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Hiago Manoel Araujo Medicina-P2 AÇÕES PROGRAMÁTICAS O QUE SÃO? Meios organizados de programar o cuidado em saúde de grupos vulneráveis que necessitam de assistência especial -Atender às necessidades de grupos, usando abordagens específicas PRINCIPAIS: Saúde da criança, Pré-natal, Puerpério, Hipertensão, Diabetes, Tuberculose, Hanseníase, IST’s O QUE DETERMINA CONDIÇÕES E COMPORTAMENTOS DE RISCO E VULNERABILIDADES? Aqui encaixa-se doenças ou agravos que devem possuir manejo especial a fim de evitar agravamento -Alcoolismo, tabagismo, dependência química e sedentarismo • AÇÃO PROGRAMÁTICA NA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA -Doença crônica não transmissível -Caracterizada por níveis pressóricos vasculares elevados -PAS > ou = 140 mmHg -PAD > ou = 90 mmHg -Ocorre quando os benefícios do tratamento superam os riscos do não tratamento -Principais fatores de risco para HAS (multifatorial): -Genética, Idade, Sexo e Etnia -Hábitos de vida (sedentarismo, obesidade, alimentação (muito Na e pouco K), alcoolismo) -Apneia obstrutiva do sono -Uso de medicamentos -Fatores socioeconômicos -Para diagnosticar uma HAS é necessário medida com a técnica correta em, ao menos, 2 ocasiões diferentes -Paciente sem usar medicação anti- hipertensiva -Nas duas vezes, a PA deve estar acima dos 140/90 mmHg -PAD ou PAS acima do valor indicado já é hipertensão OBS: Considera-se hipotensão apenas quando níveis pressóricos estão abaixo da PA ótimo e paciente cursa com sintomas -Geralmente, assintomática -Pode evoluir com LOA (Lesão de órgãos-alvos) -Coração: Doença Arterial Coronariana, IC, Fibrilação Atrial -Cérebro: AVE, AVEI, AVEH, demência -Rins: Doença Renal Crônica -Fator de risco para doenças cardiovasculares -PREVALÊNCIA NO BRASIL: -32% dos brasileiros são hipertensos -Prevalência maior entre homens e em pessoas de maior idade -Maiores gastos com DCV -PREVENÇÃO: Controle de peso, dieta saudável, menor consumo de sódio, ingestão adequada de potássio, controle do estresse, menor consumo de álcool, tabagismo e uso da espiritualidade -PRINCIPAIS CONSEQUÊNCIAS DA HAS: *Precoce -AVE -Doença Cardíaca Coronariana -IC *Tardia -Cardiomiopatia hipertensiva -Fibrilação atrial -Cardiopatia valvar -DRC -DM -Disfunção erétil -TRIAGEM E DIAGNÓSTICO: -Mensurar PA em dois momentos diferentes em condições técnicas corretas -Se PAS ou PAD acima do valor indicado, HAS *Anamnese: -Buscar informações acerca de antecedentes familiares -Identificar fatores de risco associados -Buscar possíveis LOA -Presença de comorbidades (DM, Dislipidemias...) e outros fatores de riscos adicionais -Uso de fármacos que interferem na PA -Aplicar score de risco de doenças cardiovasculares -Rastrear HA secundária *Exame físico: -Realizar exame completo -Medida correta de PA (ambos os braços, 2x em cada braço – pode ser coxa) -Análise de parâmetros antropométricos (peso, altura, IMC) -Sinais de LOA -Realizar retinografia (sinal de retinopatia hipertensiva) *Exames complementares: -Exames básicos e acessíveis -Sumário de urina -Creatinina e potássio -Glicemia em jejum e HbA1c -Colesterol, triglicerídeos, HDLc -Ácido úrico -ECG convencional -HAS NA MFC E APS: -Diagnóstico, estratificação e risco e tratamento -Orientações sobre manutenção do peso, alimentação balanceada -Papel do educador física na luta contra sedentarismo (FR associado) -Papel da enfermagem no auxílio ao autocuidado -Equipe multiprofissional atuando com estratégias que auxiliem o controle da PA em pacientes -CONDUTA TERAPÊUTICA: *Não medicamentoso: -Controle do tabagismo -Controle da alimentação (sódio, potássio, laticínios, chocolate, vitamina D) -Maior consumo de frutas e hortaliças, laticínios com baixo teor de gordura, cereais integrais -Menor consumo de doces e gorduras, carne vermelha e bebidas com açúcar -Consumo de bebida alcoólica -Exercício físico -Controle do estresse e espiritualidade -Controle do peso (IMC < 25) *Medicamentoso: -Foco na redução da PA e ricos de DCV -Monoterapia ou medicamentos combinados a depender do estágio do paciente -Sempre que for combinar, associar medicamento com mecanismo de ações diferentes -HAS estágio 1 (baixo risco) e indivíduos frágeis (idosos): monoterapia -Iniciar com BRA ou IECA (Ex.: Losartana 50mg) -Iniciar com 1x ao dia, podendo aumentar para 2x ou dose máxima antes de passar para associação -HAS estágio 1 (moderado ou alto risco), estágio 2 ou 3: combinação de fármacos -Associar IECA ou BRA já usado com DIU tiazídico ou BCC (Ex.: Hidroclorotiazida 25mg) -Se não resolver com os dois fármacos, associar um terceiro -Geralmente, BCC (bloqueadores de canais de cálcio) → Ex.: Anlodipino -Pode-se acrescentar espironolactona (diurético poupador de potássio), caso necessário -Problemas de adesão ao tratamento medicamentoso -Propor esquema posológico com maior comodidade (doses únicas, menores doses possíveis) -Implementar equipe multiprofissional • AÇÃO PROGRAMÁTICA NO DIABETES MELLITUS -Síndrome hiperglicêmica crônica -Associada a ação ou secreção de insulina -Evolui para necessidade de terapia combinada, independente da adesão ao tratamento -DM1: Associado à produção de insulina -Tipo 1A: Destruição autoimune de células produtoras de insulina (células beta do pâncreas) -Tipo 1B: Dificuldade de produção por causa idiopática (sem explicação aparente) -DM2: Associado à resistência a ação da insulina -Pode relacionar-se à perda progressiva de produção de insulina -DM adquirida (comum em obesos) -DM Gestacional: alta no teor glicêmico durante gestação (pode ser regulado após o parto) -PREVALÊNCIA: 7,6% no Brasil -Presença de determinantes em saúde contribuem para crescimento (envelhecimento populacional, obesidade e sobrevida dos diagnosticados) -Na comunidade, estima-se o valor de diabéticos de acordo com a prevalência nacional -Se número de diagnosticados é menor que o esperado, realizar busca ativa -ABORDAGEM NA APS -Quando realizar rastreamento em adultos assintomáticos: -IMC > 25 -Sedentarismo -Histórico familiar (1° grau), incluindo DMG -Dislipidemia -Acantose nigricans -Histórico de DCV *Anamnese -Realizar anamnese completa -Pesquisar existência de comorbidades e complicações crônicas -Atentar-se ao subjetivo do paciente em relação à doença (medos, expectativas e dificuldades) -Verificar presença de fatores de riscos CV *Exame físico -Procurar por complicações micro e macrovasculares -Realizar exames dos pés (anualmente): -Avaliação da sensibilidade superficial e profunda (uso do diapasão) -Palpação dos pulsos -Buscar por lesões cutâneas *Exames complementares: -Glicemia em jejum e pós prandial -HbA1c -Colesterol Total (HDL, LDL, não HDL) -Triglicerídeos -Função renal (sumário de urina, creatinina e microalbuminúria) -Perfil lipídico e função renal: avaliar anualmente, se tudo normal -Quando glicemia em jejum normal, solicitar HbA1c a cada 6 meses -Realizar fundoscopia anualmente (se diagnosticado com DM2) ou após 5 anos do diagnóstico de DM1 CASO CLÍNICO VISTO NA PRÁTICA: Paciente, sexo masculino, HAS descompensada com alto risco vascular, de acordo com escore global. Uso de Losartana 50mg (1-0-1), HCTZ 25mg (1-0-0), Anlodipino (0-0-2) *Critérios para hipótese de DM: -Polis: Poliúria, polidipsia, polifagia e perda ponderal -Cansaço -Infecções genitais de repetição -Alterações visuais -Emagrecimento rápido e inexplicado -Hiperglicemia grave -Desidratação, cetonemia e cetonúria -Cetoacidose diabética e coma hiperosmolar (manifestações graves que exigem atendimento em PS) *Conduta -Elaboração de planoterapêutico conjunto (abordagem familiar e comunitária – grupos da APS) -Sucesso terapêutico depende do autocuidado -Intervenção na educação em saúde (individual ou em grupo) 1. Tratamento não farmacológico (mudanças no estilo de vida – MEV) -Dieta adequada -Indicada de acordo com peso, sexo, idade e gasto calórico habitual -Atividade física regular -Reduz a HbA1c (hemoglobina glicada) -Exercício físico por mais de 150min/semanais -Uso de álcool, tabaco e outras drogas (aumenta risco CV e dificulta controle glicêmico) 2. Tratamento farmacológico -DM1: Insulinização -DM2: Trata-se por etapas -Iniciar com MEV associado ao uso de Metformina (Biguanidas) -Associação progressiva com outros fármacos -Se necessário, incluir insulinoterapia -PROGNÓSTICO: -Quando diagnosticado e tratado corretamente, o indivíduo pode ter vida plena -Possíveis complicações: *Aguda: hipoglicemia, cetoacidose e coma hiperosmolar *Crônica: Podem ser micro ou macrovasculares -Nefropatia, oftalmopatia, neuropatia autonômica ou sensitivo-motora -Cardiopatia isquêmica, doença carotídea, DVP -Pé diabético -DICAS PARA AVALIAÇÃO DO PACIENTE DIABÉTICO: -Geralmente, possuem histórico família (um dos pais) -Obesidade → Risco par DM2 -Controle metabólico evita complicações crônicas -Genograma é útil para avaliar adesão ao tratamento -Pode complicar para úlceras de nos pés e amputação -Inércia clínica pode levar a complicações -PREVENÇÃO -Educação em saúde -Sobre o DM2: Controle da obesidade, HAS, dislipidemias (fatores de risco) -Realizar rastreio para microalbuminúria → prevenção de IR -Educação para autocuidado e em diabetes (em grupos ou individual)
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