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Gestao-Escolar-Fasciculo-11

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gestãoescolar
11
FASCÍCULO
CURSO
DESAFIO DA EDUCAÇÃO NO SÉCULO XXI
Gestão financeira 
e patrimonial na escola
José Cavalcante Arnaud 
2 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
Copyright © 2016 by Fundação Demócrito Rocha
FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR)
Presidência
João Dummar Neto
Direção Geral
Marcos Tardin
UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE (UANE)
Coordenação Geral
Ana Paula Costa Salmin
INSTITUTO ALBANISA SARASATE (IAS) 
Direção Geral
Cliff Villar
CURSO GESTÃO ESCOLAR
Concepção e Coordenação Geral
Cliff Villar
Coordenação de Conteúdo
Lucidalva Bacelar
Coordenação Pedagógica
Ana Paula Costa Salmin
Edição de Design
Amaurício Cortez
Editoração Eletrônica
Antônia Maria Coutinho 
Welton Travassos
Revisão de Texto
Daniela Nogueira
Ilustrações
Rafael Limaverde
Catalogação na Fonte
Kelly Pereira
Produção Executiva de Projetos Especiais
Lucíola Vitorino 
Rebeca Sousa
Este fascículo é parte integrante do Curso Gestão Escolar composto por 12 fascículos 
oferecido pela Universidade Aberta do Nordeste (Uane), em decorrência do contrato 
celebrado entre as prefeituras municipais de Camocim, Fortaleza, Itapipoca, São Gonçalo 
do Amarante e Tauá e a Fundação Demócrito Rocha (FDR), sob no. 2016.05.10.001, 89/2016, 
16.06.05/DP, 2016.05.20.001 e 1808.01/2016, respectivamente.
OBJETIVOS
 Discorrer sobre os fundamentos 
do financiamento da educação 
básica e a legislação que o 
regulamenta.
 Apresentar os programas de 
descentralização dos recursos 
financeiros para a escola.
 Compreender os pressupostos 
básicos quanto à aplicação eficaz 
dos recursos financeiros no 
contexto escolar.
 Detalhar os fundamentos da gestão 
de materiais e patrimônio.
 Entender a importância da gestão 
financeira e patrimonial com foco 
na aprendizagem do aluno.
Todos os direitos desta edição reservados a:
Fundação Demócrito Rocha
Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora 
Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
fundacaodemocritorocha.com.br 
fundacao@fdr.com.br
C939 Curso gestão Escolar: desafio da educação no século XXI / coordenação, Cliff Villar; 
ilustração, Rafael Limaverde. – Fortaleza: Edições Demócrito Rocha/UANE/Instituto 
Albanisa Sarasate, 2016.
 288p. il. color; (Curso em 12 Fascículos)
 
 ISBN 978-85-7529-739-1
 
 1. Curso – Gestão escolar I. Villar, Cliff. Rafael. II. Limaverde, Rafael. III. Título
 
 CDU 37.014.63(813.1)
CURSO gestãoescolar 3
SUMÁRIO
1. Introdução ..............................................................................................................................................4
2. O Financiamento da Educação Básica e a Legislação que o Regulamenta .......................................4
2.1 O Direito à Educação..................................................................................................................4
2.2 O Financiamento da Educação Básica e a Legislação que o ampara............. ............................5
2.3 Fundeb – EC 53/2006 e Lei 11.494/07........................................................... ..............................6
2.4 Fundo Municipal de Educação (FME) .............................................................. ..........................8
2.5 Salário Educação.............................................................................................. .........................9
2.6 Resumo da Disponibilidade de Recursos Financeiros da Secretaria Municipal da Educação.....9
2.7 Plano Nacional de Educação (PNE) .........................................................................................10
3. Os Programas de Descentralização dos Recursos Financeiros para a Escola .................................11
3.1 Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae)....................................... ..........................11
3.2 Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e Programa 
Caminho da Escola....................... ..............................................................................................12
3.3 Programa Brasil Carinhoso............................................................................... .......................13
3.4 Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE)................................................... .........................13
3.5 Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) .......................................................................... 14
3.6 Programa Nacional Biblioteca na Escola (PNBE) ..................................................................... 15
3.7 Transferências Voluntárias....................................................................................................... 15
3.8 Controle Social.................................................................................................. ......................15
3.9 Prestação de Contas......................................................................................... .......................16
4. Aplicação eficaz dos recursos financeiros no contexto escolar ........................................................17
5. Fundamentos da gestão de materiais e patrimônio..................... ....................................................18
5.1 Organização, Gestão e Direção da Escola....................................................... .........................18
5.1.1 Organização................................................................................................... ......................18
5.1.2 Gestão............................................................................................................ ......................18
5.1.3 Direção........................................................................................................... ......................18
5.2 Gestão de Recursos Materiais e Patrimônio..................................................... ........................18
5.2.1 Fundamentação da Gestão de Recursos Materiais e Patrimônio.................. ........................19
5.2.2 Gestão de Recursos Materiais e Patrimoniais....................................... ................................19
5.2.3 Classificação de Recursos Materiais e Patrimônio................................... .............................19
5.2.4 Gestão de Materiais e Patrimônio............................................................. ............................20
5.2.4.1 Gestão de Estoque................................................................................ .....................................20
5.2.4.1.1 Compras.............................................................................................. ....................................20
5.2.4.1.2 Almoxarifado....................................................................................... ....................................20
5.2.4.2 Gestão Patrimonial................................................................................. ...................................21
5.3. A Gestão Financeira e Patrimonial com foco na aprendizagem do aluno ..................................21
Síntese do fascículo.......................................................................................................................... 22
Perfil do Autor ................................................................................................................................... 22
Referências Bibliográficas ............................................................................................................... 23
2.
O FINANCIAMENTO 
DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
E A LEGISLAÇÃO QUE 
O REGULAMENTA
2.1 O DIREITO À EDUCAÇÃO
O primeiro aspecto que precisamos enfocar 
antes de falarmos em financiamento da edu-
cação diz respeito ao que está contido no art. 
6º da Constituição Federal de 1988, quanto 
ao direito à educação. Esta prerrogativa ga-
rante que os indivíduos tenham acesso às 
ações e políticas sociais realizadas pela ad-
ministração pública, com base nos recursos 
1.
INTRODUÇÃO
Acreditamosque a educação pública em 
nosso país é o resultado de muitos esforços 
e do compromisso de todos os segmentos 
sociais envolvidos nesta luta. Orientar e cola-
borar na implementação de orientações junto 
às Secretarias Municipais da Educação, espe-
cialmente quanto ao financiamento da edu-
cação básica pública é o nosso compromisso 
pessoal e profissional, gerando conhecimento, 
sustentabilidade e fortalecendo relações.
A publicação deste fascículo objetiva 
orientar as Secretarias Municipais da Educa-
ção, seus gestores e colaboradores quanto ao 
financiamento da educação básica pública, 
sobretudo na condução de políticas públicas. 
A nossa formação acadêmica e experiência no 
exercício em vários cargos nos governos es-
tadual e municipal credenciam-nos a propor 
estas orientações. Os princípios da Adminis-
tração Pública norteiam os pressupostos e as 
diretrizes delineadas.
Esta é a nossa contribuição para superar 
desafios e avançar no desenvolvimento e na 
definição de políticas públicas educacionais 
que possibilitem oferecer educação com qua-
lidade social para todos.
Desejamos a todos muita determina-
ção e sucesso.
públicos oriundos dos impostos arrecada-
dos dos contribuintes.
O direito à educação se concretiza por 
meio da gratuidade e da obrigatoriedade de-
terminadas pelos mecanismos presentes na 
Constituição Federal e nas demais regras le-
gais fundamentadas na Carta Magna. Os dois 
princípios se referem ao número de anos e 
níveis de escolaridade garantidos a todos os 
cidadãos. No Brasil está presente no inciso I, 
do art. 208 da Constituição Federal, cuja alte-
ração ocorreu por meio da Emenda Constitu-
cional nº 59/2009.
Encontramos a primeira referência legal 
quanto ao direito à educação na Constitui-
ção Federal; no entanto, existem outras leis 
que buscam a fundamentação constitucional 
para ampliar os princípios, conceitos e deta-
lhes para a efetivação do direito à educação 
no nosso país. Depois da CF 88, as duas leis 
4 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
educação. Por meio da garantia do direito à 
educação, vamos ter acesso a diversos ou-
tros bens e serviços disponíveis na socieda-
de, dando-nos as condições necessárias para 
usufruir outros direitos constitucionais e o 
pleno exercício da cidadania.
Agora podemos solicitar que você faça um 
quadro comparativo do direito à educação 
na Constituição Federal, na Lei de Diretrizes e 
Bases da Educação Nacional e no Estatuto da 
Criança e do Adolescente.
2.2 O FINANCIAMENTO DA 
EDUCAÇÃO BÁSICA E A 
LEGISLAÇÃO QUE O AMPARA
Novamente partimos da Constituição Fede-
ral para identificar e fundamentar a discus-
são do tema. O financiamento da educação 
é tratado nos artigos 212, 213 e no art. 60 
(Fundeb) do Ato das Disposições Consti-
tucionais Transitórias (ADTC) da CF 88. 
Para nossa compreensão, devemos explicar 
os conceitos implícitos nos artigos 212 e 213. 
O art. 212 estipula a vinculação de recursos 
ao determinar um percentual para cada um 
dos entes da federação. O art. 213 possibili-
ta a transferência de recursos públicos para 
escolas privadas, com as condicionalida-
des determinadas. Já o art. 60 do ADTC cria 
uma subvinculação constitucional, portanto, 
estabelecendo percentual de comprometi-
mento dos Estados, Distrito Federal e Municí-
pios com a manutenção e o desenvolvimen-
to da educação básica e remuneração dos 
profissionais da educação.
CURIOSIDADE 
Na Lei nº 9.394/96 (LDB), o financiamen-
to da educação é detalhado no Título VII – 
Dos Recursos Financeiros, especificamente 
nos artigos 68 a 77. Sugerimos que você 
“Art. 6º São direitos sociais a edu-
cação, a saúde, a alimentação, o 
trabalho, a moradia, o transporte, 
o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e à 
infância, a assistência aos desampa-
rados, na forma desta Constituição.”
“Art. 208. O dever do Estado com a 
educação será efetivado mediante a 
garantia de:
I – educação básica obrigatória 
e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (de-
zessete) anos de idade, assegurada 
inclusive sua oferta gratuita para 
todos os que a ela não tiveram aces-
so na idade própria; (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 59, 
de 2009) (Vide Emenda Constitucio-
nal nº 59, de 2009).”.
SAIBA 
MAIS
“Art. 212. A União aplicará, anu-
almente, nunca menos de dezoito, 
e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios vinte e cinco por cento, no 
mínimo, da receita resultante de im-
postos, compreendida a proveniente 
de transferências, na manutenção e 
desenvolvimento do ensino.”
“Art. 213. Os recursos públicos se-
rão destinados às escolas públicas, 
podendo ser dirigidos a escolas co-
munitárias, confessionais ou filantró-
picas, definidas em lei, que:”
“Art. 60. Até o 14º (décimo quarto) 
ano a partir da promulgação desta 
Emenda Constitucional, os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios 
destinarão parte dos recursos a que 
se refere o caput do art. 212 da Cons-
tituição Federal à manutenção e de-
senvolvimento da educação básica e 
à remuneração condigna dos traba-
lhadores da educação, respeitadas 
as seguintes disposições: (Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 
53, de 2006). (Vide Emenda Constitu-
cional nº 53, de 2006)”
SAIBA 
MAIS
que definem com mais detalhes o direito à 
educação são a Lei nº 9.394, de 20 de de-
zembro de 1996 – Lei de Diretrizes e Ba-
ses da Educação Nacional (LDB) e a Lei nº 
8.069, de 13 de julho de 1990 – Estatuto 
da Criança e do Adolescente.
Como você pode ver, antes de entrar-
mos na discussão sobre financiamento da 
educação, é fundamental que conheçamos 
os nossos direitos, especialmente o direito à 
CURSO gestãoescolar 5
faça uma leitura dos referidos artigos da 
LDB, comparando-os à CF 88. Para facilitar 
o seu estudo, elencamos os temas e os arti-
gos correspondentes:
a) Fontes de recursos (art. 68);
b) Vinculação de recursos (art. 69, 70, 
71, 72 e 73);
c)Transferência de recursos públicos para 
a escola privada (art. 77).
Vamos agora detalhar os princípios ante-
riormente tratados.
Aplicação Mínima em Educação – O 
Princípio da Vinculação
Para o começo da nossa conversa, é funda-
mental a compreensão da Política de Vincu-
lação de Recursos Públicos para Educação. 
O que é vincular? 
“Ligar, prender com vínculos, impor 
obrigação, unir, atar uma coisa à ou-
tra.” <http://www.dicio.com.br/vincu-
lar/>. Acesso em: 27 de abril 2016.
Compreendido o significado de vincu-
lação, podemos agora ir adiante. Onde está 
determinada a obrigatoriedade da aplicação 
mínima de recursos públicos para educação? 
O art. 212 da Constituição Federal de 
1988 nos diz o seguinte:
“Art. 212. A União aplicará, anualmente, 
nunca menos de dezoito, e os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios vinte e 
cinco por cento, no mínimo, da receita 
resultante de impostos, compreendida e 
proveniente de transferências, na manu-
tenção e desenvolvimento do ensino.”
Na LDB existe também determinação 
para aplicação obrigatória de recursos 
na educação pública? 
Veja o que nos diz o art. 69 da Lei 9.394, 
de 20 de dezembro de 1996 (LDB):
“Art. 69. A União aplicará, anualmente, 
nunca menos de dezoito, e os Estados, 
o Distrito Federal e os Municípios, vinte 
e cinco por cento, ou o que consta nas 
respectivas Constituições ou Leis Or-
gânicas, da receita resultante de impos-
tos, compreendidas as transferências 
constitucionais, na manutenção e de-
senvolvimento do ensino público.”
Na art. 69 da LDB não consta mais a expres-
são “no mínimo”, do art. 212 da Constituição. 
No entanto, acrescentou-se: “o que consta nas 
respectivas Constituições ou Leis Orgâni-
cas”. O que este novo texto quer nos dizer? Que 
a obrigatoriedade de aplicação mínima dos 
25% continua; no entanto, os Estados e Municí-
pios podem superar este percentual, desde que 
conste na respectiva Constituição (Estado) ou 
Lei Orgânica (Município). Existem municípios 
que estabeleceram em suas Leis Orgânicas per-
centuais de 30% (trinta por cento).
Dessa forma, respondendo à nossa per-
guntasobre a obrigatoriedade de aplicação 
mínima em educação, a Constituição Fede-
ral no art. 212 e a LDB no art. 69 determi-
nam a aplicação mínima em educação.
2.3 FUNDEB – EC 53/2006 
E LEI 11.494/07
Fundo de Manutenção e Desenvolvimen-
to da Educação Básica e de Valorização 
dos Profissionais da Educação – Fundeb
Seguindo ainda o princípio da vinculação 
de recursos, o Fundeb criou uma subvincu-
lação constitucional, por meio da Emenda 
Constitucional nº 53, de 19 de dezembro de 
2006, regulamentada pela Lei nº 11.494, de 20 
de julho de 2007 (Lei do Fundeb).
Ressaltamos que o Fundeb não cria fon-
tes de recursos nem aumenta o montante 
de recursos financeiros. Na verdade, é im-
plementada uma subvinculação, distribui-
ção e ação complementar da União das 
transferências constitucionais, fundamen-
tada sobre três grandes eixos:
a) Mecanismo de distribuição dos 
20% subvinculados pelo critério de ma-
trículas de cada rede;
b) Subvinculação de 60% dos recursos 
gerados pelos alunos para pagamentos 
dos professores, proteção dos salários;
c) Transferência direta para contas 
específicas no Banco do Brasil e forma-
ção de Conselhos de Acompanhamento 
e Controle Social.
O que é o Fundeb?
É um fundo especial, de natureza 
contábil e de âmbito estadual (um fun-
do por estado e Distrito Federal, num 
total de vinte e sete fundos), forma-
do, na quase totalidade, por recursos 
Emenda Constitucional nº 53, de 
19 de dezembro de 2006
Dá nova redação aos arts. 7º, 23, 
30, 206, 208, 211 e 212 da Constitui-
ção Federal e ao art. 60 do Ato das 
Disposições Constitucionais Transi-
tórias.
Lei nº 11.494, de 20 de junho de 
2007.
Regulamenta o Fundo de Manu-
tenção e Desenvolvimento da Educa-
ção Básica e de Valorização dos Pro-
fissionais da Educação – FUNDEB, de 
que trata o art. 60 do Ato das Dispo-
sições Constitucionais transitórias; 
altera a Lei nº 10.195, de 14 de feve-
reiro de 2001; revoga dispositivos das 
Leis nº 9.424, de 24 de dezembro de 
1996, 10.880, de 9 de junho de 2004 e 
10.845, de 5 de março de 2004, e dá 
outras providências.
SAIBA 
MAIS
6 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
provenientes dos impostos e transfe-
rências dos estados, Distrito Federal e 
municípios, vinculados à educação por 
força do disposto no art. 212 da Cons-
tituição Federal. Além desses recur-
sos, ainda compõe o Fundeb, a título 
de complementação, uma parcela 
de recursos federais, sempre que, no 
âmbito de cada Estado, seu valor por 
aluno não alcançar o mínimo definido 
nacionalmente. Independentemente 
da origem, todo o recurso gerado é 
redistribuído para aplicação exclusiva 
na educação básica.
<http://www.fnde.gov.br/financia-
mento/fundeb/fundeb-apresentacao> 
Acesso: 27 de abril de 2016
Qual é a vigência do Fundeb?
A implantação do Fundeb começou em 
1º de janeiro de 2007, sendo concluída em 
2009. Neste período, as matrículas da educa-
ção infantil, EJA, modalidades e ensino médio 
foram, gradativamente, incluídas, até atingir o 
percentual máximo de 20% (vinte por cen-
to), para distribuição dos recursos para os 
estados, Distrito Federal e municípios. O pra-
zo de vigência do Fundeb foi estabelecido 
para o período de 2007-2020, portanto, 14 
(quatorze) anos.
Quais matrículas são consideradas?
Todas as matrículas presenciais da 
Educação Básica dos Estados, Distrito Fede-
ral e Municípios passaram a ser contempla-
das pelo Fundeb.
Como ocorreu a implantação do Fundeb?
O quadro seguir demonstra como ocorreu 
a implantação gradativa do Fundeb, com rela-
ção às matrículas e transferências de recursos.
É preciso compreender a lógica da Vin-
culação e da Subvinculação. Dessa for-
ma, devemos identificar as receitas que a 
Prefeitura recebe e que são destinadas a 
educação, conforme quadro:
O quadro apresentado indica quais im-
postos e transferências constitucionais que 
destinam 20% diretamente para conta do 
Fundeb. O valor específico para cada mu-
nicípio dependerá da estimativa da receita/
arrecadação e de coeficiente em função do 
número de alunos. O Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (Fundeb) 
publica, anualmente, a estimativa da recei-
ta e os valores respectivos. Os recursos de-
vem ser aplicados de acordo com a Lei do 
Fundeb (11.494/07), observando-se quanto 
à Manutenção e Desenvolvimento do Ensi-
no (MDE) o que determina o art. 70 da Lei 
9.394/96 (LDB).
 Diante do conteúdo apresentado, defi-
na VINCULAÇÃO e SUBVINCULAÇÃO.
SIGLA DESCRIÇÃO
FPM Fundo de Participação dos Municípios
FPE Fundo de Participação dos Estados
ITR Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural
ICMS Imposto sobre Circulaçao de Mercadorias e Prestação de Serviços
IPVA Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores
ITCMD Imposto de Transmissão de Causas Mortis e Doação
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
Descrição 2007 2008 2009 2010
Impostos presentes 16,66% 18,33% 20% 20%
Impostos novo 
(IPVA, ITR, ITCMD, 
novos)
2 bilhões 3 bilhões 4,5 bilhões 10%
Complementação da 
união
Ensino 
fundamental 
+ 1/3 das 
demais 
matrículas
Ensino 
fundamental 
+ 2/3 das 
demais 
matrículas
Toda 
Educação 
Básica
Toda 
Educação 
Básica
Fonte: Elaboração própria
FPM
FPE
ITR
ICMS
IPVA
ITCMD
IPI-Exportação
ICMS-Desoneração
Fundo Contábil Estadual
Conta do FUNDEB do 
Governo Estadual
Conta do FUNDEB do 
Município
CURSO gestãoescolar 7
sociais incidentes, sejam os profissionais 
efetivos, sejam os temporários.
Utilização dos recursos do Fundeb – 40%
O percentual de 40% será destinado à re-
muneração dos demais profissionais da edu-
cação, bem como o pagamento de despesas 
e investimentos, previstos no art. 70 da Lei 
9.394/96 (LDB). É vedada utilização dos recur-
sos do Fundeb para o pagamento de despe-
sas não consideradas como de Manutenção 
e Desenvolvimento do Ensino, conforme pre-
visto no Art. 71 da LDB.
Pesquise e descreva quais os cargos dos 
profissionais que podem ser remunerados 
com os recursos dos 60% e 40% do Fundeb. 
Utilize como exemplo o seu município.
Controle Social do Fundeb
O controle social do Fundeb é realizado 
pelo Conselho de Acompanhamento e Con-
trole Social do Fundeb (CACS), conforme 
previsto em Lei e instituído a nível federal, 
estadual e municipal.
Identifique no seu município qual a com-
posição do Conselho Social de Acompanha-
mento e Controle Social do Fundeb.
2.4 FUNDO MUNICIPAL 
DE EDUCAÇÃO (FME)
O Fundo Municipal de Educação (FME) é 
constituído de receitas próprias que devem 
ser calculadas e destinadas pela Prefeitura 
para a educação, presentes, em parte, no 
cálculo do Fundeb, conhecida como contra-
partida 5% (cinco por cento). Em resumo, 
o Fundeb retira, obrigatoriamente, 20% dos 
impostos e transferências constitucionais 
e os credita em conta aberta pelo próprio 
FNDE (chamada de conta-mãe do Fundeb). 
Eis o nosso primeiro cálculo:
Impostos presentes na base de cálculo 
da contrapartida dos 5%
As transferências e os impostos utilizados 
como base de cálculo para contrapartida dos 
5%: Fundo de Participação dos Municípios 
(FPM) Cota, Imposto sobre Propriedade 
Territorial Rural (ITR) Cota, Lei Comple-
Os recursos do Fundeb deverão ser 
utilizados no exercício financeiro em que 
forem creditados, em ações consideradas 
como de Manutenção e Desenvolvimento 
do Ensino (MDE) para a Educação Básica 
Pública, conforme determina o art. 70 da 
LDB (Lei nº 9.394/96).
Utilização dos recursos do Fundeb – 60%
Com relação à utilização dos recursos 
do Fundeb, no mínimo 60% (sessenta por 
cento) deverão ser destinados ao pagamen-
to da remuneração dos profissionais do 
magistério da educação básica em efetivo 
exercício na rede pública e dos encargos 
A Complementação da União
Além do percentual de 20% sobre os 
impostos e transferências, a União comple-
mentará os recursos do Fundeb sempre que, 
no âmbito de cada Estado e Distrito Federal, 
o valor médio ponderado por aluno não al-
cançar o mínimo definido nacionalmente. O 
valor da complementação de cada Estado/
Município é publicado pelo FNDE naPortaria 
que define a estimativa anual do Fundo.
Dessa forma, o montante dos recursos 
de cada Estado/Município é composto pelos 
20% calculados sobre os impostos e trans-
ferências da cesta do Fundeb, bem como 
a Complementação da União, quando for 
caso. O quadro abaixo ilustra como ocorre a 
subvinculação/destinação legal.
FUNDEB: 20%
FME: 5% 
(Contrapartida)
Art. 212 da CF: 
25% (mínimo)
CONTA DO FUNDEB (20%)
Aplicação 
60% - 
Fundeb 
Folha de 
Pagamento 
e Encargos 
Sociais
Aplicação 
40% - Fundeb 
Folha de 
Pagamento, 
Encargos 
Sociais e MDE
8 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
mentar – LC 87, Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS), 
ICMS-Desoneração, Imposto sobre Proprie-
dade de Veículos Automotores (IPVA).
Impostos próprios da Prefeitura pre-
sentes na base de cálculo dos 25%
O Fundo Municipal de Educação (FME) 
recebe também o crédito dos recursos que 
não estão presentes na cesta do Fundeb, cor-
respondente a 25% calculado sobre os se-
guintes impostos: IPTU, IR, ITBI e ISS, bem 
como os juros, multas e mora cobrados 
sobre o IPTU, ITBI, ISS, inclusive sobre a 
Dívida Ativa destes impostos. Como, en-
tão, se constitui o FME:
2.5 SALÁRIO EDUCAÇÃO
Art. 212 CF 88 e www.fnde.gov.br
Além do Fundeb e FME, a Secretaria 
de Educação conta com os recursos do 
SALÁRIO EDUCAÇÃO para manutenção 
e desenvolvimento do ensino. Trata-se de 
uma contribuição social recolhida de to-
das as empresas e entidades vinculadas ao 
Regime Geral da Previdência Social, cujo 
percentual sobre a folha de pagamento 
destas empresas corresponde a 2,5%.
A arrecadação é realizada pela Receita 
Federal do Brasil (RFB), cabendo ao FNDE re-
partir os recursos da seguinte forma:
a)90% em quotas estadual/municipal 
(2/3) e quota federal (1/3);
b)10% para serem utilizados pelo 
FNDE em programas e ações voltadas à 
educação básica.
A cota municipal é depositada, mensal-
mente, em conta aberta do FNDE em nome 
da Secretaria da Educação, com base no 
número de matrículas da educação básica 
de sua responsabilidade. Por meio do site 
do FNDE (www.fnde.gov.br), cada municí-
pio pode verificar a Quota do Salário Edu-
cação (QSE) creditada mensalmente.
UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DO SALÁ-
RIO EDUCAÇÃO
A utilização dos recursos do Salário Edu-
cação é direcionada a programas, projetos 
e ações voltadas para o financiamento da 
educação básica pública, inclusive com a 
educação especial. As despesas que serão 
custeadas com o Salário Educação devem 
estar enquadradas no art. 70 da LDB (Lei 
9.394/96), consideradas como de manuten-
ção e desenvolvimento do ensino.
 Com base no art. 70 da Lei de Diretrizes 
e Bases da Educação Nacional e consulta 
ao site www.fnde.gov.br, identifique quais 
as despesas que poderão ser pagas com re-
cursos do Salário Educação.
2.6 RESUMO DA 
DISPONIBILIDADE DE 
RECURSOS FINANCEIROS 
DA SECRETARIA MUNICIPAL 
DA EDUCAÇÃO
O quadro resumido apresenta aquilo de que 
a Secretaria da Educação dispõe de recursos 
financeiros para pagamento das despesas 
de pessoal, bem como das outras despesas 
fixas e variáveis. Após o pagamento dessas 
despesas, o saldo disponível é utilizado em 
investimentos, melhorias e desenvolvimento 
da educação, amparados nos aspectos le-
gais e de planejamento.
SIGLA DESCRIÇÃO
IPTU Imposto Predial e Territorial Urbano
IR Imposto de Renda
ITBI Imposto de Transmissão de Bens Móveis
ISS Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
5% 
(Contrapartida)
25%: IPTU, IR, ITBI, ISS, 
Dívida Ativa 
(juros, multa, mora)
FME
CURSO gestãoescolar 9
cursos públicos de forma eficiente impulsiona 
ganhos sociais. 
Quanto ao aspecto educacional, o rateio 
da cota parte dos municípios do ICMS está de-
finida conforme quadro.
ICMS Municipal – Lei Estadual 
de Rateio
Por meio da Lei Estadual 14.023/07 e De-
creto nº 29.306/80, o Governo do Estado do 
Ceará quebra o paradigma na distribuição do 
Imposto sobre circulação de mercadorias 
e prestação de serviços (ICMS), especial-
mente quanto à Educação Pública Municipal. 
No âmbito mais geral, a distribuição dos recur-
sos do ICMS recompensa os municípios pelo 
bom desempenho na Educação, Saúde e Meio 
Ambiente. Esta nova forma de distribuição 
contribui para o estabelecimento de parceria 
entre o Estado e os Municípios, pois enfoca as 
principais áreas sociais para garantir os avan-
ços necessários.
O esforço mais significativo em termos 
percentuais definidos na Lei está na educação 
pública municipal. Mesmo diante do avanço 
no número de matrículas da educação básica, 
especialmente no ensino fundamental, ainda 
há muito o que fazer nos aspectos relaciona-
dos à qualidade. 
À época da edição da Lei, a expectativa era 
de um cenário no qual os avanços percentuais 
dos indicadores sociais são maiores do que 
sua repercussão financeira. A utilização dos re-
 O Governo do Estado do Ceará, por meio 
da Secretaria da Educação (Seduc), conduziu 
o processo desde a edição da Lei, utilizando 
a sistemática já existente de avaliação exter-
na de larga escala, denominada Sistema de 
Avaliação Permanente da Educação Básica 
(Spaece) e Spaece Alfa, avaliando as compe-
tências e as habilidades dos alunos do Ensino 
Fundamental e Médio. Os resultados do nível 
de proficiência e frequência classificam os 
municípios, por meio do Índice de Qualidade 
de Educação (IQE), para distribuição das cotas 
partes, em função dos percentuais definidos 
na Lei 14.023/07. Além disso, os resultados for-
necem subsídios para orientação das políticas 
públicas educacionais.
Desde a implantação da Lei e o processo 
de avaliação e das sistemáticas correlatas, o 
Ceará avançou, significativamente, na quali-
dade da educação, fruto da parceria entre o 
Governo do Estado do Ceará e os Municípios. 
No período, vários programas apoiaram as 
ações para o sucesso alcançado – entre eles, 
o Programa Alfabetização na Idade Certa 
(Paic); Mais Paic, Prêmio Escola Nota Dez; e 
Luz do Saber. 
Sugerimos que você acesse o site da Se-
cretaria da Educação (Seduc), para conhecer 
cada um dos programas e sistema de avalia-
ção: www.seduc.ce.gov.br.
2.7 PLANO NACIONAL 
DE EDUCAÇÃO (PNE)
Lei 13.005, de 25 de junho de 2014 (Plano Na-
cional de Educação)
O Plano Nacional de Educação (PNE) 
instituído pela Lei nº 13.005, de 25 de ju-
nho de 2014, estabeleceu outra política de 
vinculação de recursos para a educação.
A Meta 20 do PNE prevê a ampliação do 
investimento em educação pública de forma 
a atingir, no mínimo, o patamar de 7% (sete 
por cento) do Produto Interno Bruto (PIB) 
do País no quinto ano de vigência desta Lei 
e, no mínimo, o equivalente a 10% (dez por 
cento) do PIB ao fim do decênio.
No dia 25 de junho de 2016 contamos 
dois anos desde a aprovação do PNE. No que 
diz respeito ao financiamento da educação, 
ainda não há perspectiva de recursos para 
atendimento das grandes demandas e atra-
O rateio da cota parte dos 
municípios no ICMS passa a ser 
efetuado do seguinte modo*.
• 18% em função dos resultados na educação.
• 8% baseado em índice de qualidade edu-
cacioinal dos alunos da 4ª série do EF;
• 12% baseado na avaliação de alfabetiza-
çao dos alunos da 2ª série do EF;
• 5% em função dos resultados na saúde;
• 2% em função dos resultados de meio 
ambiente.
75%
Valor
adicionado
25%
*Lei nº 14.023/07 e Decreto Nº 29.306/08
FUNDEB
FME
SALÁRIO EDUCAÇÃO
DISPONIBILIDADE DE 
RECURSOS FINANCEIROS DA 
SECRETARIA
10 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
sos históricos do nosso país. Ademais, o Brasil 
vive uma das suas piores crises econômicas e 
institucionais, inclusive com o Produto Interno 
Bruto (PIB) em queda livre. 
Outra alternativa propalada à época das 
discussões do PNE para financiar a educação 
pública foram os recursos do Fundo Social do 
Pré-Sal e royalties da exploração do petróleo. 
Todavia, essas alternativas nos parecem dis-
tantes da realidade, tendo em vista a crise fi-
nanceira do País.
Quem sabe o governo tome a iniciati-va de destinar parte dos recursos arreca-
dados com as contribuições do Programa 
de Integral Social (PIS)/Contribuição para 
Financiamento da Seguridade Social (Co-
fins), dos jogos das loterias sob a tutela da 
Caixa Econômica Federal, pois tais prerro-
gativas já estão previstas nos incisos IV e V 
do art. 69 da Lei 9.394/96 (LDB).
O Plano Municipal de Educação do seu 
município apresenta meta de sustentabilida-
de financeira? Qual o critério?
3. 
OS PROGRAMAS DE 
DESCENTRALIZAÇÃO 
DOS RECURSOS 
FINANCEIROS 
PARA A ESCOLA
3.1 PROGRAMA NACIONAL 
DE ALIMENTAÇÃO 
ESCOLAR (PNAE)
O Pnae atende aos alunos de toda a Educa-
ção Básica matriculados em escolas públicas, 
filantrópicas e em entidades comunitárias 
(conveniadas com o poder público), por meio 
da transferência de recursos financeiros, com 
base no número de alunos do ano anterior.
Conforme prevê o art. 208, incisos IV e VII, 
CF/88, o Pnae tem caráter suplementar. Atual-
mente, o valor estabelecido pela União para 
repasse aos estados e municípios, por dia leti-
vo para cada aluno, é definido de acordo com 
a etapa e modalidade de ensino:
O repasse dos recursos é realizado com 
base no censo escolar do ano anterior ao 
do atendimento, em conta corrente aber-
ta, automaticamente, pelo FNDE, a partir 
do seguinte cálculo:
Após a aplicação da fórmula para cálculo 
de cada Etapa/Modalidade, o montante apu-
rado corresponde ao total anual do repasse. 
A transferência é realizada em 10 (dez) par-
celas mensais, a partir do mês de feverei-
ro. Dos recursos financeiros repassados pelo 
FNDE, no mínimo, 30% (trinta por cento) 
devem ser utilizados para aquisição de 
produtos da agricultura familiar, conforme 
Resolução do Fundo Nacional de Desenvolvi-
mento da Educação (FNDE).
O Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação (FNDE), por meio da Resolu-
ção que regulamenta o Programa Nacional 
de Alimentação Escolar (Pnae), define que 
a gestão dos recursos para aquisição da ali-
mentação escolar pode ser realizada em 
três modelos: o centralizado (utilizados pela 
maioria dos municípios do Ceará), o terceiri-
zado (adotado pelo município de Maceió) e 
da escolarização (utilizado pelas escolas pú-
blicas estaduais do Ceará). 
O Fundo Nacional de Desenvolvimento 
da Educação (FNDE) incentiva o processo de 
aquisição por meio da escolarização. A Secre-
Etapa/modalidade Valor R$ (dia letivo/aluno)
Creche R$ 0,50
Pré-escola R$ 0,50
Escolas indígenas e quilombolas R$ 0,60
Ensino fundamental, médio e EJA R$ 0,30
Ensino integral R$ 1,00
Programa Mais Educação R$ 0,90
Atendimento Educacional Especializado (AEE) - 
contraturno
R$ 0,50
Fonte: FNDE/2016
Nº de alunos
(Etapa/Modalidade)
Dias letivos (200 dias)
Valor/Aluno R$
Valor do Repasse Anual
CURSO gestãoescolar 11
bus, miniônibus e micro-ônibus zero quilôme-
tro e de embarcações novas.
O FNDE transfere automaticamente os re-
cursos do Pnate sem necessidade de convênio 
ou outro instrumento, para custear despesas, 
como: reforma, seguros, licenciamento, im-
postos e taxas, pneus, câmaras, serviços de 
mecânica, combustível e lubrificantes, e paga-
mento de serviços contratados junto a tercei-
ros para o transporte escolar.
Os estados podem autorizar o FNDE a efe-
tuar o repasse do valor correspondente aos alu-
nos da rede estadual, diretamente, para os mu-
nicípios, a partir de autorização junto ao FNDE.
Os valores transferidos são realizados 
em nove parcelas, de março a dezem-
bro. O cálculo tem como base o número 
de alunos da zona rural transportados, com 
base no censo escolar do ano anterior. O va-
taria da Educação (Seduc) utiliza esta sistemá-
tica desde 1995. Os recursos são recebidos pe-
las escolas públicas estaduais, cabendo-lhes 
realizar os processos de aquisição e distribui-
ção. A Seduc apoia as ações de levantamen-
to de demandas e orientações nutricionais, 
por meio de nutricionistas contratados para 
apoiar e atender as determinações legais do 
FNDE. Este exemplo do Governo do Estado do 
Ceará, por intermédio da Secretaria da Educa-
ção (Seduc), consolida os princípios da auto-
nomia e descentralização presentes na Cons-
tituição Federal e Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. 
 O controle social do programa é exercido 
por meio do Conselho de Alimentação Esco-
lar (CAE), cuja constituição e condição de 
funcionamento estão estabelecidas em lei. 
A partir do site do FNDE (www.fnde.gov.
br), é possível consultar os valores transferi-
dos, mensalmente, para o Pnae.
 ATENÇÃO: Sugerimos que você identifi-
que qual o modelo de aquisição de alimen-
tação escolar utilizada no seu município.
3.2 PROGRAMA NACIONAL 
DE APOIO AO TRANSPORTE 
ESCOLAR (PNATE) 
E PROGRAMA CAMINHO 
DA ESCOLA
O Ministério da Educação desenvolve dois 
programas que visam atender alunos resi-
dentes da zona rural dos estados e municí-
pios brasileiros: Pnate e Caminho da Escola.
O objetivo do Pnate é garantir o acesso 
e a permanência nas escolas dos alunos da 
educação básica, por meio de assistência 
financeira suplementar, realizada por inter-
médio do FNDE diretamente para os estados, 
Distrito Federal e municípios.
O objetivo do Caminho da Escola con-
siste na concessão, por meio do Banco Nacio-
nal de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES), de linha de crédito especial para a 
aquisição, pelos estados e municípios, de ôni-
Nº Alunos 
Censo Escolar
Percapita/ano
(R$ 120,73 a R$ 172,24)
Valor do Repasse 
Anual
12 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
lor per capita/ano varia entre R$ 120,73 e R$ 
172,24, de acordo com a área rural do muni-
cípio, a população moradora do campo e a 
posição do município na linha de pobreza.
O controle social do programa é exercido 
por meio do Conselho de Acompanhamento e 
Controle Social do Fundeb (CACS), cuja cons-
tituição e condição de funcionamento estão 
estabelecidas em lei.
Podemos citar como exemplo de boas prá-
ticas no desenvolvimento do Pnate o municí-
pio de Aquiraz, no Ceará. O município utiliza 
para o transporte de estudantes frota com ôni-
bus própria (100%), adquiridos pelo programa 
Caminho da Escola. Esta iniciativa reduziu cus-
tos e melhorou a qualidade do acesso dos alu-
nos às unidades escolares, além de impactar 
nos resultados educacionais.
O Sistema do Transporte Escolar de Aquiraz 
é conduzido por coordenação especialmente 
dedicada a estas atribuições, com o apoio da 
Secretaria da Infraestrutura, que disponibiliza 
as condições necessárias para utilização da 
malha viária e demais orientações de manu-
tenção e controle.
Por meio do site do FNDE (www.fnde.
gov.br), é possível consultar os valores trans-
feridos, mensalmente, para o Pnate.
ATENÇÃO: Como é desenvolvido o 
Programa de Transporte Escolar no seu 
município?
3.3 PROGRAMA BRASIL 
CARINHOSO
O Brasil Carinhoso é devido aos municípios 
e Distrito Federal que informaram no cen-
so escolar do ano anterior a quantidade 
de matrículas de crianças de 0 (zero) a 48 
(quarenta e oito) meses – Creche e Pré-
-escola I, membros de famílias benefici-
árias do Bolsa Família em creches públicas 
ou em instituições comunitárias, confessio-
nais ou filantrópicas sem fins lucrativos con-
veniadas com o poder público.
Os recursos transferidos, automaticamen-
te, com base em 50% (cinquenta por cen-
to) do valor anual mínimo, por matrícula 
em creche pública ou conveniada, em perío-
do integral e parcial, definido para o Fundeb, 
em duas parcelas, deverão ser utilizados 
para custear despesas com manutenção e de-
senvolvimento da educação infantil, visando 
atender ações de cuidado integral, segurança 
alimentar e nutricional. Exemplificamos a se-
guir a metodologia de cálculo:
O controle social do programa é exercido 
por meio do Conselho de Acompanhamento e 
Controle Social do Fundeb (CACS), cuja cons-
tituição e condição de funcionamento estão 
estabelecidas em Lei.
Por meio do site do FNDE (www.fnde.
gov.br), é possível consultar os valores trans-
feridos para o Brasil Carinhoso.
3.4 PROGRAMA DINHEIRO 
DIRETO NA ESCOLA (PDDE)O programa tem por finalidade prestar 
assistência financeira, em caráter suple-
mentar, às escolas da educação básica das 
redes estaduais, municipais e do Distrito 
Federal e às escolas privadas de educação 
especial mantida por entidades sem fins 
lucrativos, registradas no Conselho Nacio-
nal de Assistência Social.
Os recursos são transferidos automa-
ticamente para contas-correntes abertas 
pelo FNDE em nome das Entidades Execu-
toras (EEx) e Unidades Executoras (UEx), 
sem a necessidade de celebração de convê-
nio ou instrumento similar, de acordo com o 
número de alunos do censo escolar do ano 
anterior ao do repasse.
O repasse anual é realizado em parcela 
única (esta regra foi modificada em 2014, 
para duas parcelas anuais, sendo uma em 
cada semestre observando intervalo míni-
mo de quatro meses entre elas), destinado 
às EEx e às UEx para cobrir despesas de capital 
(20%) e custeio (80%), como a aquisição de ma-
terial permanente; manutenção, conservação 
e pequenos reparos da unidade escolar; aqui-
sição de material de consumo necessário ao 
funcionamento da escola; avaliação de aprendi-
zagem; implementação de projeto pedagógico; 
e desenvolvimento de atividades educacionais.
Nos recursos transferidos para cada uni-
dade escolar, foi incluído um valor fixo para as 
escolas que possuem UEx própria, estipulado 
a partir do tipo e da localização da escola a ser 
beneficiada. Dessa forma, a fórmula de cálcu-
lo dos repasses passou a se constituir da soma 
de um valor fixo com um valor variável per ca-
pital (com base no número de alunos, localida-
de da escola e modalidade de ensino). 
Esse valor per capita é calculado a partir do 
número de alunos da educação básica recen-
seados no ano anterior ao do repasse e con-
siderando a situação da unidade escolar em 
que os alunos estão matriculados.
A partir de 2013, para dar mais agilidade na 
transferência dos recursos financeiros, as Se-
cretaria Estaduais e Prefeituras que já tinham 
aderido ao PDDE em anos anteriores, por meio 
Valor-aluno ano Creche
Fundeb - Ceará (2016)
R$ 3.561,83
Valor-aluno ano Creche
Fundeb - Ceará (2016)
50% = R$ 1.780,92
Nº alunos
Censo Escolar
Valor do
Repasse Anual
Valor-aluno ano Creche
Fundeb - Ceará (2016)
R$ 50% = R$ 1.780,92
CURSO gestãoescolar 13
do sistema PDDEWeb, foram dispensadas de 
realizar este procedimento anualmente. Nesse 
mesmo sentido, as UEx também foram con-
templadas com essa facilidade.
O município de Fortaleza utiliza a sis-
temática de descentralização de recursos 
financeiros para a escolas públicas munici-
pais e de educação especial mantidas por 
organizações não governamentais, sem 
fins lucrativos, por meio do Programa Di-
nheiro Direto da Escola (PDDE) Municipal. 
Este processo de descentralização quanto 
aos recursos gera autonomia da escola e 
envolvimento da comunidade escolar nas 
decisões. Para o recebimento dos recur-
sos, as escolas devem possuir Conselho 
Escolar/Unidade Executora e recenseadas 
no ano anterior.
Da mesma forma do Fundo Nacional de 
Desenvolvimento da Educação (FNDE), a Pre-
feitura de Fortaleza, por meio da Secretaria Mu-
nicipal da Educação, estabelece as orientações 
a partir de legislação própria, na qual estão de-
finidas as questões de destinação e utilização 
dos recursos, procedimentos para execução do 
programa, prestação de contas e controle social.
O Controle Social do programa é exercido 
por meio do Conselho Escolar ou Unidade 
Executora cuja constituição e condição de 
funcionamento estão estabelecidas na Lei 
11.494/97 (Lei do Fundeb).
A partir do site do FNDE (www.fnde.gov.
br), é possível consultar os valores transferi-
dos para o PDDE para as Entidades Executoras 
(EEx) e Unidades Executoras (UEx).
ATENÇÃO: Sugerimos que você identifi-
que como o PDDE, modelo FNDE e/ou Mu-
nicipal funciona no seu município.
3.5 PROGRAMA NACIONAL 
DO LIVRO DIDÁTICO (PNLD)
O PNLD não se trata de um programa de 
transferência de dinheiro direto para escola; 
todavia, assume o caráter de transferência 
automática de livros para escola, cujo va-
lor despendido pelo Governo Federal tem 
investimentos altíssimos de aquisição. Por-
tanto, o livro destinado à escola traz consi-
go um valor embutido que deve ser consi-
derado como um bem a ser preservado e 
valorado como despesa da educação, sob a 
responsabilidade da escola.
Desde 2011, novos procedimentos foram 
estabelecidos para o PNLD, especialmen-
te quanto ao termo de adesão que precisa 
ocorrer somente uma única vez. Portanto, 
as escolas que já aderiram ao Programa 
não precisam mais firmar adesão, pois se-
rão atendidas automaticamente pelo FNDE.
Qualquer alteração na situação da es-
cola (adesão, suspensão ou exclusão) de-
verá ser realizada até o último dia do mês 
de maio do ano anterior àquele em que se 
deseja atendimento.
O grande objetivo do PNLD é dotar as esco-
las do ensino fundamental e médio com livros 
didáticos e acervos de obras literárias, obras 
complementares e dicionários. A execução 
ocorre em ciclos trienais alternados. Assim, a 
cada ano o FNDE faz a aquisição e a distribui-
ção de livros para todos os alunos de determi-
nada etapa de ensino, repondo e complemen-
tando os livros reutilizáveis para outras etapas.
Quais os livros considerados reuti-
lizáveis? Matemática, Língua Portuguesa, 
História, Geografia, Ciências, Física, Quími-
ca e Biologia. 
Quais os livros considerados consu-
míveis? Alfabetização Matemática, Letra-
mento e Alfabetização, Inglês, Espanhol, 
Filosofia e Sociologia.
O MEC/FNDE publica um edital e especifi-
ca todos os critérios para inscrição das obras 
por parte das editoras. Os títulos inscritos 
são avaliados pelo MEC que, posteriormente, 
elabora o Guia do Livro Didático, composto 
pelas resenhas de cada obra aprovada. Logo 
após essa etapa, é disponibilizado para as 
escolas o referido Guia para que haja a esco-
lha democrática dos livros que se pretende 
utilizar, levando em consideração o plane-
jamento pedagógico. Todos os alunos são 
contemplados, inclusive com versões acessí-
veis (áudio, Braille e MecDaisy).
Descrição Valor fixo (R$) Valor percapita (R$)
1. Escola pública urbana com UEx 1.000,00 20,00
2. Escola pública rural com UEx 2.000,00 20,00
3. Escola privada de educação especial 1.000,00 60,00
4. Escola pública urbana sem UEx 40,00
5. Escola pública rural sem UEx 60,00
6. Público-alvo da educação especial em 
escola pública 80,00
Fonte: Anexo I da Resolução CD/FNDE nº 10, de 18 de abril de 2013.
Valor fixo/ano (VF/a)
1. Escola Pública 
Urbana com UEx
R$ 1.000,00
Valor percapita
1. Escola Pública 
Urbana com UEx
(R$ 20,00 x Nº alunos)
Valor do
Repasse Anual
1. Escola Pública 
Urbana com UEx
14 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
“O MecDaisy trata-se de uma ferramenta 
tecnológica que permite a produção de 
livros em formato digital acessível. Possi-
bilita a geração de livros digitais falados 
e sua reprodução em áudio, gravado ou 
sintetizado e apresenta facilidade de na-
vegação pelo texto, permitindo a repro-
dução sincronizada de trechos seleciona-
dos, o recuo e o avanço de parágrafos e a 
busca de seções ou capítulos.”
www.fnde.gov.br
A escola do livro é fundamental para o 
apoio ao desenvolvimento das atividades pe-
dagógicas e didáticas junto às escolas. A esco-
la do PNLD 2016 foi determinada pelo FNDE 
para o período de 28/6 a 12/8/2016. Neste ano, 
serão escolhidos os livros para os anos finais 
do ensino fundamental. A grande novidade 
para o PNLD para 2016 é que o registro e esco-
lha será realizado por meio do Sistema PDDE 
Interativo, segundo informações constantes 
no site do FNDE (www.fnde.gov.br).
Como boa prática de gestão do livro didá-
tico, está o processo de remanejamento, pois 
os livros que sobram numa escola podem ser 
direcionados àquela onde estejam faltando. 
Havendo falta de algum livro, as escolas po-
dem solicitar à reserva técnica, de acordo com 
calendário determinado pelo FNDE.
Sugerimos que sejam feitas reuniões com 
os pais dos alunos,conscientizando-os sobre 
a importância da preservação do livro didáti-
co, pois servirão para outros alunos. Comple-
mentando esta ação, sugerimos também que 
seja determinado pela escola o dia do “enca-
pamento” do livro, como forma de protegê-lo 
e preservá-lo para futuras utilizações.
ATENÇÃO: Você agora pode provocar 
ações de boas práticas de gestão do livro 
didático na sua escola. Que tal criar uma 
campanha neste sentido?
3.6 PROGRAMA NACIONAL 
BIBLIOTECA NA ESCOLA (PNBE) 
Considerando a mesma justificativa do PNLD 
no que diz respeito à transferência automáti-
ca, o Programa Nacional Biblioteca da Esco-
la (PNBE) provê as escolas (educação infantil 
ao ensino médio) de obras e demais mate-
riais de apoio da educação básica. Dessa for-
ma, todas as escolas públicas constantes do 
censo escolar são atendidas pelo PNBE sem 
necessidade de adesão.
São distribuídos por intermédio do PNBE:
a) PNBE do Professor;
b) PNBE Periódicos;
c) PNBE Temático (obras literárias, de refe-
rência, de pesquisa e de outros materiais rela-
tivos ao currículo nas áreas de conhecimento 
da Educação Básica).
O PNBE é executado em anos pares; os 
acervos são enviados às escolas de educação 
infantil, anos iniciais do ensino fundamental e 
EJA. Nos anos ímpares, os acervos são envia-
dos às escolas dos anos finais do ensino fun-
damental e do ensino médio.
A escola deve promover ações de acesso 
ao acervo da biblioteca, com ações efetivas de 
participação dos professores e alunos. É im-
portante não utilizar somente o acervo físico, 
mas buscar formas de acesso digital. O Minis-
tério da Educação disponibiliza diversas obras 
de domínio público, por meio do site www.
dominiopublico.gov.br.
ATENÇÃO: Que tal desenvolver um 
projeto de leitura e produção textual, 
utilizando os livros do acervo da biblio-
teca da escola?
3.7 TRANSFERÊNCIAS 
VOLUNTÁRIAS
A Transferência Voluntária é a entrega de 
recursos financeiros repassados pela União 
aos Estados, Distrito Federal e Municípios 
em decorrência da celebração de convênio, 
acordos, ajuste ou outros instrumentos si-
milares, com interesses em comum entre as 
três esferas. Esses recursos devem ser utiliza-
dos conforme as regras dos termos estabe-
lecidos e não podem decorrer de determina-
ção constitucional ou legal.
No âmbito da Educação, existem transfe-
rências voluntárias, especialmente junto ao 
FNDE, a partir de vários programas desenvolvi-
dos para dar apoio à Educação Básica. Como o 
citado no parágrafo anterior, a disponibilidade 
e a entrega de recursos da União exigem que 
os Estados, Distrito Federal e Municípios mani-
festem-se por meio de ato próprio de adesão, 
pois, sem esta vontade própria, não haverá 
interesse da celebração de convênios/acor-
dos. Neste sentido, os programas Caminho da 
Escola, Formação pela Escola, PAR – Ações de 
apoio/investimento, Proinfância, Proinfo, dis-
ponibilizados pelo FNDE não serão realizados 
se não houver manifestação dos municípios, a 
partir do devido termo de adesão.
Sugerimos que cada um dos programas ci-
tados seja consultado e estudado pela equipe 
da Secretaria da Educação, para que o municí-
pio não perca a oportunidade de desenvolver 
ações de melhoria da educação, caso haja a 
possibilidade de adesão aos mesmos.
É de bom alvitre lembrar que existem ou-
tras possibilidades de celebração de convê-
nios e/ou parcerias, por meio das emendas 
parlamentares junto aos políticos que foram 
apoiados pelo governo estadual/munici-
pal. Estes convênios podem contemplar, por 
exemplo, verbas para construção, reforma e/
ou ampliação de escolas, aquisição de equi-
pamentos etc.
Por meio do site do FNDE (www.fnde.gov.
br), é possível acompanhar os valores transferi-
dos referentes aos convênios, acordos e ajustes.
3.8 CONTROLE SOCIAL
As ideias de participação e controle social 
estão intimamente relacionadas. Por meio 
da participação na gestão pública, os cida-
dãos podem intervir na tomada da decisão 
administrativa, orientando a administração 
para que adote medidas que realmente aten-
dam ao interesse público e, ao mesmo tem-
po, possam exercer controle sobre a ação do 
Estado, exigindo que o gestor público preste 
contas de sua atuação. A participação con-
tínua da sociedade na gestão pública é um 
direito assegurado pela Constituição Fede-
ral, permitindo que os cidadãos não só parti-
CURSO gestãoescolar 15
cipem da formulação das políticas públicas, 
mas também fiscalizem de forma permanen-
te a aplicação dos recursos públicos.
O Controle Social como principal mecanis-
mo da fiscalização dos recursos públicos trans-
feridos a estados e municípios coloca um desa-
fio político e técnico para gestores. É necessário 
construir um mecanismo eficiente de gestão 
(controle e fiscalização), inclusive utilizando 
as tecnologias e os meios de comunicação.
Em que consiste o controle? 
É um conjunto de técnicas para com-
provar se o que foi compactuado, de fato, 
foi realizado.
Quem está na ponta do sistema de 
controle?
Os Conselhos de Controle Social para 
os diferentes programas e repasses de re-
cursos, bem como para a efetiva prestação 
de contas. Os seguintes Conselhos exercem 
esse papel fundamental:
Cada Conselho tem suas próprias carac-
terísticas, composição, forma de nomeação 
de seus membros, prazo de mandato, atri-
buições, responsabilidades e funcionamento 
descritos em regimento. Nos casos específi-
cos dos Conselhos do Fundeb e Alimentação 
Escolar, existem sistemas no FNDE destinados 
ao cadastramento dos mesmos, bem como 
dos prazos dos mandatos. Os sistemas são 
acessados por meio do site do FNDE.
3.9 PRESTAÇÃO DE CONTAS
De acordo com determinação constitucio-
nal, devem prestar contas qualquer pessoa 
física ou jurídica, pública ou privada, que uti-
lize, arrecade, guarde, gerencie ou adminis-
tre dinheiro, bens e valores públicos ou pelos 
quais a União responda. Prestarão contas 
também as mesmas pessoas, caso assumam 
obrigações de natureza pecuniária em nome 
da União (CF, art. 70, parágrafo único). 
A prestação de contas consiste no con-
junto de documentos comprobatórios das 
despesas efetuadas. Todo gestor público é 
obrigado a prestar contas dos recursos re-
TELA DE ACESSO AO SISTEMA 
CACS-FUNDEB
Conselhos Programas
Conselho de acompanhamento e controle 
Social do Fundeb (CACS-Fundeb)
Fundeb, Pnate, Brasil 
Carinhoso, PEJA
Conselho de Alimentação Escolar (CAE) Pnae
Conselho Escolar PDDE e demais programas executados pela escola
Fonte: FNDE/2016
TELA DE ACESSO AO SISTEMA 
CAE VIRTUAL
16 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
cebidos, sob pena de aplicação das sanções 
previstas em lei e de comprometer o fluxo 
de recursos, mediante suspensão de trans-
ferências. Assim, ao término da vigência do 
instrumento que efetuou a transferência de 
recursos, deve o responsável pela aplicação 
dos recursos adotar as medidas cabíveis 
com vistas à apresentação das contas.
A prestação de contas dos recursos re-
cebidos, por intermédio dos programas do 
FNDE, deverá ser elaborada de acordo com 
normas específicas definidas pelas Resolu-
ções de cada programa. O encaminhamen-
to das prestações de contas deverá ser rea-
lizado dentro dos prazos estabelecidos, por 
intermédio do Sistema de Gestão de Presta-
ção de Contas (SIGPC). 
Todavia, antes da prestação de contas ser 
encaminhada pelo SIGPC, os Conselhos de 
Controle Social devem acessar o Sistema de 
Gestão de Conselhos (Sigecon) para que pos-
sam elaborar seu parecer conclusivo sobre a 
prestação de contas das Unidades Executoras. 
O Sigecon está disponível no site do FNDE 
(www.fnde.gov.br/sigecon). O presidente 
do Conselho de Controle Social deverá aces-
sar o sistema e realizar todos os procedimen-
tos necessários e solicitados.
TELA DE ACESSO AO SIGECON
O Sistema de Gestão e Prestação de Con-
tas (SIGPC) pode ser acessado no site do FNDE 
(www.fnde.gov.br/sigpc), cujas definições 
de utilização contemplam:
Elaboração, remessa e recebimento de 
prestações de contas;
Análise financeira e técnica;Emissão de pareceres sobre as contas, in-
clusive pelos conselhos de controle social;
Emissão de diligências;
Elaboração de relatórios gerenciais e ope-
racionais;
Acompanhamento de prazos;
Recuperação de créditos.
TELA DE ACESSO AO SIGPC
Fonte: FNDE/2016
4.
APLICAÇÃO EFICAZ 
DOS RECURSOS 
FINANCEIROS 
NO CONTEXTO 
ESCOLAR
A etapa final do trabalho é identificar quais 
os verdadeiros custos envolvidos na Manu-
tenção e Desenvolvimento do Ensino na es-
cola e no município. Algumas perguntas e 
respostas precisam ser elucidadas:
Qual o valor do custo-aluno na escola?
Exemplo: 20 alunos x R$ 2.739,87 (per capi-
ta aluno do ensino fundamental dos anos 
iniciais urbano) = R$ 54.797,40
Qual o valor do custo-aluno no muni-
cípio?
Exemplo: 
Escola A: 20 alunos x R$ 2.739,87 (per capita 
aluno do ensino fundamental dos anos ini-
ciais urbano) = R$ 54.797,40
Escola B: 50 alunos x R$ 2.627,08 (per capi-
ta aluno do ensino fundamental dos anos 
iniciais urbano) = R$ 136.993,50.
Total: 70 alunos – R$ 191.790,90
Fonte: www.fnde.gov.br/sigecon
CURSO gestãoescolar 17
Qual a relação do número de alunos 
x professor?
Exemplo: nº de alunos 100 / nº professores 
7 = 14 alunos por professor 
Qual o valor do custo aluno por etapa 
e modalidade?
Exemplo: Alunos da Creche em Tempo 
Parcial: R$ 3.561,83; Educação de Jovens 
e Adultos: R$ 2.191,89
Não se trata apenas de levantar núme-
ros e valores. De posse dessas informações, 
é fundamental elaborar políticas públicas 
educacionais que levem em consideração 
o planejamento e a gestão das informações 
fundamentais para trilharmos os caminhos da 
qualidade social da educação que tanto luta-
mos para as nossas crianças e jovens da edu-
cação básica pública.
O município de Aquiraz, no Ceará, está 
utilizando planilha para definição do custo-
-escola, para dimensionar os processos de 
nucleação de escolas e remanejamento de 
turmas, visando adequar a gestão do quadro 
de professor x aluno, em níveis compatíveis de 
sustentabilidade financeira. Esta ação irá pro-
vocar grandes discussões para o processo de 
planejamento e organização.
5. 
FUNDAMENTOS DA 
GESTÃO DE MATERIAIS 
E PATRIMÔNIO
5.1 ORGANIZAÇÃO, GESTÃO 
E DIREÇÃO DA ESCOLA
5.1.1 ORGANIZAÇÃO
“As instituições sociais existem 
para realizar objetivos. Os objetivos 
da instituição escolar contemplam a 
aprendizagem escolar, a formação da 
cidadania e de valores e atitudes. O sistema 
de organização e de gestão da escola é 
o conjunto de ações, recursos, meios e 
procedimentos que propiciam as condições 
para alcançar esses objetivos.” 
(Libâneo, 2012, p. 435).
Ainda segundo Libâneo (2012, p. 435), cer-
tos princípios e métodos da gestão escolar têm 
sua origem de experiência administrativa em 
geral, porém, com características diferentes das 
empresas industriais, comerciais e de serviços.
É necessário, inicialmente, explicitar al-
guns conceitos básicos da organização educa-
tiva, a gestão e a direção. “Organizar significa 
dispor de forma ordenada, dar uma estrutura, 
planejar uma ação e prover as condições ne-
cessárias para realizá-la.” (Libâneo, 2012, p. 
436). A organização escolar, segundo Libâneo 
(2012, p. 436), refere-se “aos princípios e pro-
cedimentos relacionados a: ação de planejar 
o trabalho da escola, racionalizar o uso de 
recursos (materiais, financeiros, intelectuais); 
coordenar e avaliar o trabalho das pessoas, 
tudo em função dos objetivos propostos.”
5.1.2 GESTÃO
A racionalização do trabalho e a coordena-
ção do esforço humano como princípios da 
administração efetivam-se nas organizações 
por meio de estruturas ou funções: planeja-
mento, organização, direção e controle. Na 
escola, estas funções assumem caráter pe-
dagógico (atividades-fim) e técnico-adminis-
trativo (atividades-meio). Libâneo (2012, p. 
437-438) cita autores que definem que a to-
mada de decisão é o centro da organização 
e do processo administrativo. Por conseguin-
te, os processos para se chegar a uma deci-
são e fazer a decisão funcionar caracterizam 
uma ação denominada de gestão.
5.1.3 DIREÇÃO
Para canalizar o trabalho conjunto das pes-
soas em função dos objetivos determinados, 
é necessário compreender o conceito de di-
reção, cujo princípio e atributo fazem parte 
da gestão. Libâneo (2012, p. 438), resume o 
conceito de direção como sendo ação do 
processo de tomada de decisão na organiza-
ção, coordenando os trabalhos para execu-
ção da melhor forma possível.
5.2 GESTÃO DE RECURSOS 
MATERIAIS E PATRIMÔNIO
Uma vez que os conceitos anteriores foram 
explicitados, precisamos agora avançar na 
compreensão de outros conceitos funda-
mentais sobre a gestão de materiais e pa-
trimônio – na realidade, recursos materiais 
e patrimoniais. De forma geral, recurso ma-
terial pode ser definido como “todo o bem 
físico (tangível ou corpóreo) empregado em 
18 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
uma organização.” (Fenili, 2015, p. 15).
Para aprofundamento do tema, buscamos 
fundamentação no inciso I, do art. 3º do De-
creto Federal nº 99.658/90, cujos exemplos de 
recursos materiais em organizações públicas 
são descritos como: 
“I – material: designação genérica de 
equipamentos, componentes, sobressa-
lentes, acessórios, veículos em geral, ma-
térias-primas e outros itens empregados 
ou passíveis de emprego nas atividades 
dos órgãos e entidades públicas federais, 
independente de qualquer fator.”
Segundo Fenili (2015, p.15), os recursos 
materiais podem ser classificados em duas 
subcategorias, levando-se em consideração 
os processos de gestão:
de legalidade, impessoalidade, mora-
lidade, publicidade e eficiência e, tam-
bém, ao seguinte:”
Diante dos princípios da administração pú-
blica, identificamos que a gestão de materiais 
e patrimônio tem uma ligação muito próxima 
com o princípio da eficiência, pois determina 
ao gestor público cuidar dos bens da melhor 
forma possível, em benefício da sociedade, 
adotando critérios legais e morais para melhor 
utilização dos recursos públicos, evitando-se 
desperdícios e garantindo resultados sociais.
5.2.2 GESTÃO DE RECURSOS 
MATERIAIS E PATRIMONIAIS
Segundo Fenili(2015, p. 18), citando Gonçal-
ves (2007), a gestão de recursos materiais e pa-
trimoniais está organizada da seguinte forma:
5.2.3 CLASSIFICAÇÃO 
DE RECURSOS MATERIAIS 
E PATRIMÔNIO
É fundamental para o gestor a classificação 
dos materiais para organizar e gerenciar, em 
sistema próprio, todas as categorias, itens e 
subitens. Esta classificação resultará em in-
formações gerenciais fidedignas para maxi-
mizar a gestão.
No âmbito da escola pública da educação 
básica, a classificação do bem é identificar 
como permanente ou de consumo. Esta 
▶ Recursos Materiais em sentido estrito;
▶ Recursos Patrimoniais;
▶ “Recurso material, em sentido estrito, 
é todo o bem físico (tangível) empregado em 
uma organização que detém natureza não 
permanente. Em geral, constituem-se em 
materiais que são consumidos ao longo do 
tempo, constituindo-se, usualmente, bens de 
estoque. Apesar de ser esta uma classificação 
contábil, o conceito de recurso material, em 
sentido estrito, aproxima-se sobremaneira do 
inerente a material de consumo.
▶ Recurso patrimonial é todo o bem físico 
(tangível) empregado em uma organização 
que detém natureza permanente. Em geral, 
os bens patrimoniais podem ser de três tipos: 
imóveis (prédios, terrenos etc.), instalações 
(uma central de ar condicionado, por exem-
plo) e materiais permanentes (máquinas, mó-
veis, computadores etc.).”
5.2.1 FUNDAMENTAÇÃO 
DA GESTÃO DE RECURSOS 
MATERIAIS E PATRIMÔNIO
Para fundamentar a gestão de materiais e pa-
trimônio, identificamos no art. 37 da Consti-
tuição Federal de 1988 a base dos princípios 
que orientam a administração pública em 
todos os poderes e esferas da federação.
“Art. 37. A administração pública direta 
e indireta de qualquer dos Poderes da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios obedecerá aos princípios 
Item Atividades
Gestão dos centros 
de distribuição
Recebimento,armazenagem, distribuição, movimentação de 
materiais etc.
Gestão de estoques
Análise dos custos de estoque, previsão de consumo, operacio-
nalização dos sistemas de reposição de estoque, inventários dos 
estoques, apuração de indicadores (giro e cobertura de estoques, 
entre outros) etc.
Gestão de compras
Identificação de fornecedores, pesquisa de preços, negociação 
com o mercado, licitações, compras diretas (dispensa e inexibili-
dade de licitação) acompanhamento de pedidos, liquidação etc.
Gestão de recursos 
patrimoniais
Tombamento, desfazimento (alienação) guarda e conservação, 
inventário de bens patrimoniais, cálculo de depreciação etc.
CURSO gestãoescolar 19
classificação do bem serve para a administra-
ção pública inscrever a sua natureza contábil 
vinculada à despesa. Para melhor compreen-
são, vamos definir os bens de permanentes e 
de consumo, segundo Fenili (2015, p. 35).
▶ Material de consumo: É aquele que, 
em razão de seu uso corrente, perde nor-
malmente sua identidade física e/ou tem 
sua utilização limitada a dois anos;
Exemplo: papel ofício A4; cartucho de 
tinta para impressora etc.
▶ Material permanente: É aquele que, 
em razão de seu uso corrente, não perde sua 
identidade física, mesmo quando incorporado 
a outro bem, e/ou apresenta uma durabilidade 
superior a dois anos.
Exemplo: computador, impressora, freezer, 
mesa, cadeira etc.
5.2.4 GESTÃO DE MATERIAIS 
E PATRIMÔNIO
A gestão de materiais e patrimônio está orga-
nizada em duas grandes categorias, que subdi-
videm em itens próprios de organização e con-
trole, segundo Fenili (2015, p. 39). Estas duas 
grandes categorias estão assim definidas:
▶ Gestão de Estoque
▶ Gestão Patrimonial
5.2.4.1 GESTÃO DE ESTOQUE
Utilizaremos os conceitos definidos por 
Fenili (2015), para compreensão de cada uma 
das categorias e itens da gestão de materiais e 
patrimônio, aplicando-as as organizações pú-
blicas. As definições, por conseguinte, aplicam-
-se também às escolas públicas da educação 
básica mesmo considerando as dimensões 
organizacionais das mesmas.
Devemos agora estabelecer as premissas 
conceituais de estoque, segundo Fenili (2015, 
p. 39): “Estoque é toda e qualquer porção ar-
mazenada de material, com valor econômico 
para a organização, que é reservada para em-
prego em momento futuro, quando se mostrar 
necessária às atividades organizacionais.” 
Acreditamos que esta conceituação é a que 
mais se encaixa à administração pública.
Nas organizações públicas de grande por-
te, o controle de estoque deve estar pautado 
em diversos itens vinculados a esta catego-
ria, como, por exemplo: a) manutenção de 
estoques; b) custos de estoques; c) méto-
dos de previsão de demanda de estoques; 
d) sistemas de reposição de estoque; e) 
indicadores relacionados a estoques; f) 
métodos de avaliação de estoques. Quan-
do nos voltamos para a realidade das escolas 
públicas, talvez não identifiquemos os itens 
anteriormente citados; no entanto, a adminis-
tração pública federal, estadual, municipal e 
os seus órgãos vinculados devem ter o efetivo 
controle, por meio de sistema informatizado e 
infraestrutura própria. Isso não quer dizer que 
as escolas estão isentas de também desenvol-
ver sistemática semelhante.
ATENÇÃO: Como são realizados o con-
trole e a gestão de estoque nas escolas 
municipais e na própria Secretaria da Edu-
cação do seu município?
5.2.4.1.1 COMPRAS
A gestão de estoques sinaliza para a área de 
compras a necessidade de aquisição de bens. 
As ações destes ambientes devem estar sincro-
nizadas, o que requer planejamento, acompa-
nhamento, pesquisa, seleção de fornecedores 
e processo de decisão. Ademais, juntam-se 
a estas duas áreas outras importantes para o 
desenvolvimento de todos os processos: finan-
ças, licitação, almoxarifado, administrativo. 
A administração pública, em muitas situa-
ções, cria o Setor de Compras, que está respon-
sável pelo desenvolvimento de diversas etapas, 
tais como: a) organização do ciclo de compras; 
b) negociação com fornecedores; c) aquisições; 
d) aprovação para pagamento a fornecedores. 
Na escola pública da educação básica, respei-
tadas as proporções, o Conselho Escolar realiza 
o levantamento das necessidades de aquisi-
ções de bens materiais e patrimoniais, tendo 
em vista os recursos recebidos dos Programas 
de Transferência Direta e Voluntária oriundos 
dos governos federal, estadual e municipal.
Qual a regra das aquisições em órgãos pú-
blicos? A Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho 
de 1993, no seu art. 1º, estabeleceu as normais 
gerais sobre licitações referentes a obras, ser-
viços, compras, alienações e locações para a 
União, Estados e Municípios. Respondendo 
ao questionamento, dizemos que a regra para 
aquisições é licitação, observando-se rigorosa-
mente os determinantes da legislação em vigor. 
Na escola pública municipal, existe uma 
particularidade que deve observada quanto 
ao processo de aquisição, especialmente no 
que se refere às transferências de recursos 
oriundas dos programas do Fundo Nacional 
de Desenvolvimento da Educação (FNDE) para 
as Unidades Executoras (UEx). Lembremo-
-nos de que as UEx não se enquadram como 
entidade de direito público, mas de direito 
privado; portanto, não passíveis de enquadra-
mento na Lei das Licitações. Entretanto, orien-
tamos que sejam observadas as Resoluções 
editadas pelo FNDE para cada programa, com 
relação ao processo de aquisição.
5.2.4.1.2 ALMOXARIFADO
Ainda com relação à gestão de materiais, 
um ambiente é fundamental para guarda e 
conservação dos itens de material em esto-
que. Trata-se do Almoxarifado. A gestão efi-
ciente do Almoxarifado reduz custos de arma-
zenamento e proporciona o atendimento com 
qualidade dos colaboradores. No processo de 
gestão do almoxarifado, existem etapas fun-
damentais, segundo Fenili (2015, p. 129): a) 
recebimento de materiais; b) armazenagem 
de materiais; c) distribuição de materiais. Es-
sas etapas funcionam efetivamente na nossa 
realidade municipal no Almoxarifado Central 
e/ou Almoxarifados descentralizados junto às 
Secretarias e órgãos públicos. Nas escolas pú-
blicas da educação básica, estão também pre-
sentes; no entanto, ainda carecem de maior 
efetividade, pois existem grandes implicações 
legais quanto ao controle interno e externo.
20 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
ATENÇÃO: Que tal identificar se exis-
te ambiente adequado de almoxarifado 
nas escolas?
5.2.4.2 GESTÃO PATRIMONIAL
A Gestão Patrimonial engloba os bens de na-
tureza permanente, cuja duração é superior 
a dois anos, levando-se em consideração 
aspectos de durabilidade, fragilidade, incor-
porabilidade e transformabilidade. (Fenili, 
2015, p. 143). São considerados como bens 
de natureza permanente: imóveis, material 
permanente e instalações. Além dos aspec-
tos anteriormente citados, é importante 
compreendermos a classificação dos bens 
quanto à sua aplicabilidade, conforme abai-
xo, pois o gestor da escola é responsável pela 
guarda e conservação dos mesmos e deve 
ter o efetivo controle, avaliação, acompanha-
mento e destinação:
a) regular – quando estiver em perfeitas 
condições de uso, funcionamento e aproveita-
mento pela unidade detentora da carga; 
b) ocioso – quando, embora em per-
feitas condições de uso, não estiver sendo 
aproveitado; 
c) recuperável – quando o custo de sua 
recuperação não ultrapassar 50% de seu va-
lor de mercado; 
d) antieconômico – quando sua manu-
tenção for onerosa ou seu rendimento precá-
rio, não justificando sua utilização; 
e) irrecuperável – quando economica-
mente inconveniente sua recuperação ou 
não mais puder ser utilizado para o fim a 
que se destina.
Existem outros itens relativos aos bens pa-
trimoniais importantes para as organizações 
realizarem o efetivo controle dos mesmos, 
conforme Fenili (2015, p. 152).
a) Tombamento é o procedimento de 
identificação de um bem patrimonial, efetua-
do na incorporação do bem ao patrimônio de 
uma organização. 
b) Inventário é ferramenta de controledos estoques dos almoxarifados e dos ativos 
imobilizados (bens patrimoniais).
c) Movimentação de bens patrimo-
niais é o deslocamento de bens de um lo-
cal para outro no âmbito da administração 
pública. Deve ser precedido de dois docu-
mentos fundamentais: a) Termo de Res-
ponsabilidade, a ser assinado pelo (novo) 
responsável pela guarda e conservação do 
bem patrimonial; e b) Guia de Transferên-
cia de Material, cujo intuito é formalizar 
a alteração do órgão/servidor responsável 
pela carga patrimonial do bem.
d) Depreciação é definida pelo Manual 
de Contabilidade Aplicado ao Setor Públi-
co: “A depreciação é o declínio do potencial 
de geração de serviços por ativos de longa 
duração, ocasionada pelos seguintes fato-
res: deterioração física, desgaste com uso e 
obsolescência” (SECRETARIA DO TESOURO 
NACIONAL, 2014, p. 160).
e) Baixa de bem patrimonial é a retirada 
contábil do acervo patrimonial de uma organi-
zação. O bem baixado deixa de fazer parte do 
ativo imobilizado da organização.
ATENÇÃO: Como é realizado o controle 
patrimonial nas escolas e no município?
5.3 A GESTÃO FINANCEIRA 
E PATRIMONIAL COM FOCO 
NA APRENDIZAGEM DO ALUNO
Acreditamos que é possível superar os vários 
problemas existentes na gestão administra-
tiva, financeira e pedagógica das escolas pú-
blicas da educação básica. Contudo, preci-
samos dar credibilidade e continuidade das 
políticas públicas exitosas, utilizando nossa 
competência, criatividade e habilidades.
As questões sociais envolvidas precisam 
ser consideradas nos processos de planeja-
mento e gestão, para que possamos garantir 
uma educação pública, gratuita e com quali-
dade social. Esta compreensão, alinhada aos 
grandes objetivos, estratégias e metas traça-
dos, poderá provocar grandes mudanças na 
educação pública do nosso país.
Os aspectos administrativos e financeiros 
presentes na organização escolar exercem 
uma influência preponderante na formação 
e na aprendizagem dos alunos. Lembramos 
que, no ambiente da escola, são desenvol-
vidas práticas educativas. Segundo Libâneo 
(2015, p. 267), “Para além de uma visão me-
ramente burocrática da organização escolar, 
a teoria histórico-cultural da atividade, na 
tradição de Vygotsky e seguidores, fornece 
elementos para identificar a natureza e os dis-
positivos da atividade pedagógica, conside-
rando os contextos dos sujeitos.” Ou seja, os 
sujeitos presentes na escola aprendem com 
as organizações, mas estas mesmas organiza-
ções podem aprender com os sujeitos. Segun-
do Libâneo (2015, p. 267), esta relação deve 
ser reavaliada à luz das práticas de organiza-
ção e gestão na motivação e aprendizagem 
dos alunos, com envolvimento da formação 
cognitiva e de valores e atitudes dos alunos.
Não somente a gestão financeira e patri-
monial, mas os outros aspectos organizacio-
nais, operacionais e pedagógico-didáticos, 
criam e asseguram condições para que a es-
cola possa obter bom desempenho dos pro-
fessores e alunos, com a finalidade de êxito na 
aprendizagem. No entanto, precisamos refle-
tir sobre o que nos diz Libâneo (2015, p. 286), 
acerca da concepção de escola “como sistema 
de atividades, em que instituição, professores 
e alunos compõem uma dinâmica social rica 
de interações, mas também de contradições.” 
Ao enfocarmos a gestão financeira e pa-
trimonial com ênfase na aprendizagem do 
aluno, lembramos que não educamos os 
alunos somente em sala de aula. “As crianças 
aprendem coisas na sala de aula e também 
aprendem muitas coisas com o ambiente da 
escola, com as formas de organização, com 
formas de relacionamentos, com as rotinas, 
com os modos de resolver problemas e solu-
cionar conflitos.” (Libâneo, 2015, p. 286). Por-
tanto, a aprendizagem refletida sobre as duas 
questões da gestão ora proposta acontece 
também no contexto de práticas sociocultu-
rais e institucionais que afetam diretamente a 
aprendizagem dos alunos.
ATENÇÃO: Comente como a gestão fi-
nanceira e patrimonial podem contribuir 
na aprendizagem dos alunos.
CURSO gestãoescolar 21
22 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE
José Cavalcante Arnaud
Pedagogo, especialista em Gerência de Marketing 
e mestre em Planejamento e Políticas Públicas pela 
Universidade Estadual do Ceará (Uece), consultor edu-
cacional nas áreas Planejamento, Gestão, Avaliação e 
Financiamento da Educação, professor dos Cursos de 
Pós-Graduação, ex-gestor da Educação, Administra-
ção e Finanças Municipal, ex-presidente da Undime-
-CE, consultor pedagógico do Ministério da Educação/
FNDE/Fundescola (período de 2004 a 2008), membro 
do Grupo de Pesquisa GPAGE – Gestão, Planejamen-
to e Avaliação, da Faculdade de Educação (Faced), da 
Universidade Federal do Ceará (UFC), coordenador de 
Pós-Graduação e coordenador da Comissão Própria 
de Avaliação (CPA) do Centro Universitário Católico de 
Quixadá (Unicatólica).
PERFIL DO 
AUTOR
Neste fascículo, enfocamos o financiamento da 
educação básica e a legislação que ampara e regu-
lamenta a matéria. No entanto, antes de falarmos do 
financiamento da educação, exploramos os pressu-
postos do direito à educação presente na Constitui-
ção Federal de 1988, os seus princípios e conceitos 
presentes não somente na CF 88, mas na Lei de Dire-
trizes e Base da Educação Nacional (LDB) e no Esta-
tuto da Criança e Adolescente. 
A partir do conhecimento do direito à educação, 
adentramos no financiamento da educação, ampa-
rados na legislação em vigor, CF 88, LDB e legislação 
correlata. O estudo da legislação nos permite traçar 
e analisar os conceitos da vinculação e subvincu-
lação de recursos públicos para educação básica. 
Este estudo preliminar nos faz chegar até o Fundeb, 
maior fonte de recursos para a educação básica em 
nosso país. Nesta mesma trilha, abordamos a com-
preensão sobre o Fundo Municipal de Educação e 
Salário Educação.
A abordagem dos programas de descentraliza-
ção dos recursos financeiros para escola levou em 
consideração, principalmente, os programa federais 
oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da 
Educação (FNDE). Nesta etapa do desenvolvimento 
do trabalho, elencamos cada um dos programas e 
suas sistemáticas de operacionalização e destinação 
de recursos para as escolas da educação básica.
Diante do conteúdo explicitado sobre o financia-
mento da educação, sugerimos os pressupostos bá-
sicos para gestão eficaz dos recursos no âmbito da 
escola da educação básica pública.
Complementando o conteúdo produzido, de-
talhamos os fundamentos da gestão de materiais e 
patrimônio, bem como a compreensão e a importân-
cia da gestão financeira e patrimonial, com foco na 
aprendizagem do aluno. Esperamos que o material 
ora elaborado seja estudado e que outras fontes de 
pesquisas possam ser consultadas, visando ampliar 
o conhecimento de todos os participantes.
SÍNTESE DO 
FASCÍCULO
CURSO gestãoescolar 23
AGUIAR, Márcia A.S & Ferreira, Naura C. 
(org.). Gestão da educação: impasses e pers-
pectivas. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
ARNAUD, José. C. Gestão democrática 
na escola pública: Administração colegiada: 
Uma alternativa de cogestão administrativa 
pedagógica. Monografia de Graduação, Facul-
dade de Educação de Crateús – Universidade 
Estadual do Ceará. 1995.
_____. Sistema de administração educati-
va municipal com base no modelo de planeja-
mento estratégico: Estudo realizado na secre-
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