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1 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ – UVA NÚCLEO DE ENSINO: GUARARAPES LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA GLECIANE IZABEL DA SILVA KARLA SOUSA DE OLIVEIRA SILVA O ENSINO DA LITERATURA: uma prática pedagógica necessária na educação infantil RECIFE-PE 2018 2 GLECIANE IZABEL DA SILVA KARLA SOUSA DE OLIVEIRA SILVA O ENSINO DA LITERATURA: uma prática pedagógica necessária na educação infantil Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Estadual Vale do Acaraú – Uva como requisito parcial para conclusão do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia. ORIENTADORA: Maria do Socorro C. Barreto Campelo RECIFE-PE 2018 3 GLECIANE IZABEL DA SILVA KARLA SOUSA DE OLIVEIRA SILVA O ENSINO DA LITERATURA: uma prática pedagógica necessária na educação infantil Trabalho de Conclusão de Curso submetido a corpo docente da Universidade Estadual Vale do Acaraú-UVA do curso de Licenciatura Plena em Pedagogia, aprovado em _________________________________. Banca examinadora: ___________________________________________ Orientadora: Professora Maria do Socorro C. Barreto Campelo ___________________________________________ Profa. Examinadora: Ms. Maria Betânia Amaral R. de Almeida Virães 4 Dedicamos este trabalho a todos que nos apoiaram ajudando a superar os desafios, com incentivo, amor e compreensão, para vencermos todos os desafios. 5 AGRADECIMENTOS Agradecemos a nossas famílias por nos apoiarem e estimularem na conquista de mais um degrau na nossa formação profissional. Aos amigos que nos apoiaram e que de algum modo colaboraram no desenvolvimento desta pesquisa. À professora Maria do Socorro C. Barreto Campelo, nossa orientadora que através de suas orientações, possibilitou compartilhar conosco seus conhecimentos e facilitar o desenvolvimento de nosso trabalho. Ao professor Cleonildo Junior que desde o início nos apoiou com a escolha do tema, ao professor Leandro Patrício onde avaliou nosso projeto e nos disponibilizou muitos conhecimentos com relação à formatação e desenvolvimento do trabalho. 6 RESUMO Essa pesquisa surgiu a partir da necessidade de se trabalhar com a literatura na Educação Infantil. Sendo assim teve como objetivo geral, analisar o ensino da literatura como uma prática pedagógica necessária na educação infanti l. Especificamente observar a prática pedagógica utilizada pelos professores, identificar a literatura infantil como prática pedagógica, levantar os recursos pedagógicos utilizados pelos professores. Assim, foi possível compreender como os professores lidam com os métodos que estimulem seus alunos à leitura de modo natural e prazeroso. Para isso, foram realizadas pesquisas bibliográficas com autores que abordam o tema em questão, tais como: Zalbalza (1998), Zilberman (2009), Cavalcanti (2002), Fonseca (2012), entre outros. Também foi necessária a pesquisa de campo de abordagem qualitativa e quantitativa, através de observações e questionários aplicados com professores e coordenadores das rede pública e privada do município de Jaboatão dos Guararapes-PE. Dessa forma, ficou claro que a leitura é um momento natural da vida e por esse motivo a criança precisa fazer parte do universo literário. Portanto, os livros trazem diversas formas de explorar nos pequenos o mundo imaginário que a literatura infantil possibilita, facilitando o entendimento de frustrações que ocorrem ao longo da vida, não é à toa que os contos de fadas marcam a vida de todos, inclusive dos adultos. Palavras-chave: Literatura. Educação Infantil. Leitura. Professores. SUMMARY This research arose from the need to work with literature in children's education. As a general objective, it was to analyze the teaching of literature as a necessary pedagogical practice in children's education. Specifically to observe the pedagogical practice used by the teachers, to identify the children's literature as pedagogical practice, to raise the pedagogical resources used by the teachers. Thus, it was possible to understand how teachers deal with methods that encourage their students to read in a natural and pleasurable way. For this, bibliographical research has been carried out with authors who address the topic in question, such as: Zalbalza (1998), Zilberman (2009), Cavalcanti (2002), Fonseca (2012), among others. It was also necessary to research the field of qualitative and quantitative approach, through observations and questionnaires applied with teachers and coordinators of the public and private network of the municipality of Jaboatão dos Guararapes-PE. So it became clear that reading is a natural moment of life and for that reason the child needs to be part of the literary universe. Therefore, the books have a variety of ways to explore in the small world imaginary that children's literature allows, facilitating the understanding of frustrations that occur throughout life, it is no wonder that fairy tales mark the life of all, including the Adults. Key words: Literature. Children's education. Reading. Teachers. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................8 2 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL.........................................10 2.1 Origem da Literatura Infantil no Mundo......................................................12 2.2 Surgimento da literatura infantil no Brasil................................................. 13 3 LEIS QUE TRATAM DA EDUCAÇÃO INFANTIL.............................................15 3.1 O Referencial Nacional Curricular para Educação Infantil- RCNEI..........17 3.2 Conceituando literatura e leitura.................................................................19 4 A NECESSIDADE DE USAR TEXTOS LITERÁRIOS DIVERSIFICADOS..... 22 4.1 A Contribuição da contação de histórias no ensino da leitura................ 24 4.2 O papel do professor no ensino da literatura............................................ 26 5 METODOLOGIA................................................................................................29 5.1 Análise e interpretação dos gráficos.......................................................... 30 5.2 Questionários dos coordenadores............................................................. 40 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 41 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 42 APÊNDICE A....................................................................................................... 45 APÊNDICE B........................................................................................................46 8 1 INTRODUÇÃO Este trabalho trata da necessidade se trabalhar a Literatura Infantil desde que a criança chega à escola. Historicamente a literatura desenvolve nas pessoas o ato de contar histórias, prática que até os dias atuais tem uma importância primordial no desenvolvimento emocional das crianças, pois os contos de fadas por conter frustrações, possibilita uma identificação com o mundo real. Todas as crianças se identificam com as histórias contadas nos livros e na escola é o lugar que acontece essa interação com mais efetividade. A partir dos primeiros contatos com os livros elas tentamfazer uma leitura partindo das imagens e quando ouvem as histórias contadas pelos adultos tentam reproduzir e imitar o ato. Assim, a leitura deve fazer parte da vida dos pequenos para que o seu crescimento com as experiências vividas possibilite o prazer pelo ato de ler. É importante que a família desempenhe seu papel de forma que auxilie a escola no processo desse crescimento e evolução cognitiva. Partindo deste pressuposto, surgiu a problemática do estudo através do seguinte questionamento: como se desenvolve o ensino da literatura na educação infantil? Será que os professores consideram uma necessidade pedagógica? Embora a família tenha uma responsabilidade bastante contundente com relação ao estimulo da leitura, o docente é bastante importante nesse processo, pois, seus estudos devem conter técnicas necessárias para utilização dessa prática para desenvolver nas crianças o prazer pela leitura. O papel do professor em oferecer a vivência de leitura é primordial, tendo como objetivo buscar para as crianças conhecimentos sobre as coisas que as cercam, com a finalidade de ampliar a leitura de mundo e da palavra. Portanto esse trabalho foi desenvolvido para que o professor reflita com relação as suas ações pedagógicas mediante a utilização da literatura infantil e sobretudo a contação de histórias para desenvolver e aprimorar o amor pela leitura nas crianças de forma bastante significativa. 9 Para aprofundamento do tema escolhido, buscou-se autores como: Zalbalza (1998), Zilberman (2009), Cavalcanti (2002), Fonseca (2012),entre outros que abordam a literatura, desenvolvendo reflexões das práticas docentes fazendo assim uma ligação com a teoria e a prática. Sendo assim, este trabalho teve como objetivo geral, analisar o ensino da literatura como uma prática pedagógica necessária na educação infanti l. Como objetivos específicos identificar a literatura infantil como pratica pedagógica, levantar os recursos pedagógicos utilizados pelos professores e mostrar a necessidade de trabalhar textos literários. Para facilitar a compreensão deste estudo, o trabalho encontra-se dividido em tópicos: o primeiro tópico se desenvolve a partir do contexto histórico da educação infantil, origem da literatura infantil, como ela surgiu no Brasil e no mundo, primeiros autores da literatura infantil. O segundo, trata sobre os aspectos legais da Constituição Brasileira, do Referencial Curricular para a Educação Infantil (RCNEI) e dos Parâmetros Curriculares, também o conceito de leitura e literatura Em seguida, ressalta-se, necessidade dos professores usar textos literários diversificados na intenção de aprimorar as aulas e incentivar os alunos a leitura, também a contribuição da contação de histórias no ensino da leitura e o papel do professor. A presente pesquisa ainda apresenta os aspectos metodológicos realizados através de observações, entrevistas e questionários destinados aos professores e coordenadores das determinadas escolas. Depois vem a análise dos dados da pesquisa e por fim as considerações finais. 10 2 CONTEXTUALIZANDO A EDUCAÇÃO INFANTIL Historicamente a educação infantil passou por vários processos, pois não existiam políticas públicas que favorecem as crianças uma educação voltada os seus desejos e capacidades de pensar desenvolvendo uma formação cidadã. Como no passado era diferente no que se refere à infância, pois antigamente não existia uma valorização da criança como indivíduos, elas eram vistas sem o conceito de infância comparado-as como um adulto reduzido, no entanto a educação e cuidados eram dever apenas de seus pais. Sendo assim a infância não era vista como uma fase onde precisava ser desenvolvida e emocionalmente e fisicamente. Segundo Zabalza: Muitas vezes foi colocado que, em geral, a história da infância tem sido sempre a historia da marginalização (social, cultural, econômica, inclusive educativa). As crianças precisavam viver sempre em um mundo que não era seu, que não estava feito na sua medida. integra-se no mundo’ era algo somente alcançado na pós-infância e sempre que fossem cumpridas certas condições (ZABALZA, 1998, p. 19).” Portanto com a revolução industrial foi necessário que as mulheres saíssem de seus lares para o trabalho, no entanto um abrigo para as crianças tornou-se essencial, porem os abrigos onde eram levadas as crianças na época não tinha um caráter formador, mas simplesmente um ambiente de amparo. Os cuidados e as condições de higiene não eram propícias, desencadeando o aumento na mortalidade infantil. Dessa forma, a partir da Constituição de 1988 foi decretado que toda criança de 0 a 6 anos é um sujeito de direitos, sendo assim dever do estado oferecer atendimento em creches e pré-escolas sendo possível o desenvolvimentos de políticas públicas favorecendo as crianças uma educação direcionada e de qualidade. Sendo incluída na política educacional, seguindo uma concepção pedagógica e não mais assistencialista. Esta perspectiva pedagógica vê a criança como um ser social, histórico, pertencente a uma determinada classe social e cultural. Foi na Lei das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, (LDB Nº 9.394/1996), declara que a Educação Infantil se inicia dos 0 aos 3 anos de idade 11 em creches, prosseguindo de 4 a 5 anos de idade como pré-escola, tornando-se Educação Infantil, também um ciclo de 5 anos de formação contínua e parte integrante, constituindo a Educação Básica brasileira. A partir deste breve histórico da educação infantil pode-se compreender a importância dessa formação inicial, onde se caracteriza como um pilar na construção do conhecimento, tornando essa etapa indispensável na formação do sujeito. Sendo assim, é importante citar alguns teóricos que tiveram uma visão ampla com relação a educação infantil e o desenvolvimento da criança neste meio, tais como: Maria Montessori, (1870-1952), defendia que as crianças progridem de acordo com os aspectos biológicos, sendo assim tudo ao seu redor propicia a aprendizagem, tornando o universo da criança livre para agir sobre os objetos. Desenvolveu jogos para tornar concreta a aprendizagem dos pequenos. Celestin Frenet (1896-1966), tendo uma visão além do tradicional, fez com a criança se expressasse de diversas formas fazendo com que compreendesse que a partir da relação com o outro e com o meio ambiente em que vivem é possível entender melhor o universo do conhecimento. Jean Piaget (1896-1980), criador da “epistemologia genética”, mostra que todas as crianças passam por estágios estáveis de estruturação de pensamento, procurou investigar como se dava à construção do conhecimento. Vygotsky (1896-1934), autor da teoria sociointeracionista, seu projeto principal de trabalho, consistia na tentativa de estudar os processos de transformação do desenvolvimento humano na sua dimensão “filogenética, histórico-social”. Vygotsky (1984) traz a ideia do ser humano como “fruto” do contexto histórico e cita a pedagogia como sendo a ciência básica para o estudo do desenvolvimento humano por se tratar de uma síntese das disciplinas que estudam a criança integrando os aspectos biológico, psicológico e antropológico do desenvolvimento. Assim, diante de tantos teóricos e suas contribuições no processo histórico e evolutivo da educação na infância, fica evidente que os estudos com relação à educação, metodologia, recursos didáticos e 12 pedagógicos, não se esgotam apenas nestes teóricos. Porém, vale ressalta que cada um deles diante de seus estudos e pesquisas procurou compreender o período da infância e dar suas contribuições no campo da Educação Infantil. 2.1 Origem da Literatura Infantil no Mundo. A literatura infantil desenvolve nas crianças um estímulo que favorece a leitura de mundo do seu cotidiano através de seuimaginário contribuindo para sua formação integral. Como afirma ZILBERMAN: Contudo, ele não pode ir longe demais: os leitores precisam de se reconhecer nas personagens, há limites para mexer com a temporalidade e a ação precisa ter um mínimo de coerência. Outra questão é crucial: o leitor também traz algum tipo de experiência, uma bagagem de conhecimentos que precisa ser respeitada, caso contrário se estabelece um choque entre quem escreve e quem lê, rompe-se parceria que só dá certo se ambos se entendem. (ZILBERMAN, 2009, p. 13). Portanto é de suma importância que as histórias tenha sentido possibilitando a identificação dos pequenos com esse universo, no entanto cabe ao professor utilizar vários recursos podendo tornar esse momento prazeroso e único. No entanto foi-se necessário buscar a origem da literatura infantil no sentido mundial, podendo assim compreender de forma abrangente a importância da literatura desde a infância. A literatura infantil surge através das mudanças estruturais que aconteceram na sociedade nos séculos XVII e XVIII, ocasião onde se instalou o modelo burguês de família unicelular, desencadeando uma mudança na forma de se compreender a infância. Portanto entende-se o vinculo com a escola tornando acessíveis os textos dirigidos as crianças. Inicialmente os valores ideológicos presentes na literatura infanti l acarretou um desestimulo pela leitura, mas algumas obras perduram por anos e anos por sua qualidade e ousada estrutura diversificando as histórias tornando o universo mais próximo do imaginário infantil, como algumas obras de Perrautl, Daniel Defoe, a reunião de contos de fadas feitas pelos Irmãos Grimm, além de produções voltadas para o público infantil, como as obras de Júlio Verne e também da Condessa de Ségur. Obras que fazem parte da infância das crianças de todo mundo, onde envolve com seu universo mágico e encantado. 13 Charles Prrault deu o ponta pé inicial para desenvolver textos destinados ao publico infantil, como os clássicos contos de fadas contento uma linguagem bastante cativante e encantadora possibilitando um olhar amplo com relação a leitura. Como afirma Coelho: Abertura para a formação de uma nova mentalidade, além de ser um instrumento de emoções, diversão ou prazer, desempenhada pelas histórias, mitos, lendas, poemas, contos, teatro, etc., criadas pela imaginação poética, ao nível da mente infantil, que objetiva a educação integral da criança, propiciando-lhe a educação humanística e ajudando-a na formação de seu próprio estilo (COELHO, 1991, p. 5). No entanto é importante enfatizar a importância da literatura e como contribuiu para o desenvolvimento emocional da criança, possibilitando um mundo de conhecimentos e aprendizagem. 2.2 Surgimento da literatura infantil no Brasil No Brasil, a literatura infantil chega mais tarde, passando por processos de transformações de acordo com os acontecimentos políticos do momento. Surgiu no final do século XIX e inicio do século XX tendo como preocupação principal a modernização do país, e a escola era uma das responsáveis por alcançar esses objetivos. E então a literatura infantil desenvolveu a questão do nacionalismo, porém obras estrangeiras foram traduzidas para o público infanti l brasileiro, mas surgem problemas, pois as expressões utilizadas pelos europeus apresentavam um afastamento com relação a vivência dos brasileiros. No período de 1920 a 1945 uma época onde ocorrera muitos conflitos como por exemplo a situação da educação que apresentava um índice de analfabetismo alto, o país apresentava-se inferior, quando foi necessário uma mudança neste quadro, propondo assim uma reforma educacional com o movimento da Escola Nova onde desenvolveu-se o ensino intelectual, tendo como marco a semana de arte Moderna. No entanto, com todas essas mudanças surge Monteiro Lobato, que inovou a literatura infantil brasileira, de forma que a linguagem do povo brasileiro era mais compreendida. Utilizando em suas obras o folclore fazendo com que a linguagem dos personagens ficasse mais clara até mesmo o ambiente onde as histórias aconteciam e o espaço rural que predominava com bastante influência na época. Portanto o que não pode deixar de ser citado é sua infinita criatividade 14 de criar histórias magníficas que alavancou e deu destaque a literatura infanti l brasileira. Como esclarece Zilberman (2004): De certo modo, nem se precisaria ler a obra de Lobato para conhecer as principais personagens ou cenário em que elas viveram. Mas se lida, esclarece-se por que ela ficou famosa e de troco, ainda se obtém grande prazer pessoal, resultante da qualidade dos livros elaborados por ele. (ZILBERMAN, 2004, p. 22). Porém com o golpe de 1964 a cultura brasileira ficou fragilizado, afetando também o desenvolvimento da literatura e sofrendo retrocessos tendo um caráter conservador em que se explorava o caráter patriótico e rural. Tornando difícil a evolução das obras, pois não poderia haver a liberdade de expressão. A literatura brasileira se desenvolveu através de seu dialeto português, estando inserida no ângulo cultural lusitano, tendo como uma evolução da literatura portuguesa. Com influência dos jesuítas surge a atividade literária, apos a descoberta do Brasil. Com o passar do tempo é notável a importância dos textos literários como forma de transmitir uma informação, tendo como exemplo as cartas de Pero Vaz de Caminha, sendo assim um gênero textual informativo. No período de 1970 e 1980, foi marcado por grandes transformações na literatura infantil, pois o numero de autores e obras aumentaram apresentando a linguagem e os ambientes mais próximos da realidade da sociedade brasileira, recuperando o folclore oral como: canções de ninar, parlendas e brincadeiras de roda. Como afirma Zilberman (2004): O fato é que também no que diz respeito à tendência de que se fala aqui, foi preciso aguardar a chegada da geração de 70. Brande parte dos escritores orientou-se para a temática urbana, que toma feições bem definidas, seja por valorizar o mundo interior da criança, seja por atribuir o papel de protagonista de uma criança.( ZILBERMAN, 2004, p,95). Com essa reflexão é importante ressaltar a relevância da literatura para o desenvolvimento da criança através de seu emocional, contribuindo nas resoluções de conflitos interiores através de diferentes textos. 15 3 LEIS QUE TRATAM DA EDUCAÇÃO INFANTIL A partir da Constituição de 1988, a educação se tornou obrigatória, sendo direito do estado oferecê-la. No entanto é necessário que o estado facilite e proporcione uma educação de qualidade, pois, trata-se de um direito de todos. A família e toda sociedade contribuem com sua participação, pois aplicará o desenvolvimento intelectual para exercer a cidadania e qualificação para o mercado de trabalho. Essa educação é de suma importância na formação integral do homem podendo compreender e interagir com os demais indivíduos, respeitando a peculiaridades de cada pessoa. Sabe-se que a educação infantil passou por varias mudanças no país. Pode-se fomentar a importância da escola para o desenvolvimento tanto cognitivo quanto social, portanto é o primeiro âmbito social que a criança faz parte e a partir dele desenvolve suas capacidades psicológicas e sociais através de sua interação com o meio, mas é essencial a participação da família na construção dessas capacidades. Como determina a Constituição de 1988, no art. 227: É dever da família, da sociedade e do estado assegurar a criança e ao adolescente, com absoluta propriedade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer à profissionalização, à cultura, a dignidade, ao respeito, àliberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligencia, exploração, violência, crueldade e opressão.(BRASIL, CF,art. 227,1998) É importante salientar que o estado arca com dos os direitos se referindo também ao bem estar psicológico e social. Portando a educação deve não apenas apresentar a quantidade, mas também a qualidade no desenvolvimento das habilidades intelectuais. A Declaração Universal dos Direitos das Criança (1959), Princípio VII- Direito a Educação gratuita e ao lazer Infantil) determina que:“O interesse superior da criança deverá ser o interesse daqueles que têm a responsabilidade por sua educação e orientação; tal responsabilidade incumbe, em primeira instância, a seus pais.” Compreendendo que seus pais ou portadores legais devem assegurar e garantir esses direitos previstos na lei 16 A partir da aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, a Educação Infantil passa a ser definida como a primeira etapa da Educação Básica. Nesse sentido, várias pesquisas realizadas nos anos de 1980 já mostravam que os seis primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento humano, e a formação da inteligência e da personalidade. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação-LDB (1996), fortalece o reconhecimento e a importância do desenvolvimento educacional das crianças de 0 à 5 anos. Determina que: Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.( BRASIL, LDB, art. 29, 1996) Partindo desta legislação é possível fortalecer a importância das crianças nas escolas desde os seus primeiros anos de vida com a intenção de concretizar a educação partindo desta fase inicial. Também, deixa clara a importância da participação da família neste processo, afirmando que: Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. .( BRASIL, LDB, art. 2, 1996) A inclusão das crianças de 0 à 5 anos desenvolve a intenção de integrar o desenvolvimento crítico no processo social, no entanto cabe ao estado cumprir com os deveres juntamente com o município no sentido de promover uma educação de qualidade através de projetos sociais com a visão de ampliar e favorecer uma educação efetiva. É imprescindível salientar a especificidade da avaliação com relação a Educação Infantil, pois o docente deve registrar a evolução dos educandos sem a intenção de reprovação como concretiza a LDB, “I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental.” O Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), também afirma a importância de políticas públicas para favorecer o bem estar da infância e da http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1035083/lei-de-diretrizes-e-bases-lei-9394-96 17 adolescência, sendo possível efetivar a partir deste ponto os direitos voltados a esse público. O ECA (1990) ainda afirma que:“é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor”. Diante de todas estas leis que tratam da educação, para que haja um ensino de qualidade, o Ministério de Educação disponibiliza outros recursos que servem de roteiros e guias para as escolas e professores, tais como os Parâmetros Curriculares Nacionais-PCN, como também o Referencial Nacional Curricular para Educação Infantil- RCNEI. 3.1 O Referencial Nacional Curricular para Educação Infantil- RCNEI. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998), é um importante documento desenvolvido pelo Ministério da Educação e Cultura do Brasil, podendo ser compreendido como uma proposta livre e flexível sendo assim não obrigatório, porém necessária com uma proposta adequada a situação de cada região do país O documento tem a função de colaborar com as políticas e programas que venha para contribuir na educação Infantil, desenvolvendo informações, discussões e pesquisas, podendo facilitar com o trabalho educativo de professores e demais profissionais da educação, juntamente com o sistema de ensino estaduais e municipais. Dessa forma, vem fortalecer o atendimento qualificado onde as crianças possam participar de todo o procedimento pedagógico.Sendo assim a RCNEI (1998) procura nortear o trabalho realizado com as crianças visando o cuidar e educar, subsidiando e instrumentando diferentes profissionais para que possa apresentar os objetivos próprios. Assim, a princípio a creche apresentava um atendimento extremamente assistencialista, destinado as crianças de baixa renda, podendo assim acabar com a pobreza no país. Porém, o baixo custo desfavorecia o funcionamento, pois, não apresentava uma qualidade tanto física quanto profissional e a educação tornava-se negligenciada. No entanto o ato de educar foi-se 18 necessário para desenvolver a capacidade de entendimento a partir da interação com meio. O RCNEI esclarece que: O domínio da fala diversifica as modalidades de interação, favorecendo o intercâmbiode idéias, realidades e pontos de vista. A observação das interações espontâneas revela o quanto as crianças conversam entre si. Não seria possível inventariar os possíveis temas de conversa, pois o repertório é infinito, refletindo vivências pessoais, desejos, fantasias, projetos, conhecimentos. Por exemplo, ao conversarem sobre assuntos do universo familiar de cada um, todos os participantes se enriquecem, pela oportunidade de expressão e de contato com outras vivências . (RCNEI, 1998, p.42). Com essa capacidade é notável que a crianças desenvolva a compreensão com o meio podendo então formar sua personalidade no âmbito social com crianças de sua idade. Para isso, o professor deve compor na sua didática varias técnicas para concretizar a educação e tornando mais lúdico para a criança facilitando seu entendimento. Assim, através do faz de conta é possível desenvolver várias capacidades, como determina o RCNEI (1998); No faz-de-conta, as crianças aprendem a agir em função da imagem de uma pessoa, de uma personagem, de um objeto e de situações que não estão imediatamente presentes e perceptíveis para elas no momento e que evocam emoções, sentimentos e significados vivenciados em outras circunstâncias. Brincar funciona como um cenário no qual as crianças tornam-se capazes não só de imitar a vida como também de transformá- la.(RCNEI, 1998, p.22). Portanto através desta simples brincadeira a criança desenvolve o gosto pela leitura e interage com o mundo fazendo sua leitura particular, facilitando a resolução dos conflitos internos e externos até o seu amadurecimento mental. É possível compreender a importância deste documento no desenvolvimento do trabalho pedagógico com as crianças de 0 à 5 anos podendo assim nortear o docente no seu processo didático. Contudo em meio as dificuldades a educação infantil apresenta propostas para contribuir com no ato de educar de forma lúdica e prazerosa. O referido documento também apresenta proposta de como trabalhar a leitura e a literatura nos anos iniciais da Educação Infantil. 19 3.2 Conceituando literatura e leitura Literatura é uma palavra com origem no termo em latim littera, que significa letra. A literatura remete para um conjunto de habilidades de ler e escrever de forma correta. Existem diversas definições e tipos de literatura, pode ser uma arte, uma profissão, um conjunto de produções (INFOPEDIA 2003) É uma forma de arte. As representações artísticas tiveram início quando os seres humanos registraram desenhos e escritasrupestres. Nas paredes das cavernas para criar representações do mundo e de sua própria vigência. Desde então, foram surgindo muitas manifestações artísticas a fim de reconstruir o mundo real e da ficção, registrar e representar nossa cultura e nossa história. O mundo literário traz diversas formas de expressão, podendo assim aproveitar esse universo para explorar nas crianças o censo critico e significativo. A literatura deve fazer parte da vida de todas as crianças, no entanto cabe a escola oferecer livros para que possam ser saboreados expandindo a compreensão de diversos textos literários. Compreendendo que a literatura só existe por meio da linguagem, comunicação e a arte da palavra em que se desenvolve um processo comunicativo que o ser humano é capaz de produzir o que ver e sente. Com base nesta definição Lajolo (1982, p. 16) complementa: “O finalmente é que a obra literária é um objeto social. Para que ela exista, é preciso que alguém a escreva e que outro alguém a leia. Ela só existe enquanto obra neste intercambio social.” Podendo assim compreender que a literatura é de suma importância, pois através da escrita da palavra o ser humano produz e reproduz suas emoções. A literatura contribui de forma significativa do desenvolvimento das crianças, no entanto é de suma importância que tenham o contato desde de cedo com o universo literário podendo enriquecer e ampliar o vocabulário tornando mais fácil a compreensão do diálogo. Quando se fala de literatura fica claro a importância da leitura e como essa leitura é transmitida para as crianças visando favorecer um momento prazeroso e produtivo. 20 Já a leitura é a ação de ler algo. É o hábito de ler. A palavra deriva do Latim "lectura", originalmente com o significado de "eleição, escolha, leitura". Também se designa por leitura a obra ou o texto que se lê. (INFOPEDIA 2003) A leitura é um ato humano através de imagens e decodificação dos símbolos: as letras. Sendo necessário em todos os momentos de nossas vidas possibilitando a compreensão de todo contexto. Este ato se inicia desde muito cedo, segundo Freire (1989), a partir do momento em que o ser humano começa a observar o mundo a sua volta ele está fazendo uma leitura do mundo, quão importante quanto a leitura das palavras, pois é um momento único em que tudo ao redor se transforma em um “Por quê?” Dessa forma, os questionamentos vão fazendo assim, a construção do conhecimento. A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançado por sua leitura crítica implica a percepção das relações entre o texto e contexto (FREIRE, 1989, p. 11-12). Compreendendo esse contexto a leitura das palavras torna-se prazerosa, tendo como essência buscar cada vez mais uma amplitude de conhecimento, pois, quando se fala em leitura na educação infantil é importante a utilização do lúdico encantando através da leitura dos livros, tanto pelo professor quanto pelos os alunos. O prazer pela mesma deve ser despertado logo na infância. Ler faz parte da formação cultural de cada indivíduo, pois, estimula a imaginação, proporciona a descoberta de diferentes hábitos e culturas, ampliando o conhecimento e enriquecendo o vocabulário. Com isso, é possível compreender que o professor deve ser um agente ativo de estímulo em relação ao aluno, com o papel de despertar o interesse e o gosto pela leitura. De acordo Silva (2003, p.109), Mais especificamente, para que ocorra um bom ensino da leitura é necessário que o professor seja ele mesmo, um bom leitor. No âmbito das escolas, de nada vale o velho ditado “faça como eu digo (ou ordeno!), não faça como eu faço (porque eu mesmo não sei fazer)” isto porque os nossos alunos necessitam do testemunho vivo dos professores no que tange á valorização e encaminhamento de suas praticas de leitura. (SILVA, 1987, p. 109). 21 Para subsidiar a importância de ler na educação infantil os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN (1997), focam neste ponto de forma com que os docentes tenham esse hábito. Reconhece que: A leitura, como pratica social, é sempre um meio, nunca um fim. Ler a resposta um adjetivo, a uma necessidade pessoal. Fora da escola, não se lê para aprendera ler, não se lê de uma única forma, não se decodifica palavra por palavra, não se responde a pergunta de verificação do entendimento preenchendo fichas exaustivas, não se faz desenho sobre o que mais gostou e raramente se lê em voz alta. (BRASIL, PCN, 1997 vol.2, p.57) Através desta reflexão busca-se que a leitura tenha um contexto na vida do aluno, e para que isso aconteça ela deve fazer sentido para o educando podendo assim não ser apenas um simples atividade, mas fazer parte do cotidiano do mesmo de forma inovadora e estimulante na construção do conhecimento. Tratando-se da leitura na educação infantil sejam a partir das ilustrações, imagens, figuras, tudo isso faz com que a criança se integre nesse mundo, fazendo o uso da imaginação. Assim, afirma Fonseca: O professor de educação infantil tem um papel importantíssimo nessa fase da vida da criança, em relação aos seus primeiros contatos com a leitura de hábitos leitores. Ele tem uma grande responsabilidade e precisa se preparar com compromisso e profissionalismo (FONSECA, 2012, p.36). No entanto a metodologia do docente deve ser procedida de forma com que as rodas de leitura, seja um momento de lazer, o tempo em que os educandos irão viajar nesse processo e interagir, vão se tornando futuramente cidadãos letrados e não simplesmente alfabetizados, mas sim interessados em aprender mais, e assim tendo acesso ao legado cultural da humanidade. Daí cada vez mais do professor trabalhar em sala de aula com textos literários bastante diversificados. 22 4 A NECESSIDADE DE USAR TEXTOS LITERÁRIOS DIVERSIFICADOS Os textos literários têm uma função de despertar o prazer pela leitura como uma sintonia, porém é importante que o texto tenha um sentido para o leitor, de forma que o impulsione a emoção, a partir de sua estrutura e organização. (FIORIN E SAVIOLI, 2006). É importante diferenciar os textos literários dos textos não literários com a intenção de tornar mais claro os trabalhos com os textos diversificados sabendo o tempo exato que se deve usar em determinadas ocasiões. Os textos não literários são os que de determinada forma passa uma informação podendo ser através das notícias, os artigos jornalísticos, os textos didáticos, os verbetes de dicionários e enciclopédias, as propagandas publicitárias, os textos científicos, as receitas culinárias, os manuais, etc. Já os textos literários são os que provocam uma determinada emoção, com uma linguagem mais simbólica podendo ser possível compreender os diversos sentidos contidos nas entrelinhas, sensibilizando o leitor com sua beleza artística como, por exemplo: o conto, o poema, o romance, peças de teatro, novelas e crônicas. Quem escreve um texto literário não quer apenas dizer o mundo, mas recriá-lo nas palavras de forma que, nele, não só o que se diz, mas também o modo como se diz. A mensagem literária é auto-centrada, isto é, o autor procura recriar certos conteúdos na organização da expressão. Múltiplos recursos são usados para isso: ritmos,sonoridade, distribuição de sequências por opções e simetrias, repetição de palavras ou de sons (rimas) etc.” (FIORIN E SAVIOLI, 2006, p. 361) Partindo do desenvolvimento do texto literário é possível compreender a importância de trabalhá-lo na educação infantil, podendo aflorar na criança o desejo pela leitura desenvolvendo a partir desta prática inúmeras competências. Através do ensino de textos literários diversosé possível efetivar a pratica da leitura de forma prazerosa. No entanto é de suma importância que os educadores explorem os diversos textos de forma lúdica e envolvente, sempre respeitando a interpretação da criança, possibilitando para o aluno uma convivência com o mundo do “faz de conta” e com o mundo real. 23 As histórias dos contos de fadas têm um papel importante neste desenvolvimento, pois, através dos conflitos contidos na narrativa é possível fazer uma relação com o mundo real, como afirma Cavalcanti (2002): Assim, os contos de fadas necessitam de sobrevivência não somente porque dão continuidade ao “fio da memória” do imaginário popular, mas porque existe algo de essencialmente maravilhoso nessas narrativas que consiste em fazer falar de nós para nós mesmos. De alguma forma, isso nos dá outra dimensão espacial e temporal da nossa própria realidade interior (CAVALCANTI, 2002, p. 60). Essa sobrevivência do mundo mágico é essencial para desenvolver o senso crítico das crianças possibilitando a criação do seu próprio mundo ou fazendo parte deles. Podendo assim desenvolver uma leitura significativa, pois os elementos que contem nas histórias faz com que a criança se identifique e compreenda as barreiras a serem quebradas como: o medo do escuro. E até mesmo curiosidades do seu mundo real. É de suma importância que a leitura não seja apenas na escola, mas também no ambiente familiar possibilitando nos pequenos a interação dessa prática, fazendo-os compreender a importância desta leitura com naturalidade e de forma efetiva. A história contada antes de dormir faz com que o sono torne - se mais tranqüilo e o imaginário flua com harmonia. No entanto essa pratica está sendo extinta pela maioria das famílias. Segundo Cavalcanti (2002) é possível compreender que: Certamente, esse ritual já não é tão praticado com muita freqüência nos dias de hoje, pois já não se possui muito tempo pra o desfrute dos pequenos momentos em família. Saímos das fogueiras, lareiras e calçadas para a televisão, games e internet. As nossas crianças nem sempre podem adormecer escutando canções de ninar ou historias das mil e uma noites. As babas eletrônicas quase sempre são um fracasso como contadores de historia e o ambiente familiar deixa de ser o reduto acolhedor e seguro para se transformar num campo de desencontros permanentes, onde tudo é vivenciado com uma grande dose de culpa coletiva (CAVALCANTI, 2002, p. 68). Partindo desta reflexão é importante compreender que a tecnologia tem uma parcela de culpa, porém se faz necessário adaptar-se a ela, para que isso se desenvolva, embora os pais não tenham tempo. A responsabilidade foi transferida extremamente para a escola, além de transmitir e construir o conhecimento é o meio mais propício com relação ao estimulo da leitura, pois todo tempo é tempo de aprender dentro deste ambiente, até no momento da 24 troca fraldas é possível ler tudo que está naquele espaço. Para que isso aconteça é importante que o professor se planeje para que possibilite o ensino destes diferentes gêneros narrativos, pois cada um deles exige uma estética diversificada. Um dos elementos indispensáveis para despertar e incentivar o gosto pela leitura é a contação de histórias que deveria ser utilizada diariamente pelos professores de Educação Infantil. 4.1 A Contribuição da contação de histórias no ensino da leitura Uma das práticas mais importantes é a contação de histórias, embora seja uma muito antiga se faz presente com a intenção de transmitir o mundo mágico para os pequenos até mesmo no momento mais tenro de sua vida. No entanto na educação infantil é de suma importância que esse hábito seja cada vez mais frequente, é relevante ressaltar esse momento de forma natural, sem caráter avaliatório, mas comprometer-se com a oralidade, para que seja possível despertar o encanto nas crianças. A partir do momento em que observam a importância e o sentido do ler ou para que ler, é provável que desenvolva de forma mais natural esse processo, portanto é de suma importância que o professor não apenas faça parte deste universo, mas desenvolva um amor pela leitura, podendo assim expressar o que há de mais envolvente no mundo das historias. Assim esclarece Cavalcanti (2002),p. 64 “o bom contador de histórias é aquele que nasceu guiado por uma infinita capacidade de doação e, por isso, esteja onde estiver, em qualquer espaço e tempo, ele estará envolto pela magia de contar histórias.” A partir deste esclarecimento é possível compreender como o ato da leitura pode proporcionar para os adultos e também para as crianças, diversas formas envolventes, podendo possibilitar uma viagem no mundo mágico do imaginário. Portanto é importante que o professor se aproprie de algumas técnicas para proporcionar esse momento com mais segurança, como afirma Cavalcanti (2002): Certamente, aqueles que gostam de contar historias e não possuem a varinha mágica da palavra certa, na hora certa, podem se exercitar e aprender algumas técnicas, melhorando assim a performance de contador de histórias. Claro, nunca será aquele narrador que nasceu com a marca da palavra na alma. Porém, pode seguir algumas 25 técnicas e alcançar um bom desempenho. O importante é que se exercite adequadamente para não cometer erros graves e comprometer a qualidade da narrativa.” (CAVALCANTI, 2002, p. 73) Estas técnicas nesses momentos são importantes como, por exemplo, a entonação de voz sem exageros, possibilitando o envolvimento com a história que está sendo explorada, mostrar as imagens que contém nos livros para os ouvintes, ler com entusiasmo e atenção, ler pausadamente para que todos os mínimos detalhes sejam percebidos e sentidos pelos ouvintes. Com essas técnicas, é possível desenvolver essa prática com mais sistematização, sendo possível conseguir um momento agradável, aflorando e exercitando o imaginário nas crianças. Com o passar do tempo a criança vai compreender a importância da leitura tornando-se um hábito, partindo de determinadas inquietações. Como já foi citado anteriormente a contação de história tem como objetivo desenvolver a capacidade da criança com o mundo mágico. Além de ter a possibilidade de ampliar o vocabulário e ser favorável no processo de alfabetização juntamente com o letramento. Para que esse processo tenha êxito é preciso que o docente tenha um planejamento que explorem os diversos textos de forma lúdica e envolvente, podendo levar seus alunos a ter uma ânsia permanente para descobrir ou explorar esse mundo de fabulas, parábolas, mitos, lendas, sagas, contos de fada todos essas narrativas tem origem ou guarda um determinado saber fundamental pertencentes aos povos da antiguidade passando por diversas transformações. Sendo assim, é importante salientar que a contação de histórias é uma atividade lúdica que desperta a curiosidade e o interesse da criança pelo livro. Por meio dos contos a criança viaja pela imaginação para mundos encantados, para culturas diversas e vive muitas experiências. Ouvir e ler histórias são ações que é possível entrar em um mundo encantador, cheio ou não de mistérios e surpresas, mas sempre muito interessante, curioso, que diverte e ensina. É na relação lúdica e prazerosa das crianças com a obra literária que temos uma das possibilidades de formarmos o leitor. É na exploração da fantasia e da 26 imaginação que se instiga a criatividade e se fortalece a interação entre texto e leitor. Dessa forma, é importante perceber o quão necessário se faz o ato de escutar histórias, e o quanto que isso contribui para que a criança seja um bom leitor e ouvinte, e, é por meio dessa prática que a leitura vai se apresentando para a criança, proporcionando um caminho amplo de descobertas e de compreensão do mundo, abrindo espaço para que as crianças deixem fluiro imaginário e a curiosidade. Para isso, o papel do professor é de grande relevância nesse processo de ensino-aprendizagem. 4.2 O papel do professor no ensino da literatura No ensino da literatura é imprescindível que o professor seja um leitor apaixonado pelo o universo das narrativas, pois é possível desenvolver nos docentes o gosto e o prazer pela leitura de forma mais natural. Se o professor não gosta de ler, é impossível desenvolver no aluno, este hábito tão necessário. Dentre as metodologias elencadas no ensino da literatura que relacionam- se diretamente ao estímulo da competência leitora, destacam-se duas possibilidades opostas na forma de ensino: os conteúdos de literatura oferecidos de forma tradicional, pelo método da educação bancária (FREIRE, 1996), onde ocorre um afastamento do aluno à ação leitora pela deposição de conteúdos sem sua devida reflexão e a aprendizagem significativa construtivista. Neste sentido, o ensino tradicional, têm problemas de diversas ordens surgem como, por exemplo, a relação ente as formas como o aluno é ensinado e os métodos pelos quais ele é avaliado. Portanto, as avaliações mais frequentes sobre leitura na escola se centram nas provas de velocidade leitora e nos questionários fechados de perguntas de compreensão sobre um texto. O ensino literário deve despertar a arte da palavra para o leitor e para o ouvinte, no entanto é possível despertar a criação de forma espontânea. O docente deve utilizar as ferramentas de forma com que esse momento possa ser único e envolvente. Assim, o trabalho com a literatura infantil desenvolvido via projetos proporciona uma "vida cooperativa" no ambiente de sala de aula. A 27 criança passa a viver com mais responsabilidades e autonomia, fazendo parte de um grupo que incentiva e provoca conflitos. Segundo Jolibert (1994, p.21): É permitir as crianças que construam o sentido de sua atividade de aluno. É aceitar que um grupo viva com suas alegrias, entusiasmos, conflitos, choques, com sua experiência própria e todos os lentos caminhos que levam às realizações complexas. Vida cooperativa da aula e projetos. Projetos referentes à vida cotidiana, projetos-empreendimentos, projetos de aprendizado, cooperativamente definidos, cooperativamente construídos, cooperativamente avaliados. Os projetos relacionadas a leitura de textos literários diversos é importante para que o professor tenha um trabalho direcionado, podendo fornecer uma sequência didática de forma clara e objetiva visando alcançar as metas no âmbito da leitura. Assim, pode proporcionar para as crianças materiais áudio- visuais, trazendo a tecnologia na intenção de efetivar a aprendizagem com a participação de um todo e do individual para facilitar a avaliação continua, observando diversos pontos da prática e métodos adotados nesse processo, a partir de então o docente observara em busca de uma aprendizagem efetiva. Sendo assim, o texto literário se revela um meio eficiente de contato com a pluralidade de significações da língua, favorecendo o encontro com esses significados de forma abrangente, ampla, diferentemente dos materiais informativos que prendem-se aos fatos particulares. O texto literário [...] não só exprime a capacidade de criação e o espírito lúdico de todo ser humano, pois todos nós somos potencialmente contadores de histórias, mas também é a manifestação daquilo que é mais natural em nós: a comunicação. (LEITE, 1988, p. 12) O texto literário não mostra apenas os fatos, mas a complexidade de pensamentos que circundam e permeiam esses fatos, diferenciando o homem de cada época e de cada lugar, envolvido em seus processos histórico-sociais. Portanto, a linguagem literária é capaz de deixar lacunas que são preenchidas quando o leitor interage com o texto, unindo à leitura suas experiências anteriores, “atualizando” o ato de leitura, aproveitando-se da plurissignificação do texto literário para executar leituras variadas. No entanto é possível compreender a importância do professor para a formação leitora, embora a família apresente uma relevância significativa, porém o docente deve utilizar das ferramentas diversas para apresentar para o 28 educando o quanto a leitura é importante para a vida. Para isso, é também muito importante, que a escola propicie momentos de leitura para todos e disponibilize de uma biblioteca equipada com textos didáticos que são muito próprios do contexto escolar e precisam ser usados pelos alunos desde os primeiros anos de escolaridade. 29 5 METODOLOGIA Para a realização deste trabalho monográfico, foram realizados os seguintes procedimentos metodológicos: a pesquisa bibliográficas em que inicialmente foi necessário buscar alguns teóricos para subsidiar o trabalho, possibilitando trazer pensamentos e pesquisas feitas anteriormente e depois a pesquisa de campo de abordagem qualitativa e quantitativa, para se fazer um paralelo entre a teoria e a prática. Para a pesquisa bibliográfica foi necessário buscar reflexões no intuito de nortear o projeto de pesquisa, a partir de teóricos que trazem um pouco da literatura em suas falas, tais como: Zalbalza (1998) quando se refere a qualidade na educação Infantil, Zilberman (2004), que fala um pouco da história da literatura no Brasil e seus pioneiros, Cavalcanti (2002) onde possibilita a compreensão da importância do trabalho com a literatura desde o momento mais tenro da infância, entre outros. Também foram realizadas pesquisas em artigos científicos, revistas, sites, etc. Para obter os dados e assim facilitar a análise foi necessária a pesquisa de campo, através de entrevistas, observações e aplicação de um questionário a 20 docentes, sendo 10 professores da rede privada e 10 da rede pública de ensino. Foi importante também realizar uma pesquisa com os coordenadores das instituições vigentes situada na cidade de Jaboatão dos Guararapes - Regional 1. Após a pesquisa, foi feita a análise e a interpretação dos dados graficamente. Para ficar claro e objetivo foi feito por tipo de instituições, possibilitando uma compreensão mais efetiva e eficaz com relação ao trabalho com a Literatura Infantil, realizada através dos professores. Sendo assim a coleta de dados ocorreu no período de Fevereiro a março de 2018 com o objetivo de analisar a prática da leitura e literatura na Educação infantil, nas instituições públicas e privadas. 30 5.1 Análise e interpretação dos gráficos Inicialmente foi-se necessário investigar a formação dos professores da rede pública e foi constatado que 60% dos professores possuem nível superior e 40% possuem a pós graduação. Demonstrando que o aprimoramento dos conhecimentos é bastante efetiva. REDE PÚBLICA Gráfico1 Com relação à escolaridade dos professores da rede privada, 80% dos professores tem a graduação e 20% a pós graduação. Mantendo assim uma semelhança se referindo ao interesse de formação acadêmica. REDE PRIVADA Gráfico 2 40% 60% Formação dos professores Pedagogia Pós 80% 20% Nível de Escolaridade Pedagogia Pós 31 Buscando compreender a experiência dos docentes foi necessário coletar dados referentes ao tempo de atuação dos professores da rede pública, foi possível coletar que 80% trabalham na educação de 4 a 7 anos e 20% mais de 7 anos, compreendendo que os profissionais tem uma experiência significativa. REDE PÚBLICA Gráfico3 Os professores da escola particular apresentou dados de 50% de 4 a 7 anos e 50% mais de 7 anos demonstrando assim mais tempo de atuação na área. REDE PRIVADA Gráfico 4:20% 80% Tempo de atuação De 4 à 7 anos Mais de 7 anos 50%50% Tempo de Atuação De 4 à 7 anos Mais de 7 anos 32 Investigando o gosto do trabalho com a literatura foi possível compreender que 100% dos docentes da rede publica gostam e trabalham a literatura em suas aulas, partindo da compreensão dos benefícios para a leitura de forma prazerosa. REDE PÚBLICA Gráfico 5 Com os professores da rede privada obteve-se o mesmo resultado 100% dos profissionais gostam de trabalhar com a literatura. REDE PRIVADA Gráfico 6 100% 0% Trabalho com a Literatura Sim Não 100% 0% Trabalho com Literatura Sim Não 33 Analisando os recursos utilizados pelos professores da rede pública e compreende-se que 78% dos professores trabalham com a contação de histórias, método usado que mostra eficiência, porém é importante obter as técnicas, enquanto 11% faz o uso da leitura compartilhada e 11% da música. REDE PÚBLICA Gráfico 7: Analisando os dados da rede privada é possível compreender que a contação também é bastante utilizada por 90% dos profissionais e 10% utilizam a leitura compartilhada. REDE PRIVADA Gráfico 8 78% 11% 0% 11% 0% Recursos metodológicos Contação de histórias Leitura Compartilhada Revista Música Outros 90% 10% 0%0% 0% Recursos Medodológicos Contação de histórias Leitura Compartilhada Revista Música Outros 34 Os professores da rede pública quando questionados se trabalham com textos diversos, obteve-se o total de 100%. Valorizando a utilização dos diversos gêneros no estímulo da leitura. REDE PÚBLICA Gráfico 9 A pesquisa feita na rede privada, a maioria dos professores trabalham com os gêneros textuais diversos, exatamente 90%, porém houve uma pequena distinção com relação à rede pública, pois 10% declararam não trabalhar com a diversidade dos textos literários. REDE PRIVADA Gráfico 10 100% 0% Trabalho com textos diversos Sim Não 90% 10% Trabalho com textos diversos Sim Não 35 Analisando a interação dos alunos nas aulas com a literatura, na rede pública foi possível detectar que 70% dos alunos interagem efetivamente nas aulas, um número bem significativo, 20% dos professores declararam que grande parte dos alunos interagem nas aulas e apenas 10% declaram que às vezes acontecem a interação dos educandos. REDE PÚBLICA Gráfico 11 Na rede privada os dados foram bastante diversificados distribuídos em 40% dos alunos sempre interagem efetivamente, 40% dos professores declaram que grande parte dos alunos interagem, 10% afirmam que às vezes ocorre a interação e 10% afirmam que uma pequena parte participa e nas aulas com a literatura. REDE PRIVADA GRÁFICO 12 10% 70% 20% 0% Interação dos alunos Às vezes Sempre A maioria Pequena parte 10% 40%40% 10% Interação dos alunos Às vezes Sempre A maioria Pequena parte 36 Os professores também foram questionados com relação aos gêneros textuais que trabalham, e a maioria de 80% afirma trabalhar mais com fábulas e apenas 20% com poema. Essa análise foi importante para compreender e detectar possíveis divergência na coleta dos dados do gráfico 9 e 10. REDE PÚBLICA Gráfico 13 Com os professores da rede privada foi possível afirmar que 50% trabalham com a fábula e 50% com contos, possibilitando uma melhor compreensão com relação aos desestímulos dos alunos, sendo possível salientar a falta de diversidade dos gêneros textuais. REDE PRIVADA Gráfico 14 0% 50% 50% 0%0% Gêneros textuais trabalhados Épico Fábula Conto Crônica Poema 0% 80% 0% 20% Gêneros textuais trabalhados Épico Fábula Conto Crônica Poema 37 Buscando analisar a forma como os professores da rede pública estimulam seus alunos à leitura, foi possível entender que 80% costumam trabalhar com a roda de leitura e 20% dramatização. REDE PÚBLICA Gráfico 15 Com os professores da rede privada, obteve-se o praticamente o mesmo resultado, pois 50% dos professores declararam o uso da roda de leitura e 50% dramatização. Sendo evidente a falta de ferramentas diversificadas como a tecnologia. REDE PRIVADA Gráfico 16 80% 20% 0% 0% Formas de estimular a leitura Roda de leitura Dramatização Biblioteca Tablets 50% 50% 0% 0% Formas de estimular a leitura Roda de leitura Dramatização Biblioteca Tablets 38 Sabe-se da importância de projetos que possibilitem a interação dos alunos com o universo da literatura, na intenção de incentivar a mesma de forma prazerosa. Então, na pesquisa feita com os professores da rede pública teve-se um dado bastante significativo, pois 80% dos profissionais afirmaram que a escola trabalha com projetos neste porte e apenas 20% não. REDE PÚBLICA Gráfico 17 Na pesquisa feita com os professores da rede privada, foi possível obter o dado bastante semelhante, em que a maioria de 90% afirmou que as escolas desenvolvem projetos voltados a literatura, e apenas 10% não. REDE PRIVADA Gráfico 18 80% 20% Projetos literários Sim Não 90% 10% Projetos literários Sim Não 39 Para obter resultados mais precisos, foi-se necessário compreender o período em que ocorrem os projetos literários. Todos os professores da rede pública afirmaram que acontecem por semestre. REDE PÚBLICA Gráfico 19 Os professores da rede privada afirmam em 60% que acontecem no período semestral e já 40% afirma que é mensal. REDE PRIVADA Gráfico 20 Consta-se com a presente pesquisa que os professores precisam incentivar seus alunos de forma mais dinâmica e diferenciada, porém foi possível compreender que caminham em busca da melhora, sendo um ponto bastante positivo. 40% 60% 0% Período do projeto Mensal Semestral Anual 0% 100% 0% Período do projeto Mensal Semestral Anual 40 5.2 Questionários dos coordenadores Com os questionários aplicados aos coordenadores, tanto da rede pública como na particular, foi possível perceber que a escola possui projetos que auxiliam o professor com relação ao estímulo a leitura. Assim, a coordenadora da rede pública declarou que ás vezes os professores realizam atividades diversificadas com relação às aulas com a literatura, fomentando a informação citada acima neste aspecto. Já a coordenadora da rede privada afirma que os profissionais sempre realizam atividades diversificadas, no entanto as pesquisas feitas com os professores da rede privada não comprovaram, afirmando possível divergência. Quanto ao trabalho com a contação de histórias, os coordenadores afirmaram a prática exercida pelos docentes e também possível confirmar através das observações. 41 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao realizar o trabalho, foi bastante discutido a importância de trabalhar a literatura infantil desde os momentos mais tenro da infância. Portanto é notável que o professor seja o melhor transmissor desta prática de leitura, sendo importante salientar que a família tem o dever de desenvolver seu papel, pois o ambiente familiar proporcionará para a criança a segurança e o estímulo no sentido da leitura, para que aconteça forma mais natural e espontânea possível. Inicialmente teve-se uma preocupação em enfatizar a importância dos manuseios com os livros. A partir das observações feitas nasescolas públicas e particulares foi possível analisar a forma com que os docentes lidam com o processo de apresentação do livro e o desenvolvimento das contações de histórias, sendo bem semelhantes em ambas as redes escolares. Os profissionais demonstraram o domínio em transmitir a história de forma lúdica e envolvente, no entanto ocorrem algumas situações que o professor deve-se mostrar flexível, ate porque esse é o momento especial onde o imaginário da criança mostra-se amplamente livre. Porem o acervo de livros e diversidades dos métodos não são trabalhados de forma correta, pois os diferentes tipos de textos literários devem ser explorados pelos professores, tendo como a confirmação no déficit desse trabalho, a partir dos questionários feitos com os professores da rede publica e privada onde houveram divergências com relação ao trabalho com diferentes textos literários. Deste modo é importante salientar a responsabilidade dos professores em abranger seus conhecimentos e desenvolver em suas aulas métodos diversificados com a intenção de integrar a criança no mundo mágico das histórias, explorando vários tipos de textos literários como: conto de fadas, cordel, poemas, música, etc, sendo assim um momento de diversão e alegria, possibilitando o despertar o prazer pela leitura. Sendo assim, fica evidente a importância da leitura para a criança não só na escola, mas também em todos os aspectos de convívio, possibilitando a compreensão do mundo a sua volta desenvolvendo seu crescimento pessoal. 42 Acredita-se que esse trabalho venha despertar nos docentes o anseio em aprimorar seus conhecimentos com relação à literatura e como trabalhá-la em suas aulas, diversificando seus métodos de forma que possibilite para o educando o amor pela leitura, para que assim tornem-se leitores efetivos e críticos. REFERÊNCIAS BRASIL. MEC. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, 1996. BARROS, Jussara de. "Estatuto da Criança e do Adolescente "; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/dia-das-criancas/estatuto- crianca-adolescente.htm>. Acesso em 25 de abril de 2018. _______ Constituição da Republica Federativa. 1998. 17ª ed.- Belo Horizonte: Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, 2018 _________Ministério da educação e do desposto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil. Brasília: MEC SEF. 1998 Art 221 ________Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, 1º e 2º Ciclos do Ensino fundamental.1997 Secretaria de Educação Fundamental - Brasília - MEC/SEF CAVALCANTI, Joana. Caminhos da literatura infantil e juvenil: dinâmicas e vivencias na ação. São Paulo. Paulus, 2002. https://brasilescola.uol.com.br/dia-das-criancas/estatuto-crianca-adolescente.htm https://brasilescola.uol.com.br/dia-das-criancas/estatuto-crianca-adolescente.htm 43 COELHO, Nelly Novaes. Literatura infantil. São Paulo: Ed. Moderna, 2000. DANIELS, M. T. de A. Vygotsky e a pedagogia. São Paulo: Loyola, 2003. Dicionário infopédia da Língua Portuguesa [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003- 2018. [consult. 2018-07-05 03:57:46]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ler FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Para entender o texto. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler em três artigos que se completam. 23ª ed. São Paulo: Cortez, 1989. FREIRE, Paulo . Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FONSECA, Edi. Interações: com os olhos de ler. São Paulo. Blucher, 2012. JOLIBERT, Josette. Formando crianças leitoras. São Paulo: Artmed, 1994. LAJOLO, Marisa. O que é literatura. São Paulo: Brasiliense, 1982. LEITE, Lígia Chiappini Moraes. Invasão da catedral: literatura e ensino em debate. 2. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. SILVA, Ezequiel Theodoro da. O Ato de Ler. 4ª ed. São Paulo: Cortez, 1987. SOARES, Magda. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: CAMINHOS E DESCAMINHOS. Revista Pátio, n. 29, fevereiro de 2004 https://www.todamateria.com.br/o-que-e-literatura/ Acessado em: 25.04.2018 ZILBERMAN, Regina. A literatura infantil brasileira. Rio de Janeiro: Objetiva 2004. https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/ler https://www.todamateria.com.br/o-que-e-literatura/ 44 ZABALZA, Miguel A. Qualidade em educação Infantil. Porto Alegre: Artmed, 1998. 45 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES 1- Qual seu grau de formação? [ ] Normal médio [ ] Pedagogia [ ] Licenciatura [ ] Pós graduação 2- Quanto tempo você atua na área da educação? [ ] De 1 a 3 anos [ ] De4 a 7 anos [ ] mais de 7 anos 3- O que você entende gosta de trabalhar com LITERATURA em sala de aula? [ ] Sim [ ] Não 4- Recursos que você utiliza nas aulas de literatura? [ ] Contação de histórias [ ] Leitura compartilhada [ ] Revista [ ] Música [ ] Outros 5- Você costuma fazer leitura de textos literários diversos para seus alunos? [ ] Sim [ ] Não 6- Com relação ao ensino da literatura todos os alunos interagem durante a aula e participa de forma prazerosa? [ ] Às vezes [ ] Sempre [ ] A maioria [ ] Pequena parte 7- Quais os gêneros que seus alunos mais gostam? [ ] Épico [ ] Fábula [ ] Conto [ ] Crônica [ ] Poema 8- Quais as diferentes formas de estimular os seus alunos a leitura? [ ] Roda de leitura [ ] Dramatização [ ] bibliotecas [ ] tablets Outros: ________________________________________________________ 9- A sua escola tem projetos de intervenção que contribua com do desenvolvimento e estimulo pela leitura? [ ] Sim [ ] Não 10- Qual período? [ ] mensal [ ] Semestral [ ] Anual 46 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO APLICADO AO DIRETOR/COORDENADOR 1- Tempo de atuação? [ ] De 1 a 2 anos [ ] De 3 a 4 anos [ ] Mais de 6 anos 2- No PPP da escola existem projetos de intervenção que auxiliam ao estimulo ao uso de textos literários? [ ] Sim [ ] Não 3- Nos planejamentos dos professores existem atividades diversificadas para com a leitura? [ ] Sempre [ ] Quase sempre [ ] Ás vezes [ ] Nunca 4- Qual o nível de satisfação dos alunos para com as aulas em que envolve a literatura ministrada pelos professores? [ ] Bom [ ] Ruim [ ]Regular 5- Os professores costumam trabalhar com contação de histórias? [ ] Sempre [ ] Quase sempre [ ] Ás vezes [ ] Nunca
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