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E-Book-As-igrejas-de-Cachoeira

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Prévia do material em texto

As igrejas de Cachoeira
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO
Camila Fernanda Guimarães Santiago
Igor Roberto de Almeida Moreira
Sabrina Mara Sant’Anna (Org.)
As igrejas de Cachoeira
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO
Camila Fernanda Guimarães Santiago
Igor Roberto de Almeida Moreira
Sabrina Mara Sant’Anna (Org.)
2020
Copyright © As Igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e ornamentação
Copyright © Clio Gestão Cultural e Editora
EDITORA: CLIO GESTÃO CULTURAL E EDITORA
EDITORA EXECUTIVA:
Tânia Maria T. Melo Freitas
CONCEPÇÃO DA CAPA:
Ludmila Andrade Rennó
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:
Ludmila Andrade Rennó
REVISÃO GRAMATICAL:
Simone Mara de Jesus
REVISÃO GERAL:
Tânia Maria T. Melo Freitas
REGISTRO E CATALOGAÇÃO:
Gislene Rodrigues da Silva 
CONSELHO EDITORIAL DA CLIO GESTÃO CULTURAL E EDITORA:
Profª. Drª. Adalgisa Arantes Campos - UFMG - Brasil
Prof. Dr. Alfredo Morales - USE - Espanha
Profª. Drª. Ângela Brandão – UNIFESP – Brasil
Prof. Dr. Antônio Emílio Morga - UFAM - Brasil
Pe. Mestre Carlos Fernando Russo - UP – Portugal
Eng.º Mestre Fernando Roberto de Castro Veado – UFMG/IEPHA - Brasil
Prof. Dr. Luiz Alberto Ribeiro Freire – UFBA - Brasil
Prof. Dr. Luiz Carlos Villalta – UFMG - Brasil
Prof. Dr. Magno Moraes Mello – UFMG - Brasil
Profª. Drª. Mary del Priori - UNIVERSO - Brasil
Prof. Dr. Saul António Gomes – UC - Portugal
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento 
ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem 
a prévia autorização por escrito da Editora.
As ideias contidas neste livro são de responsabilidade de seus organizadores
e autores; não expressam necessariamente a posição da editora.
Clio Gestão Cultural e Editora 
Av. Álvares Cabral, 344 – s.1701/1702
Cep: 30170-911 – Belo Horizonte – MG
Telefone | Whatsapp: (31) 99205-1448
E-mail: taniamfreitas.ph@gmail.com
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Elaborada pela bibliotecária Gislene Rodrigues da Silva, CRB-6/MG 3293. 
 
 
 
S235i Santiago, Camila Fernanda Guimarães. 
 As igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e ornamentação/ 
Camila Fernanda Guimarães Santiago; Igor Roberto de Almeida 
Moreira; Sabrina Mara Sant’Anna. – 
Belo Horizonte: Clio Gestão Cultural e Editora, 2020. 
 194f. : il. 
 
 Ebook formato pdf. 
 Requisitos do sistema: Adobe Acrobat Reader. 
 E-ISBN: 978-65-89378-01-3 
 
 
 1. Bahia - história. 2. Patrimônio. 3. Arquitetura. 4. Igreja católica - 
história. 5. Arte e religião. I. Título. 
 
 
 
 CDU – 930.85 
 
As igrejas de Cachoeira
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO
Camila Fernanda Guimarães Santiago
Igor Roberto de Almeida Moreira
Sabrina Mara Sant’Anna (Org.)
Belo Horizonte
2020
AS IGREJAS DE CACHOEIRA
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO
FICHA TÉCNICA
Pesquisa 
Camila Fernanda Guimarães Santiago
Igor Roberto de Almeida Moreira
Sabrina Mara Sant’Anna
Tradução latim-português
Francisco Taborda, SJ
Desenhos
Antônio Wilson Silva de Souza
Samantha Úrsula Sant’Anna
Fotografia
Chico Brito 
Edição de imagens
Dionísio Silva
Juninho Motta 
Magno Tavares 
CONTEÚDO
Agradecimentos .................................................................................................. 7
Apresentação ..................................................................................................... 11
Capítulo 1: A formação do núcleo urbano de Cachoeira: dos primórdios
da colonização ao século XIX ...........................................................................15
Capítulo 2: Barroco, Rococó e Neoclássico: origens, principais
características e manifestações artísticas nas igrejas de cachoeira .....................35
Capítulo 3: A Capela de Nossa Senhora d’Ajuda ............................................ 49
Capítulo 4: A Capela da Ordem Primeira de Nossa Senhora do Carmo ....... 59
Capítulo 5: A Capela da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora
do Monte do Carmo .........................................................................................79
Capítulo 6: A Matriz de Nossa Senhora do Rosário ..................................... 105
Capítulo 7: A Capela do Hospital São João de Deus - 
Santa Casa da Misericórdia .............................................................................133
Capítulo 8: A Capela de Nossa Senhora da Conceição do Monte ............... 145
Capítulo 9: A Capela de Nossa Senhora do Rosário do Santíssimo
Coração de Maria do Monte Formoso ...........................................................159
Capítulo 10: A Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Pobres ............ 169
GLOSSÁRIO .................................................................................................. 175
AS IGREJAS DE CACHOEIRA6
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 7
AGRADECIMENTOS
O livro As igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e orna-
mentação foi idealizado por três historiadores: professora doutora 
Camila Fernanda Guimarães Santiago (Universidade Federal do Re-
côncavo da Bahia; Centro de Artes, Humanidades e Letras), professo-
ra doutora Sabrina Mara Sant’Anna (Universidade Federal do Recôn-
cavo da Bahia; Centro de Artes, Humanidades e Letras) e mestrando 
Igor Roberto de Almeida Moreira (Universidade do Estado da Bahia; 
Programa de Pós-Graduação em História Regional e Local). Integra-
ram a equipe do projeto o professor doutor Antônio Wilson Silva de 
Souza (Universidade Estadual de Feira de Santana; Departamento de 
Letras e Artes), autor dos desenhos a nanquim que ilustram o livro, e 
o fotógrafo Chico Brito. A equipe contou com a gentil colaboração de 
estudiosos, de profissionais de áreas diversas e de membros da comu-
nidade cachoeirana. O livro, portanto, é fruto de um esforço coletivo. 
Agradecemos imensamente a todos os envolvidos, cujas contribuições 
foram fundamentais e imprescindíveis. 
Agradecemos ao padre professor doutor Francisco Taborda, SJ 
(Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia) pelo criterioso trabalho de 
tradução das inscrições em latim presentes na ornamentação de algumas 
igrejas de Cachoeira e pela erudita orientação acerca dos aspectos 
teológicos que envolvem a arte sacra cristã. Ao professor doutor Luiz 
Alberto Ribeiro Freire (Universidade Federal da Bahia; Escola de Belas 
Artes) por compartilhar conosco seu profundo conhecimento sobre a 
talha barroca, rococó e neoclássica na Bahia. As plantas arquitetônicas 
das igrejas foram meticulosamente desenhadas pela arquiteta e urbanista 
Samantha Úrsula Sant’Anna, a quem muito agradecemos. Todas as 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA8
imagens que ilustram o livro receberam tratamento adequado para 
publicação; agradecemos a colaboração, o empenho e a dedicação dos 
seguintes profissionais: Juninho Motta, Dionísio Silva e Magno Tavares. 
Nossa gratidão é também dirigida a todos que nos ajudaram na produção 
do recinto interno das igrejas para a realização do serviço fotográfico: 
Balbino dos Santos Ramos, Alexandre Inácio de Matos, Antônio Jorge 
Cerqueira Machado, Fábio dos Santos Sacramento, Germano Mendes 
Vilas Boas, Rodrigo de Oliveira da Silva e Sandro Araújo. 
Contamos com o atencioso acompanhamento dos responsáveis 
pelas igrejas de Cachoeira nas várias vezes em que estivemos nos edifícios 
para a realização de estudos, desenhos e fotografias. Nestas ocasiões, 
testemunhamoso zelo, a preocupação e o carinho que todos eles dedicam 
ao patrimônio. Muitíssimo obrigado por viabilizarem o nosso trabalho 
e contribuírem prestando-nos as informações solicitadas:
- Capela de Nossa Senhora D’Ajuda: Aldo Santos Figueiredo (presidente 
da Irmandade de Nossa Senhora D’Ajuda), Maria Aparecida Vasconcellos 
Pelegrini (diretora de patrimônio da Irmandade de Nossa Senhora 
D’Ajuda);
- Capela da Ordem Primeira de Nossa Senhora do Carmo: Frei 
Raimundo Brito de Carvalho, Sandro Araújo (zelador);
- Capela da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte 
do Carmo: Anderson Luis de Jesus Pinto (prior da Venerável Ordem 
Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo), Fábio dos Santos 
Sacramento (zelador); 
- Matriz de Nossa Senhora do Rosário: Padre Hélio Cezar Leal Vilas 
Boas (pároco), Kátia Soares (secretária), Alexandre Inácio de Matos 
(zelador);
- Capela do Hospital São João de Deus/Santa Casa da Misericórdia: 
Luís Antônio Costa Araújo (provedor da Santa Casa da Misericórdia), 
Raquel Rodrigues; 
- Capela de Nossa Senhora da Conceição do Monte: Isaac Tito dos 
Santos Filho (juiz presidente da Irmandade de Nossa Senhora da 
Conceição), Narciso Moniz; 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 9
- Capela de Nossa Senhora do Rosário do Santíssimo Coração de Maria: 
Fausto Cruz; 
- Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Pobres: Jocelina Lima da 
Conceição.
AS IGREJAS DE CACHOEIRA10
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 11
APRESENTAÇÃO
O livro As igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e 
ornamentação é produto do projeto Guia das igrejas de Cachoeira – 
séculos XVI a XIX, que contou com o apoio do Conselho Municipal 
de Política Cultural de Cachoeira, e com o apoio financeiro do 1º 
Edital Setorial de Cultura de Cachoeira, através do Fundo Municipal 
de Cultura, da Secretaria de Cultura e Turismo e da Prefeitura de 
Cachoeira – Tesouro Cultural da Bahia. 
Localizada a aproximadamente 120 quilômetros da capital do 
estado, Cachoeira faz parte da região do Recôncavo Baiano e situa-se 
à margem esquerda do rio Paraguaçu. A história da colonização e 
ocupação do território que corresponde ao atual município remonta 
ao século XVI. A importância do patrimônio material da cidade foi 
reconhecida no final da década de 1930, quando o recém-criado Serviço 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN, atual Instituto 
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, IPHAN) tombou várias 
edificações, dentre as quais destacamos: o Convento e a Capela de 
Nossa Senhora do Carmo (tombada em 1938), a Casa de Oração e a 
Capela da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do 
Carmo (1938), a Capela de Nossa Senhora D’Ajuda (1939), a Matriz de 
Nossa Senhora do Rosário (1939) e a Capela do Hospital São João de 
Deus (1943). Em 1971, o IPHAN tombou o conjunto arquitetônico 
e paisagístico de Cachoeira, ano em que o município ganhou o status 
de Cidade Monumento Nacional. 
O livro As igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e 
ornamentação tem o objetivo de apresentar para o leitor os templos 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA12
católicos edificados entre os séculos XVI e XIX no núcleo urbano da 
cidade. Nossa proposta é que a publicação auxilie aqueles que desejam 
conhecer e compreender a configuração arquitetônica e a decoração 
desses antigos edifícios. 
O primeiro capítulo, A formação do núcleo urbano de Cachoeira: 
dos primórdios da colonização ao século XIX, oferece um panorama 
histórico do desenvolvimento da área urbana do município, desde a 
chegada dos primeiros portugueses até o final do século XIX, período 
em que as igrejas apresentadas no livro foram edificadas e ornamentadas. 
O segundo capítulo, Barroco, Rococó e Neoclássico: origens, principais 
características e manifestações artísticas nas igrejas de Cachoeira, introduz 
conceitos da História da Arte, contextualizando os períodos de vigência 
e as características dos estilos que serão observados nos antigos templos 
cachoeiranos. Os capítulos seguintes, do 3 ao 10, apresentam informações 
sobre a invocação padroeira dos edifícios sagrados, as ordens religiosas 
e as associações de leigos devotos que patrocinaram essas construções, 
o processo de edificação e a decoração das igrejas. 
O livro convida o leitor a observar a estrutura arquitetônica e 
compreendê-la, posicionando-o de frente para o templo e descrevendo 
sua fachada principal. Para facilitar o entendimento e a identificação 
de cada elemento da fachada, os textos são acompanhados de desenhos 
didáticos. Tendo o leitor assimilado a história do edifício e analisado 
o seu exterior, é hora de adentrar e conhecer o interior. A planta baixa 
é apresentada e a ornamentação descrita. Cada recinto é devidamente 
explorado: capela-mor, nave, sacristia e outros mais, quando for o caso. 
Em cada um desses espaços, o olhar não fica à deriva, mas é conduzido 
mediante explicações sobre a talha, a pintura, a azulejaria, os personagens 
e os episódios representados. Fotos acompanham o texto e facilitam a 
identificação do que está sendo abordado. A publicação conta também 
com um glossário. 
Salientamos que o livro ora apresentado tem como delimitação 
espacial o núcleo urbano do município. Por isso, notáveis edifícios 
religiosos não foram aqui tratados, como, por exemplo, a Capela 
do Seminário Jesuíta de Belém e o Convento Franciscano de Santo 
Antônio do Paraguaçu. Esclarecemos que importantes associações 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 13
religiosas de leigos estabelecidas em Cachoeira nos séculos passados 
não edificaram capela própria e, por isso, não foram destacadas. É o 
caso, por exemplo, da Irmandade do Santíssimo Sacramento, sediada 
na Matriz de Nossa Senhora do Rosário, da Irmandade do Bom Jesus 
da Paciência, que teve sede na Capela da Ordem Primeira de Nossa 
Senhora do Carmo, da Irmandade de São Benedito, que funcionava na 
Capela de Nossa Senhora D’Ajuda, e da Irmandade de Nossa Senhora 
da Boa Morte, originalmente sediada na Capela da Ordem Primeira do 
Carmo. Atualmente, a Irmandade da Boa Morte tem uma casa-sede 
e um memorial na rua 13 de maio. A celebração da festa que as irmãs 
tradicionalmente realizam no mês de agosto é acompanhada pelos 
moradores da cidade e também por muitos turistas. 
O livro As igrejas de Cachoeira: história, arquitetura e 
ornamentação foi elaborado com base em pesquisas e critérios 
metodológicos da História e da História da Arte. Foram consultados 
documentos manuscritos no Arquivo Histórico Ultramarino (Projeto 
Resgate), no Arquivo Público do Estado da Bahia, no Laboratório 
Reitor Eugênio Veiga (Universidade Católica do Salvador), no 
Arquivo Municipal de Cachoeira, no Arquivo da Venerável Ordem 
Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo e no Arquivo da Santa 
Casa da Misericórdia de Cachoeira. As fontes documentais foram 
minuciosamente analisadas e interpretadas, possibilitando-nos conhecer 
alguns aspectos até então desconhecidos da história de Cachoeira e de 
seus templos. Fontes impressas também foram alvo de pormenorizado 
estudo. Muitas são antigas, contemporâneas de algumas edificações, 
como o tomo nono do Santuário Mariano, de frei Agostinho de 
Santa Maria, publicado em 1722. Outras, posteriores, nos legaram 
valiosíssimos testemunhos sobre o estado das fachadas e ornamentação 
dos templos, como é o caso do relato ilustrado de Epiphanio José de 
Meirelles, publicado em 1866 na obra Brasil Histórico, de Alexandre José 
de Mello Moraes. Importantes também foram os trabalhos pioneiros 
de Pedro Celestino da Silva e as Ephemerides Cachoeiranas de Aristides 
Milton. Outras fontes de informação foram o Inventário de Proteção do 
Acervo Cultural: monumentos e sítios do Recôncavo e os Inventários de 
Bens Móveis e Integrados do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico 
Nacional. Além disso, a pesquisa abarcou a produção acadêmica: livros, 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA14
artigos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e trabalhos de 
conclusão de curso.
Desejamosa todos uma agradável e proveitosa leitura.
Camila Fernanda Guimarães Santiago
Igor Roberto de Almeida Moreira 
Sabrina Mara Sant’Anna
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 15
CAPÍTULO 1
A FORMAÇÃO DO NÚCLEO URBANO DE CACHOEIRA:
DOS PRIMÓRDIOS DA COLONIZAÇÃO AO SÉCULO XIX
O início da ocupação do território e o papel da família Adorno
A ocupação do território que corresponde à atual cidade de 
Cachoeira fez parte do processo mais amplo de conquista do Recôncavo 
da Baía de Todos os Santos pelos portugueses. Em 1549, após a chegada 
do primeiro governador geral do Brasil, Tomé de Souza, à Capitania 
da Bahia, o desbravamento da região intensificou-se. 
No início da segunda metade do século XVI, Álvaro da Costa, 
filho de Dom Duarte da Costa, segundo governador geral do Brasil, 
liderou uma ofensiva contra os índios que habitavam o Recôncavo 
Baiano. Em remuneração pelos seus serviços, ele foi agraciado com 
terras situadas entre os rios Paraguaçu e Jaguaripe e mais 10 léguas no 
sentido do continente. Ele loteou parte desse território entre lavradores 
que começavam a cultivar cana de açúcar, milho e mandioca. A situação 
de insegurança causada pelo confronto constante com os indígenas só 
foi amenizada a partir das violentas campanhas de ocupação das terras 
em torno do rio Paraguaçu empreendidas por Mem de Sá, terceiro 
governador geral do Brasil. 1
Na segunda metade do século XVI, a consolidação da presença 
portuguesa refletiu-se na criação das seguintes freguesias pelos bispos 
D. Pedro Leitão (1559-1575) e D. Antônio Barreiras (1576-1600): São 
Bartolomeu de Pirajá, Nossa Senhora do Ó de Paripe, Nossa Senhora 
da Piedade de Matoim, Nossa Senhora da Encarnação de Passé, 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA16
Nossa Senhora do Monte do Recôncavo, Nossa Senhora do Socorro 
(Mataripe), São Miguel de Cotegipe, Santo Amaro do Ipitanga, São 
Tiago do Iguape, Bom Jesus da Vera Cruz de Itaparica, São Gonçalo da 
Patatiba e Madre de Deus do Boqueirão.2 Freguesia, também chamada 
paróquia, é uma povoação que tem igreja matriz e pároco (padre) fixo para 
prestar assistência espiritual aos devotos, celebrar missas e administrar 
os sacramentos (batismo, confissão, eucaristia, crisma, matrimônio e 
unção dos enfermos). 
No caso específico da área que corresponde à atual cidade de 
Cachoeira, segundo Gabriel Soares de Sousa, autor do Tratado Descritivo 
do Brasil em 1587, havia um “engenho de água muito bem acabado, o 
qual fez um Rodrigo Martins, mameluco, por sua conta, e de Luiz de 
Brito de Almeida, junto do qual vivem muitos mamelucos com suas 
fazendas”.3 A palavra mameluco foi amplamente utilizada no período 
colonial para identificar os indivíduos que possuíam ascendência 
europeia e indígena. 
No final do século XVI, o capitão Álvaro Rodrigues Adorno 
estabeleceu-se onde hoje é Cachoeira. Ele edificou um engenho e uma 
ermida (pequena capela sem jurisdição paroquial) dedicada a Nossa 
Senhora do Rosário.4 Essa ermida foi a primeira edificação católica 
do povoado. No século XVII, conforme veremos mais adiante, ela foi 
reconstruída e reformada para ser a sede paroquial e, desde o final do 
século XVIII, passou a ter Nossa Senhora D’Ajuda como padroeira. 
No início da segunda metade do século XVII, o capitão Gaspar 
Rodrigues Adorno, neto de Álvaro Rodrigues Adorno, avançou na 
conquista, submetendo os indígenas e integrando muitos deles em 
seu regimento. Assim, gradativamente, a presença colonizadora e a 
aglomeração populacional foram crescendo no território.5 
A família Adorno acumulou muitas terras. Desde fins do século 
XVII, o capitão João Rodrigues Adorno, bisneto de Álvaro Rodrigues, 
era o grande proprietário da região. Algumas das edificações religiosas 
que se ergueram nos séculos XVII e XVIII assentaram-se sobre terrenos 
doados por esse importante personagem da história local.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 17
A criação da Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto 
da Cachoeira e seu desenvolvimento no final do século XVII
Até meados do século XVII, a ermida dedicada a Nossa Senhora 
do Rosário era usada, principalmente, para a realização de cerimônias 
religiosas relacionadas aos próprios membros da família Adorno, como 
revela o registro de casamento abaixo: 
Em vinte e quatro de novembro de mil seiscentos e 
cinquenta e seis, recebeu o Pe. Pantaleão Alvares com 
minha licença na capela de Gaspar Rodrigues Adorno, 
a Afonso Rodrigues Adorno, com Maria Dias de Souza. 
Testemunhas: João de Aragão e Clara de Souza. Manoel 
Coelho Bernardes. 6
O crescimento populacional do povoado trouxe a necessidade 
de se fundar uma freguesia. Primeiramente, criou-se um curato da 
Paróquia de São Tiago do Iguape, com sede na capela dos Adorno.7 
Isso quer dizer que o povoado passou a ter um sacerdote residente, 
subordinado à autoridade do pároco do Iguape, para prestar assistência 
espiritual aos moradores, e que a capela dedicada a Nossa Senhora do 
Rosário tornou-se, oficialmente, o centro da vivência religiosa local. 
Em 1674, o capitão João Rodrigues Adorno doou a capela para 
servir de igreja matriz, fornecendo a condição básica para a criação da 
Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. As 
autoridades portuguesas relataram ao rei de Portugal o que o sobrinho 
de João Rodrigues Adorno, chamado Cosme Rodrigues de Araujo, 
informou sobre essa doação:
[...] dando o dito seu tio doador espontaneamente 
ao Padroado de V. Majestade assistindo uma igreja 
aparentada de todo o necessário para servir de freguesia 
nas suas terras da Vila de Cachoeira em grande 
benefício daquele povo pois a freguesia antiga [São 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA18
Tiago do Iguape] ficava muito distante causando 
grande detrimento principalmente ao povo feminino 
sem que por este serviço, nem pelos mais tivesse de V. 
Majestade prêmio algum [...].8
Segundo frei Agostinho de Santa Maria – autor da obra 
Santuário Mariano, cujo tomo referente ao Arcebispado da Bahia e 
outros cinco bispados da América Portuguesa foi publicado em 1722 
– a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira foi 
erigida em 18 de fevereiro de 1674 pelo chantre da Sé Francisco Pereira, 
então visitador geral do recôncavo.9
Desde o último quartel do século XVII, a freguesia recém-criada 
encontrava-se em franco crescimento populacional e econômico devido 
a sua privilegiada posição geográfica: no ponto final da área navegável do 
rio Paraguaçu. Essa localização tornava Cachoeira passagem obrigatória 
na ligação de Salvador com o sertão; gente e mercadorias transitavam 
do seu porto para a Cidade do Salvador e dele para o interior.
Em 1686, os jesuítas instalaram um seminário em Belém da 
Cachoeira, que se tornaria uma importante instituição de ensino. No 
ano de 1688, a Ordem Carmelita fixou-se na freguesia, onde construiu 
um hospício (pequeno convento que abrigava religiosos em missionação 
na região) e uma capela em terreno doado pelo capitão João Rodrigues 
Adorno.10 O vigésimo nono governador da Bahia, Antônio Luís 
Coutinho da Câmara, em carta endereçada ao rei Pedro II, em 1693, 
mencionou a importância dos carmelitas na Paróquia de Nossa Senhora 
do Rosário do Porto da Cachoeira: 
Quanto ao hospício da Cachoeira, ali não há donde os 
Religiosos possam fazer missão: mas necessita aquela 
povoação dele: porque além de ser um porto donde se 
embarca tudo o que vem do Sertão para esta Cidade 
está hoje uma povoação muito grande, e necessita de ter 
confessores para poderem ajudar o Pároco. Eu advertirei 
ao Provincial, que tenha Religiosos de capacidade, e 
de bom exemplo. Este é o meu parecer. 11
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 19
Em 1691, foi criada a Venerável Ordem Terceira de Nossa 
Senhora do Monte do Carmo. As ordens terceiras são associações de 
leigos que se reúnem em torno de uma devoção comum e são submetidas 
a uma ordem religiosa, no caso, à Ordem Carmelita. A vinculação a 
uma ordem religiosa é o principal diferencial entre as ordens terceiras e 
as irmandadesde compromisso, que também são agremiações de leigos. 
Esses dois tipos de associações regem-se por documentos chamados 
estatutos, no caso das ordens terceiras, e compromissos, no caso das 
irmandades. Há também outra categoria, denominada irmandade de 
devoção. Esta se distingue por não ser oficialmente instituída, ou seja, 
não é regida por livro de compromisso chancelado pelas autoridades 
competentes; sua função é primordialmente devocional.
Os estatutos e compromissos estabelecem os deveres dos 
agremiados, como o pagamento de taxas de entrada e anuidades, a 
participação nas celebrações em honra da invocação padroeira (missas e 
procissões) e o acompanhamento dos ritos fúnebres dos outros irmãos; 
estabelecem também os seus direitos, dentre os quais destacamos a 
celebração de missas em intenção de suas almas e a garantia de uma 
sepultura digna. 
As ordens terceiras e irmandades de compromisso, especialmente 
durante o período colonial, desempenharam, na América Portuguesa, 
importante papel social, religioso e cultural, posto que funcionaram 
como agentes da caridade cristã, prestando assistência material e 
espiritual aos seus agremiados, contribuíram para o desenvolvimento 
do culto santoral e atuaram como patrocinadoras das artes, edificando 
templos e contratando os serviços de entalhadores, pintores, santeiros, 
músicos, etc.12
A criação da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da 
Cachoeira e seu desenvolvimento no século XVIII
O rei de Portugal, em carta régia de 27 de dezembro de 1693, 
apontou a necessidade de serem criadas vilas na Capitania da Bahia a fim 
de submeter os indivíduos de localidades remotas à tutela portuguesa.13 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA20
A elevação de uma povoação à condição de vila significava que, a partir 
de então, funcionários régios seriam ali estabelecidos, principalmen-
te juízes e vereadores. A sede administrativa, onde esses funcionários 
exerciam suas funções, chamava-se Casa de Câmara e Cadeia. Como 
símbolo da administração da justiça, era fixada uma coluna, o pelou-
rinho, em lugar público. 
No dia 07 de janeiro de 1698, um grupo de residentes no sí-
tio do porto da Cachoeira reuniu-se para resolver questões relativas à 
construção da Casa de Câmara e Cadeia:
E logo e no mesmo dia de 7 do mês de janeiro e ano 
atrás declarado depois dos moradores deste sítio e seu 
distrito que são todos aqueles que se acham assinados ao 
pé do termo atrás e outros mais que por inadvertência 
deixaram de assinar concordarem assentarem e 
convirem que era útil e conveniente pelas razões já 
alegadas, que em este sítio do porto da Cachoeira, 
Freguesia de Nossa Senhora do Rosário se fizesse 
erigir em ele Vila pela utilidade que com a fatura dela 
concebiam o direito desembargador Estevam Ferraz de 
Campos lhe propôs que era também útil e necessário 
que com a criação desta Nova Vila aonde havia um 
tão dilatado número de moradores extenso território 
aonde viviam pessoas muito ricas e abastadas de bens 
tivesse princípio uma casa convenientemente para que 
houvesse de servir de casa da câmara e a audiência para 
os despachos dela por baixo da qual ficasse uma cadeia 
forte e conveniente para recolhimento dos presos que 
a ela por crime ou cível houvessem de vir, para qual 
despesa parecia acertado e justo concorrerem os que 
se achassem com suficiência para o poderem fazer com 
aquele tanto ou quanto que cada um voluntariamente 
quisesse lhe parecesse pois era tudo em utilidade e 
bem comum de todos. Revistas e ponderados por 
eles todas estas razões que cada um deles abraçou se 
comprometeram todos uniformemente e suas livres 
vontades.14
O documento mencionado foi assinado por 50 moradores 
e apresenta a doação de cada um deles. Destacamos algumas, como 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 21
a do português João Peres Ribeiro (quatro mil réis), a do capitão 
Sebastião Pereira (dez mil réis), a de Cristóvão da Rocha Pita (duas 
sacas de açúcar branco), a de Antônio Carvalho Pereira (uma dúzia 
de panos). Nota-se, assim, a presença de uma elite já assentada e com 
peso político e econômico. A Vila de Nossa Senhora do Rosário do 
Porto da Cachoeira foi definitivamente instalada no dia 29 de janeiro 
do referido ano de 1698.15 
No século XVIII, a Vila da Cachoeira e seu termo possuíam 
significativa dimensão territorial. A palavra termo designava a região 
que fazia parte da jurisdição dos juízes da vila,16 como se fossem distritos 
submetidos à administração da câmara. Vejamos, abaixo, um fragmento 
do documento que descreve os limites da jurisdição da Câmara da Vila 
da Cachoeira:
[...] deu termo a esta Vila desde o rio a que chamam 
Subauma por esta parte da freguesia de São Domingos 
com a freguesia de São Thiago, correspondente a 
uma e outra freguesia pelos Mulundús a buscar 
o Cae Quiabo, a buscar o engenho do coronel 
Pedro Garcia e daí cortando pela mata que divide 
os caminhos entre Sergipe do Conde e São Gonçalo 
dos Campos da Cachoeira, cortando sempre pela dita 
mata das Ouriçangas ao lugar onde mora Francisco de 
Barros Lobo e daí cortando pela estrada que chamam 
Subauma até chegar a passagem do Inhambupe e deste 
rio Inhambupe cortando direito à praia e daí cortando 
por costa até intestar com o Rio Real cujos moradores 
todos que houverem de ficar e forem moradores desta 
demarcação e divisão que se dá de termo o distrito desta 
Vila, viverão de hoje em diante a ela sujeitos, obrigados 
às suas posturas e jurisdição [...].17
 A Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira 
e seu termo passaram a abrigar, desde sua criação e ao longo do século 
XVIII, as povoações das seguintes freguesias: Nossa Senhora do Rosário 
do Porto da Cachoeira (sede), São Tiago do Iguape, São Gonçalo 
dos Campos, São José das Itapororocas, Nossa Senhora do Desterro 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA22
do Outeiro Redondo, São Pedro do Monte da Moritiba, Santana do 
Camisão e Santo Estevão do Jacuípe, sendo que as quatro últimas foram 
criadas após a ereção da vila. 
Por volta do ano de 1723, a Vila da Cachoeira possuía cerca de 
1.000 habitantes e já era um importante núcleo urbano.18 Seu processo 
de urbanização esteve ligado à construção dos edifícios católicos. Como 
vimos, antes mesmo da criação da vila, o povoado já contava com o 
templo da família Adorno e com o primitivo convento e capela que os 
frades carmelitas edificaram. Em 1700, aproximadamente, a Capela 
da Venerável Ordem Terceira do Carmo começou a ser ereta; em data 
desconhecida, mas também por volta dessa mesma época, iniciou-se 
a edificação da nova Matriz de Nossa Senhora do Rosário. Em 1729, 
a Capela do Hospital de Nossa Senhora de Belém (a partir de 1756 
chamado Hospital São João de Deus e, desde 1826, administrado pela 
Santa Casa da Misericórdia) começou a ser construída. Esses edifícios 
religiosos foram norteando a ocupação do espaço urbano de Cachoeira 
e motivando uma maior concentração populacional ao seu redor.19
De acordo com os registros da época, podemos afirmar que, nas 
primeiras décadas do século XVIII, a maioria das residências situava-se 
em torno do templo dos Adorno e na via que abriga a Matriz do Rosário, 
a Casa de Câmara e Cadeia e as Capelas das Ordens Primeira e Terceira 
do Carmo. Estimamos que a Rua da Matriz, como era então chamada 
a atual rua Ana Nery, concentrava boa parte das edificações.20 Outra 
via bem movimentada era a orla do rio Paraguaçu, na época conhecida 
como Rua da Praia, onde estavam instalados dois armazéns de fumo, 
importante produto cultivado na região. Um desses armazéns pertencia 
a Manoel da Costa Pinheiro e o outro a João Rodrigues Adorno. 21 
O impulsionamento socioeconômico exigiu da câmara maior 
preocupação com a infraestrutura da vila. Segundo o historiador Luiz 
Cláudio Dias do Nascimento, no período correspondente aos anos de 
1741-1745, ocorreram obras de aterramento, pavimentação de ruas e 
outras de maiores dimensões como a “construção de uma ponte sobre o 
riacho Pitanga, que ligavaa área urbana da vila ao rossio (espaço agrícola 
contíguo ao espaço urbano)”,22 e o cais de pedra da vila.23 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 23
Em meados do século XVIII, Cachoeira consolidava-se como 
a maior e mais próspera vila da Capitania da Bahia. Sua já mencionada 
localização privilegiada, no trecho final do percurso navegável do rio 
Paraguaçu, transformou-a na porta de entrada e saída de algumas das 
principais rotas comerciais. Tal posição geográfica conferiu ao porto da 
Cachoeira o status de um dos mais importantes entrepostos comerciais 
da América Portuguesa. Por ele, era escoada a produção de tabacos 
advinda das cercanias da vila, além de um grande volume de mercadorias 
provenientes do alto sertão e das minas, que seguiam com destino a 
Salvador, como testemunha o relato abaixo de 1752. 
Que por este rio, que é invadiavel, por ser muito largo e 
profundo, costumam atravessar de uma parte para outra 
parte, não só aqueles moradores circunvizinhos, mas 
todos os passageiros e comerciantes que vão, e vem das 
minas com seus comboios de escravos, fazendas, muitas 
boiadas, que transportam por negociação dos sertões, 
do norte para os do sul, donde ei dão consumo e não 
tem outro trajeto, e por isso se fundou ali aquela Villa, 
e se chama porto da Cachoeira desde então até agora. 24
No final do século XVIII, a vila continuava vivenciando 
significativo aumento populacional. Em 1775, foi realizado um censo 
que contabilizou 5.814 moradores na Freguesia de Nossa Senhora 
do Rosário, sede da vila. Passados cinco anos, foi feito um novo 
levantamento que apontou 6.524 moradores, perfazendo um aumento, 
em relação ao censo de 1775, que ultrapassa 12%.25 
Segundo o testemunho do padre Manoel da Costa Carvalho, 
no ano de 1780, contava a vila com “seis ruas principais e alguns becos”. 
As edificações não seguiam um padrão regular, sendo cada residência 
arruada de forma individual, o que resultava, consequentemente, em 
vias públicas tortuosas e desalinhadas. Ainda segundo o relato do padre, 
em 1781, para “aformosear” a vila, iniciou-se a construção do chafariz, 
localizado na atual praça Aristides Milton, obra que só seria concluída 
no século seguinte. 26
AS IGREJAS DE CACHOEIRA24
Em 1784, mais um empreendimento religioso estava sendo 
finalizado: a antiga casa de oração do Monte fora reedificada em Capela 
de Nossa Senhora da Conceição do Monte.27 Assim, ao final do século 
XVIII, a Vila da Cachoeira contava com as seguintes edificações católicas: 
Capela dos Adorno, Capela da Ordem Primeira do Carmo, Capela 
da Ordem Terceira do Carmo, Capela do Hospital São João de Deus, 
Matriz de Nossa Senhora do Rosário e Capela da Irmandade de Nossa 
Senhora da Conceição do Monte.
É possível reconhecer esses templos, bem como se ter uma 
ideia da configuração urbana da vila, suas principais vias e espaços mais 
densamente edificados no final do século XVIII a partir do “Mappa 
da Villa da Cachoeira”, desenho aquarelado que acompanhava o 
manuscrito de Joaquim de Amorim e Castro, intitulado Memória 
sobre as Espécies de Tabaco. 
Figura 1 – Mappa da Villa da Cachoeira, c. 1792, autor não identificado. Desenho 
aquarelado que acompanhava o manuscrito de Joaquim de Amorim e Castro: Memória 
sobre as Espécies de Tabaco. Coleção George Arents, Biblioteca Pública de Nova York.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 25
A elevação da Vila da Cachoeira à Heroica Cidade e seu 
desenvolvimento no século XIX
No alvorecer do século XIX, a Vila da Cachoeira continuava 
apresentando aumento populacional e urbanístico. Comerciantes 
passaram a investir na construção de prédios para angariar recursos 
provenientes dos aluguéis.
No ano de 1805, teve início a construção da Capela da 
Irmandade de Nossa Senhora do Amparo, composta por pardos (como 
eram denominados os mestiços na época). No local escolhido para a 
edificação existia, anteriormente, uma pequena casa de oração dedicada 
a São Francisco de Paula.28 Dez anos após o começo das obras, a imagem 
da Virgem do Amparo deixou a igreja matriz, transferindo-se para o 
novo templo. Na década de 40 do século XX, a capela, lamentavelmente, 
foi demolida. 
Nos primeiros anos do século XIX, a cultura do algodão, 
produzido no alto e baixo sertão, diversificaria a economia da vila. É o 
que podemos concluir a partir do parecer do décimo terceiro arcebispo 
da Bahia, frei José de Santa Escolástica Alvares Pereira, emitido no ano 
de 1806, aprovando a solicitação da Irmandade de Nossa Senhora do 
Rosário dos Pretos, que pretendia construir sua capela no Caquende.
Como veremos no capítulo 9, referente à Capela de Nossa Senhora 
do Rosário do Santíssimo Coração de Maria do Monte Formoso, o 
mencionado templo só seria edificado bem mais tarde, na década de 
1840, no Monte da rua Formosa, e não no Caquende. 
Acresce que a Vila da Cachoeira se vai estendendo, e 
povoando cada vez mais por causa do novo, e grande 
comércio dos algodões, que produzem felizmente as 
terras circunvizinhas donde vem, que uma nova ca-
pela construída nos arrabaldes povoados da dita Vila, 
como pretendem os suplicantes, não é somente útil ao 
público, mais necessário por tornar mais cômodo mais 
prontos, e fáceis os santos exercícios da nossa religião. 29
AS IGREJAS DE CACHOEIRA26
O relato do arcebispo é relevante, pois, além de citar o incre-
mento de mais um produto que seria escoado pelo porto da Cachoeira, 
o algodão, também revela a existência de um núcleo residencial no 
Caquende (que já estava em formação desde o final da primeira metade 
do século XVIII).
 Em 1816, a ideia, já presente entre os cachoeiranos desde 
1754,30 de se construir uma ponte ligando a Vila da Cachoeira ao arraial 
de São Félix ganhou um projeto (fig. 2). Nele, é possível percebermos 
vários sobrados, bem como visualizarmos os seguintes edifícios reli-
giosos, dispostos da direita para a esquerda: Matriz de Nossa Senhora 
do Rosário, Capela de Nossa Senhora do Amparo, Capela de Nossa 
Senhora D’Ajuda, Capela do Hospital São João de Deus e Capela de 
Nossa Senhora da Conceição do Monte, esta última ainda sem a torre. 
Figura 2 - Projeto da ponte entre a Vila da Cachoeira e o arraial de São Félix, 1816. 
Desenho aquarelado, 38 x 49 cm. Arquivo Nacional, Rio de Janeiro.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 27
Em 1817, passavam por Cachoeira os naturalistas alemães Carl 
Friedrich Philipp von Martius e Johann Baptist von Spix. Eles iniciaram 
sua longa jornada científica pelo Brasil no Rio de Janeiro e rumavam 
para o norte, onde alcançariam o rio Amazonas. Impressionados com 
a intensa atividade comercial da Vila da Cachoeira, eles escreveram o 
seguinte:
A vista deste lugar, belamente edificado e animado 
de atividade europeia, foi um verdadeiro prazer para 
nós, que passamos tão grande temporada no sertão...
É, sem dúvida, a mais rica, populosa e uma das mais 
agradáveis vilas de todo o Brasil. Numerosas vendas e 
armazéns, cheios de vários artigos europeus, revelam o 
alto grau de movimentação do seu comércio.
A vila conta cerca de mil casas e mais de dez mil habi-
tantes, entre os quais se acham, relativamente, muitos 
portugueses.31
Em 1822, a vila destacou-se no cenário político da Bahia por 
participar ativamente do processo de Independência do Brasil. No 
dia 25 de junho de 1822, reunidos em sessão do Senado da Câmara, 
os cachoeiranos aclamaram Dom Pedro I como regente perpétuo e 
defensor do Brasil. O ato desencadeou o primeiro confronto armado 
entre os cachoeiranos e as tropas portuguesas, que utilizaram a canho-
neira situada no rio Paraguaçu para bombardear a vila. Com a Cidade 
do Salvador ocupada pelo brigadeiro português Inácio Luís Madeira 
de Melo, Cachoeira assumiu o comando da província, passando a ser 
sede do governo provisório e exercendo papel estratégico em todo o 
processo que culminaria na expulsão definitiva dos portugueses do solo 
baiano, no amanhecer do dia 02 de julho de 1823.
A Vila da Cachoeira teria sua importância reconhecida no re-
cém-criadoImpério do Brasil. No ano de 1826, Dom Pedro I realizou 
uma viagem à Província da Bahia. Cachoeira foi a única vila que recebeu 
o augusto imperador. Dessa visita resultou a fundação da Santa Casa 
da Misericórdia da Cachoeira, que passou a administrar o Hospital São 
João de Deus e sua capela.32
AS IGREJAS DE CACHOEIRA28
A opulência da Vila da Cachoeira e seu desenvolvimento 
urbano continuavam a impressionar os viajantes que transitavam por 
suas ruas. É o caso do cronista Domingos José Rebello, negociante, 
natural da Cidade do Salvador, que buscou elaborar uma obra que seria 
destinada aos órfãos do colégio São Joaquim a fim de incrementar seus 
estudos sobre a geografia local. Domingos Rebello esteve em Cachoeira 
em 1828. Segundo ele, a vila possuía “bom cais; ruas todas calçadas, 
suntuosos edifícios, muitas lojas de fazendas, armazéns de molhados, 
e outros gêneros mais de comércio”.33
A lei provincial nº 43, de 13 de março de 1837, atendeu a um 
antigo desejo dos cachoeiranos, elevando a vila à categoria de cidade 
com o honroso título de Heroica Cidade da Cachoeira. No segundo 
quartel do século XIX, começava o processo de ocupação da área co-
nhecida como Recuada, que agrupava quatro núcleos residenciais de 
Cachoeira: Curral-Velho, Corta-jaca, Galinheiro e Bitedô.34 Segundo 
Luiz Cláudio Dias do Nascimento, o processo de urbanização levou 
a população menos favorecida socioeconomicamente a se agrupar em 
áreas afastadas do centro comercial e urbano.35 Nessa zona, em 1842, 
teve início a construção da Capela da Irmandade de Nossa Senhora do 
Rosário do Santíssimo Coração de Maria do Monte Formoso.36 Em 
1850, a Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Martírios, agremiação 
de negros sediada na capela da Ordem Primeira do Carmo, iniciou a 
reedificação da casa de oração dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, 
também situada na Recuada.37 Infelizmente, a capela de Nossa Senhora 
dos Remédios encontra-se em estado de ruína, não sendo possível visitar 
seu interior, onde quase nada resta de sua ornamentação. 
Em 1853, a Recuada foi tomada por um incêndio, que:
[...] principiando em uma casa de palha, arremessou 
as labaredas sobre outras e, no fim de algumas horas, 
70 casas ardiam, desmoronavam-se e caiam por terra. 
Dentro em poucas horas, a Recuada já não existia, e 
era apenas alumiada pelas chamas causadoras desse 
destroço.38
 
Esse registro expõe o isolamento da localidade do restante da malha 
urbana da cidade, além de revelar a fragilidade das habitações do local. 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 29
No ano de 1855, Cachoeira foi acometida pela famigerada 
epidemia de colera morbus, que durante a sua vigência modificou por 
completo a dinâmica da cidade. As primeiras vítimas residiam nos 
bairros do Caquende e Pitanga, locais onde corriam dois pequenos 
rios que serviam de esgoto. Foram vitimados 3.000 cachoeiranos. Se 
contabilizarmos os óbitos ocorridos nos distritos da cidade, o total de 
mortos chegou a 8.500.39 Nesse mesmo ano, foi iniciada a construção 
da Capela de Nossa Senhora da Conceição dos Pobres, no Caquende.40
Em 1859, a cidade recebeu a visita do Imperador Dom Pedro II 
e da Imperatriz Tereza Cristina. Os ilustres hóspedes ficaram instalados 
no imponente sobrado pertencente a dona Maria de Santa Rosa de 
Lima (atual sede da Fundação Hansen-Bahia), localizado no número 
13 da então Rua de Baixo (atual rua 13 de Maio).41 Durante a estadia 
na Heroica Cidade da Cachoeira, o imperador visitou todos os edifícios 
religiosos. As crônicas da viagem revelam que, naquele momento, dez 
templos já haviam sido erigidos: 
[...] além da igreja matriz, há na cidade as capelas do 
Convento do Carmo, Ordem Terceira do Carmo, 
Nossa Senhora D’Ajuda, Nossa Senhora do Amparo, 
Conceição do Monte, Nossa Senhora do Rosário 
dos Pretos, São João de Deus, Conceição dos Pobres 
e Remédios”.42 
Encerramos esta breve apresentação da história de Cachoeira 
entre os séculos XVI e XIX, período da edificação dos templos contem-
plados neste livro, com a menção ao grande empreendimento realizado 
no século XIX: a construção, iniciada em 1882, da Imperial Ponte Dom 
Pedro II, a maior ponte de ferro da América do Sul na época.43 Esteve 
à frente do projeto o engenheiro civil Francisco Merey, subordinado à 
companhia Brazilian Imperial Central Bahia Railway, cujo empre-
sário era o engenheiro inglês Hugh Wilson, também responsável pelas 
construções das imponentes estações ferroviárias de Cachoeira e São 
Félix. A ponte foi inaugurada na tarde do dia 07 de julho de 1885, con-
tando com a presença do presidente da província, conselheiro Almeida 
Couto, que desembarcou em São Félix e foi conduzido até o trem que 
realizaria a travessia inaugural entre as duas localidades.44
AS IGREJAS DE CACHOEIRA30
Notas
1 MORAES, Alexandre José de Mello. Brasil Histórico. Rio de Janeiro: Typographia 
dos Editores. 1866. Tomo I. p. 30.
2 SILVA, Marcelo Pereira Leite da. O preço da salvação: rendimentos paroquiais 
na Bahia colonial. 2016, f. 51-54. Dissertação - Faculdade de Filosofia e Ciências 
Humanas, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2016. É importante frisar que 
algumas datas de criação de paróquias não são precisas. Eventualmente, pode-se 
encontrar estimativas diferentes. 
3 SOUSA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587.  2. ed. Rio de 
Janeiro: Tipografia de João Ignacio da Silva, 1879. p. 133.
4 Consulte o verbete ERMIDA em BLUTEAU, Raphael. Vocabulario Portugez e 
latino. Coimbra: Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1712-1728, vol. 3. p. 189.
5 NEVES, Juliana Brainer Barroso. Colonização e resistência no Paraguaçu – Bahia 
1530-1678. 2008, 140 f. Dissertação - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 
Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008. Sobre a família Adorno em Cachoeira, 
consulte MILTON, Aristides. Ephemerides Cachoeiranas. Salvador: UFBA, 1979. p. 
12-13 (Coleção Cachoeira, v. 1)
6 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, 
Habilitações, Afonso, maço 3, doc. 49, fl.140.
7 Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, 
Habilitações, Afonso, maço 3, doc. 49, fl.143.
8 Petição de Cosme Rodrigues de Araujo ao Rei, 1736. Apud OTT, Carlos. História 
da Igreja de Nossa Senhora do Rosário de Cachoeira. Salvador: Centro de Estudos 
Baianos, 1978. p. 27. A grafia foi atualizada na transcrição.
9 SANTA MARIA, Fr. Agostinho de. Santuario Mariano, e Historias das Imagens 
milagrosas de Nossa Senhora, e milagrosamente manifestadas, e apparecidas em o Ar-
cebispado da Bahia, e mais Bispados, de Pernambuco, Paraiba, Rio Grande, Maranhão, 
e Grão Pará. Lisboa: na Officina de Antonio Pedrozo Galram, 1722. Tomo 9. p. 213. 
10 Consulte o verbete HOSPICIO em BLUTEAU, Raphael. Vocabulario Portugez 
e latino Coimbra: no Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1728. p. 64. v. 4
11 DOCUMENTOS HISTÓRICOS DA BIBLIOTECA NACIONAL. Rio de 
Janeiro: Imprensa Nacional, 1936, p. 174. v. XXXIV
12 BOSCHI, Caio César. Os leigos e o poder: irmandades leigas e política colonizado-
ra em Minas Gerais. São Paulo: Ática, 1986. 254 p. SANT’ANNA, Sabrina Mara. 
A Boa Morte e o Bem Morrer: culto, doutrina, iconografia e irmandades mineiras 
(1721-1822). 2006. 128 f. Dissertação - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006. CAMPOS, Adalgisa 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 31
Arantes. As irmandades de São Miguel e as almas do Purgatório: culto e iconografia 
no setecentos mineiro. Belo Horizonte: C/Arte, 2013. 247 p. REIS, João José. A 
morte é uma festa: ritos fúnebres e revolta popular no Brasil do século XIX. São 
Paulo: Companhia das Letras, 1991. 357 p.
13 ANDRADE, Adriano Bittencourt. O Recôncavo colonial e a formação da rede 
urbana regional no século XVIII. In: REIS, Adriana Danta; ADAN, Caio Figueiredo 
Fernandes. (Org.). Estudos em história colonial: a Baía de Todos os Santos e outros 
espaços luso- americanos. Feira de Santana:UEFS Editora, 2018. p. 268.
14 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828). Requerimento do procurador da Câmara da 
vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira Mathias da Guerra ao rei 
[D. João V] solicitando mandar que o escrivão da mesma Câmara passe certidão do 
que constar nos livros sobre os rolos de tabaco transportados da dita vila para a cidade 
da Bahia. Anexo: 4 docs. Caixa 103, doc. 8104.
15 MEMÓRIA HISTÓRICA DA CACHOEIRA, 1698-1998: salve os 300 anos 
da instalação da Vila de Nossa Senhora do Rosário do Porto da Cachoeira. Salvador: 
Fundação Maria América da Cruz; Reconcentro; Fundação Cultural do Estado da 
Bahia, 1998. p. 5-10.
16 Consulte o verbete TERMO em BLUTEAU, Raphael. Vocabulario Portuguez e 
Latino. Coimbra: no Collegio das Artes da Companhia de Jesus, 1728. vol. 8. p. 114.
17 MEMÓRIA HISTÓRICA DA CACHOEIRA... op. cit., p. 5-10. A grafia foi 
atualizada na transcrição.
18 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828). Representação dos oficiais da câmara da vila 
da Cachoeira ao rei [D. João V] solicitando privilégios de nobreza. Caixa 24, doc. 
2216. CARRARA, Angelo A. A população do Brasil, 1570-1700: uma revisão 
historiográfica. Revista Tempo, vol. 20, p. 1-21, 2014.
19 Arquivo Público do Estado da Bahia, Salvador. Seção Judiciário, Livros de Notas 
Cachoeira, n. 022, fls. 88-98. 
20 Arquivo Público do Estado da Bahia, Salvador. Seção Judiciário, Livro de Notas 
Cachoeira, n. 022, fls. 88-98. 
21 Arquivo Público do Estado da Bahia, Salvador. Seção Judiciário, Livro de Notas, 
n. 022, fls. 97v.
22 NASCIMENTO, Luiz Cláudio Dias do. Terra de Macumbeiros: Redes de Socia-
bilidades Africanas na Formação do Candomblé Jeje - Nagô em Cachoeira e São Felix. 
2007. 42 f. Dissertação - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade 
Federal da Bahia, Salvador, 2007. 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA32
23 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; INSTITUTO DO PATRIMÔ-
NIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (UFBA; IPHAN). Introdução 
ao estudo da evolução urbana: plano urbanístico de Cachoeira. Salvador: Centro de 
Estudos da Arquitetura da Bahia, 1976.
24 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828). Consulta do Conselho Ultramarino ao rei D. 
José sobre a passagem do rio da Vila de Cachoeira. Anexo: docs. comprovativos (11 
docs.) Caixa 111, doc. 8658. A grafia foi atualizada na transcrição.
25 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Eduardo de Castro Almeida (1613-1807). Ofício do Governador 
Manoel da Cunha Menezes para Martinho de Melo e Castro, no qual informa larga-
mente sobre o recrutamento dos Marinheiros para as naus de guerra e os documentos 
estatísticos que tem anexos, muito bem elaborados interessantes. Caixa 47, doc. 
8745; Ofício do governador Marquês de Valença para Martinho de Melo e Castro, 
sobre a estatística da população da capitania da Bahia, a respeito da qual dá diversas 
informações. Caixa 55, doc. 10.700. 
26 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Eduardo de Castro Almeida (1613-1807). Representação do padre 
Manuel da Costa de Carvalho, na qual expõe os abusos e irregular procedimento de 
alguns juízes de Fora e os inconvenientes de estes exercerem cumulativamente o lugar 
de presidente da Câmara. Caixa 56, doc. 10823.
27 Arquivo Público do Estado da Bahia, Salvador. Seção de Arquivos Colonial e 
Provincial, nº 611.
28 MILTON, Aristides. Ephemerides Cachoeiranas... op. cit., p. 326.
29 Arquivo Histórico Ultramarino. Conselho Ultramarino Brasil-Bahia. Projeto 
Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828). Carta do arcebispo da Bahia D. frei José de 
Santa Escolástica ao príncipe regente (D. João) sobre a representação do juiz e irmãos 
da Mesa da Confraria de Nossa Senhora do Rosário da vila de Cachoeira, na qual 
solicitavam licença para construir uma capela onde pudessem colocar a imagem da 
dita Santa. Anexo 10. docs, Caixa 242, doc. 1673.
30 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA; INSTITUTO DO PATRIMÔ-
NIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (UFBA; IPHAN). Introdução 
ao estudo da evolução urbana: plano urbanístico de Cachoeira. Salvador: Centro de 
Estudos da Arquitetura da Bahia, 1976.
31 VON SPIX e VON MARTIUS. Através da Bahia: Excertos da obra Reise e Brasi-
lien. Trasladados a português pelos Drs. Pirajá da Silva e Paulo Wolf. 3. ed. São Paulo, 
Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre: Companhia Editora Nacional, 1938. p. 76.
32 CERQUEIRA, João Batista de. Caridade, política e saúde: o Hospital São João 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 33
de Deus e a Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira, Bahia (1756 a 1872). 2015. 
23 f. Tese - Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciên-
cias, Universidade Federal da Bahia e Universidade Estadual de Feira de Santana, 
Salvador, 2015. 
33 REBELLO, Domingos José Antônio. Corografia ou abreviada história geográfica 
do Império do Brasil. Salvador: Bahia na Tipografia Imperial e Nacional, 1829. p. 190.
34 NASCIMENTO, Luiz Cláudio Dias do. Terra de Macumbeiros: Redes de So-
ciabilidades Africanas na Formação do Candomblé Jeje - Nagô em Cachoeira e São 
Felix... op. cit., p. 53.
35 NASCIMENTO, Luiz Cláudio Dias do. Terra de Macumbeiros: Redes de So-
ciabilidades Africanas na Formação do Candomblé Jeje - Nagô em Cachoeira e São 
Felix... op. cit., p. 43-44.
36 MORAES, Alexandre José de Melo. Brasil Histórico... op. cit., p. 78.
37 NASCIMENTO, Luís Cláudio Dias do. “Igreja de Nossa Senhora dos Remédios 
vai desmoronar.” Disponível em: <http://cacaunascimento.blogspot.com.br/2013/07/
igrejade-nossa-senhora-dos-remedios.html>. Acesso em 20 de julho de 2020.
38 Biblioteca Nacional, Rio de Janeiro. Periódico O Constitucional, edição 11, 1853, 
01/03/1853, p. 3. 
39 MILTON, Aristides. Ephemerides Cachoeiranas ... op. cit., p. 259-261.
40 MILTON, Aristides. Ephemerides Cachoeiranas ...op. cit., p. 323.
41 SOUSA, Bernardo Xavier Pinto de. Memórias da Viagem de S.S Magestades 
Imperiaes às Provincias da Bahia, Pernambuco, Parahiba, Alagoas, Sergipe, e Espi-
rito-Santo, dividida em 6 partes e um additamento: com retratos de SS. Magestades, 
e das Serenissimas Princezas as Senhoras D. Isabel e D. Leopoldina. Rio de Janeiro: 
Pinto de Sousa, 1861. p. 145.
42 SOUSA, Bernardo Xavier Pinto de. Memórias da Viagem de S.S Magestades 
Imperiaes às Provincias da Bahia, Pernambuco, Parahiba, Alagoas, Sergipe, e Espiri-
to-Santo, dividida em 6 partes e um aditamento... op. cit., p. 154.
43 Arquivo Municipal de Cachoeira. Requerimento enviado à Câmara Municipal. 
Documentos Avulsos.
44 Biblioteca Nacional, Periódico Diário de Notícias, edição do dia 14/07/1885, p. 2. 
http://cacaunascimento.blogspot.com.br/2013/07/igrejade-nossa-senhora-dos-remedios.html
http://cacaunascimento.blogspot.com.br/2013/07/igrejade-nossa-senhora-dos-remedios.html
AS IGREJAS DE CACHOEIRA34
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 35
CAPÍTULO 2
BARROCO, ROCOCÓ E NEOCLÁSSICO: ORIGENS,
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E MANIFESTAÇÕES 
ARTÍSTICAS NAS IGREJAS DE CACHOEIRA
Este capítulo objetiva apresentar para o leitor as origens, as 
principais características e os períodos de vigência do Barroco, do 
Rococó e do Neoclássico, destacando e contextualizando a presença 
desses estilos nas igrejas edificadas em Cachoeira. Cabe dizer que 
adotamos uma periodização abrangente. A duração e até mesmo as 
manifestações do Barroco, do Rococó e do Neoclássico no continente 
europeu, na América Portuguesa e na América Espanhola, por exemplo, 
assim como nos diferentes estados e localidades que formam o nosso 
atual e extenso território nacional, ocorreram em tempos distintos e 
de modo particular. 
A origem da palavra barroco é incerta. Alguns especialistas 
defendem que ela surgiu no século XVI, em Portugal, e que nessa época 
era usadapara denominar um tipo de pérola de formato irregular; 
menos valiosa do que as perfeitamente esféricas. Quando foi usada pela 
primeira vez em relação às manifestações artísticas, no século XVIII, 
ela continha teor pejorativo e nomeava obras consideradas bizarras, 
exageradamente ornamentadas e que não respeitavam as boas regras 
da arte.1 Atualmente, o termo barroco não carrega mais esse sentido 
depreciativo e é usado em História da Arte para designar a produção 
artística que se desenvolveu no século XVII e parte do XVIII. 
Na Europa católica, especialmente na Itália, onde o estilo surgiu, 
e na Península Ibérica (Portugal e Espanha), o Barroco caracterizou-
se, resguardadas as devidas peculiaridades, pela integração das artes 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA36
(arquitetura, talha, pintura, escultura e outras) com vistas à criação de 
ambientes inebriantes, capazes de maravilhar o espectador e arrebatá-lo 
emocionalmente. Tais efeitos eram efetivados no interior dos templos por 
meio dos forros pintados e do revestimento completo das superfícies 
das paredes com obras de talha, pintura e azulejaria – concepção 
decorativa caracterizada pelo “horror ao vazio” –, uso de cores quentes, 
aplicação de folhas de ouro ou prata sobre as estruturas de madeira 
entalhada, utilização de materiais nobres, como o mármore, e profusão 
de representações figuradas, frequentemente em atitudes dramáticas 
e com gesticulação expressiva. Nas criações barrocas, o observador é 
tomado por um conjunto de formas difíceis de serem apreendidas 
separadamente. A teatralidade se faz presente, auxiliada por artificiosos 
e intensos jogos de luz e sombra e pela representação marcante do 
movimento, características que acentuam a dramaticidade desse estilo2.
Com o avançar do século XVIII, na França, assistiu-se a uma 
mudança de gosto protagonizada pela nobreza e pelos burgueses. Com 
o objetivo de decorarem seus ambientes privados, essas camadas sociais 
preferiram um estilo menos “carregado” e passaram a valorizar formas 
mais leves e graciosas, cores mais claras, fundos brancos e douramento 
restrito aos ornatos em relevo. Surgia, então, o Rococó, termo usado 
em História da Arte, desde fins do século XIX, para denominar o estilo 
artístico que se desenvolveu na Europa entre as décadas de 1730 e 1770. A 
origem do termo rococó é a palavra rocalha, que originalmente referia-se 
a um tipo de decoração de jardins comum na França do século XVIII, 
formada por fontes e grutas enfeitadas com conchas. A palavra passou 
a ser usada para nomear motivos ornamentais derivados da estilização 
de conchas. A rocalha é o ornato predominante no Rococó.3 
Nos séculos XVIII e XIX, a Europa estava vivenciando grandes 
transformações históricas – Revolução Francesa, Iluminismo, Revolução 
Industrial – que dinamizaram a superação do chamado Antigo Regime, 
marcado pelas monarquias e pelo grande poder da nobreza e da Igreja 
Católica. Neste contexto de transformações, o Barroco e o Rococó 
passaram a ser vistos como ultrapassados, posto que estavam associados 
ao Antigo Regime. Buscava-se uma arte menos rebuscada, despojada 
de excessos ornamentais, menos dramática e mais racional, orientada 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 37
por linhas retas e desenhos precisos. A arquitetura e a arte clássicas 
– obras realizadas pelos gregos e romanos na Antiguidade – eram 
consideradas modelos de rigor e perfeição formal. As escavações e 
importantes descobertas arqueológicas da cidade de Herculano, em 
1738, e de Pompéia, em 1748, bem como a publicação e a circulação 
de livros sobre a antiga arte greco-romana favoreceram o entusiasmo 
pela retomada do padrão estético clássico. O novo estilo, denominado 
Neoclássico, predominou na Europa entre as últimas décadas do século 
XVIII e a primeira metade do século XIX.4 
Sabemos que durante os períodos de vigência do Barroco, do 
Rococó e do Neoclássico na Europa, a presença do colonizador na 
América Portuguesa já era uma realidade bem consolidada. Entre o final 
do século XVII até por volta da sexta década do século XVIII, as ordens 
religiosas e as associações de leigos, principais patrocinadoras da arte 
sacra no território americano português, não pouparam esforços para 
ornamentar o interior de seus templos conforme a tendência estilística 
do Barroco.5 É importante considerar que a colonização intencionava 
disseminar o universo cultural europeu, suas crenças e formas de 
compreensão do mundo. Os exuberantes interiores barrocos, capazes 
de extasiar os sentidos dos que neles adentravam, serviram muito bem 
para esse fim. Em Cachoeira, podemos conhecer a concepção decorativa 
desse estilo no interior da Capela da Venerável Ordem Terceira do 
Carmo, como teremos oportunidade de demonstrar no capítulo 5. Nesse 
templo, há dois tipos de retábulo barroco: o nacional português e o 
joanino.6 O primeiro foi assim denominado pelos especialistas porque é 
uma criação portuguesa, sem precedentes em outros países da Europa; 
o segundo, derivado do barroco italiano, foi chamado joanino porque 
vigorou na época de Dom João V, monarca português que durante o 
seu longo reinado (1706-1750) muito incentivou e patrocinou a arte 
no vasto território sob o seu domínio. 
Os retábulos do tipo nacional português e do tipo joanino 
apresentam características peculiares e muito distintas, perceptíveis 
nos modelos executados no templo da Venerável Ordem Terceira do 
Carmo de Cachoeira (fig. 3 e 4). No primeiro caso, destacam-se os arcos 
concêntricos, no coroamento, com tarja ao centro; no segundo caso, 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA38
destaca-se o dossel, no arremate, ladeado por figuras antropomorfas 
(que apresentam forma humana).
Figura 3 – Retábulo barroco do tipo nacional português. Capela da Ordem Terceira 
do Carmo, Cachoeira. Desenho de Antônio Wilson Silva de Souza, 2020.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 39
Figura 4 – Retábulo barroco do tipo joanino. Capela-mor do templo da Ordem 
Terceira do Carmo, Cachoeira. Desenho de Antônio Wilson Silva de Souza, 2020.
Durante a segunda metade do século XVIII, as ordens 
religiosas e as associações de leigos foram assimilando o padrão estético 
do Rococó nos seus edifícios sagrados.7 Em Cachoeira, podemos 
identificar manifestações isoladas desse estilo nos conjuntos azulejares 
existentes nas capelas da Ordem Primeira e Terceira do Carmo e na 
Matriz de Nossa Senhora do Rosário; na pintura ornamental sob o 
coro dos dois últimos templos citados; nos retábulos que ladeiam o 
arco cruzeiro da Capela do Hospital São João de Deus (Santa Casa 
da Misericórdia) e em outras obras apontadas ao longo dos capítulos 
que se seguem. 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA40
A ornamentação da sacristia da Matriz de Nossa Senhora do 
Rosário destaca-se por ser predominantemente Rococó. Ali, podemos 
verificar a concepção decorativa desse estilo que, ao contrário de 
ambientes onde o Barroco predomina, apresenta ornamentação mais 
leve e delicada. Rocalhas e arranjos florais estão por toda parte: no 
forro pintado, no lavabo, nas molduras dos quadros dependurados 
nas paredes e também nas sanefas das janelas. O retábulo, em especial, 
além de apresentar rocalhas e flores na mesa de altar, no corpo e no 
arremate, está com a policromia característica do Rococó: superfície 
da estrutura pintada de branco e douramento restrito aos ornamentos 
em relevo.
Figura 5 – Retábulo rococó. Sacristia da Matriz de Nossa Senhora do Rosário, 
Cachoeira. Desenho de Antônio Wilson Silva de Souza, 2020.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 41
Decoração importantíssima nos interiores barrocos e rococós 
das igrejas edificadas na América Portuguesa são as pinturas dos forros. 
Inicialmente, destacavam-se as pinturas realizadas em painéis de 
madeira circundados por molduras salientes, os chamados caixotões. 
Em Cachoeira, podemos observar esse tipo de ornamentação no forro 
da nave da Capela da Venerável Ordem Terceira do Carmo. 
Figura 6 – Pinturas em caixotões. Forro da nave da Capela da VenerávelOrdem 
Terceira do Carmo, Cachoeira. Foto: Chico Brito, 2020.
AS IGREJAS DE CACHOEIRA42
Na primeira metade do século XVIII, Salvador começou a 
embelezar os forros de suas igrejas com pinturas de perspectiva, que se 
tornaram mais numerosas na segunda metade do século. Elas passaram 
a conviver com as já realizadas pinturas em caixotões. Sobressaíram-
se, entre os mestres da pintura de perspectiva, os pintores Antônio 
Simões Ribeiro, Domingos da Costa Filgueiras e José Joaquim da 
Rocha. É de José Joaquim da Rocha, por exemplo, a magnífica 
pintura de perspectiva do forro da nave da Matriz de Nossa Senhora 
da Conceição da Praia, realizada por volta de 1774.8 
As pinturas de perspectiva também são chamadas de pinturas 
de falsa arquitetura, pinturas de arquiteturas fingidas ou quadraturas. 
Elas caracterizam-se por simularem a continuidade ascendente do 
edifício para além das paredes, retratando elementos arquitetônicos 
como mísulas, colunas, entablamentos, arcos, balaustradas, 
balcões, cúpulas e outros. Esse tipo de pintura apresenta um 
medalhão figurado no seu centro, chamado pelos historiadores da arte 
de quadro recolocado. Na tradição portuguesa, da qual fazemos parte, 
esse medalhão central apresenta-se de frente para o observador, ou 
seja, não acompanha a perspectiva de baixo para cima da arquitetura 
fingida.9 Cria-se, assim, a ilusão de que, do interior da igreja, o fiel 
vislumbra anjos, santos, Maria, Jesus, Deus Pai e o Espírito Santo no 
Paraíso Celeste; como se o teto do edifício tivesse sido arrombado. 
As pinturas de falsa arquitetura na Bahia foram influenciadas 
por um importante livro, cuja história é a seguinte. Entre 1685 e 
1694, o jesuíta italiano Andrea Pozzo (1642-1709) realizou uma 
grande pintura de perspectiva no forro da Igreja de Santo Ignácio, 
em Roma. O processo de realização de desenhos de perspectivas 
para essa pintura foi por ele didaticamente explicado em um tratado 
publicado em dois volumes, o primeiro em 1693 e o segundo em 1700, 
intitulado Perspectiva Pictorum et Architectorum. Esse livro foi várias 
vezes reimpresso e editado, tendo, assim, circulado muito durante o 
período moderno, inclusive na América Portuguesa.10 Em Cachoeira, 
podemos admirar pinturas de perspectiva nos forros da capela-mor, 
nave e sacristia da Capela da Ordem Primeira do Carmo e no forro da 
nave da Matriz de Nossa Senhora do Rosário. 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 43
Figura 7 – Detalhe da pintura de falsa arquitetura. Forro da nave da Matriz de Nossa 
Senhora do Rosário, Cachoeira. Foto: Chico Brito, 2020.
Entre o final do século XVIII e o início do XIX, o Neoclássico 
foi assimilado na América Portuguesa. As novidades, de maneira geral, 
chegavam primeiro nas regiões litorâneas e depois se espalhavam para 
o interior. No que diz respeito ao nosso assunto, ou seja, a decoração 
interna das igrejas, podemos dizer que, no começo do XIX, Salvador 
já vivenciava a atualização estilística. Em alguns casos, as manifestações 
artísticas do Barroco e do Rococó foram completamente substituídas. 
Em outros, somente parte da ornamentação foi renovada, razão pela 
qual coexistem em um mesmo edifício sacro obras do Barroco, do 
Rococó e do Neoclássico.
Entre 1804 e 1813, o retábulo da capela-mor da Matriz de 
Nossa Senhora da Vitória, em Salvador, foi refeito. Em 1813, iniciou-
se a reforma ornamental da Capela de Nosso Senhor do Bom Jesus do 
Bonfim, começando pelo retábulo principal. A atualização estilística 
da decoração interna desse último templo desencadeou uma onda 
de reformas.11 O modelo do retábulo principal da capela do Bonfim 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA44
– classificado pelo professor Luiz Freire como tipo 1: baldaquino 
arrematado por cúpula vazada sobre volutas – muito repercutiu na 
Bahia, sendo reinterpretado em outros templos localizados na Cidade 
do Salvador, no Recôncavo e no Sertão.12 Em Cachoeira, esse modelo 
é encontrado na Matriz de Nossa Senhora do Rosário e na Capela de 
Nossa Senhora da Conceição do Monte.
Figura 8 – Retábulo neoclássico. Capela-mor da Matriz de Nossa Senhora do 
Rosário, Cachoeira. Desenho de Antônio Wilson Silva de Souza, 2020.
Antes de passarmos para a leitura dos capítulos que tratarão 
da história, arquitetura e ornamentação de oito templos edificados 
em Cachoeira, é importante lançarmos algumas luzes sobre os sujeitos 
envolvidos na construção e decoração desses sagrados edifícios nos 
séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 45
Conforme explicamos no capítulo anterior, Cachoeira 
desenvolveu-se e tornou-se próspera graças a sua privilegiada localização 
geográfica – no último trecho navegável do rio Paraguaçu – e, também, 
devido ao cultivo do açúcar, especialmente na região do Iguape, 
e do tabaco. Açúcar, tabaco e atividades portuárias assentaram-se, 
principalmente, sobre a mão de obra africana e crioula (negros nascidos 
na América Portuguesa) escravizada. Embora ainda careçamos de 
estudos acadêmicos sobre esse assunto em relação a Cachoeira, é lógico 
e plausível pressupor, baseando-se em pesquisas realizadas para outras 
localidades, que o trabalho de construção e ornamentação dos templos 
que iremos analisar neste livro também contou com a mão de obra dos 
escravizados.13 Não devemos pensar nesses sujeitos históricos apenas 
como executores de trabalhos braçais que desempenhavam tarefas 
gerais, como desbastar e carregar pedras ou transportar madeiras. É 
preciso considerar e destacar que muitos dominavam ofícios, como o 
de pintor ou entalhador, e passaram a desempenhá-los com maestria. É 
verdade que o aprendizado de um ofício os tornava mais valorizados no 
mercado de escravizados, mas também possibilitava a alguns a conquista 
da liberdade (alforria).14 
Afrodescendentes alforriados ou nascidos livres, a maioria 
pardos, como eram chamados os mestiços na época, ascenderam 
à condição de mestres, sendo requisitados pelas ordens religiosas 
e associações leigas para executarem obras artísticas nos templos. 
Seus trabalhos foram aclamados e muitos alcançaram destaque. Eles 
adaptaram os modelos europeus, criaram obras ímpares, aclimatadas 
ao gosto e cultura locais e dirigiram suas oficinas e equipes de trabalho, 
normalmente integradas por aprendizes e ajudantes livres, alforriados 
e escravizados. Como exemplo, citamos José Teófilo de Jesus, pintor 
pardo que se destacou no cenário artístico de Salvador no final do 
século XVIII e início do XIX, responsável por importantes pinturas, 
como a do forro da nave da Capela da Ordem Terceira do Carmo de 
Salvador,15 e Joaquim Francisco de Mattos (Roseira), mestre entalhador 
pardo, nascido em Cachoeira por volta de 1792, atuante em Salvador 
entre 1818 e 1851, onde executou várias obras, dentre elas o retábulo-
mor e toda a talha da Matriz do Santíssimo Sacramento e da Matriz de 
Nossa Senhora do Pilar.16 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA46
Lamentavelmente, grande parte da antiga documentação das 
igrejas de Cachoeira não chegou aos nossos dias. Um dos fatores que 
muito contribuiu para isto foi a ocorrência sucessiva de enchentes do 
rio Paraguaçu até a década de 1980. Os documentos que rastreamos 
até o presente momento não nos permitiram registrar os nomes dos 
arquitetos e artistas que trabalharam nos templos cachoeiranos, mas 
continuaremos empreendendo esforços para alcançar esse objetivo. 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 47
Notas
1 BAETA, Rodrigo Espinha. Teoria do Barroco. Salvador: EdUFBA, 2012. p. 19-22.
2 Sobre o barroco consulte ARGAN, Giulio Carlo. Imagem e Persuasão: ensaios 
sobre o barroco. São Paulo: Companhia das Letras, 2004. WOLFFLIN, Heinrich. 
Conceitos Fundamentais da História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
3 OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. O Rococó Religioso no Brasil e seus 
antecedentes europeus. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 23-25.
4 SOUZA, Antônio Gilberto Abreu de. Arquitetura neoclássica e cotidiano social do 
centro histórico de Fotaleza – da Belle Époque ao ocasodo início do século XXI. 2012. 
f. 81-86. Tese - Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo 
Horizonte, 2012. MIRABENT, Isabel Coll. Saber ver a arte neoclássica. São Paulo: 
Martins Fontes, 1991. 78 p. ANACLETO, Regina. História da Arte em Portugal: 
neoclassicismo e romantismo. Lisboa: Alfa, 1986. 184 p. v. 10
5 OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. Maneirismo, barroco e rococó na arte 
religiosa e seus antecedentes europeus. In: BARCINSKI, Fabiana Werneck (Org.). 
Sobre a arte brasileira: da Pré-história aos anos 1960. São Paulo: Edições SESC/WMF, 
Martins Fontes, 2014. p. 104-117.
6 OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. A talha no período colonial. In: 
SANT’ANNA, Sabrina Mara; FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro; CAMPOS, Adalgisa 
Arantes. Cultura Artística e Conservação de acervos Coloniais. Belo Horizonte: Clio 
Gestão Cultural, 2015. p. 51-60. FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro. A talha na Bahia do 
século XVIII. Cultura Visual, Salvador, n. 13, p. 137-151, maio, 2010. BOHRER, 
Alex Fernandes. A Talha do Estilo Nacional Português em Minas Gerais: contexto 
sociocultural e produção artística. 2015. 427 f. 2 v. Tese - Faculdade de Filosofia e 
Ciências Humanas, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015. 
PEDROSA, Aziz José de Oliveira. A produção da talha joanina na capitania de Minas 
Gerais: retábulos, entalhadores e oficinas. 2016. 591 f. Tese - Escola de Arquitetura, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2016. SANT’ANNA, Sabrina 
Mara. Sobre o meio do altar: os sacrários produzidos na região centro-sul das Minas 
Gerais setecentistas. 2015. 208 f. - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
7 OLIVEIRA, Myriam Andrade Ribeiro de. O Rococó Religioso no Brasil e seus 
antecedentes europeus... op. cit., p. 183.
8 GUIMARÃES, Francisco de Assis Portugal. Pintura Religiosa na Cidade de 
Salvador, Bahia: séculos XVII, XVIII e XIX, In: _____ (Coord.) Museu de Arte 
Sacra: Universidade Federal da Bahia. Salvador: Impressão Bigraf, 2008. p. 159-160. 
Sobre o assunto, consulte VICENTE, Mônica Farias Menezes. Tesouros no alto: 
o patrimônio artístico, científico e iconográfico nas pinturas de teto da Bahia. In: 
SANT’ANNA, Sabrina Mara; FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro; CAMPOS, Adalgisa 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA48
Arantes. Cultura Artística e Conservação de acervos Coloniais. Belo Horizonte: Clio 
Gestão Cultural, 2015. p. 163-181. 
9 MELLO, Magno Moraes. A pintura de tectos em perspectiva no Portugal de D. João 
V. Lisboa: Estampa, 1998.
10 SILVA, Mateus Alves. O Tratado de Andrea Pozzo e a pintura de Perspectiva em 
Minas Gerais. 2012. f. 21-23. Dissertação - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, 
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. Sobre a circulação de 
tratados, livros e gravuras europeias que influenciaram os pintores atuantes na América 
Portuguesa, consulte SANTIAGO, Camila Fernanda Guimarães. Usos e impactos de 
impressos europeus na configuração do universo pictórico mineiro (1777-1830). 2009. 
379 f. Tese - Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de 
Minas Gerais, Belo Horizonte, 2009.
11 FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro. A talha neoclássica na Bahia. Rio de Janeiro: 
Versal, 2006. p. 20-63.
12 FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro. As relações centro-periferia nos retábulos baianos 
do Recôncavo. In: SANT’ANNA, Sabrina Mara; FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro; 
CAMPOS, Adalgisa Arantes (Org.). Cultura artística e conservação de acervos coloniais. 
Belo Horizonte: Clio Gestão Cultural, 2015. p. 71-72.
13 Sobre o assunto, consulte ARAUJO, Emanuel. A mão afro-brasileira: significado 
da contribuição artística e histórica. São Paulo: Tenenge, 1988.
14 SANTIAGO, Camila Fernanda Guimarães. Cativos da Arte, artífices da liberdade: 
a participação de escravos especializados no Barroco Mineiro. In: PAIVA, Eduardo 
França; IVO, Isnara Pereira (Orgs). Escravidão, Mestiçagem e Histórias Comparadas. 
São Paulo: Annablume, 2008. p. 77-88.
15 ALVES, Marieta. Dicionário de Artistas e Artífices na Bahia. Salvador: Universidade 
Federal da Bahia, Centro Editorial e Didático, Núcleo de Publicações, 1976. p. 89. 
Uma relação de pintores afrodescendentes atuantes na América Portuguesa pode 
ser consultada em CAMPOS, Maria de Fátima Hanaque. A Pintura Religiosa na 
Bahia, 1790-1850. 2003. f. 249-527. Tese - Departamento de Ciências e Técnicas do 
Patrimônio, Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Porto, 2003.
16 FREIRE, Luiz Alberto Ribeiro. A talha neoclássica na Bahia... op. cit., p. 492-494. 
HISTÓRIA, ARQUITETURA E ORNAMENTAÇÃO 49
CAPÍTULO 3
A CAPELA DE NOSSA SENHORA D’AJUDA
No final do século XVI, o capitão Álvaro Rodrigues Adorno 
estabeleceu-se no sítio que posteriormente seria a Vila da Cachoeira.1 
Ele instalou um engenho de açúcar e construiu, em um outeiro, um 
sobrado e uma pequena capela dedicada a Nossa Senhora do Rosário. 
Essa foi a primeira edificação católica de Cachoeira e, como veremos 
mais adiante, somente séculos depois o templo ganhou a configuração 
arquitetônica e a padroeira que tem hoje: Nossa Senhora D´Ajuda. 
Na falta de documentos conclusivos, supõe-se que a pequena 
capela foi construída entre os anos de 1595-1606, pois acredita-se que 
ela já estava pronta antes da morte de Álvaro Rodrigues Adorno, que 
ocorreu em 1607.2 Esse templo foi reconstruído pelo seu bisneto, João 
Rodrigues Adorno, e elevado à condição de igreja matriz em 1674, ano 
em que foi fundada a Freguesia de Nossa Senhora do Rosário do Porto 
da Cachoeira. Estima-se que as obras prosseguiram até 1687, pois há 
notícias de que na sua fachada havia o registro dessa data em alto-
relevo.3 No começo do século seguinte, conforme o testemunho de frei 
Agostinho de Santa Maria, publicado em 1722, a igreja permanecia em 
bom estado: “Tem esta Igreja, que hoje está com grande reformação, e 
muito adorno, a sua situação com as portas para o Ocidente, e as costas 
para o Oriente”.4
Com o passar dos anos, o templo já não comportava o número 
crescente de fiéis e foi necessário construir outra igreja matriz (confira o 
capítulo 6). Por volta de 1722, quando a função paroquial foi transferida 
para a nova sede, a capela voltou para o domínio privado da família 
AS IGREJAS DE CACHOEIRA50
Adorno. No último quartel do século XVIII, os herdeiros cederam o 
sagrado edifício para a Confraria de São Pedro dos Clérigos.5 Com a 
extinção dessa confraria de sacerdotes, um grupo de músicos da vila, 
organizado pelo padre José Henriques da Silva, instituiu uma corporação 
musical na referida capela em 1795, sendo o próprio padre Henriques 
seu primeiro diretor.6 Essa corporação deu início aos festejos de Nossa 
Senhora D’Ajuda, que passou a ser a padroeira do templo.7 
Após o falecimento do padre José Henriques, o cargo de diretor 
da corporação musical foi ocupado por seu sobrinho, o padre Manuel 
do Nascimento de Jesus. Na sua gestão, o padre Manuel “fez grandes 
melhoramentos na capela” e autorizou a instituição no edifício, em 
1819, da Irmandade de São Benedito, que agremiava homens forros 
e escravizados.8 Em 1835, essa irmandade recebeu autorização para 
construir um salão em terreno adjacente à capela, onde foi erigido 
um altar para São Benedito. Até a conclusão dessa obra, em 1839, a 
irmandade utilizou a sacristia e o arcaz da corporação musical.9 
Em 1852, a Irmandade de São Benedito pretendeu contratar 
outra corporação musical para tocar na festa que celebraria em honra 
de seu padroeiro na Capela de Nossa Senhora D’Ajuda, o que acabou 
não acontecendo. Por volta de 1870, com o intuito de garantir sua 
exclusividade como executora das músicas nas solenidades promovidas na 
capela, a corporação musical D’Ajuda redigiu seu livro de compromisso 
e nele assegurou essa prerrogativa. 
O compromisso foi aprovado pelo arcebispo de Salvador e pelo 
presidente da província.10 Foi nessa ocasião que a Irmandade de Nossa 
Senhora D’Ajuda oficializou-se. Sobre

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