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1 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO CONCEITOS “Uma conexão direta estrutural e funcional entre osso vivo ordenado e a superfície de um implante” P I Branemark. “É a ancoragem direta de um implante por formação de tecido ósseo ao seu redor sem crescimento de tecido fibroso na interface osso implante” Albrektsson, T. - *ou seja, a fibrointegração era algo descartado quando o sistema de Branemark foi adotado pela implantodontia. - A relação de um dente ao seu alvéolo é através de uma articulação (gonfose). É uma articulação localizada entre o dente e o osso por intermédio do ligamento periodontal. Este ligamento tem um liquido que o margeia que ocasiona esse amortecimento. - Quando os elementos dentários são removidos e precisam de um suporte de fixação, de algum tipo de aparato protético, serão utilizados implantes ossointegrados. - É necessário que o osso cresça e encontrando aquele implante, crie uma relação de soldadura (osso e implante). - Não é aceito qualquer tipo de movimentação como sinal de sucesso de um implante. Isso faz toda a diferença em relação a biomecânica. - A carga a ser aplicada sobre essas próteses tem que ter uma área de contato menor pq não pode ser gerado um esforço muito significativo sobre aquela estrutura. Se gerar, comprometerá o suporte. Chamamos isso de desintegração óssea ou perda de suporte. OSSOINTEGRAÇÃO Baseia-se na compreensão de: - Cicatrização e reparo de tecido; *uma agressão ao tecido pode gerar uma osteonecrose, por isso a cicatrização e repara- ção de tecido fazem parte dos parâmetros da ósseointegração. - Remodelação de tecidos; - Tecidos moles; -Tecidos duros; - Efeitos das forças em todos os vetores; *é importante avaliar os efeitos das forças que serão aplicadas nas próteses que serão conectadas aos implantes. É necessário ser avaliado todos os vetores. É dessa forma que é escolhido o comprimento, quantidade e diâmetro do implante. Bem como o individuo que sofre a ação de receber o implante. - Resposta imune à inserção de corpo estranho. HISTÓRIA SÉCULO 17 – 20 Tipos de implantes que foram utilizados: - Transplante dental; - Subperiosteal; - Transósseo; - Carbono vítreo; - Laminados - Ossointegrados. 1952 – 1960 – Microscopia vital; 1960-1968 – Reparação e regeneração de osso e medula óssea; 1965 – Primeiro implante de mandíbula; 1965 – Pesquisa clínica. *O sucesso das pesquisas era dado por conta das taxas, critérios utilizados e relatórios de pesquisa. CRITÉRIOS SUBJETIVOS - Função adequada; 2 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO - Ausência de desconforto; *é o principal - Estética aprimorada; - Melhor bem-estar emocional e psicológico. CRITÉRIOS OBJETIVOS *PODE CAIR EM PROVA!!! - Perda óssea não superior a 33% do comprimento vertical do implante; *Com o passar do tempo uma perda óssea é esperada. - Bom equilíbrio oclusal e dimensão vertical; - Inflamação gengival passível de tratamento; *a inflamação gengival não pode atingir a um nível de irreversibilidade ou que dificulte esse tratamento. - Mobilidade inferior a 1mm em qualquer direção; *na verdade, não pode ter mobilidade nenhuma. Hoje, a imobilidade é um critério de sucesso de um implante. - Ausência de sintomas de infecção; - Ausência de danos à estrutura circundante; - Tecidos conjuntivos saudáveis. - Após o período da ossointegração, existe um tipo de teste que é basicamente a reabertura da mucosa (cirurgia de 2º estágio). Nessa cirurgia é checado uma série de parâmetros para considerar um implante ossointegrado. Um deles é o exame de percussão. Pega-se um instrumento e bate com ele ao longo eixo do implante gerando um som característico. Se o som for metálico significa que aquele implante não foi ossointegrados, e sim, fibrointegrado, ou seja, esse implante não deu certo. Inclusive podemos tentar removê-lo. Se o som for oco/seco significa que há uma ossointegração e obtivemos sucesso na cirurgia. TAXAS DE SUCESSO EXEMPLO DE IMPLANTES MAIS UTILIZADOS *Os cônicos são muito utilizados com carga imediata; *Cônico com retenção – dispositivo que possui câmeras para o crescimento de osso e assim aumentam a retenção do implante. % Subperiosteal 39-90 Grampo 95 Carbono vítreo 50 Laminados 65-90 Ossointegrados 80-100 3 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO RESPOSTAS ÓSSEAS QUE CONDUZEM À OSSOINTEGRAÇÃO * PODE CAIR EM PROVA!!! 1) Osteogênese de contato – depende da superfície rugosa do implante. Quantidade de área disponível para o implante. 2) Osteogênese a distância – neoformação óssea inicia a partir do osso adjacente pré-existente. 3) Osteocondução; 4) Osteoindução – material ou superfície induz a neoformação óssea. - A saúde do osso e sua mobilidade precisa estar sadio para receber o implante. FATORES COMUNS À REPARAÇÃO ÓSSEA A resposta óssea ao redor do implante varia de acordo com seu local de inserção (osso cortical ou esponjoso). Na figura acima mostra um o titânio, um tecido necrótico (marrom) que serão “comido” pelos osteoclastos e substituído pela ação que vem do osso, criando um tecido osteóide que vai formar um osso neoformado. Isso tudo acontece em um período de 3 a 6 meses (em características normais). - Significa dizer que se colocar num osso mais denso um implante de titânio sem qualquer tipo de tratamento de superfície, ou seja, não tem aumento da área de contato. - Para realizar a colocação desse implante é da seguinte forma: o osso é perfurado com uma fresa sem ultrapassar uma temperatura de 47º C graus. Então o osso é cortado, o implante será instalado sob pressão (igual parafuso de madeira); Obs: nenhum tecido vivo gosta de pressão, por isso ele gera um processo inflamatório e esse processo envia células de defesa para a região do conflito para elas atacarem o causador do conflito. Porém, as células de defesa têm afinidade com o titânio. Elas, então, atacam o tecido em volta do implante e substitui esse tecido por um osso sadio (neoformado); Esse processo leva em torno de 3 a 6 meses com superfícies não tratadas. Então, se o osso for muito denso e que suporte melhor a carga levará menos tempo. Se o osso for mais mole, levará mais tempo. Osso denso: aquele que tem mais quantidade de tecido duro efetivamente é um osso cortical. (mandíbula) Osso mole: aquele que tem mais trabéculas, interstício sanguíneo é o osso medular. (maxila) CONCEITO DE ANCORAGEM Fibrointegração: há um tecido fibroso entre o implante e o osso. Ossointegração: não há tecido fibroso entre o implante e o osso. 4 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO TIPOLOGIA ÓSSEA CLASSIFICAÇÃO DE LIKHOLM E ZARB, 1985 * PODE CAIR EM PROVA!!! TIPO I: composto principalmente por osso compacto (cortical); TIPO II: composto por uma parte de osso cortical e outra de osso esponjoso; TIPO III: a porção da cortical é fina, e a parte esponjosa é consistente; TIPO IV: a cortical é praticamente inexistente. Essa classificação é a que prevalece até hoje. CLASSIFICAÇÃO DE TRISI E RAO, 1999 Fazendo uma comparação com a classificação anterior, essa não é utilizada e sim a de Zarb. TIPO I: osso denso; TIPO II E III: osso normal; TIPO IV: osso com baixa densidade. RESPOSTA ÓSSEA DO OSSO ESPONJOSO FASE 1: formação do coágulo; FASE 2: formação 3D de uma rede de fibrina; FASE 3: - Primeira aposição óssea; - Osteogênese de contato; - Osteogênese à distância; FASE 4: aposição óssea e ossointegração. Da fase 2 para a fase 3 é chamado de “encruzilhada” da ósseointegração. Porque se for gerado um estímulo sobre aquele implante iremos caminhar para a sedimentação da fibrina,da fibrose. Então, o organismo entende que ele está sofrendo uma carga e que ele precisa responder. Porém, se não tiver carga ou estiver em repouso o organismo irá substituir a rede de fibrina por uma posição óssea gradual. Um osso inicial imaturo é criado substituindo a rede de fibrina e com o passar do tempo o organismo vai começar a carrear cálcio o suficiente para transformar em osso maduro. A colocação de um implante e a interpenetração do tecido ósseo em todas as espiras do implante. Teremos uma resposta desse osso com o passar do tempo. ESTÁGIO DE CONSOLIDAÇÃO ÓSSEA E OSSOINTEGRAÇÃO CINÉTICA CELULAR E REMODELAÇÃO DO TECIDO: o processo de ossointegração observado após a inserção do implante pode ser comparado à consolidação da fratura óssea. A preparação da osteotomia no local do implante (ferimento ósseo) inicia uma sequencia de eventos, incluindo uma reação inflamatória, reabsorção óssea, liberação de fatores de crescimento e atração por quimiotaxia de células osteoprogenitoras para o local. A diferenciação de células osteoprogenitoras em osteoblastos leva à formação de osso imaturo na 5 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO superfície do implante. As proteínas da matriz extracelular, como a osteocalcina, modulam o crescimento dos cristais de hidroxiapatita fazendo com que o osso se calcifique. Condições específicas, ideais para a formação óssea, devem ser mantidas no local de cicatrização para se conseguir a ossointegração. Cicatrização por primeira intenção: 7 dias. Cicatrização por segunda intenção: 21 dias. Cicatrização considerada madura: 45 dias. A mobilidade do implante em relação ao osso deve ser mantida para a formação do osso na superfície. Uma resposta inflamatória leve aumenta a cicatrização óssea, mas a inflamação moderada ou movimento acima de um certo limite é prejudicial. Quando os micromovimentos na interface excedem 150 µm (micrometros), o movimento prejudica a diferenciação dos osteoblastos e o tecido fibroso da cicatriz se forma entre o osso e a superfície do implante. - Após a colocação de um implante com carga imediata devemos informar ao paciente que ele não poderá comer comida sólida durante um bom tempo. Portanto, é importante evitar forças excessivas, como carga oclusal, durante o período de cicatrização inicial. Danos no tecido ósseo e detritos pela preparação do local da osteotomia devem ser eliminados pelos osteoclastos para a cura normal do osso. Essas células multinucleares, originadas do sangue, podem reabsorver o osso a um ritmo de um a 100 µm por dia. Existe um acoplamento entre a aposição óssea e reabsorção. OS 3 ESTÁGIOS BIOLÓGICOS A osseointegração segue um programa comum determinado biologicamente que é subdividido em 3 estágios: 1) Incorporação por formação do tecido ósseo; 2) Adaptação da massa óssea à carga (deposição óssea lamelar e paralela); 3) Adaptação da estrutura óssea à carga (remodelação óssea). No nível microscópico, um contato íntimo osso-implante foi amplamente relatado. Uma vez que a interface osso-implante atingiu um estado estável, ela pode se manter ao longo de décadas, conforme verificado pela histologia humana de implantes recuperados por causa de fraturas. 6 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO 3. ADAPTAÇÃO DA ESTRUTURA ÓSSEA À CARGA (REMODELAÇÃO ÓSSEA) * PODE CAIR EM PROVA!!! A remodelação óssea caracteriza o último estágio da ossointegração. Começa por volta do terceiro mês e, após várias semanas de atividade cada vez mais intensa, desacelera novamente, mas continua pelo resto da vida. Tanto no osso cortical quanto no esponjoso, a remodelação ocorre em unidades discretas, frequentemente chamadas de unidade multicelular óssea, conforme proposto por Frost (1963). A remodelação começa com a reabsorção osteoclástica, seguida da deposição do osso lamelar. A reabsorção e a formação estão acopladas no espaço e no tempo. A remodelação na terceira fase da osseointegração para uma adaptação da estrutura óssea à carga de duas formas: 1) Melhora a qualidade óssea substituindo osso pré- existente necrótico e/ou osso tecido mais primitivo formado por osso lamelar maduro e viável. 2) Leva a uma adaptação funcional da estrutura óssea à carga, alterando a dimensão e orientação dos elementos de suporte. Uma vez alcançada a osseointegração, os implantes podem resistir e funcionar sob as forças de oclusão por muitos anos. Avaliações biomecânicas longitudinais parecem indicar que durante as primeiras semanas após a colocação de implantes de um estágio, uma diminuição da rigidez é observada. Isso pode ser indicativo de reabsorção óssea durante a fase inicial de cicatrização. Subsequentemente, a rigidez aumenta e continua a aumentar por anos. Assim, quando uma prótese é instalada imediatamente (em 1 dia) ou precocemente (em 1 a 2 semanas), deve-se ter cuidado para controlar a sobrecarga. É importante reconhecer que locais com estabilidade primária limitada ou menos contato osso-implante (por exemplo, maxila posterior) provavelmente passarão por um período de ainda menos suporte ósseo nos estágios iniciais da consolidação óssea devido à fase inicial do osso reabsorção. ASPECTOS HISTOLÓGICOS DA OSSOINTEGRAÇÃO Histologicamente, a ossointegração é definida como a conexão direta estrutural e funcional entre o osso ordenado e vivo e a superfície de um implante de suporte de carga sem a intervenção de tecidos moles. 1. Áreas de osso cortical; 2. Áreas de osso esponjoso; 3. Em implantes humanos recuperados. 1) A OSSOINTEGRAÇÃO EM ÁREAS DE OSSO CORTICAL A estabilidade primária é obtida por encaixe por pressão, que leva ao contato direto osso-implante. O encaixe por pressão costuma causar sobrecarga local, com deformação plástica das lamelas a até fissuras e microfissuras. O suprimento sanguíneo local é perturbado pela ruptura e compressão dos vasos. O osso torna-se avascular e necrótico, mas ainda fornece estabilidade. - Toda vez que se coloca um implante é importante checar a estabilidade primária. Significa dizer que o implante NÃO se movimenta. - O implante solto ou com movimentação não tem relação com o osso, ou seja, o osso não se sensibiliza. Quem agirá nesse momento será a fibra, ocasionando uma fibraintegração e não ossointegração. 7 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO *PERGUNTA DE PROVA: QUANTAS PAREDES ÓSSEAS O IMPLANTE ENTRA EM CONTATO QUANDO ELE É COLOCADO? R: 5 PAREDES. Vestibular, lingual/palatina, mesial, distal e apical. Quando os implantes do tipo parafuso são inseridos no osso cortical, uma broca é recomendada com um diâmetro um pouco maior que o centro da rosca. A parede do furo é então frequentemente detectável nas seções e são separadas da rosca do parafuso por um intervalo de 50 a 100 µm de largura. Aos 3 meses, é parcial ou totalmente preenchido por osso lamelar, formado na segunda fase da ossointegração. A remodelação óssea, como mecanismo dominante no estágio três, finalmente substitui as áreas avasculares por osso vivo maduro. A remodelação cortical contribui substancialmente para o aumento da interface entre o implante e o osso vivo. 2) OSSOINTEGRAÇÃO EM ÁREAS DE OSSO ESPONJOSO A densidade de volume da matriz óssea no osso cortical é de cerca de 80-90%, no osso esponjoso apenas 20-25%. O osso esponjoso, portanto, contribui muito menos para a estabilidade primária. Os locais onde o contato direto entre o implante e as trabéculas foi forçado pela compressão são bastante raros. Por outro lado, um grande compartimento da superfície do implante está exposto à medula óssea, com sua ampla vascularização e abundância de células precursorasde osteoblastos. O contato osso-implante secundário é alcançado pela construção de uma ponte sobre o espaço medular intertrabecular. No primeiro estágio, os andaimes de osso tecido cumprem esse objetivo. Estruturas proeminentes em ambos os lados, ou seja, extremidades livres das trabéculas, ou bordas e roscas do implante, funcionam como uma espécie de cabeça de ponte e estreitam o vão a ser coberto. Uma vez estabelecidas, essas âncoras ósseas são reforçadas por osso lamelar e finalmente submetidas a remodelação contínua, o que melhora a qualidade óssea, bem como a orientação e dimensão do elemento de suporte. RESPOSTA ÓSSEA E FATORES LOCAIS - A temperatura não pode ser superior a 47º C. *se a temperatura for maior acontece a desnaturação de proteína e com isso não teremos uma resposta tecidual favorável. - Conforme a densidade óssea muda, muda a estabilidade primária. * os ossos tipo I e tipo IV são ossos desfavoráveis para a colocação de implantes pois o Tipo I não tem muita vascularização e o Tipo IV não tem densidade óssea. Tipos dos ossos existentes em cada região da mandíbula e maxila. 8 AULA 2 IMPLANTODONTIA PRINCÍPIOS DA OSSOINTEGRAÇÃO - O professor não concorda com a imagem anterior e dividiria da seguinte forma: Tipo I: na região anterior da mandíbula; Tipo II: na região posterior da mandíbula; Tipo III: na região anterior da maxila; Tipo IV: na região posterior da maxila. RESPOSTA ÓSSEA CONSECUTIVA À COLOCAÇÃO EM FUNÇÃO - Princípio de conservação do espaço biológico: agressões mecânicas e invasões bacterianas. - Agressões no nível do ligamento mucoepitelial peri- implantar: • Presença de um micro espaço na junção implante-pilar; • Desaparafusamento e reaparafusamento na junção implante pilar; • Micromovimentos na junção implante pilar; • Presença de infiltração bacteriana; • Compressões oclusais. O QUE É NECESSÁRIO PARA QUE OCORRA O FENÔMENO DA OSSOINTEGRAÇÃO? (ADELL 1981) * PODE CAIR EM PROVA! - Condições assépticas de instalação; - Perfuração atraumática; - Material biocompatível; *titânio - Tempo de cicatrização livre de carga por 3 meses na mandíbula e 6 meses na maxila; - Posicionamento passível de reabilitação protética. BIC = Bone Implant Contact ou integração/contato osso e implante
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