, o revezamento 4x400m. Diversos eventos já fizeram parte do programa olímpico e não são mais disputados. Alguns são variações de distâncias de provas atuais, como a marcha atlética de 10km e a corrida com obstácu- los, que já teve de 2.500m a 4.000m (hoje são 3.000m), e outros são variações mais curiosas, como os saltos parados (sem corrida de impulsão) e o lançamento de dardo com as duas mãos. Em Tóquio, pela primeira vez o atletismo não será o esporte com maior número de medalhas de ouro: os esportes aquáticos, consi- derados um único esporte pelo COI, terão uma final a mais. Ainda assim, será o esporte com maior número de participantes, com previ- são de presença de 1.900 atletas. O Brasil estreou no atletismo olímpico em Paris 1924 e participou de todas as edições desde então, exceto 1928. As primeiras meda- lhas do país no esporte vieram em Helsinque 1952: bronze de José Telles da Conceição no salto em altura e ouro de Adhemar Ferreira da Silva no salto triplo. Em Melbourne 1956, Adhemar se tornou o único brasileiro com dois ouros olímpicos no esporte. A primeira final femi- nina do país veio em Tóquio 1964, com Aída dos Santos, quarta colo- cada no salto em altura. Joaquim Cruz (800m, Los Angeles 1984), Maurren Maggi (salto em distância, Pequim 2008) e Thiago Braz (salto com vara, Rio 2016) são os outros brasileiros campeões olímpicos. DESTAQUES E FAVORITOS ATLETISMO Armand Duplantis (Suécia) é o atual recordista mundial do salto com vara masculino outro lado, o recordista mundial Armand Duplantis (Suécia) não deve ter dificulda- des para conquistar o ouro no salto com vara masculino, mesmo com a presença dos dois últimos campeões olímpicos, Renaud Lavillenie (França) e Thiago Braz (Brasil), atual recordista olímpico. Outro sueco favorito é Daniel Stahl no lan- çamento de disco. Já no arremesso de peso, Gong Lijiao (China) e o recordista mundial Ryan Crouser (Estados Unidos) são os prin- cipais candidatos ao ouro. A campeã olímpica Nafissatou Thiam (Bélgica) e o recordista mundial Kevin Mayer (França) são os favoritos nas provas combi- nadas (heptatlo e decatlo, respectivamente). As provas de rua dos Jogos de Tóquio acontecerão na cidade de Sapporo. Na mar- cha atlética, a China domina os 20km entre as mulheres e o Japão é forte candidato tanto nos 20km quanto nos 50km entre os homens. Os brasileiros Caio Bonfim e Érica de Sena, embora não estejam entre os prin- cipais favoritos, devem conseguir bons resul- tados nas provas de 20km. Na maratona, Eliud Kipchoge (Quênia), primeiro a correr a distância abaixo de duas horas (em um evento controlado, que não valeu como recorde), tentará o segundo ouro seguido entre os homens. Quênia e Etiópia disputarão o ouro na prova feminina. Serão ao todo 48 eventos: 24 masculi- nos, 23 femininos e um misto. - Provas de velocidade: 100m, 200m e 400m, todas com eliminatórias, semifinais e finais (a prova de 100m masculino tem ainda uma fase preliminar no início da dis- puta). Nessas provas, os atletas percorrem toda a distância dentro de suas raias, sem contato físico com os adversários. - Provas de meio-fundo e fundo: 800m, 1.500m, 5.000m e 10.000m. As duas pri- meiras possuem eliminatórias, semifinais e finais, os 5.000m possuem apenas eli- minatórias e finais e os 10.000m são finais diretas. As provas são disputadas em bloco (exceto os primeiros 100m dos 800m), com todos os atletas ocupando as raias internas da pista e com possibilidade de contato entre os competidores. - Provas com barreiras/obstáculos: as barreiras são estruturas leves, que caem quando tocadas pelos atletas e ficam dis- tribuídas nas raias. Já os obstáculos são cinco traves (que não caem quando toca- das e, portanto, são frequentemente usa- das pelos atletas para tomar impulso), sendo quatro espalhadas pela pista e uma localizada em frente a um fosso com água. As provas com barreiras (100m para mulhe- res, 110m para homens e 400m para ambos os gêneros) possuem eliminatórias, semi- finais e finais e as provas com obstáculos (3.000m para homens e mulheres) pos- suem eliminatórias e finais. - Revezamentos: todas as provas são dis- putadas por equipes de quatro atletas, que percorrem um total de 400m ou 1.600m carregando um bastão que deve ser entre- gue ao próximo atleta da equipe. No reve- zamento 4x100m, cada equipe fica em uma raia e as trocas ocorrem dentro de uma área de 20m. Já no revezamento 4x400m, os primeiros 500m são dentro das raias e o restante de forma livre, com as trocas acontecendo sempre próximo à linha de chegada. Serão disputadas as provas de 4x100m masculino e feminino e 4x400m - O primeiro campeão olímpico da Era Moderna veio do atletismo. Em 6 de abril de 1896, James Connolly (Estados Unidos) venceu o salto triplo. Connolly ainda fica- ria em terceiro no salto em distância e em segundo no salto em altura. - Paavo Nurmi (Finlândia) é o maior meda- lhista olímpico no atletismo, com oito ouros e três pratas entre Antuérpia 1920 e Amsterdã 1928. - Usain Bolt (Jamaica) e Allyson Felix (Estados Unidos) são duas das maiores estrelas dos Jogos recentes. Bolt con- quistou oito medalhas de ouro nos 100m, nos 200m e no revezamento 4x100m entre Pequim 2008 e Rio 2016. Já Felix possui nove medalhas, sendo seis ouros e três pra- tas, conquistadas nos 200m, nos 400m e nos revezamentos 4x100m e 4x400m entre Atenas 2004 e Rio 2016. - Alguns dos momentos mais marcantes da história dos Jogos Olímpicos aconte- ceram na maratona, como o etíope Abebe Bikila correndo descalço em Roma 1960 (e vencendo com direito a recorde mundial), a suíça Gabrielle Andersen sofrendo para REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO FATOS E CURIOSIDADES Abebe Bikila (Etiópia) correu descalço a maratona de Roma 1960 e venceu quebrando o recorde mundial cruzar a linha de chegada em Los Angeles 1984 (na primeira maratona feminina dis- putada nos Jogos) e o brasileiro Vanderlei Cordeiro de Lima sendo empurrado para fora da pista quando liderava a prova em Atenas 2004 (Vanderlei voltou à prova, che- gou em terceiro e foi condecorado com a Medalha Barão Pierre de Coubertin, desti- nada a homenagear atletas que demons- tram grande espírito esportivo). - Ainda sobre a maratona, o percurso origi- nal da prova era de 40 quilômetros. A dis- tância atual de 42,195km foi estabelecida em Londres 1908, devido à inexperiência dos organizadores, ao uso de outra medida de distância (milhas, e não quilômetros) e a sucessivas alterações no traçado. - O único recorde olímpico atualmente per- tencente a um atleta brasileiro foi estabele- cido por Thiago Braz ao vencer o salto com vara no Rio 2016: 6,03m. - Exatos 101 países já subiram ao pódio no atletismo olímpico. Burundi, Equador, Granada, Luxemburgo, Moçambique, Síria, Panamá e Tajiquistão conquistaram no atle- tismo sua única medalha de ouro olímpica. masculino, feminino e misto (essa última fazendo sua estreia no programa olímpico). - Provas de arremesso/lançamento: arre- messo de peso, lançamento de dardo, lan- çamento de disco e lançamento de martelo. A diferença na nomenclatura se deve ao fato de o peso ser empurrado e os outros implementos serem projetados, sendo o dardo lançado após uma corrida e o disco e omartelo lançados de dentro de um cír- culo após o atleta girar para dar impulsão. Todas as provas possuem apenas elimina- tórias e finais. - Provas de saltos: subdivididas em saltos horizontais (salto em distância e salto tri- plo, em que o objetivo é saltar mais longe em uma caixa de areia e cada atleta pos- sui um total de três tentativas nas elimina- tórias e seis nas finais) e saltos verticais (salto em altura e salto com vara, em que o objetivo é ultrapassar uma barra colo- cada mais alto a cada rodada e cada atleta tem três tentativas para ultrapassar cada altura). Todos os eventos são divididos em eliminatórias e finais. - Provas combinadas: o decatlo (para homens) e o heptatlo (para mulheres) são disputados ao longo de dois dias. A ordem de disputa no decatlo tem 100m, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura e 400m no primeiro dia, 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500m no segundo dia. Já a do heptatlo tem 100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso e 200m no primeiro dia, salto em distância, lançamento de dardo e 800m no segundo dia. - Provas de rua: são a maratona (masculina e feminina) e a marcha atlética (com pro- vas de 20km para homens e mulheres e de 50km apenas para homens). Enquanto na maratona a corrida é feita de forma livre, na marcha atlética os competidores precisam manter contato permanente com o chão, só podendo retirar um pé do chão após o outro pé tocá-lo. 10 QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL Estados Unidos Grã-Bretanha União Soviética Finlândia Alemanha Oriental 334 55 64 48 38 259 80 55 36 36 204 70 74 30 35 797 205 193 114 109 1 3 2 4 5 De 30 de julho a 8 de agosto, com disputa de medalha de ouro todos os dias DATAS 5 3 9 17 https://www.youtube.com/watch?v=i_zRr9KOFWE https://www.youtube.com/watch?v=i_zRr9KOFWE https://www.youtube.com/watch?v=lBasZWjd92k https://www.youtube.com/watch?v=lBasZWjd92k https://www.youtube.com/watch?v=lBasZWjd92k https://www.youtube.com/watch?v=1iClz6fB4lo https://www.youtube.com/watch?v=1iClz6fB4lo https://www.youtube.com/watch?v=1iClz6fB4lo https://www.youtube.com/watch?v=1iClz6fB4lo https://www.youtube.com/watch?v=qyOpdQO2__c https://www.youtube.com/watch?v=qyOpdQO2__c 11 Disputado com raquetes em uma qua- dra dividida por uma rede, tem como obje- tivo lançar uma peteca por sobre a rede e fazê-la tocar no chão do lado adversário. Cada partida é disputada em melhor de três games e cada game é vencido pelo joga- dor que fizer 21 pontos primeiro, com no mínimo dois de vantagem. A partida se inicia com o saque, que sempre é feito de dentro de uma área designada na quadra e de forma diago- nal. O jogador que vencer o ponto ganha o direito de sacar, devendo bater na peteca Os países com melhor histórico no badminton olímpico devem manter seu favoritismo em Tóquio. O Japão lidera os rankings de simples masculino, com Momota Kento, e de duplas femininas, com Fukushina/Hirota e Matsumoto/Nagahara, além de ter a terceira colocada em simples feminino, Okuhara Nozomi. A China, por sua vez, tem os líderes do ranking de duplas mistas Zheng/Huang, a segunda em simples feminino Chen Yu Fei e a terceira dupla feminina, Chen/Jia, além do campeão no Rio 2016 Chen Long, sexto - A chinesa Gao Ling é a maior medalhista olímpica do badminton, com dois ouros, uma prata e um bronze. - Em Londres 2012, a China conquistou o ouro em todos os cinco torneios da moda- lidade. O país também levou duas pratas e um bronze naquela edição. - Quatro anos depois, porém, os chineses chegaram a apenas duas finais (simples masculino e duplas masculinas). Desde Atlanta 1996 não havia tão poucos chine- ses em finais olímpicas do badminton, e foi Inventado na Índia com o nome de “poona”, o badminton foi levado para o Reino Unido pelos colonizadores no século XIX e aca- bou sendo rebatizado com o nome da Casa de Badminton, mansão pertencente ao Duque de Beaufort onde aconteceram os primeiros jogos em terras britânicas. Frequentemente comparado com o tênis, possui diferenças signi- ficativas. Além do fato de ser jogado com uma peteca (também cha- mada de volante), e não com uma bola, o badminton é considerado o esporte com raquetes mais rápido do mundo, pois a peteca pode alcançar mais de 400km/h durante um ponto. Apesar disso, ela desa- celera mais rápido do que uma bola de tênis, o que faz sua trajetória ser mais curta. A quadra de badminton é menor do que uma quadra de tênis, a rede é mais alta e sua base não fica presa ao chão, há um vão entre ela e a quadra (semelhante ao voleibol, embora menor). A primeira aparição do badminton nos Jogos Olímpicos ocorreu em Munique 1972, ainda como esporte de demonstração (sem valer medalhas). Após mais uma exibição em Seul 1988, o esporte foi inte- grado ao programa oficial em Barcelona 1992, com quatro torneios (simples e duplas no masculino e no feminino). O torneio de duplas mistas foi introduzido na edição seguinte, em Atlanta. Berços da versão tradicional e da versão moderna do esporte, Índia e Grã-Bretanha possuem apenas cinco medalhas olímpicas, nenhuma de ouro. O esporte é dominado pela China, que venceu 18 das 34 medalhas de ouro já disputadas, e por outros países asiáticos, como Indonésia e Coreia do Sul. Apenas países da Ásia e da Europa (em especial a Dinamarca) subiram ao pódio da modalidade até hoje. O Brasil estreou no badminton olímpico no Rio 2016. Apesar de ter garantida uma vaga para cada gênero por ser o país sede, Ygor Coelho se classificou para o torneio masculino pelo ranking mundial, enquanto Lohaynny Vicente utilizou a cota do país sede. Ambos per- deram seus dois jogos na fase de grupos e não avançaram. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES BADMINTON Momota Kento (Japão) é o líder do ranking mundial em simples masculino no ranking de simples masculino e único campeão daquela edição que estará pre- sente em Tóquio. O ranking de duplas masculinas é lide- rado por dois times da Indonésia, Gideon/ Sukamuljo e Setiawan/Ahsan, enquanto a líder em simples feminino é Tai Tzu Ying (Taipé Chinesa). A principal ausência do esporte em Tóquio é a campeã de simples feminino no Rio 2016, Carolina Marin (Espanha), que sofreu uma séria lesão no joelho em maio e precisou se submeter a uma cirurgia. a primeira vez em que nenhuma mulher do país chegou a uma final. - Poul-Erik Hoyer Larsen (Dinamarca, Atlanta 1996, simples masculino) e Carolina Marin (Espanha, Rio 2016, simples femi- nino) são os únicos não asiáticos a terem conquistado uma medalha de ouro no bad- minton olímpico. - O recorde de velocidade em um jogo ofi- cial pertence ao dinamarquês Mads Pieler Kolding, que rebateu a peteca a 426km/h em um torneio na Índia, em 2017. com a raquete abaixo da linha da sua cin- tura (saque por baixo). São consideradas faltas: toque na rede com o corpo, a roupa ou a raquete, toque da peteca no corpo ou na roupa, queda da peteca fora dos limites da quadra, invasão da área adversária com o corpo ou com a raquete, entre outros. A disputa olímpica tem cinco torneios: individual masculino e feminino e duplas masculinas, femininas e mistas. Todos pos- suem uma fase de grupos seguida de uma fase eliminatória. 24 de julho a 2 de agosto, com finais a partir do dia 30 China Indonésia Coreia do Sul Dinamarca Japão QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 18 6 7 1 1 8 7 6 3 1 15 6 6 4 1 41 19 19 8 3 1 3 2 4 5 DATAS 0 0 0 0 12 BASQUETEBOL O objetivo do basquetebol é acertar uma cesta localizada em cada extremidade da quadra, podendo cada acerto valer três pontos (quando é feito atrás de uma linha curva demarcada na quadra), dois pontos (quando é feito à frente daquela linha) ou um ponto (quando é umlance livre, resul- tante de faltas). Cada equipe tem cinco atletas e uma partida é disputada em quatro períodos de dez minutos, com o cronômetro ativo apenas quando a bola está em jogo. Cada posse de bola dura 24 segundos. As faltas são classificadas como pessoais (contato ilegal), técnicas (relativas ao comporta- mento do jogador), antidesportivas (fora dos padrões do jogo) e desqualificantes (ato de violência ou briga entre atletas). O jogador que cometer cinco faltas ao longo A equipe masculina dos Estados Unidos que tentará em Tóquio o quarto ouro olím- pico consecutivo é liderada por Kevin Durant, que vai para seu terceiro torneio olímpico. O país está no grupo A, ao lado do Irã (vice-campeão asiático), da França (bronze no Mundial de 2019) e da República Checa (estreante nos Jogos). A Austrália, semifinalista olímpica e mun- dial, é o destaque do grupo B, em que tam- bém estão Itália (prata em Atenas 2004), Alemanha (que havia ficado duas edições ausente) e Nigéria (vice-campeã africana). As finalistas do último Mundial Espanha e Argentina estão no grupo C, ao lado da estreante Eslovênia, comandada pelo astro da NBA Luka Doncic, e do país-sede Japão. - Sue Bird e Diana Taurasi (Estados Unidos) podem se tornar em Tóquio as primeiras pentacampeãs olímpicas no basquetebol. Outras três mulheres, todas estaduniden- ses, também possuem quatro ouros olím- picos. Entre os homens, Carmelo Anthony (Estados Unidos) é o maior medalhista, com três ouros e um bronze. - O jogador mais alto a já ter participado do basquetebol olímpico é Yao Ming (China), com 2,29m. Yao disputou os Jogos de Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008. Ao contrário da maioria dos esportes, o basquetebol tem uma ori- gem muito definida: foi inventado em 1891 por James W. Naismith, instrutor na Associação Cristã de Moços (YMCA) de Springfield, Estados Unidos, como alternativa de atividade física em recinto fechado para os meses de inverno. Em Berlim 1936, o esporte passou a fazer parte do programa olímpico, sendo dominado pelos Estados Unidos, que só não con- quistaram o ouro em quatro edições do torneio masculino e em três do feminino, que começou a ser disputado em Montreal 1976. Dessas sete ocasiões, duas ocorreram nos torneios de Moscou 1980, edição que foi boicotada pelo país. Em quadra, as equipes estadunidenses acumulam apenas oito derrotas e possuem aproveitamento de 96%. A primeira derrota estadunidense no basquetebol olímpico ocor- reu em Munique 1972, na final contra a União Soviética, em uma das partidas mais controversas da história dos Jogos. Os jogadores esta- dunidenses nunca aceitaram a medalha de prata. O time feminino dos Estados Unidos sofreu duas derrotas em sua primeira participação, em Montreal 1976, e terminou o torneio por pontos corridos com a prata. A única derrota desde então veio na semifinal de Barcelona 1992 contra a Equipe Unificada, por 79-73. As estadunidenses estão invictas há 49 partidas em Jogos Olímpicos. O Brasil participou de quinze edições do torneio do masculino e sete do feminino, conquistando cinco medalhas. A equipe masculina foi bronze em Londres 1948, Roma 1960 e Tóquio 1964. O melhor resultado olímpico do país veio com as mulheres, que conquistaram a prata em Atlanta 1996, além de um bronze em Sydney 2000. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES As estadunidenses Sue Bird (à esquerda) e Diana Taurasi (à direita) podem conquistar em Tóquio seu quinto ouro olímpico No torneio feminino, a favorita absoluta também é a equipe dos Estados Unidos, atual tricampeã mundial e hexacampeã olímpica. Lideradas por Sue Bird e Diana Taurasi, as estadunidenses estão no forte grupo B, ao lado do Japão (tetracampeão asiático), da França (prata em Londres 2012 e vice-campeã do EuroBasket 2021) e da Nigéria (bicampeã africana). A Sérvia, atual campeã do EuroBasket, está no grupo A ao lado da Espanha (vice- -campeã olímpica no Rio 2016), da Coreia do Sul e do Canadá. Finalista do último Mundial, a Austrália lidera o grupo C, em que também estão China (vice-campeã asi- ática), Porto Rico e Bélgica (ambos estrean- tes nos Jogos). - Desde a introdução de atletas da NBA no torneio olímpico, os Estados Unidos sofre- ram apenas três derrotas, todas em Atenas 2004: na primeira fase contra Porto Rico e Lituânia e na semifinal contra a Argentina, que acabaria com o ouro. - Oscar Schmidt (Brasil) é o recordista de pontos marcados na história olímpica (1.093) e o maior pontuador em uma par- tida nos Jogos (55 pontos contra a Espanha em Seul 1988). da partida é excluído e substituído por outro. Cada equipe pode cometer até qua- tro faltas em cada período – a partir da quinta, cada falta representará dois lances livres concedidos à equipe adversária. Os torneios olímpicos serão disputados por doze equipes cada, mas o formato da competição mudou com relação a 2016. As equipes agora estão divididas em três grupos de quatro equipes e fazem três jogos na primeira fase. As duas primeiras de cada grupo mais as duas melhores ter- ceiras colocadas avançam para as quartas de final, com um sorteio definindo os con- frontos (cada uma das quatro equipes com melhor campanha enfrentará uma das qua- tro equipes com pior campanha entre as classificadas). A partir daí o torneio segue em eliminatória direta até a final. QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL Estados Unidos Iugoslávia União Soviética Argentina Equipe Unificada (CEI) 23 1 4 1 1 2 5 4 0 0 3 2 4 1 0 28 8 12 2 1 1 3 2 4 5 De 25 de julho a 8 de agosto, com final masculina no dia 7 (noite do dia 6 no Brasil) e final feminina no dia 8 (noite do dia 7 no Brasil) DATAS 0 1 4 5 https://www.youtube.com/watch?v=CwTPG792LG8 https://www.youtube.com/watch?v=CwTPG792LG8 De 24 a 28 de julho, com as duas finais no dia 28 O basquetebol 3x3 é disputado em uma quadra com dimensões e marcações pró- ximas à metade de uma quadra regular de basquetebol: a largura é a mesma (15m), enquanto o comprimento é três metros menor (11m). Existe apenas uma cesta, uti- lizada por ambas as equipes. Cada equipe tem três titulares e um reserva e cada posse de bola dura 12 segundos. Uma cesta feita atrás da linha de três vale dois pontos e uma feita à frente dessa linha vale um ponto, assim como os lances livres. A cada posse de bola é necessário que a bola passe por fora da linha de três (não A Copa do Mundo masculina de 2019 foi vencida pelos Estados Unidos, porém a equipe não estará em Tóquio, já que não conseguiu a classificação pelo ranking de novembro de 2019 e foi eliminada no tor- neio pré-olímpico. A Sérvia, quatro vezes campeã da Copa do Mundo e classificada pelo ranking, é a favorita no torneio masculino. A Letônia, atual vice-campeã da Copa do Mundo e duas vezes finalista da Copa Europa, e o Comitê Olímpico Russo, campeão dos Jogos Europeus de 2015 e sexto colo- cado do ranking (terceiro melhor entre as - A França é o país mais bem-sucedido no basquetebol 3x3 em Jogos Olímpicos da Juventude, tendo conquistado dois ouros e duas pratas. Argentina e Estados Unidos vêm logo em seguida, com dois ouros e dois bronzes. O basquetebol 3x3 (“três-xis-três” ou “três contra três”) se ori- ginou do basquetebol de rua, estilo livre disputado em grandes cen- tros urbanos de diversos países. A partir dos anos 2000, a Federação Internacional de Basquetebol começou a estruturar as regras da modalidade e a testá-la em competições multiesportivas, como os Jogos Asiáticos de 2009. Atualmente é um dos esportes urbanos mais praticados no mundo. A modalidade está presente desde a primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude, em Singapura 2010. Após três edições, fará sua estreia no programa principal dos Jogos em Tóquio 2020. DATAS REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃODESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES HISTÓRICO DO BRASIL BASQUETEBOL 3X3 Modalidade nova Modalidade nova QUADRO DE MEDALHAS Estados Unidos e França fizeram a final feminina dos Jogos da Juventude de Buenos Aires 2018 é permitido pegar um rebote defensivo e arremessar logo em seguida, próximo à cesta). O jogo acaba ao final de dez minutos (com o cronômetro ativo apenas quando a bola está em jogo) ou quando uma das equi- pes atinge 21 pontos. Cada torneio (masculino e feminino) possui oito equipes, que se enfrentam na primeira fase ao longo de três dias, tota- lizando sete rodadas. As duas melhores equipes avançam direto para as semifinais e as quatro seguintes disputam as quartas de final. As equipes vencedoras das semi- finais disputam o ouro e as que perderem decidem o bronze. equipes classificadas), também são fortes candidatos às medalhas. Enquanto o torneio masculino terá ape- nas cinco das dez melhores equipes do ranking mundial, no feminino serão sete Top 10 entre as oito classificadas. A Mongólia participará pela primeira vez de um esporte coletivo na história dos Jogos Olímpicos, e sua equipe entra como uma das favoritas. A França, líder do ranking mundial e bicampeã da Copa Europa, e a China, atual campeã mundial, são as principais candidatas, embora os Estados Unidos não possam ser deixados de lado. - Nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim 2014 e Buenos Aires 2018, além dos torneios masculino e feminino por equi- pes, também valeram medalhas torneios individuais de enterradas no masculino e de lances livres no feminino. 13 14 BEISEBOL O beisebol é disputado entre duas equi- pes de nove jogadores que se alternam no ataque e na defesa (enquanto uma rebate a bola e tenta ocupar as bases, a outra lança a bola e tenta evitar que os adversários ocupem as bases). Cada jogo é disputado em nove entra- das, e em cada entrada uma equipe joga um turno no ataque e um turno na defesa. O objetivo do jogo é marcar mais pontos (cor- ridas) do que o time adversário. Os jogado- res da equipe que está rebatendo anotam corridas ao tocar, em ordem, em cada uma das quatro bases, posicionadas em forma de quadrilátero (denominado diamante). O jogador que rebateu a bola deve correr em sentido anti-horário em direção à primeira base, depois à segunda, à terceira e de volta à posição inicial. A equipe que está defendendo tenta O Japão, anfitrião dos Jogos e atual líder do ranking mundial, venceu em casa a edi- ção de 2019 do Premier12, principal torneio internacional de beisebol, derrotando na final a Coreia do Sul, última campeã olím- pica (Pequim 2008). Os Estados Unidos, que ocupam atual- mente a quarta posição do ranking mundial (atrás de Taipé Chinesa, que não disputará o torneio olímpico, e da Coreia do Sul), foram derrotados na decisão do bronze da Premier12 pelo México (que fará sua estreia olímpica), e só conseguiram a vaga em Tóquio no pré-olímpico das Américas, que venceram de forma invicta. - Pedro Luis Lazo (Cuba) é o único jogador de beisebol com quatro medalhas olímpicas, tendo feito parte das equipes que conquista- ram o ouro em Atlanta 1996 e Atenas 2004 e a prata em Sydney 2000 e Pequim 2008. - Cuba registrou 21 vitórias consecutivas entre 1992 e 2000 até sofrer sua primeira derrota, contra os Países Baixos na pri- meira fase do torneio de Sydney. A origem do beisebol não é clara e se mistura às origens de outros esportes de taco e bola, como o críquete, que se desenvolve- ram a partir de brincadeiras infantis no Reino Unido e na Irlanda. O que se sabe é que uma versão mais próxima do esporte atual surgiu no sul da Inglaterra em meados do século XVIII e foi levada por colo- nizadores para os Estados Unidos, onde se desenvolveu ao longo do século seguinte, especialmente na região de Nova Iorque. O beisebol apareceu como esporte de exibição e de demonstração várias vezes entre St. Louis 1904 e Melbourne 1956. Oficialmente, o esporte faz parte do programa olímpico desde Barcelona 1992, tendo sido disputado por cinco edições consecutivas antes de ser retirado após Pequim 2008. O retorno em Tóquio foi possível graças à flexibi- lidade dada pelo Comitê Olímpico Internacional para o comitê orga- nizador local dos Jogos sugerir novas modalidades para o programa. Restrito a amadores nas duas primeiras edições, o beisebol olím- pico foi vencido em ambas pelo time cubano, que ainda conquista- ria mais um ouro em Atenas 2004 e chegaria às outras duas finais, perdendo para os Estados Unidos em Sydney 2000 e para a Coreia do Sul em 2008. Mesmo após a abertura para os profissionais, atle- tas da Major League Baseball, principal campeonato de beisebol do mundo (realizado nos Estados Unidos), jamais foram liberados por suas equipes para participar dos Jogos. A ausência das maiores estrelas da modalidade foi um dos moti- vos apontados para a sua saída do programa olímpico. Outra razão para a decisão foi o código antidoping da MLB, considerado menos rigoroso que o exigido pela Agência Mundial Antidoping. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES O arremessador Kim Kwang-hyun (Coreia do Sul) esteve nas equipes campeã olímpica em Pequim 2008 e vice-campeã da Premier12 de 2019 A República Dominicana, segunda colo- cada no pré-olímpico das Américas, venceu o pré-olímpico mundial e ficou com a última vaga no torneio olímpico. Os azarões do torneio são a equipe de Israel, que venceu o pré-olímpico Europa/ África em 2019, mas ocupam apenas a 24ª posição do ranking mundial. Será a pri- meira participação de Israel em um esporte coletivo desde Montreal 1976, quando dis- putou o futebol. País mais bem sucedido na modalidade, Cuba não estará em Tóquio após ser elimi- nada ainda na primeira fase do pré-olím- pico das Américas. - O torneio de Atenas 2004 foi marcado por controvérsias no processo de qualificação das equipes. Os Estados Unidos, por exem- plo, não se classificaram após uma única derrota em quatro jogos no pré-olímpico das Américas. Além disso, foram reservadas três vagas para equipes europeias e apenas duas para as Américas e duas para a Ásia, continentes com mais tradição no esporte. evitar as corridas eliminando o jogador, o que acontece, por exemplo, quando a bola rebatida é capturada pela equipe defensora antes de tocar o chão. Quando uma equipe tem três jogadores eliminados, seu turno na entrada se encerra e as equipes trocam de posição. Devido à pequena quantidade de equi- pes (seis), o torneio olímpico em Tóquio será disputado em uma fase de grupos seguida de um complicado sistema de dupla eliminação, resultando em um total de 16 partidas. Na primeira fase, as equipes estão divi- didas em dois grupos de três e enfrentam as outras equipes do mesmo grupo ao longo de quatro dias. A fase eliminatória terá uma chave principal e uma chave de repescagem, totalizando dez partidas ao longo de sete dias. De 28 a de julho a 7 de agosto Nunca disputouCuba Estados Unidos Coreia do Sul Japão Austrália Taipé Chinesa QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 3 1 1 0 0 0 2 0 0 1 1 1 0 2 1 2 0 0 5 3 2 3 1 1 1 3 2 4 5 DATAS 15 BOXE O boxe está dividido em oito categorias masculinas e cinco femininas. As cate- gorias masculinas são peso mosca (48 a 52kg), pena (52 a 57kg), leve (57 a 63kg), meio-médio (63 a 69kg), médio (69 a 75kg), meio-pesado (75 a 81kg), pesado (81 a 91kg) e superpesado (acima de 91kg). Já para as mulheres, as categorias são peso mosca (48 a 51kg), pena (54 a 57kg), leve (57 a 60kg), meio-médio (64 a 69kg) e médio (69 a 75kg). Cada categoria tem entre 17 e 29 atletas, Dos 32 medalhistas no Campeonato Mundial masculino de 2019, 29 estarão pre- sentes em Tóquio, incluindo os campeões de todas as categorias. Naquela edição, Rússiae Uzbequistão conquistaram três ouros cada. Cuba e Cazaquistão venceram nos outros pesos. Shakhobidin Zoirov (Uzbequistão, peso mosca), Arlen López (Cuba, peso meio-pe- sado) e Julio César La Cruz (Cuba, peso pesado) serão os únicos campeões olímpi- cos no Rio 2016 a tentar defender o título em Tóquio. Zoirov ainda acumula o título de campeão mundial em 2019. Outros favoritos incluem os campe- ões mundiais Amit Panghal (Índia, peso - Das 78 medalhas de ouro de Cuba nos Jogos Olímpicos, 37 vieram do boxe. - Nicola Adams (Grã-Bretanha, dois ouros), Claressa Shields (Estados Unidos, dois ouros) e Ren Canan (China, uma prata e um bronze) são as únicas mulheres a subirem ao pódio em ambas as edições dos Jogos com participação feminina no boxe. Um dos esportes mais antigos do mundo, o boxe tem registros de combates que datam de mais de 3.500 anos. Foi uma das moda- lidades presentes nos Jogos Olímpicos da Antiguidade, época em que os atletas lutavam com luvas de couro, às vezes reforçada com peças de metal, o que tornava a luta muito mais brutal que o esporte disputado hoje. Em sua versão moderna, tem campeões conhecidos desde o século XVIII. O boxe foi introduzido no programa olímpico em St. Louis 1904, sendo disputado em todas as edições desde então, exceto em Estocolmo 1912. Algumas regras do boxe olímpico são diferentes das do boxe conhecido como profissional, e, por isso, os boxeadores olímpicos até hoje são classificados como amadores (até mesmo a Federação Internacional do esporte traz a palavra “amador” em sua denominação oficial). Desde o Rio 2016, no entanto, é admitida a pre- sença de atletas profissionais nos torneios. Regras como o uso de equipamentos de proteção também vêm sendo alteradas para apro- ximar as duas versões do esporte. As categorias do programa olímpico são organizadas por peso e já foram alteradas diversas vezes ao longo da história, variando entre cinco categorias, como em Londres 1908, até doze, entre Los Angeles 1984 e Sydney 2000. A partir de Londres 2012, com a intro- dução do boxe feminino, a quantidade de classes masculinas vem sendo reduzida para incentivar a equidade de gênero (em Tóquio 2020 serão 186 homens e 100 mulheres, contra 250 e 36, respectiva- mente, em 2012). Boxeadores brasileiros competem em Jogos Olímpicos em todas as edições desde Londres 1948. A primeira medalha do país veio nos Jogos de 1968, na Cidade do México, bronze com Servílio de Oliveira. Entre as mulheres, a única medalha brasileira até o momento também é um bronze, conquistado por Adriana Araújo em 2012. O único ouro veio no Rio 2016, com Robson Conceição no peso leve masculino. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Robson Conceição conquistou no Rio 2016 o primeiro ouro do Brasil no boxe mosca), campeão asiático, e Andy Cruz (Cuba, peso leve), bicampeão dos Jogos Pan-Americanos. No feminino, o Campeonato Mundial possui mais categorias do que os Jogos Olímpicos, e das dez campeãs mundiais, seis estarão presentes em Tóquio, sendo duas no peso médio: Lauren Price (Grã- Bretanha, campeã mundial na mesma cate- goria) e Zemfira Magomedalieva (Comitê Olímpico Russo, campeã mundial no peso meio-pesado). Nenhuma campeã olímpica no Rio 2016 estará em Tóquio. Beatriz Ferreira (Brasil, peso leve), cam- peã mundial e dos Jogos Pan-Americanos, também está entre as favoritas. - Diversos boxeadores se tornaram profis- sionais após disputar os Jogos Olímpicos. Entre eles, os campeões olímpicos Anthony Joshua (Londres 2012), Oscar de la Hoya (Barcelona 1992), Sugar Ray Leonard (Montreal 1976), George Foreman (Cidade do México 1968), Joe Frazier (Tóquio 1964) e Muhammad Ali (Roma 1960). que se enfrentam em um sistema de elimi- nação direta (primeira fase, oitavas de final, quartas de final, semifinais e final). Os dois derrotados nas semifinais conquistam uma medalha de bronze. Cada luta tem três rounds de três minu- tos e termina com um nocaute (quando um dos lutadores não tem mais condições de continuar a luta), por decisão do árbitro central, por abandono ou por pontos, atri- buídos por juízes de acordo com a partici- pação dos lutadores em cada round. De 24 de julho a 8 de agosto, com finais a partir do dia 3 Estados Unidos Cuba Grã-Bretanha Itália União Soviética QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 50 37 18 15 14 24 19 13 15 19 40 17 25 17 18 114 73 56 47 51 1 3 2 4 5 DATAS 1 1 3 5 https://www.youtube.com/watch?v=rNO0ugpYF5Y https://www.youtube.com/watch?v=rNO0ugpYF5Y 16 CANOAGEM SLALOM O programa olímpico da modalidade possui quatro categorias: canoa individual (C1) masculino e feminino e caiaque indivi- dual (K1) masculino e feminino. Na canoa, as remadas são feitas apenas de um lado (que pode ser alternado), enquanto no caia- que os remos possuem duas pás. Os canoístas fazem o percurso de 200m de extensão um de cada vez e devem atra- vessar portões ao longo da descida, indi- cados por um par de hastes presas acima do nível da água. Os portões verdes devem ser atravessados no sentido da correnteza As provas masculinas da canoagem slalom devem mais uma vez ser dominadas por países europeus, que conquistaram 45 das 48 medalhas disputadas até hoje. Matej Benus (Eslováquia), campeão da Copa do Mundo de 2019 (a última dispu- tada em sua totalidade), e Benjamin Savsek (Eslovênia), bronze nas duas etapas de Copa do Mundo já realizadas em 2021, são os favoritos no C1. Já no K1, Jiri Prskavec (República Checa), campeão mundial e da Copa do Mundo em 2019 e bronze no Rio 2016, é o favorito, tendo como principal adversário Peter Kauzer (Eslovênia), prata no Rio 2016. - Benjamin Boukpeti, do Togo, conquis- tou em Pequim 2008 a única medalha de um país africano na canoagem slalom, o bronze no K1 masculino. Essa medalha é também a única da história do Togo nos Jogos Olímpicos. Competições de slalom (ziguezague entre obstáculos) na canoa- gem começaram a ser realizadas em 1933, na Suíça. Inspiradas pelo esqui alpino, inicialmente aconteciam em águas tranquilas, como lagos e rios com pouca correnteza, mas logo migraram para águas bravas (com correnteza). A partir da década de 1960, percursos arti- ficiais começaram a ser construídos. As embarcações, antes fei- tas de madeira ou alumínio, passaram a ser fabricadas com fibra de vidro e, mais recentemente, fibra de carbono, reduzindo seu peso. A primeira aparição da canoagem slalom em Jogos Olímpicos ocorreu em Munique 1972, já em uma instalação artificial, constru- ída para os Jogos. Retirada do programa na edição seguinte, voltou apenas em Barcelona 1992, sendo disputada em todas as edições desde então. O programa da modalidade foi o mesmo de 1972 até 2016, tendo sido alterado pela primeira vez em Tóquio 2020, quando o C2 masculino foi substituído pelo C1 feminino, fazendo a modali- dade atingir equidade de gênero. A única edição a utilizar uma instalação natural para a canoa- gem slalom nos Jogos foi Atlanta 1996, quando os eventos acontece- ram no Rio Ocoee, embora tenham sido feitas diversas intervenções no curso d’água. Houve discussões sobre a realização dos eventos do Rio 2016 no Canal da Hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, Paraná, pois é um local já recebia competições da modalidade. No entanto, a possibilidade foi descartada ainda em 2013 e um canal artificial foi construído no Parque Olímpico de Deodoro, sendo uma das instalações a sofrer com a falta de legado após os Jogos. Leonardo Selbach foi o primeiro brasileiro a competir na cano- agem slalom nos Jogos, em Barcelona 1992 e Atlanta 1996. Desde então, o país só não esteve representado em Atenas 2004. O melhor resultado brasileiro na modalidade veio no Rio 2016, com o sexto lugar de Pepê Gonçalves no K1 masculino. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUESE FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Ana Sátila (Brasil) vai para seus segundos Jogos Olímpicos com ainda mais chances de medalha As provas femininas, por outro lado, têm fortes candidatas de outros continentes. Ana Sátila (Brasil) e Jessica Fox (Austrália), por exemplo, disputarão tanto o K1 quanto o C1, que estreia nos Jogos. Fox tem sete títulos mundiais individu- ais (quatro no C1 e três no K1), uma prata e um bronze olímpicos e venceu a Copa do Mundo de 2019 nas duas provas, o que a credencia como principal favorita a ambas. Sátila, por sua vez, ficou em segundo e quarto na Copa de 2019 e venceu as duas etapas da Copa realizadas em 2020. Mallory Franklin (Grã-Bretanha) e Tereza Fiserova (República Checa) também são candidatas. - Tony Estanguet (França) conquistou três ouros no C1 masculino em Sydney 2000, Atenas 2004 e Londres 2012. Já aposen- tado, Estanguet é hoje membro do Comitê Olímpico Internacional e presidente do Comitê Organizador dos Jogos de Paris 2024. (seja de frente, de lado ou de costas) e os vermelhos devem ser cruzados contra a correnteza. Perder um portão, encostar com o corpo, o barco ou o remo em um portão ou cruzá-lo na direção errada acar- retam punições (acréscimo no tempo final de dois a cinquenta segundos, dependendo da infração). Os eventos são disputados em três fases. Nas eliminatórias, cada atleta faz duas descidas e vale o melhor tempo. Nas semifinais e na final, cada atleta tem direito a apenas uma descida. De 25 a 30 de julho, com finais nos dias 26, 27, 29 e 30 Eslováquia França Alemanha Alemanha Oriental Grã-Bretanha QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 8 7 4 4 2 3 3 2 0 6 3 8 5 1 1 14 18 11 5 9 1 3 2 4 5 DATAS 0 0 0 0 17 CANOAGEM VELOCIDADE A canoagem velocidade é disputada em caiaques e em canoas. Em ambos os bar- cos, os atletas remam de frente para a linha de chegada (ao contrário do remo, em que os competidores ficam de costas). Doze eventos estão no programa dos Jogos de Tóquio, identificados pela letra C (canoa) ou K (caiaque) e por um número que indica a quantidade de atletas (1 para pro- vas individuais, 2 para duplas e 4 para quar- tetos). São oito eventos para caiaques (K1 Isaquías Queiroz (Brasil) é um dos prin- cipais favoritos nas provas masculinas de canoa (C1 1.000m e C2 1.000m, na qual competirá ao lado de Jacky Godmann). Prata nas duas provas no Rio 2016 e ouro e bronze (respectivamente) no Mundial de 2019, Isaquías terá como principais adver- sários Sebastian Brendel (Alemanha), cam- peão olímpico nas duas provas no Rio 2016, e a dupla Liu Hao e Wang Hao (China), cam- peã mundial no C2. No caiaque masculino, Liam Heath (Grã- Bretanha) é o atual campeão olímpico e mundial no K1 200m, enquanto Alemanha e Espanha são as favoritas no K2 1.000m e no K4 500m. Josef Dostal (República Checa), - Isaquías Queiroz tornou-se, no Rio 2016, o primeiro atleta brasileiro (de qualquer esporte) a conquistar três medalhas em uma mesma edição de Jogos Olímpicos (prata no C1 1.000m e no C2 1.000m, ao lado de Erlon Souza, e bronze no C1 200m). - Birgit Fischer-Schmidt é a maior canoísta Há muitos séculos os barcos são utilizados como meio de trans- porte, mas a canoagem como esporte começou a se desenvolver apenas no século XIX. O primeiro clube de canoagem foi fundado em Londres em 1866 e, cinco anos depois, o esporte chegou aos Estados Unidos. Em 1924 foi formada a primeira associação interna- cional do esporte, que em 1946 se tornaria a Federação Internacional de Canoagem. Hoje em dia, essa federação administra mais de dez modalidades, incluindo a canoagem slalom, a canoagem velocidade, o caiaque polo, o barco dragão e a canoagem estilo livre, mas apenas as duas primeiras fazem parte dos Jogos Olímpicos. Após ser um esporte de demonstração em Paris 1924, a primeira participação oficial da canoagem velocidade nos Jogos ocorreu em Berlim 1936, com nove eventos, todos masculinos. Desde então, as principais alterações no programa masculino foram a retirada das provas de 10.000m, disputadas pela última vez em Melbourne 1956, e a inclusão de provas de 200m a partir de Londres 2012. As mulheres começaram a competir na modalidade em Londres 1948, e o número de provas femininas apenas cresceu, até o atingi- mento da equidade de gênero em Tóquio 2020, quando serão disputa- das seis provas para cada gênero, com distâncias variando de 200m a 1.000m e para um, dois ou quatro canoístas por barco. As diferenças entre caiaque e canoa vão desde a estrutura do barco até a forma de remar. Os caiaques são barcos fechados, com um cockpit em que os atletas entram e competem sentados utili- zando remos com duas pás. Já as canoas são barcos abertos, sem cockpit, em que os atletas competem com um dos joelhos tocando o piso do barco e utilizando remos com apenas uma pá. O Brasil começou a disputar a canoagem velocidade em Barcelona 1992, com três atletas, entre eles Sebastián Cuattrin, que represen- tou o país em quatro edições. Todas as medalhas do país na moda- lidade foram conquistadas por Isaquías Queiroz no Rio 2016: duas pratas (uma delas ao lado de Erlon Souza) e um bronze. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Isaquías Queiroz (Brasil) tem três medalhas olímpicas e é o atual campeão mundial do C1 1.000m prata no Mundial e no Rio 2016, tentará seu primeiro ouro olímpico no K1 1.000m. O principal nome das provas femini- nas do caiaque é Lisa Carrington (Nova Zelândia), dona de três medalhas olímpi- cas e dez títulos mundiais, sendo sete no K1 200m. A Hungria, que venceu três das quatro provas femininas no Rio 2016, é a atual campeã mundial do K4 500m, e terá concorrência de Alemanha e Belarus. A canoa feminina, que estreia em Jogos Olímpicos, tem como destaques a jovem Nevin Harrison (Estados Unidos), campeã mundial no C1 200m aos 17 anos em 2019, e Sun Mengya e Xu Shixiao (China), cam- peãs mundiais no C2 500m. da história, com doze medalhas olímpicas, sendo oito ouros e quatro pratas conquis- tadas entre Moscou 1980 (quando ainda representava a Alemanha Oriental) e Atenas 2004 (representando a Alemanha). Fischer- Schmidt também é a campeã olímpica mais jovem e a mais velha da modalidade. 200m, K1 1.000m, K2 1.000m e K4 500m masculino, K1 200m, K1 500m, K2 500m e K4 500m feminino) e quatro para canoas (C1 1.000m e C2 1.000m masculino, C1 200m e C2 500m feminino). Em cada evento, são disputadas elimina- tórias (com os melhores avançando direto para as semifinais), quartas de final (que funcionam como uma repescagem), semifi- nais e finais A (valendo medalhas) e B (deci- dindo da nona à 16ª posições). De 2 a 7 de agosto, com finais nos dias 3, 5 e 7 Alemanha União Soviética Hungria Suécia Alemanha Oriental QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 30 28 24 11 10 19 13 26 9 7 13 8 24 3 8 62 49 74 23 25 1 3 2 4 5 DATAS 0 2 1 3 18 CARATÊ O caratê olímpico será disputado em duas modalidades: kata e kumite. Kata é uma demonstração de técnica, com movimentos pré-definidos e julga- dos por critérios como velocidade, força, foco, equilíbrio e ritmo. Existem aproxima- damente 100 movimentos que podem ser escolhidos pelo carateca para sua apresen- tação, que dura de três a quatro minutos. Cada movimento recebe uma nota de cinco a dez fracionada em dois décimos (5,0-5,2-5,4 etc.) para performance técnica (que vale 70% da nota total) e outra nota da mesma escala para performance atlética (que vale 30% da nota total). Sete juízes dão notas e as duas maiores e as duas menores são descartadas. Na fase eliminatória, os caratecas são divididos em dois grupos e se apresentam duas vezes cada. Os três melhores avan- çam para a fase seguinte. Na segunda fase, os seis atletas são novamente divididos em dois grupos e realizammais uma apresen- tação. O melhor de cada grupo avança para a disputa da medalha de ouro. O segundo de um grupo enfrenta o terceiro do outro grupo em cada uma das duas decisões do bronze. Nas decisões das medalhas, cada atleta se apresenta separadamente e os juí- zes decidem o vencedor. Kumite é a modalidade de combate do A reduzida quantidade de atletas (dez ou onze em cada evento) fez com que diver- sos medalhistas do último Campeonato Mundial não se classificassem para os Jogos, como Vinícius Figueira (Brasil), prata no kumite até 67kg masculino, e Dorota Banaszczyk (Polônia), ouro no kumite até 55kg feminino. Os rankings mundiais do kata são lide- rados por atletas da Espanha (Damián Quintero e Sandra Sanchez), seguidos por dois do Japão (Kiyuna Ryo e Shimizu Kiyou). No kumite, as cinco categorias do cam- peonato mundial são resumidas em três nos Jogos. Entre os homens, o japonês - O Campeonato Mundial de Caratê é reali- zado desde 1970 e 70 países já conquista- ram medalhas. A história do caratê não é muito bem documentada, mas acredita- -se que ele tenha surgido nas ilhas de Okinawa (Japão), influenciado por artes marciais chinesas, especialmente o kung fu. Seu nome sig- nifica “mãos vazias”, numa referência ao combate sem uso de armas. O caratê foi levado para Tóquio em 1922 por Funakoshi Gichin, considerado o fundador do esporte moderno. A partir da década de 1960 o caratê se espalhou pelo mundo, sendo incluído em 1981 nos Jogos Mundiais, evento que reúne esportes não olímpicos, e reco- nhecido pelo Comitê Olímpico Internacional em 1999. Sua inclusão no programa olímpico chegou a ser considerada em outras ocasiões, mas a necessária maioria dos votos do COI nunca foi atingida. Para 2020, o esporte foi incluído em virtude da mudança das regras da entidade, que permitiu ao comitê organizador de cada edição dos Jogos sugerir novos esportes. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Shimizu Kiyou (Japão) é bicampeã mundial, bicampeã dos Jogos Asiáticos e campeã dos Jogos Mundiais no kata feminino mais bem posicionado no ranking é Agara Ryutaro, bicampeão dos Jogos Asiáticos até 84kg (e que competirá em Tóquio na categoria acima de 75kg). Atletas de Irã e Cazaquistão também possuem boas chan- ces nas três categorias. No feminino, atletas da Turquia estão entre as favoritas nas três categorias. Serap Ozcelik é a líder do ranking mundial até 50kg, mas perdeu a final do Mundial de 2018 para Miyahara Miho (Japão). Ambas competirão em Tóquio na categoria até 55kg. Turquia e Japão, inclusive, serão os únicos países com representantes em todas as categorias femininas. - Estima-se que o caratê tenha mais de 100 milhões de praticantes em todo o mundo. caratê. Os atletas se enfrentam por três minutos em uma área de 8x8m utilizando técnicas de soco e chute e aquele que obti- ver mais pontos vence. Em Tóquio, serão três categorias masculinas (até 67kg, até 75kg e acima de 75kg) e três femininas (até 55kg, até 61kg e acima de 61kg). As pontuações são concedidas quando a técnica é aplicada de forma correta, com atitude, vigor, consciência, bom timing e a uma distância correta. Existem três pontu- ações possíveis: o ippon vale três pontos e é marcado em chutes na cabeça ou pes- coço ou técnicas que resultem em queda do adversário; o waza-ari vale dois pontos e é marcado em chutes no tórax ou nas cos- tas; o yuko vale um ponto é marcado em golpes realizados com as mãos em qual- quer região válida. Na primeira fase, os caratecas são divi- didos em dois grupos e enfrentam todos os adversários de seu grupo, sendo classifica- dos de acordo com os resultados das lutas (dois pontos por vitória e um ponto por empate). Os dois primeiros de cada grupo avançam para as semifinais, em que o ven- cedor de cada grupo enfrenta o segundo colocado do grupo oposto. Os vencedores das semifinais decidem a medalha de ouro e os dois perdedores recebem uma meda- lha de bronze cada. Dias 5, 6 e 7 de agosto, com finais todos os dias DATAS HISTÓRICO DO BRASIL Modalidade nova Modalidade nova QUADRO DE MEDALHAS 19 CICLISMO BMX O programa do ciclismo BMX tem duas provas, a corrida e o park. A corrida é dividida em três fases. Nas duas primeiras (quartas de final e semifi- nais), os atletas são divididos em grupos (quatro grupos de seis nas quartas de final e dois grupos de oito nas semifinais) e dis- putam três baterias. Em cada bateria, os ciclistas recebem pontos de acordo com a posição em que cruzaram a linha de chegada (um ponto para o primeiro, dois pontos para o segundo etc.). Os quatro atletas de cada grupo com menos pontos após as três baterias avan- çam para a fase seguinte. A final, por outro lado, é disputada em apenas uma bateria. A largada de cada bateria acontece no alto de uma rampa com oito metros Na corrida, os campeões olímpicos no Rio 2016 Connor Fields (Estados Unidos) e Mariana Pajon (Colômbia) tentarão defen- der seus títulos em Tóquio, porém com graus de favoritismo bem diferentes. Pajon vai em busca do seu terceiro ouro olímpico após se recuperar de uma lesão no joelho em 2019, e é favorita absoluta na disputa feminina, tendo como princi- pais rivais as campeãs mundiais de 2017 e 2019 Alise Willoughby (Estados Unidos) e de 2018 Laura Smulders (Países Baixos). Já Fields terá fortes rivais para superar, como o líder do ranking mundial Sylvain - Maris Strombergs (Letônia) e Mariana Pajon (Colômbia) são os únicos atletas do ciclismo BMX com duas medalhas olímpi- cas. Ambos conquistaram dois ouros. O ciclismo BMX surgiu nos Estados Unidos na década de 1960, praticado por crianças e adolescentes entusiastas do motocross, mas que não possuíam habilitação para pilotar motocicletas (a sigla BMX significa bike motocross). O primeiro campeonato mun- dial aconteceu em 1982, mas apenas em 1996 a modalidade recebeu reconhecimento integral da União Ciclística Internacional. Assim como o motocross, o BMX é disputado em uma pista de terra em formato de serpentina (geralmente com quatro retas e três curvas) e cheia de obstáculos, como saltos duplos (duas elevações na pista) e triplos (três elevações), mesas (elevação de comprimento estendido) e costelas (sequência de elevações percorridas com a bicicleta no chão, já que não é possível saltá-las). Como o contato entre os atletas é muito comum durante as corridas, é obrigatório o uso de capacete, luvas, óculos, joelheiras, cotoveleiras e roupa de proteção com mangas longas. A primeira aparição da modalidade no programa olímpico ocor- reu em Pequim 2008, com as provas de corrida masculina e feminina. Em Tóquio 2020, duas novas provas foram incluídas no programa: park masculino e park feminino. Nessa competição, similar ao skate, cada ciclista compete individualmente fazendo manobras em obstá- culos como corrimãos, paredes e caixas e são avaliados por juízes, vencendo o atleta com a melhor nota. O Brasil tem participação tímida no ciclismo BMX. Renato Rezende disputou a prova masculina em 2012 e 2016 e Squel Stein e Priscilla Stevaux representaram o país na prova feminina em 2012 e 2016, respectivamente. Os três atletas foram eliminados na primeira fase eliminatória. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Mariana Pajon (Colômbia) é conhecida como Rainha do BMX e tentará em Tóquio seu terceiro ouro olímpico Andre (França) e o campeão mundial de 2019 Twan van Gendt (Países Baixos). No park masculino, o líder do ranking da UCI e campeão mundial em 2021 Logan Martin (Austrália) terá como principais adversários os estadunidenses Daniel Sandoval e Nick Bruce. Nakamura Rim (Japão), competindo em casa, pode surpre- ender na disputa das medalhas. Hannah Roberts (Estados Unidos), tam- bém líder do ranking e campeã mundial, é afavorita no park feminino. Nikita Ducarroz (Suíça) e Charlotte Worthington (Grã- Bretanha) são suas principais adversárias. - Hannah Roberts (Estados Unidos) foi a pri- meira mulher a completar um 360 tailwhip em uma competição de BMX park. de altura e 30 graus de inclinação. Cada ciclista escolhe sua posição na largada, com os mais bem ranqueados na fase ante- rior tendo prioridade na escolha. O park será disputado por apenas nove atletas de cada gênero. Em cada etapa, cada atleta tem 60 segundos para executar manobras em uma pista com obstáculos. Entre as principais manobras estão os backflips (saltos mortais para trás), os tailwhips (giro completo do quadro da bici- cleta em torno do guidão), os barspins (giro completo do guidão) e o superman (quando o ciclista mantém contato com a bicicleta apenas com as mãos e “voa” na horizontal). Cada performance é avaliada por juízes e a pior pontuação entre as duas tentativas é descartada. De 29 de julho a 1 de agosto, com finais nos dias 30 e 1 Colômbia Letônia Estados Unidos França Países Baixos QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 2 2 1 1 0 0 0 2 1 1 2 0 2 0 1 4 2 5 2 2 1 3 2 4 5 DATAS 0 0 0 0 https://youtu.be/fM8R91CXL68?t=25 https://youtu.be/fM8R91CXL68?t=25 https://youtu.be/fM8R91CXL68?t=25 20 CICLISMO DE ESTRADA Nas provas de estrada, todos os atletas largam juntos e quem cruzar a linha de che- gada primeiro vence. O percurso da prova é desenhado de modo a alternar trechos pla- nos, aclives e declives. Já no contrarrelógio, os atletas largam um de cada vez, em intervalos de 90 segun- dos, e percorrem um circuito mais curto. Ao final da prova, aquele que tiver completado o percurso no menor tempo vence. Geralmente, as provas do ciclismo de estrada são disputadas de ponto a ponto (largada em local diferente da che- gada) com um longo circuito no meio, em Itália e Países Baixos, os maiores meda- lhistas da modalidade na história olímpica, serão os únicos a terem delegação completa em Tóquio (cinco homens e quatro mulheres). Entre os homens, no entanto, os favori- tos vêm de outros países. A grande eleva- ção do circuito favorece especialistas em montanha como Tadej Pogacar e Primoz Roglic (ambos da Eslovênia) e o cam- peão do Giro d’Italia de 2021 Egan Bernal (Colômbia). Peter Sagan (Eslováquia), tri- campeão mundial da prova de estrada, e Alejandro Valverde (Espanha) também estão entre os favoritos. No contrarrelógio, o atual campeão mundial Filippo Ganna (Itália) é o princi- pal favorito, mas terá a concorrência de Wout van Aert (Bélgica), vice-campeão - Apesar de o ciclismo de estrada ser domi- nado por países europeus, atletas dos cinco continentes já conquistaram meda- lhas de ouro: são cinco para os Estados Unidos (América), dois para a Austrália (Oceania) e um para Cazaquistão (Ásia) e África do Sul (África). - Alexander Vinokourov (Cazaquistão) é o As bicicletas foram inventadas no século XVIII e desde então são utilizadas como meio de transporte. Os primeiros modelos tinham a roda dianteira muito maior que a traseira, o que dificultava o con- trole. Em 1885 surgiram as primeiras bicicletas com correntes e mar- chas, possibilitando que as rodas passassem a ter o mesmo tamanho e estimulando o crescimento das competições esportivas envol- vendo o veículo. O ciclismo de estrada esteve presente na primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas 1896, com a prova de estrada mascu- lina, mas ficou ausente do programa pelas três edições seguintes, retornando apenas em Estocolmo 1912. Desde então, são sempre duas provas masculinas no programa, mas houve algumas substituições ao longo da história: entre 1912 e Los Angeles 1932 as duas provas foram contrarrelógio (individual e por equipes). Entre Berlim 1936 e Melbourne 1956, ambas foram tro- cadas por provas de estrada. Entre Roma 1960 e Barcelona 1992 a estrada por equipes deu lugar ao contrarrelógio por equipes. Desde Atlanta 1996, apenas provas individuais são disputadas. As mulheres participaram da modalidade pela primeira vez em Los Angeles 1984, com a prova de estrada. Em 1996, o contrarrelógio foi incluído e a modalidade passou a ter a configuração atual, com duas provas para cada gênero. No entanto, ainda há uma grande dife- rença na quantidade de atletas classificados: em Tóquio serão 130 homens e 67 mulheres na modalidade. Apenas em Paris 2024 a equi- dade de gênero será atingida. O Brasil estreou no ciclismo de estrada olímpico em Berlim 1936, mas só voltou a participar da modalidade em Munique 1972. Desde Moscou 1980 está presente em todas as edições, mas sempre com resultados modestos. O melhor desempenho do país foi o sétimo lugar de Flávia Oliveira na prova de estrada feminina do Rio 2016. REGRAS BÁSICAS E FORMATO DA COMPETIÇÃO DESTAQUES E FAVORITOS FATOS E CURIOSIDADES Anna van der Breggen (Países Baixos) é a atual campeã olímpica da estrada feminina mundial tanto da prova de estrada quanto do contrarrelógio, e dos britânicos Tao Geoghegan Hart, campeão do Giro d’Italia de 2020, e Geraint Thomas, campeão do Tour de France de 2018. No feminino, a equipe dos Países Baixos tem larga vantagem. Marianne Vos é tricam- peã mundial e venceu a prova de estrada em Londres 2012. Anna van der Breggen é a atual campeã olímpica da estrada e tam- bém tem três títulos mundiais, sendo um no contrarrelógio. Annemiek van Vleuten tem dois títulos mundiais no contrarrelógio e um na estrada. Amanda Spratt (Austrália), prata no Mundial de 2018, e Elisa Longo Borghini (Itália), bronze no Rio 2016, são as princi- pais desafiantes das neerlandesas. único atleta a conquistar duas medalhas na prova de estrada, prata em Sydney 2000 e ouro em Londres 2012. - A prova de estrada masculina é a mais longa disputa contínua de medalha de ouro no programa olímpico, com duração supe- rior a seis horas sem nenhum intervalo. que são disputadas algumas voltas. Em Tóquio, no entanto, a configuração será diferente: a largada acontecerá no Parque Musashinonomori e os atletas seguirão em comboio por 10,1km até chegarem ao qui- lômetro zero da prova, de onde seguem em direção ao Autódromo de Fuji, local da chegada. A prova masculina terá 234km de extensão e passará próximo ao Monte Fuji, enquanto a prova feminina terá 137km de extensão. Ambos os contrarrelógios acon- tecerão na região do autódromo, em um circuito de 22,1km (os homens farão duas voltas e as mulheres, uma). 24 e 25 de julho (provas de estrada) e 28 de julho (contrarrelógio) Itália Países Baixos França Estados Unidos União Soviética QUADRO DE MEDALHAS HISTÓRICO DO BRASIL 9 9 8 5 5 7 3 4 4 0 3 2 6 4 3 19 14 18 13 8 1 3 2 4 5 DATAS 0 0 0 0 https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020-road-race-men-official-course-map.pdf https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020-road-race-men-official-course-map.pdf https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020-road-race-women-official-course-map.pdf https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020-road-race-women-official-course-map.pdf https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020---men-individual-time-trial.pdf https://www.uci.org/docs/default-source/official-documents/tokyo-2020---olympic-games/tokyo-2020---men-individual-time-trial.pdf 21 CICLISMO DE PISTA As bicicletas utilizadas no ciclismo de pista possuem marcha única, pneus com maior pressão, rodas fechadas e não pos- suem freio. Seis provas para cada gênero estão no programa: - Keirin: os ciclistas pedalam 1,5km em gru- pos de seis, inicialmente com velocidade controlada por uma bicicleta motorizada que vai gradualmente