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MAURO SANDRI - COMO PREPARAR FISICAMENTE UMA EQUIPE DE FUTSAL

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COMO PREPARAR FISICAMENTE UMA EQUIPE DE FUTSAL?! 
Mauro Sandri – Preparador Físico Jaraguá Futsal 
www.maurosandri.blogspot.com 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Como Preparar Fisicamente 
uma Equipe de Futsal? 
Mauro Sandri 
Preparador Físico da equipe Jaraguá Futsal 
www.maurosandri.blogspot.com 
pf.mauro@hotmail.com 
 
 
 
 
 
 
http://www.maurosandri.blogspot.com/
http://www.maurosandri.blogspot.com/
mailto:pf.mauro@hotmail.com
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Permitida a reprodução parcial, para fins não comerciais, desde que citada a fonte. 
COPYRIGTH: 2014, by Mauro Sandri 
Direitos de edição cedidos à Metodologia Ferretti Futsal 
 
2 
 
 
Sumário 
Introdução ..................................................................................................... 3 
1.Entendendo o Futsal ................................................................................... 5 
1.1 Características gerais da modalidade .................................................... 6 
1.2 Características específicas ..................................................................... 7 
1.3 Características de acordo com a posição ............................................... 8 
1.4 Ciência dentro do esporte ................................................................... 10 
1.5 Controles de treinamento ................................................................... 13 
2.Características e funções de um bom preparador físico ........................... 16 
2.1 Fazer pouco é muito melhor do que não fazer nada ........................... 19 
3. Aspectos levados em consideração na periodização ................................ 21 
3.1 Como avaliar sua equipe?!? ................................................................ 23 
3.2 Relação Perigosa: performance máxima e lesões ................................ 27 
3.3 Relação Importante: preparador físico e treinador ............................. 28 
3.4 Ausência de uma equipe multidisciplinar ............................................ 29 
3.5 Todos devem participar do treino se possível na mesma quantidade . 32 
3.6 Estatísticas .......................................................................................... 35 
3.7 A importância de uma boa periodização ............................................. 37 
3.8 Montagem dos ciclos de treinamento ................................................. 39 
3.9 Aquecimento para treinos e jogos....................................................... 44 
Outras premissas ......................................................................................... 49 
Referências .................................................................................................. 51 
 
 
3 
 
Introdução 
 
Na última década aumentou significativamente o número de pesquisas 
científicas dentro do meio esportivo, no entanto algumas modalidades carecem 
de informações confiáveis, um grande exemplo é o Futsal. Segundo Barbero e 
colaboradores (2008), a modalidade é praticada em mais de 100 países e com um 
número superior a 12 milhões de praticantes. Entretanto o esporte continua 
tendo poucas informações precisas, principalmente referentes às questões 
bioquímicas e fisiológicas. 
O Futsal tem sofrido inúmeras alterações em suas regras, visando 
proporcionar sempre um maior dinamismo nas partidas, acrescido a isto a 
evolução tanto tática quanto técnica faz com que se desperte uma maior atenção 
a preparação física. Dessa forma, uma vez que as equipes buscam resultados mais 
expressivos, devem incluir em seu planejamento uma preparação física voltada 
para a realidade da modalidade e não transportando os métodos de treinamento 
do Futebol como se as exigências físicas fossem as mesmas. 
Quando falamos das ações do jogo, ambos os esportes têm em sua essência 
características intermitentes, de intensidade extenuante com ênfase nos 
componentes de força, velocidade e resistência, representados por sprints, 
mudanças de direção, saltos e deslocamentos curtos em alta velocidade. Sendo 
assim muitos profissionais prescrevem os treinamentos físicos da mesma maneira 
por acreditarem que a semelhança motora do esporte, seja um fator 
determinante também na relação do volume e intensidade. 
 
4 
 
Dentro do meio esportivo existem inúmeras modalidades, sendo que 
algumas apresentam regras e características semelhantes, entretanto as variáveis 
fisiológicas podem apresentar diferenças significantes, no caso específico desse 
curso, o enfoque está voltado para o Futsal. Apesar do futsal e futebol 
apresentarem-se como esportes parecidos, cada um possui características 
próprias de habilidades, componentes fisiológicos e tipologia do esforço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
1.Entendendo o Futsal 
 
Sabemos que cada esporte possui seu próprio repertório motor, alguns 
aparentemente simples como o caso do movimento dos membros inferiores 
durante uma corrida, até mesmo gestos altamente complexos, como o caso dos 
saltos e giros apresentados pela ginástica, no entanto precisamos ter a clareza de 
quais são os gestos e deslocamentos realizados no Futsal, a fim de prepararmos 
nosso atleta exatamente para aquilo que ele irá encontrar durante os 
treinamentos e jogos. 
De acordo com Gomes et al.(2011) o futsal caracteriza-se por uma atividade 
intermitente que mescla esforços de moderada e alta intensidade provocados por 
ações explosivas, como arranques em velocidade, dribles, mudanças de direção, 
saltos e finalizações, com esforços de baixa intensidade ocasionados 
principalmente por situações de interrupção do jogo, entre elas faltas, laterais e 
escanteios. Desse modo é importante que saibamos o quanto um treino pode 
aumentar ou reduzir as capacidades do atleta e em qual momento devemos 
trabalhá-las de acordo com nosso objetivo. 
A modalidade está passando por uma transição, somadas a evolução física, 
técnica e tática das equipes, estão tornando o jogo cada vez mais dinâmico, 
intenso e competitivo, fazendo com que os atletas se deparem com duas 
situações básicas, que são definidas pela posse de bola ou não, ou seja, quando 
em posse da bola, os atletas são estimulados a desempenharem a função de 
atacantes, porém sem a posse precisam rapidamente tornar-se defensores. 
 
6 
 
1.1 Características gerais da modalidade 
 
Na literatura encontramos poucas informações confiáveis sobre as 
características físicas e fisiológicas dos atletas de futsal, Nunes et al. (2012), 
acreditam que a explicação está no simples fato dos estudos normalmente serem 
voltados para o Futebol e a grande maioria dos profissionais periodizarem 
treinamento com as mesmas características para as duas modalidades, não 
levando em consideração que as variáveis do jogo são diferentes. Baroni, Couto e 
Leal Junior (2011), ainda são mais enfáticos quando afirmam que existe uma 
lacuna científica que recai sobre essa modalidade, pois se procurarmos nas bases 
de dados e publicações mundiais encontraremos poucos estudos sobre o esporte. 
No entanto, é possível determinar e apresentar algumas informações 
encontradas por alguns autores principalmente nessa última década, que se 
comprometeram a explorar e buscar entendimentos sobre o esporte, Barbero et. 
al.(2008), descreve o futsal como uma modalidade que exige um ótimo 
condicionamento físico, enfatiza a velocidade de corrida e resistência, além disso, 
requer níveis substanciais de força para chutes, arranques, mudanças rápidas de 
direção e capacidade de sprints repetidos durante as ações do jogo. 
Nunes et al. (2012) comentam que essas características podem ser 
explicadas pelo fato do futsal apresentar um número ilimitado de substituições,fazendo com que os níveis de intensidade durante a partida sejam extremamente 
elevados e consigam ser mantidos pelo revezamento entre os atletas que estão 
em quadra. 
7 
 
Leal Junior et al.(2006), sugerem que pelas características visualizadas no 
jogo, o futsal apresenta predominância anaeróbia e consequentemente maior 
adaptação por parte dos atletas ao exercícios anaeróbios. Baroni, Couto e Leal 
Junior (2011), ainda complementam essa informação, quando definem o futsal 
como esporte de elevada demanda física, composto por estímulos de alta 
intensidade com pequenas pausas ativas, necessitando dos atletas valores que 
indiquem alta capacidade anaeróbia. 
O Futsal é uma modalidade caracterizada por esforços intermitentes, 
composto por estímulos variados e periodização aleatória e específica, sendo que 
atualmente uma partida exige esforços de grande intensidade e curta duração, 
pois as velocidades que as ações acontecem durante o jogo requerem que o 
atleta esteja preparado para reagir da melhor e mais rápida maneira possível. 
1.2 Características específicas 
 
Para facilitar a compreensão Leal Junior et al. (2006), comentaram que as 
características do jogo ajudam a compreender porque os atletas de futsal 
apresentam predominância da atividade anaeróbia, consequentemente maior 
adaptação dos atletas aos exercícios com essa característica. 
A modalidade apresenta uma enorme contribuição energética do 
metabolismo anaeróbio através dos fosfagênios adenosina trifosfato e fosfato 
creatina (ATP-CP), podendo até mesmo deduzir que o metabolismo anaeróbio 
alático contribui significativamente (75 a 85%) do total das ações, já o 
metabolismo anaeróbio lático apresenta menor contribuição (15 a 25%), porém 
dependerá das ações e do tempo de recuperação entre elas. 
8 
 
Sendo que nos momentos de recuperação e estímulos que exijam 
resistência, Lima, Silva e Souza (2005) chamam atenção para a utilização também 
do metabolismo aeróbio, pois como sabemos o esporte apresenta predominância 
anaeróbia e não exclusividade apenas dessa via metabólica.. 
Durante as partidas de futsal as respostas da frequência cardíaca e do 
lactato sanguíneo indicam que o sistema anaeróbio foi solicitado de forma 
predominante e essas informações podem contribuir na elaboração de um 
programa de treinamento específico. 
Apesar da capacidade aeróbia não ser um elemento predominante no 
desempenho durante a partida de futsal, ela é fundamental para a performance 
no esporte, pois está relacionada com a condição física e recuperação entre os 
estímulos, dessa forma acredita-se que o valor de VO2máx entre 50-55ml/kg/min 
parecem ser aconselháveis para atletas profissionais dessa modalidade. 
Na visão de Souza (2010), em virtude da súbita aceleração e desaceleração 
exigida pelas mudanças de direção, esse esporte expõe seus praticantes a grandes 
impactos, causando danos musculares e oxidativos. Ao analisar seis atletas de 
futsal com idade média (21,2 ±0,98 anos), após uma partida ele conseguiu 
determinar que houve aumento das concentrações de creatina quinase, xilenol e 
carbonil comparados ao pré-jogo, lembrando que todas essas substâncias estão 
diretamente associadas a danos e fadiga muscular. 
1.3 Características de acordo com a posição 
 
O futsal assim como as outras modalidades coletivas é divido por posições 
(goleiro, alas, fixos e pivôs), no entanto como citamos anteriormente o esporte 
9 
 
apresenta grande dinamismo e por consequência os deslocamentos dos atletas 
de linha acontecem de forma efetiva por todos os locais da quadra. 
Dessa forma devemos estar atentos às características apresentadas pelos 
atletas de acordo com a posição e função desempenhada na partida. Do ponto de 
vista físico Generosi et al. (2009), analisou a massa corporal e altura dos atletas de 
futsal, no entanto dividindo-os por posição. Concluindo que os goleiros 
apresentam geralmente peso corporal e altura superior aos demais atletas, 
enquanto os alas apresentam características opostas, sendo geralmente os mais 
baixos e também os mais leves do elenco. Já os fixos e pivôs apresentam certa 
similaridade nos aspectos físicos observados. 
Para ilustrar melhor o desgaste e esforço realizado por um atleta 
profissional em uma partida de futsal, Soares e Tourinho Filho (2006), analisaram 
a distância percorrida e os deslocamentos em uma partida por atletas 
profissionais, concluindo que os deslocamentos realizados pelos atletas de acordo 
com as posições são diferentes, afinal os goleiros realizam mais caminhadas e 
trotes, enquanto os atletas das demais posições realizam mais corridas, 
deslocamentos laterais e para trás. Aponta ainda que os fixos são os atletas que 
percorrem a maior distância em uma partida de futsal, aproximadamente 4.168 
metros, devido a participação intensa na parte defensiva e também o auxílio na 
elaboração do ataque. Alas e pivôs percorrem em média uma distância de 3,5km 
por partida. 
Percebemos que tanto na constituição física como na distância percorrida 
existe uma diferença significativa dos valores apresentados por posição, já na 
capacidade específica de potência, Silva et. al (2012), analisou através do teste de 
salto vertical Counter Movement Jump (CMJ) o desempenho de atletas de futsal 
10 
 
das categorias adulto e sub-20, encontrando grande similaridade entre as 
posições. 
Visando enriquecer a análise das diferentes posições do futsal, Arins e Silva 
(2007), avaliaram através de um teste ergoespirométrico, o consumo máximo de 
oxigênio, a frequência cardíaca e o quociente respiratório, gerando equações de 
regressão para estimativa do gasto calórico e da intensidade do trabalho 
(expressa em % frequência cardíaca máxima). 
Para eles o jogo exige diferentes demandas fisiológicas de acordo com a 
posição e função desempenhada, apesar dos gestos motores e deslocamentos 
serem semelhantes, depois de monitorar frações dos jogos coletivos de futsal, foi 
possível perceber que fixos e alas atuam em maior intensidade e 
consequentemente apresentam um gasto calórico maior, enquanto os pivôs 
apresentam intensidade menor e os goleiros uma intensidade muito inferior 
contrastante com os atletas de linha e por causa disso o gasto de calorias também 
é menor. 
1.4 Ciência dentro do esporte 
 
Com a evolução da ciência do esporte, hoje possuímos diversas variáveis 
possíveis de serem analisadas, desde análises técnicas, táticas, físicas de forma 
simplificada, até mesmo, controles fisiológicos e marcadores bioquímicos, no 
entanto cada clube e consequentemente cada atleta terá acesso a algumas 
ferramentas de avaliação e monitoramento de acordo com a estrutura disposta 
pela instituição. 
11 
 
Para Borin, Gomes e Leite (2007), os treinamentos que envolvem atividades 
de alta intensidade como o caso dos esportes de quadra é difícil de serem 
controlados, principalmente quando neles estão envolvidos exercícios acíclicos, 
muito encontrados nos esportes coletivos e intermitentes. 
Hoje no Brasil, principalmente nas capitais possuímos grandes laboratórios 
capazes de realizar uma infinidade de avaliações em atletas, porém apresentam 
um alto custo e dificuldade de acesso para algumas equipes, principalmente com 
estrutura mais simples. Sendo assim, os testes de campo ocupam um grande 
espaço na área do treinamento, pois apresentam grande correlação com os testes 
laboratoriais e podem ser uma ótima opção para equipes ou atletas individuais 
que não tem acesso aos testes classificados como “padrão ouro”. 
Freitas, Miranda e Bara filho (2009), acreditam que as pesquisas no esporte 
estão evoluindo e hoje muito pesquisadores possuem interesse em saber até 
mesmo como o sistema cardiovascular se comporta a partir de um estímulo ou 
estresse e ainda como definir sua mensuração de forma não invasiva para avaliar 
a função do Sistema Nervoso Autônomo. Seguindo a mesma linha de pesquisa, afrequência cardíaca tem sido empregada para quantificar o estresse causado pelo 
estímulo do exercício, principalmente no que diz respeito à resposta do Sistema 
Nervoso Autônomo como relação a volume, intensidade, exercícios repetidos e à 
fadiga. 
Entretanto os profissionais devem selecionar quais testes são eficazes e 
úteis para sua equipe, afinal cada modalidade apresenta características 
especificas e em virtude disso, foram criados testes que avaliem essas 
capacidades envolvidas. 
12 
 
Uma grande forma de avaliação é analisarmos a potência anaeróbia de 
membros inferiores através do salto de impulsão vertical. Porém esse movimento 
não é exclusivo de um único esporte, pois ele serve de base à execução de 
diversos gestos muito importantes em várias modalidades, por exemplo, no 
basquetebol, ele está presente em suspensões para o arremesso e rebotes, no 
voleibol para bloqueios, saques e ataques, no atletismo em várias provas. No 
futebol e futsal principalmente em disputas de bolas aéreas. 
Bompa (2004) comenta que alguns pesquisadores começaram a dar mais 
atenção aos benefícios do treinamento de potência e testes envolvendo essa 
capacidade, enquanto outros ainda apresentam certa resistência sugerindo que 
existe um grande potencial desses testes e exercícios, quando realizados de forma 
repetida, em causar lesões traumáticas. 
Para facilitar a compreensão da utilização dos treinamentos e testes de 
potência vale lembrar que essas atividades devem ser prescritas em momentos 
oportunos e específicos da periodização, implantando os testes para avaliar 
ganhos, manutenções e perdas das adaptações obtidas durante o processo da 
preparação física, enquanto os treinamentos devem respeitar a condição do 
atleta e principalmente a individualidade biológica. Lembram também que dentro 
das pesquisas relacionadas ao treinamento existe uma grande limitação, pois os 
estudos informam geralmente como os atletas se encontram no início da 
temporada, mas raramente nos demais períodos. 
 
 
13 
 
1.5 Controles de treinamento 
 
Apesar dos avanços referentes à distribuição e organização das cargas de 
treinamento, ainda não foi encontrado um marcador extremamente confiável, de 
rápida utilização e que seja específico para cada tipo de modalidade, monitorando 
assim de forma rápida a resposta do atleta ao estímulo aplicado, evitando então 
sobrecargas de treinamento. Nenhuma variável pode ser avaliada isoladamente, 
pois os ganhos e perdas são causados por processos multifatoriais e que 
envolvem diversos elementos fisiológicos, psicológicos, bioquímicos e 
imunológicos. 
Em virtude disso, a monitoração deve ocorrer de forma multidisciplinar, 
utilizando ao máximo as informações das variadas áreas do conhecimento 
científico. O controle fisiológico é uma importante ferramenta das adaptações 
geradas pelos estímulos do treinamento, no entanto, necessita de alguns 
equipamentos sofisticados e de profissionais especializados, por isso à busca por 
metodologias acessíveis possuidoras de embasamento cientifico que auxilie na 
aplicação do treinamento físico, sem necessitar para o clube ou instituição 
grandes investimentos em controles de treinamento. 
Muitos treinadores e preparadores físicos com o objetivo de realizar ganhos 
de performance, acabam intensificando o treinamento de forma superior aquela 
que o atleta pode suportar e que muitas vezes não condizem com a modalidade, 
sendo que para eles a mudança dos aspectos fisiológicos acontecem a partir da 
carga aplicada durante os treinamentos. 
14 
 
Importante salientar que a um bom tempo os profissionais de educação 
física buscam meios de quantificar e qualificar as cargas de treinamento, desse 
modo no futsal é comum à utilização de alguns controles como a glicemia, lactato 
sanguíneo e análise bioquímica da enzima creatina quinase com o propósito de 
mensurar aspectos do treinamento como volume e intensidade, além de 
minimizar o risco de lesões. 
A frequência cardíaca (FC) pode ser utilizada no controle da sessão de 
treinamento, principalmente em análises individuais, pois a partir dela se tem 
uma real informação sobre como o organismo do atleta respondeu a um estímulo 
e se o mesmo realizou a adaptação esperada. Entretanto a FC é apenas um 
elemento utilizado nos controles do futsal, já que podemos estar utilizando a 
escala subjetiva de esforço produzida por Borg (1982) e conforme cita Borin et al. 
(2007) tem sido usada em grande proporção pelos profissionais do esporte. 
Temos ainda marcadores bioquímicos, que são aplicados para avaliar 
adaptações causadas pelo treinamento. Bons exemplos são as coletas de lactato 
sanguíneo, glicemia e da enzima creatina quinase (CK) frequentemente utilizados 
no meio esportivo, o lactato sanguíneo permite sabermos qual foi à intensidade 
do treinamento e qual a predominância metabólica encontrada, seja ela aeróbia 
ou anaeróbia. Essa análise é importante em qualquer esportista, sobretudo no 
futsal, visto que nesse são encontrados altos níveis de lactato de acordo com a 
sessão de treinamento. 
Já a glicemia avalia o quanto o atleta possui de glicose no sangue, 
informando se esse está utilizando reserva energética ou se precisa da ingestão 
dessa substância, lembrando que com a diminuição das reservas de glicogênio 
15 
 
muscular, o atleta reduz a capacidade de realizar ações que necessitem da via 
anaeróbia lática como saltos e sprints. 
Ao transcorrer da prática de futsal existe a ocorrência das ações 
intermitentes e consequentemente da não realização de intervalos completos 
que possibilitem a ressíntese completa de creatina fosfato, tornando a 
modalidade de característica predominante anaeróbia lática, sendo assim, 
exigindo do praticante grande utilização de glicose como substrato. 
Ainda temos a creatina quinase como um excelente marcador bioquímico, 
que é uma enzima responsável por manter os níveis adequados de energia da 
célula através de adenosina trifosfato (ATP) durante a contração muscular, desse 
modo grandes volumes de treinamento pode induzir a liberação exagerada dessa 
enzima na corrente sanguínea, tornando-se um excelente parâmetro para avaliar 
o estresse e condição muscular. Porém, para esse tipo de análise é necessário um 
equipamento mais sofisticado, o que acaba impedindo a utilização de várias 
equipes. 
Possuímos alguns elementos capazes de nos auxiliar no monitoramento das 
sessões de treinamento, entretanto essas informações são importantes, mas se 
não aplicarmos esses controles durante toda a temporada em momentos 
propícios, teremos apenas dados isolados que não interferirão no processo de 
preparação de uma equipe. 
 
16 
 
2.Características e funções de um 
bom preparador físico 
 
Trabalhar com o esporte nem sempre é fácil, afinal vivemos de momentos 
bons representados pelas vitórias e momentos ruins como as derrotas, no 
entanto precisamos ter sempre a certeza que estamos fazendo o nosso melhor e 
ambição de nos tornarmos um dos melhores ou quem sabe o melhor naquilo que 
fazemos. Para que isso aconteça, um preparador físico ou até mesmo um 
treinador que aplica a parte física precisa estar ciente de alguns conceitos 
importantes, como os abordados na sequencia do nosso curso. 
O futsal não possuí uma dinâmica fixa, tem características mutáveis, dessa 
forma as exigências da competição são cada vez mais elevadas e a preparação 
física terá que se adaptar a essas exigências, buscando uma maior especificidade, 
adequando métodos tradicionais há metodologias atuais, buscando uma 
preparação que venha suprir realmente as necessidades deste esporte. 
 O preparador deve ter um vasto conhecimento nas questões fisiológicas, 
bioquímicas e biomotoras, pois essas áreas do treinamento irão ajudar na 
construção da sua periodização. Fundamental também conhecer o esporte em 
que está trabalhando, principais valências físicas, gestos motores,volume, 
intensidade, recuperação e pausas durante os treinos. 
 De forma resumida, um preparador possui três atribuições principais, a 
preparação, a prevenção e a recuperação dos atletas. A preparação, diz respeito, 
ao desenvolvimento e a melhora das capacidades físicas exigidas pelo esporte, em 
nosso caso, força, potência, agilidade, velocidade e resistência de velocidade. 
17 
 
Levando em conta o calendário competitivo, ciclos de treinamento e a 
distribuição dos treinos físicos com os treinos técnico-táticos. Não esqueça que 
mesmo sendo um esporte coletivo, a preparação precisa respeitar a 
individualidade biológica e cada atleta requer cuidados específicos. 
 O profissional deve estar atento as novas tendências e metodologias 
aplicadas no treinamento desportivo por isso no vídeo seguem exemplos de 
atividades de transição de força, que está sendo amplamente utilizadas em clubes 
de futsal. São exercícios combinados, onde os atletas realizam aparelhos na 
musculação, onde acontece a ativação e recrutamento muscular para logo em 
seguir fazer a transferência para exercícios de potência, no exemplo do vídeo com 
saltos na cama elástica. 
 
 O profissional deve se especializar na área da prevenção, pois nossa 
modalidade além de ser praticada em intensidades sub máximas, possui um 
calendário competitivo repleto de compromissos oficiais, que muitas vezes não 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=j9qD4jZC3gA
18 
 
respeitam o tempo de recuperação (supercompensação) necessário ao atleta. 
Desse modo é importante investirmos na prevenção, por isso eu aconselho muito 
trabalho de fortalecimento, utilização do treinamento funcional e propriocepção, 
como ferramentas para evitarmos ou minimizarmos as lesões que possam estar 
acontecendo durante a temporada. No vídeo a seguir estão alguns exemplos de 
exercícios de propriocepção que ajudarão a prevenir o acontecimento de lesões. 
 
 Mesmo as melhores estruturas e profissionais muitas vezes não conseguem 
evitar lesões, pois trabalhamos com um esporte de contato físico constante e 
impactos agressivos aos atletas. Sendo assim, o profissional precisa estar ciente 
do que fazer na recuperação dos atletas. Recomendo que o preparador físico seja 
sempre um pesquisador, nesse caso, pesquisar sobre as lesões mais comuns em 
nosso esporte e também os protocolos de recuperação. Aproveitem as 
oportunidades para trocar informações com profissionais da área média (médicos 
e fisioterapeutas), pois um dos momentos mais importantes na carreira de um 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=KrU2_346vn4
19 
 
atleta é sua recuperação após lesões e nossa função é dar a ele o máximo de 
segurança e qualidade de trabalho possível. 
 
2.1 Fazer pouco é muito melhor do que não 
fazer nada 
 
 Quando falamos sobre treinamento desportivo não existem certezas e sim 
opiniões e linhas de trabalho. Ao longo da minha carreira tive a oportunidade e 
sempre fiz questão de acompanhar o trabalho de outros profissionais. Fazia isso, 
não para copiá-los e sim para extrair de cada um as características que eu julgava 
interessante e dessa maneira criar meu próprio estilo e linha de trabalho. Durante 
minhas observações percebi que vários preparadores se afastavam dos atletas 
quando esses sofriam alguma lesão. Como se a partir daquele momento o atleta 
fosse responsabilidade exclusiva do fisioterapeuta. 
 O que na minha opinião é um grande erro e vou ilustrar com um exemplo 
para facilitar a compreensão. Um goleiro da equipe sofreu uma lesão na 
articulação do ombro e vai ficar fora dos treinamentos com bola durante um 
período aproximado de 3 (três) semanas. Porém ele não possui nenhuma 
restrição para treinos de corridas e demais atividades para os membros inferiores, 
será que vale a pena deixá-lo durante esse período apenas no departamento de 
fisioterapia? 
 Oriento aos profissionais para aproveitarem o tempo da melhor maneira 
possível e tentarem a manutenção da forma física a todo custo. Nesse caso 
específico organize os horários para que o mesmo realizasse as sessões de 
20 
 
fisioterapia, porém com a inclusão de treinos físicos diários, tanto de corrida, 
como circuitos físicos e musculação para membros inferiores. Cobraria ainda para 
que assim que fosse liberado para algumas atividades de membros superiores de 
baixa intensidade, ele começasse a realizar treinos específicos com as devidas 
restrições. 
 Importante citar que essa metodologia de trabalho só pode ser aplicada 
quando o preparador físico mantém proximidade com o departamento médico e 
principalmente vai respeitar as restrições e orientações desses profissionais. Parto 
do princípio que se o atleta não pode jogar normalmente, talvez ele possa correr, 
se não pode correr, talvez possa pedalar, nadar, andar ou no mínimo exercícios de 
core e abdominais. Lembre sempre que fazer pouco é muito melhor do que não 
fazer nada. 
Com relação aos exercícios de retorno as atividades, no vídeo a seguir estão 
alguns exemplos simples e práticos onde podemos estar trabalhando com nosso 
atleta de forma progressiva, como trabalhos em bicicletas ergométricas, esteiras, 
pulando corda e a segunda parte alguns exemplos de exercícios abdominais, para 
essa musculatura tão importante para nosso esporte, que é recrutada em 
praticamente todos os movimentos durante o jogo. 
 
 
21 
 
 
3. Aspectos levados em consideração 
na periodização 
 
 Uma das grandes dúvidas na elaboração da periodização de uma equipe, é 
por onde começar? Desta forma tentarei dissertar de forma ordenada sobre os 
pontos importantes que precisam ser respeitados durante a montagem do 
planejamento: 
1- Temos que saber quais as competições que nossa equipe vai participar, 
qual objetivo em cada competição e as datas aproximados de todos nossos 
compromissos oficiais, ou seja, ter um calendário anual com o início e o 
término, incluindo número de jogos que serão realizados e quais os 
momentos mais importantes. No entanto sabemos que nossa modalidade 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=LysB1aYWf8Y
22 
 
nem sempre é organizada o suficiente para termos essas informações, por 
isso aconselho quando elaborarmos nosso planejamento semestral ou 
anual fazermos uma perspectiva aproximada, por exemplo, o Campeonato 
Estadual vai de março a julho, chegando a final jogaremos 26 jogos, os 
Jogos Abertos regional será no mês de agosto, sendo 6 jogos em seis dias e 
a fase final no mês de novembro jogando 5 jogos em 5 dias. Parece simples, 
mas informações como essas de todas as competições tornarão nossa 
periodização mais específica diminuindo o risco de erros. 
2- Estarmos cientes daquilo que o clube oferece de estrutura física para 
realização dos trabalhos tanto físicos como técnico-táticos, principalmente 
na pré-temporada. Afinal uma realidade em nosso esporte são as restrições 
de locais de treinamento, por exemplo, algumas equipes só podem utilizar 
a academia em determinado horário, possuem dificuldades em horários de 
quadra no período vespertino. Por isso é necessário estarmos cientes de 
todas as informações na elaboração do planejamento. 
3- Construir os ciclos de treinamento de acordo com as informações 
supracitadas. Por exemplo, quando temos competições oficiais logo no 
início da temporada existe uma necessidade dos treinos técnico-táticos 
iniciarem mais cedo, caso contrário podemos dar ênfase maior na 
preparação física nesse primeiro momento. Para montar seu planejamento 
leve em conta o máximo de informações a respeito da estrutura, equipe e 
funcionalidade, pois isto facilitará seu trabalho no dia-a-dia. 
4- Avaliar a o elenco para saber por onde começar. Lembrando a importância 
de explicar porque de cada teste e como é importante sua realização ao 
máximo da capacidade física. 
23 
 
3.1 Como avaliar sua equipe?!? 
 
Para iniciarum trabalho é primordial termos dados que nos oriente nos 
treinamentos e para obtermos esses dados é necessários através de testes 
avaliarmos nossos atletas. Não é necessário que façamos avaliações físicas todos 
os meses, porém é fundamental realizarmos os testes na pré-temporada, assim 
como uma reavaliação durante o ano, de preferência ainda no primeiro semestre 
para sabermos qual o nível atual dos nossos atletas e por último uma bateria de 
avaliações próxima do final do ano para determinarmos como estamos 
finalizando a temporada. 
Considere desnecessário realizar uma infinidade de testes, pois isso nos 
toma tempo e fica cada vez mais difícil as reavaliações, concentre-se em avaliar as 
principais valências físicas da modalidade e selecione testes práticos e de fácil 
aplicação. Nunca esquecendo que este esporte exige, força, agilidade, velocidade 
e uma excelente capacidade de executar ações de alta intensidade e curta 
duração sem queda de rendimento. 
Abaixo segue alguns exemplos de avaliações para as valências físicas da 
nossa modalidade. Lembrando que esses testes são aqueles que geralmente 
utilizo em minha equipe, no entanto cada profissional pode selecionar os testes 
que lhe agradam e aplicar de acordo com suas condições de trabalho. Afinal 
alguns profissionais terão plataforma de saltos, fotocélulas, enquanto outros não 
terão nenhum recurso físico e precisarão de testes práticos. 
-Avaliação antropométrica (estatura, massa corporal, dobras cutâneas, 
percentual de gordura, massa de gordura e massa corporal magra). Com relação 
24 
 
as dobras cutâneas, existem diversos protocolos a serem utilizados, eu 
particularmente utilizo o de Faulkner (1968), que verifica 4 dobras (tríceps, 
subescapular, supra-ilíaca e abdominal). 
-Testes indiretos para obtenção do VO2 Máx: Teste de Cooper (12 
minutos) ou Teste de Balke (15 minutos). Utilizo geralmente o de Cooper com o 
seguinte protocolo: O testado deve correr ou caminhar, se não puder correr, em 
uma pista de 400 metros demarcada a cada 100 metros, a maior distância 
possível em 12 minutos. Os valores da distância são anotados e substituídos na 
fórmula que passarei a seguir para predizer o VO2máx. Este teste tem como 
principal vantagem a simplicidade de aplicação e pode ser utilizado em grandes 
grupos simultaneamente. No entanto, algumas variáveis influenciam no resultado 
como a técnica da corrida, que levam os inexperientes a conseguir valores muito 
baixos. Importante lembrar, que os resultados podem apresentar erros em 
indivíduos pouco treinador, crianças ou mulheres. A fórmula é a seguinte: 
VO2máx = (dist. Percorrida em metros) – 504,9 /44.73 = VO2 em ml 1(Kg.min). 
-Testes para avaliar o desempenho anaeróbio; testes de saltos verticais e 
horizontais e o Rast Teste (Running anaerobic sprint test). Com relação aos testes 
de saltos, aconselho o CMJ (Counter Moviment Jump), onde ocorre uma flexão de 
joelhos e quadril, seguido do impulso vertical com impulsão de joelho e quadril. 
Se você tiver uma plataforma de saltos, pode sugerir com as mãos fixas na linha 
da cintura durante o salto, caso não tenha essa tecnologia, sugiro uma forma 
prática, onde o atleta deve passar giz nos dedos e realizar o salto tocando a 
parede o mais alto possível com as mãos. De preferência escolha uma parede 
escura para facilitar a marcação, pode realizar até 3 saltos e coletar a melhor 
marca. Já o Rast Teste está demonstrado no próximo vídeo, onde o atleta deve 
25 
 
realizar 6 tiros de 35m, com intervalo de 10 segundos entre os tiros, o melhor tiro 
equivale a potência máxima e o valor médio das tiros equivale a potência média. 
Alguns preparador utilizam formas para verificar também o índice de fadiga, mas 
eu particularmente trabalho apenas com a potência máxima e média. 
-Teste de resistência de velocidade: teste de 200 metros ou YOYO Teste. 
Na verdade esses testes foram criados para aproximar as avaliações da realidade 
do esporte, afinal são testes que exigem idas e voltas dos atletas em distâncias 
percorridas no jogo e ainda incluem trocas de direção em velocidade. O protocolo 
do Yoyo é mundialmente o mais utilizado, porém o teste de 200 metros também 
ganhou espaço no futsal, em virtude da sua fácil aplicação e controle. Como 
podemos visualizar no vídeo, o atleta percorre uma distância de 200 metros, que 
estão divididos em 10 trechos de 20 metros, para analisarmos a resistência de 
velocidade e a manutenção dessa capacidade, o atleta deve realizar duas séries 
de 200 metros com intervalo de 2 minutos entre as séries. Alguns profissionais 
aplicam três séries durante a execução do teste, porém acredito ser uma 
sobrecarga desnecessária. Interessante controlar se possível a freqüência cardíaca 
antes e após a execução de cada série. 
-Teste de força: existem diversos protocolos de testes para obtenção de 
cargas máxima e/ou submáximas nos aparelhos da academia. Eu utilizo o teste de 
2 repetições para definir a carga máxima nos aparelhos da musculação. O teste 
funciona da seguinte maneira, é escolhido os aparelhos que faremos o teste, por 
exemplo, a cadeira extensora, é escolhido um peso no aparelho, porém abaixo da 
capacidade máxima de levantamento do individuo. Se duas repetições são 
completadas, acrescenta-se peso ao aparelho até o atleta atingir a sua capacidade 
26 
 
máxima de força. Esses testes são fundamentais, pois a partir deles teremos os 
valores corretos para os treinos de musculação de acordo com nossos objetivos. 
-Teste de agilidade: teste de Illinois e o teste T são dois exemplos 
excelentes para essa valência. O teste de Illinois como podemos ver no vídeo 
consiste no atleta percorrer o discurso contornando os cones no menor tempo 
possível. Aconselho que sejam realizadas duas repetições e a melhor marca seja 
coletada. Teste muito interessante, pois exige exatamente movimentos 
necessários no esporte e os cones são excelentes ferramentas para determinar 
com exatidão a distância do percurso. Lembrando que o comprimento do 
desenho tem 10 metros por 5 metros de largura. Já o teste T, leva esse nome em 
virtude do desenho do percurso que lembra a letra T, no entanto nesse teste o 
atleta percorre uma distância menor e consequentemente fica mais difícil para 
marcarmos o tempo com exatidão. 
 
 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=O8Q-Wc_Q1vs
27 
 
 “Uma seleção adequada de testes comprovados cientificamente e 
embasados por estudos são importantes na busca em se diminuir riscos que o 
treinamento pode ocasionar se não for feito de forma precisa e distribuída.” 
(BORIN et al. 2007). 
 
3.2 Relação Perigosa: performance máxima 
e lesões 
 
Quando falamos em preparação física de alto rendimento é como se 
escalássemos um murro bem alto e quando o atleta conseguir chegar em cima do 
murro e caminhar sobre ele, este terá atingido sua performance máxima, no 
entanto precisamos estar cientes que do outro lado do murro estão as lesões e 
quando se anda em cima do murro estamos mais suscetíveis as quedas para o 
outro lado. 
 Toco nesse assunto, pois essa analogia ajuda a explicar os tipos de 
preparadores físicos que podemos ser. Alguns optam por seus atletas sempre 
estarem escalando próximo do topo do muro, no entanto não os deixam subir no 
muro, pois dessa forma sempre terão os atletas em um nível físico intermediário, 
porém esses atletas dificilmente estarão lesionados. Outros escolhem extrair dos 
seus atletas o máximo da performance e fazem com que os mesmos permaneçam 
caminhando sobre o muro até quando suportarem, o que fatalmente acarretara 
em lesões a médio e longo prazo. 
 Mas falando desse jeito, não existe fórmula certa para o sucesso? Existe 
sim, entretanto precisamos encontrar um ponto onde nosso atleta atinja seu 
28 
 
melhor desempenho e caminhe em cima do murro, porém precisamos ter feeling 
para ajudá-lo a voltar por onde subiu e até mesmodescer do murro se necessário, 
evitando desgastes, sobrecargas de trabalhos e situações de overtraining. 
 Em outras palavras precisamos saber o momento certo em que nosso atleta 
e/ou equipe estão próximos do limite físico. Às vezes é fundamental 
aumentarmos o tempo de recuperação entre as sessões de treinamento e 
principalmente após os jogos. Não se preocupem com o fato de trabalhar com um 
volume reduzido de atividades, preocupem-se sempre com a qualidade e não 
com a quantidade. 
3.3 Relação Importante: preparador físico e 
treinador 
 
 Um dos grandes segredos para o sucesso de uma equipe é o entrosamento 
entre o treinador e o preparador físico, afinal ambos tem papel importante na 
preparação da equipe e precisam trabalhar juntos para que tudo corra bem. 
Quando digo juntos, quero dizer que um deve ter conhecimento sobre o trabalho 
do outro, atividades, objetivos, necessidades e conhecimentos gerais sobre a área 
de atuação. 
 Tive a oportunidade de trabalhar com alguns treinadores ao longo da 
minha carreira e afirmo que cada profissional apresenta características distintas, 
mesmo aqueles que possuem linhas de trabalho similares. As diferenças 
geralmente estão na carga de trabalho, volume e intensidade dos treinamentos. 
Para o preparador é fundamental entender o que acontece nos treinos técnico-
táticos, por exemplo, se o treinador aplica diversas atividades que estimulam a 
29 
 
resistência de velocidade, como exercícios com sequencias de contra-ataques, eu 
posso diminuir a quantidade de sessões com essa valência na parte física 
específica e assim por diante. 
 Muito comum quando novas comissões técnicas são formadas, 
acontecerem erros de planejamento e até mesmo sobrecargas em alguns atletas, 
pois é preciso um tempo para os profissionais se conhecer e adaptarem seus 
trabalhos. Oriento que os preparadores estejam atentos a esse tipo de situação, 
pois acreditem, os treinadores dificilmente mudarão seus métodos, cabe a nós 
organizar nossos treinos de acordo com as cargas de trabalho aplicadas pelo 
treinador. 
 O grande diferencial entre profissionais de comissão técnica são as trocas 
de informações, acredito que reuniões periódicas para definir programações, 
organizar viagens e tratar de casos específicos, como, por exemplo, um atleta que 
está voltando de lesão ajudará a minimizar erros e maximizar e qualidade do 
trabalho. A perfeita sintonia da comissão técnica, que não se restringe apenas aos 
profissionais citados, como também aos outros membros (preparador de goleiros, 
fisioterapeuta, supervisor, etc.) reflete na organização e distribuição das funções 
dentro do elenco. 
3.4 Ausência de uma equipe 
multidisciplinar 
 
Algumas equipes possuem o privilégio de contarem com uma comissão 
técnica numerosa, onde cada profissional possuí suas funções e conseguem 
destinar todo o seu trabalho para sua função e ser cobrado por isso, porem 
30 
 
sabemos que essa não é a realidade do nosso esporte, a regra são comissões 
pequenas, onde o treinador não possui auxiliar técnico, onde o preparador físico 
acaba dando treinos específicos para os goleiros, fisioterapeutas não 
acompanham os treinos, ficam apenas nas clínicas, supervisores que não viajavam 
com as equipes. Psicóloga, nutricionista, fisiologista e médico então são raros 
dentro do futsal. Em virtude dessa escassez de profissionais, resolvi tecer algumas 
dicas para a melhoria do trabalho. 
1- Aos jovens profissionais, eu recomendo que durante o processo de 
formação tentem aprender o máximo sobre todas as funções, por 
exemplo, para aqueles que desejam ser treinadores, observem também 
treinos de preparadores físicos e de goleiros, passem um período junto 
com os supervisores, afinal isso dará a vocês um pouco de vivencia em 
todas as funções e quando uma oportunidade surgir você estará apto a 
aproveitá-la. 
2- Aos preparadores que trabalham sozinhos, concentrem-se nas 
prioridades. Tive a oportunidade de trabalhar em equipes onde tinha a 
minha disposição auxiliares, fisiologista e fisioterapeutas e com isso 
delegava funções e conseguíamos realizar um controle maior das 
variáveis do treinamento. Entretanto, quando retornei a uma estrutura 
com uma quantidade menor de profissionais, eu tentei continuar 
fazendo a mesma quantidade de trabalho e percebi depois de um 
período que não estava conseguindo fazer nada direito, ou seja, fazia 
um pouco de tudo e no final não fazia nada. Então foque seu tempo em 
elaborar treinos com qualidade e uma periodização eficaz, já os 
31 
 
controles de treinamento, relatórios e por ai vai, faça de acordo com 
aquilo que seu tempo permitir. 
3- Aos treinadores que trabalham sem preparadores físicos, oriento que 
busquem ajuda com outros profissionais, conversem com preparadores 
físicos e não tenham vergonha de querer aprender, independente da 
idade e experiência no esporte, vocês estão executando uma nova 
função. Façam o básico da preparação física, poucos testes, destinem 
bom tempo para a musculação e na parte de quadra puxem mais para 
área de vocês, ou seja, a periodização tática, utilize trabalhos com bola e 
jogos que desenvolvam características físicas, esse é o caminho. Para 
auxiliar na prescrição dos treinos na musculação, segue dois vídeos com 
os principais aparelhos que devem ser realizados durante os treinos na 
academia. Obviamente são alguns bons exemplos, porém cada 
profissional pode incluir outros aparelhos do seu agrado. No primeiro 
vídeo estão os aparelhos para membros inferiores e no segundo vídeo 
os aparelhos para membros superiores. 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=ZhMgmYpan4s
32 
 
 
3.5 Todos devem participar do treino se 
possível na mesma quantidade 
 
 Na elaboração dos treinos tente organizar de tal forma para que todos os 
atletas participem da atividade simultaneamente e se possível na mesma 
quantidade. Evite deixar atletas parados durante o treinamento, isso com certeza 
não é bom sinal, a menos claro, que ele esteja nos períodos de descanso 
programados. Vamos supor que o grupo é composto por 2 goleiros e 12 atletas de 
linha, sendo assim no aquecimento que é de responsabilidade do preparador 
físico aplique um jogo onde cada equipe é formada por 7 atletas, pois dessa 
forma todos estarão participando ativamente do exercício. 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=BBbzp0KHVzg
33 
 
 Mas se tivermos um número impar de atletas de linha? Então criamos 
variações, podendo um atleta ser coringa e participar apenas no ataque para as 
duas equipes. Se tivermos uma quantidade maior de atletas? Utilize o lúdico para 
aquecer seus atletas, existem dezenas de variações de “bobinho” e “pega-pega” 
que independente da categoria sempre é um sucesso. No próximo vídeo estão 
algumas atividades recreativas, onde fazemos com que todos os atletas 
participem ativamente. Interessante introduzir regras diferentes para os goleiros, 
por exemplo, deixando os mesmo dar uma quantidade maior de toques na bola, 
além de aplicar “castigos” para o grupo que errar ou perder uma atividade. 
 
 
 
Falei bastante do aquecimento e como seguir com essa metodologia na 
parte principal do treino? Organize o revezamento dos atletas por tempo, de 
forma que todos treinem a mesma quantidade, por exemplo, uma equipe com 11 
atletas de linha, o trabalho será um jogo simples onde os atletas podem dar 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=eumdwFaobBQ
34 
 
apenas 1 toque na bola, sendo na linha 5 contra 5, um atleta começa fora da 
atividade, a cada 4 minutos o atleta que está de fora entra no lugar de outro 
atleta, podendo entrar em qualquer equipe até que todos tenham passado 4 
minutos descansando. No final teremos realizado uma atividade de 44 minutos, 
sendo que cada atleta participou efetivamente de 40 minutos. 
Nos treinos técnico-táticos isso é fácil e como fazer issonos treinos físicos? 
Nessa questão entram as individualidades, o treinamento físico específico precisa 
ser direcionado, ou seja, as cargas de trabalho devem ser implantadas conforme 
os resultados apresentados nos testes físicos e nas necessidades de cada atleta. 
Por exemplo, as cargas da academia dependeram do teste de força, os tiros na 
esteira e a velocidade desse tiros dependerá do limiar anaeróbia do meu atleta. 
Aconselho que os atletas com idade superior a 30 anos façam sempre uma 
série a menos, isso por dois motivos, primeiro por cuidado com a idade, 
principalmente desgaste muscular e segundo para mostrar ao grupo que após 
essa idade o atleta possui alguns privilégios relacionados à sua saúde como 
prêmio por toda sua vivência no esporte. 
Por outro lado os atletas da categoria de base devem sempre fazer uma 
série a mais nos exercícios físicos, também por dois motivos, primeiro por possuir 
geralmente uma condição física privilegiada e suportarem bem os estímulos e 
segundo para cumprirem o processo do esporte e perceberem que precisam se 
esforçar muito para chegar ao adulto. 
Outro aspecto fundamental que devemos trabalhar com nossos atletas 
independente da idade e biótipos é a coordenação motora. A partir do momento 
que um atleta executa os gestos do esporte com precisão ele acaba 
economizando energia, conseguindo suportar altas intensidades por um tempo 
35 
 
maior. Uma ótima referência são os corredores de velocidade, que em virtude da 
coordenação motora perfeita acabam sendo mais velozes em suas provas. Na 
sequencia um vídeo com alguns exercícios básicos de coordenação, que podem 
ser utilizadas como complemento na musculação ou nos aquecimentos para os 
treinos de quadra. 
3.6 Estatísticas 
 
Na última década em virtude da expansão tecnológica, o esporte em geral 
começou a receber uma atenção maior, no caso especifico do futsal, vários jogos 
televisionados com diversas câmeras posicionadas em torno da quadra, os 
profissionais começaram a assistir e gravar os jogos dos adversários e 
naturalmente surgiram diversos dados e estatísticas interessantes, que podem 
nortear o trabalho de uma equipe ou até mesmo mapear as qualidades e defeitos 
apresentados pelos sistemas de jogo. 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=WwtbJsdcb-Q
36 
 
 A maioria das equipes participantes da Liga Nacional filma todos os seus 
jogos e também alguns dos seus adversários, alguns profissionais realizam 
também em tempo real as estatísticas individuais e coletivas da equipe em todas 
as partidas, através dessa coleta é construído um banco de dados amplo com 
informações de todos os fundamentos. 
Nos jogos as pessoas sempre me perguntam quais as informações 
coletadas e qual o objetivo. Na verdade os “scouts” nome dado aos programas de 
estatísticas são bem específicos e no caso o preparador físico precisa estar 
preparado para realizar mudanças de acordo com a necessidade da equipe e/ou 
do treinador. Meu controle é totalmente flexível e pode sofrer adaptações e 
ajustes para suprir a necessidade da equipe. Hoje na atual equipe que trabalho 
verificamos os seguintes fundamentos e ações: 
PASSES: divididos em certos e errados, sendo computados todos os passes 
errados ou interceptados e no caso dos acertos apenas os passes em evolução do 
ataque, desconsiderando passes simples e laterais, claro que precisamos ser 
críticos e avaliar que um passe lateral ou de retorno pode ser sim considerado um 
passe certo de acordo com a ocasião, um exemplo clássico é um passe do pivô 
quando recebe uma dobra de marcação. Além da quantidade calculamos também 
a somatório total dos passes e a porcentagem de acertos individual e 
coletivamente. 
DESARMES: divididos em dois grupos, ofensivos e defensivos, sendo a metade da 
quadra o parâmetro de referência, além da soma total computamos também a 
média de desarmes por minuto jogado, dividindo o tempo que cada atleta jogou 
pela quantidade de desarmes realizado, afinal o atleta que joga mais tempo tem 
mais chances de realizar desarmes. Importante definir o conceito de desarmes, 
37 
 
alguns profissionais contabilizam apenas a roubada de bola, no entanto nós 
classificamos como desarme qualquer interrupção do ataque adversário, por 
exemplo, um carrinho para travar um chute, afinal se não houvesse essa ação a 
bola iria para o gol então precisamos valorizar essa ação e postura defensiva. 
CHUTES: são anotados os chutes para o gol e também para fora, analisando a 
quantidade total e também o percentual de acerto, descartados os chutes 
travados ou interceptados em sua execução. 
TEMPO JOGADO: controlamos todas as substituições para sabermos qual foi o 
tempo exato jogado por cada atleta. Informação muito importante para 
controlarmos o elenco, evitando que haja um desequilíbrio da participação dos 
atletas durante um jogo e/ou numa competição. Ao final do ano teremos um 
acervo de dados que pode auxiliar na avaliação dos atletas e até mesmo definir 
sua importância no elenco. 
 Além dessas informações ainda conseguimos marcar dados básicos como 
quantidade de faltas que são divididas em ofensivas, defensivas e sofridas, 
cartões amarelas e/ou vermelhos, gols e assistências, Importante evidenciar que 
sempre fazemos a divisão por períodos para sabermos e compararmos como foi o 
desempenho do primeiro para o segundo tempo. 
 
3.7 A importância de uma boa periodização 
 
Provavelmente todos os profissionais que trabalham com o esporte já 
ouviram a palavra periodização, no entanto, poucos sabem o que isso significa e 
apenas alguns utilizam dessa ferramenta em suas atividades. A periodização são 
38 
 
períodos montados ou pré-estabelecidos de treinamento. Sendo que dentro 
desses períodos, encontramos diversos métodos de trabalho e, claro, diversos 
estímulos diferentes. 
O problema que ao falarmos de periodização grande parte das pessoas 
acreditam que isso trata-se apenas de mudar o treino após um certo período, ou 
seja, mudar as séries, distribuição dos exercícios e até mesmo os exercícios. Na 
verdade elas não estão totalmente equivocadas, porém não podemos considerar 
uma periodização um sistema básico de treinos, onde mudam os exercícios e 
estímulos, mas continuam as mesmas técnicas, o mesmo volume e intensidade. 
 O principal erro relacionado à periodização é pensar que sempre temos que 
fazer uma sessão mais pesada, mais intensa ou mais longa que a anterior. 
Entretanto esse método no início até apresenta alguma evolução, mas logo tende 
a não responder mais a esse sistema. O ideal é onde o esportista oscila os 
estímulos e isso gera um resultado mais expressivo em longo prazo. 
 Quando iniciamos um trabalho precisamos visualizar como queremos que 
nosso grupo esteja a médio e longo prazo e para que isso aconteça precisamos 
elaborar uma periodização eficiente. Treinar é importante, mas seguindo um 
modelo de periodização que obtenha melhores resultados para o tempo e energia 
investidos nos exercícios. Uma boa periodização consiste em realizar diversos 
estímulos onde todas as valências utilizadas em nosso esporte são trabalhadas. 
Respeitar o corpo do atleta, conceder as pausas necessárias durante o 
treinamento e principalmente o período de descanso pós-treino. 
Organizar de tal forma que um treino não prejudique a execução da 
atividade seguinte, distribuir as atividades pensando quais efeitos terá no 
organismo dos meus atletas. Fique atento a sua periodização, isso evitará ou 
39 
 
minimizará lesões e evitará a adaptação pelo corpo, possibilitando o máximo do 
desempenho do corpo, visando excelentes resultados. 
 
3.8 Montagem dos ciclos de treinamento 
 
 Para começarmos elaborar um plano semestral ou anual de treinamento 
precisamos definir com clareza os três períodos encontrados na periodização e 
determinar a duração de cada um. Iniciamos o trabalho pelo Período 
Preparatório, que possuicomo objetivo o desenvolvimento de um bom 
condicionamento físico e a melhoria da técnica exercida na modalidade. 
Logo em seguida passamos para o período Competitivo, quando o objetivo 
é a manutenção do condicionamento físico e técnico, simultâneo a participação 
em competições. Por último temos o período de Transição, onde o objetivo visa a 
recuperação e regeneração ativa dos atletas, onde geralmente ocorre perda de 
parte do condicionamento físico. Alguns chamam esse período de Descanso Ativo. 
O período preparatório geralmente é dividido em duas fases, a geral onde 
acontecem exercícios para melhora global do condicionamento físico e a fase 
específica onde predomina uma redução do volume e aumento da intensidade, 
visando as valências específicas da modalidade. Algumas equipes de alto 
rendimento utilizam a fase específica em todo o período preparatório, devido ao 
condicionamento privilegiado do material humano a disposição. 
No período competitivo, além da busca por resultados positivos nos jogos, 
devemos trabalhar o desenvolvimento individual e tentar manter nosso grupo o 
mais homogêneo possível. A quantidade e qualidade dos estímulos nesse período 
40 
 
dependem da tolerância individual de cada atleta e podemos ainda realizar fases 
de polimento, onde os estímulos ocorrem para melhorar de forma pontual 
alguma capacidade física. 
Na fase de transição, onde ocorre uma perda praticamente inevitável do 
estado físico, deve ocorrer uma redução significativa da intensidade e do volume 
de treinamento. Porém é importante salientar que a equipe deve continuar 
trabalhando, apenas respeitando alguns cuidados para evitar riscos de lesões. 
Geralmente elaboro planejamentos semestrais, divididos em 6 mesociclos. 
No começo do ano estipulo quantos treinos quero realizar de cada valência 
durante esse período e quais os objetivos para cada momento, porém construo 
de verdade apenas dois meses de trabalho de cada vez, assim vou realizando 
ajustes para os meses seguintes, aumentando ou diminuindo as sessões de 
treinamento e os estímulos a serem realizados. Afinal é quase impossível com 
nosso calendário elaborarmos um plano de treinamento semestre ou anual sem 
que seja necessário realizarmos alterações. 
Para facilitar a compreensão é importante definirmos que o treinamento 
em caráter cíclico se define em dois níveis fundamentais, o nível de micro 
estrutura, conhecidos como microciclos e o nível de meso estrutura, conhecidos 
como mesociclos. A estrutura do treinamento constitui uma ordem relativamente 
estável de elementos, correspondentes ao somatório das sessões de treinamento, 
empregando recuperações ativas e também sessões de descanso. 
Quando variamos os lugares das sessões de treinamento e os estímulos 
aplicados o efeito será diferente. Lembrando que na atualidade, a arte da 
construção dos treinamentos por meio dos diferentes ciclos tem uma importância 
vital para o sucesso de um planejamento. Os microciclos são organizados em duas 
41 
 
fases na maioria das vezes, a acumulativa que está relacionada em um ou outro 
grau com o esgotamento e posteriormente a fase de restabelecimento que está 
relacionada com o descanso necessário pelas cargas recebidas. Para facilitar a 
distribuição dos treinos, utiliza-se ciclos semanais (7 dias), mas pode haver 
microciclos desde 2 até 20 dias. 
O tipo de esporte não determina a duração do microciclo, o mesmo 
depende das tarefas da preparação do processo de treinamento. O que importa é 
buscar a duração ótima dos ciclos, levando em consideração o nível de 
qualificação do atleta, com as direções a cumprir e com o momento da 
preparação. Os ciclos de treinamento permitem concentrar as tarefas nas 
diferentes sessões, assim como o volume necessário para os efeitos pretendidos. 
Esse conceito permite evitar a uniformidade e a monotonia durante a temporada. 
O conteúdo, a quantidade de sessões de treinamento e a magnitude 
somatória das cargas do microciclos, são fatores que estão condicionados pelas 
particularidades da especialização e pelo nível do atleta. O conceito de alternar as 
cargas e descansos depende em grande parte da interação dos processos de 
esgotamento e restabelecimento. 
Utilizo de forma geral nos primeiros dias de preparação atenção especial 
aos trabalhos de readaptação, como corridas leves e atividades na academia para 
desenvolvermos uma base muscular eficiente junto a trabalhos aeróbios para 
estimularmos a resistência e melhorar a condição física de forma global. Após 
esse período volto minha atenção para atividades de força máxima e potência. No 
próximo vídeo estão alguns exercícios de potência que podem ser usados na 
preparação da equipe. No início trabalhos de saltos e correção de movimento, já 
na segunda parte estão exercícios com a utilização do cinturão de tração. 
42 
 
 
Após o período de base que varia conforme o calendário competitivo, 
começo a fase de preparação específica, dando ênfase as valência de potência, 
agilidade, velocidade e principalmente resistência de velocidade. Ao longo do 
período competitivo busco a manutenção das capacidades físicas, incluindo ciclos 
de recuperação ativa em períodos oportunos e alguns ciclos de ganho de 
condicionamento nas pausas competitivas ou em períodos onde os jogos 
possuem importâncias menores. 
No próximo vídeo estão alguns modelos de exercícios de agilidade e 
velocidade, essas atividades podem ser utilizadas em treinos físicos específicos 
em forma de circuito ou até mesmo nos aquecimentos para os treinos técnico-
táticos. 
 
 
 
 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=F0QJA1T0M0o
https://www.youtube.com/watch?v=F0QJA1T0M0o
43 
 
 
Uma forma prática de reduzirmos o desgaste os atletas e muito utilizado 
em fases finais de temporada são os ciclos de treinamento com apenas um 
período por dia. Proposta interessante, pois diminuímos a quantidade de sessões 
de treinos, porém aumenta-se a qualidade das atividades. Recomendo também 
períodos de descanso durante a semana, podendo ser na distribuição de 3, 4 ou 5 
sessões de trabalho para um ou dois períodos de descanso, dependendo do 
momento da preparação da equipe. No final da temporada aconselho que os 
atletas tenham no mínimo 15 a 20 dias de descanso total, onde os atletas podem 
escolher outra atividade física ou esporte recreativo para praticarem ou até 
mesmo não fazer nada, dependendo do nível, idade e agenda competitiva para o 
ano seguinte. 
 
 
 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=d4YeBPJbyhc
44 
 
3.9 Aquecimento para treinos e jogos 
 
 Partindo do principio que o preparador físico é responsável por preparar os 
atletas para as atividades esportivas, o aquecimento é um dos principais 
momentos desse processo, afinal é a preparação do atleta para a parte principal 
do treinamento, então considero fundamental analisarmos detalhadamente esse 
momento. 
 Não existe uma regra a ser seguida durante os aquecimentos, alguns 
profissionais iniciam com alongamentos, outros com uma corrida leve, alguns 
nem realizam alongamentos, outros preferem começar o trabalho sem bola e por 
ai vai. No entanto, acredito que esse momento deve ser o mais variado possível, 
utilizando ao máximo os elementos que estão a nossa disposição. O importante é 
que seja feito de forma progressiva e não esqueçamos dos principais grupos 
musculares. 
 Nos treinos de academia utilizo geralmente exercícios abdominais de 
intensidade moderada, posteriormente 5 a 10 minutos em esteiras ou bicicletas 
ergométricas, nos treinos onde trabalhos com 70 a 80% da carga máxima dos 
nossos atletas oriento para que realizem sempre uma série de 15 repetições em 
cada aparelho antes de iniciar as séries de fato, como um aquecimento específico 
para o exercício. 
Nos treinos de força com cargas em torno de 90% exijo que os atletas 
realizem após a esteira alguns exercícios comcaneleiras para aumentarmos o 
estímulo muscular antes dos aparelhos. No vídeo abaixo estão alguns exemplos 
de exercícios com caneleiras para ativação muscular antes dos treinos de força 
45 
 
pura, lembrando que esses exercícios também podem ser aplicados como 
fortalecimento muscular. 
 
 
Para os demais treinamentos físicos costumo mudar sempre a sequencia 
dos exercícios, porém sempre deixando um tempo para exercícios livres, um 
tempo para os alongamentos, podendo ser estáticos ou de preferência dinâmicos 
e sempre realizo algumas passagens com intensidade baixa pelos exercícios que 
serão realizados em alta intensidade na parte principal do trabalho. No vídeo a 
seguir temos uma atividade pré-alongamentos e também alguns modelos de 
alongamentos estáticos e dinâmicos específicos para o nosso esporte. 
 
 
 
 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=tH--0mCGnXQ
46 
 
 
 
Já para os treinos técnico-táticos elaboro uma programação semanal ou 
mensal de aquecimentos, por exemplo, na semana realizamos 6 treinos com bola, 
em 2 treinos realizo exercícios técnicos para aquecermos, em 2 treinos aplico 
jogos de fundamentação tática, ou seja, atividades que simulam o futsal porém 
com regras específicas, por exemplo, jogo de 2 toques na quadra de defesa e 
apenas 1 toque na quadra de ataque. Já nos outros 2 treinos aplico atividades 
recreativas, podendo ser bobinhos, pega-pegas ou até mesmo os populares 
“peladões” que os atletas gostam tanto. 
 Um detalhe fundamental que sempre após jogos recreativos ou de 
fundamentação tática otimizo o tempo aplicando alguns estímulos físicos, 
podendo ser de potência, agilidade ou velocidade, algo bem rápido, como duas 
estações de agilidade com bola, 5 a 6 séries em cada estação. O tempo de 
aquecimento gira sempre em torno de 25 a 35 minutos. Estabeleça como meta 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=-Hf_LlpHaco
47 
 
durante o período de 2 a 3 meses não repetir nenhum aquecimento, isso fará com 
que você programe bem seus treinos e exercite sua criatividade. 
 Para estimular a criatividade e construção de jogos para o aquecimento, no 
vídeo a seguir estão alguns modelos de jogos envolvendo questões técnicas e 
táticas que podem ser utilizados no aquecimento para todos os atletas. O 
primeiro jogo com o objetivo da posse de bola, o segundo com a quadra reduzida, 
inclusive com os goleiros participando junto aos atletas de linha. Já o terceiro jogo 
envolvendo situação de superioridade numérica e o último exercício com a 
inclusão de uma trave no centro da quadra para aumentar o dinamismo e a 
participação de todo o elenco. 
 
 
 
 
 
Clique aqui para assistir 
https://www.youtube.com/watch?v=UO9j6Ve_tBI
48 
 
 Para finalizar nos jogos utilizo um tempo aproximado de 20 minutos para o 
aquecimento, com algumas exceções devido a temperaturas muito baixa (tempo 
maior) ou extremamente altas (tempo menor). Oriento para iniciarmos de forma 
progressiva, exercícios sem bola intercalados com alongamentos, partindo para 
exercícios com bolas em duplas, de preferência em distâncias curtas, aumentando 
aos poucos a distâncias e a força dos passes, incluindo também saltos e arranques 
nessa fase e por último exercícios de finalizações. Aproveite os treinamentos para 
aplicar aquecimentos que serão realizados nos jogos, dessa forma você 
conseguirá ajustar o tempo, aumentando ou diminuindo a quantidade de 
exercícios. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
Outras premissas 
 
 Tenha sempre uma postura profissional, siga as regras de conduta assim 
como os atletas, respeite os horários e principalmente seus atletas e 
membros da comissão técnica; 
 Erre fazendo e nunca por omissão, caso você perceba algo errado dentro da 
equipe não se omita, tente resolver, ser eficiente em resoluções de 
problema é uma das qualidades mais importantes de um profissional do 
esporte; 
 O conhecimento é a principal forma das pessoas confiarem no seu trabalho, 
então mostre ao grupo que você sabe o que está fazendo e o porquê está 
fazendo; 
 Durante os exercícios, preste atenção em tudo que está acontecendo, fale 
de forma que todos te ouçam e entendam suas orientações; 
 Antes de iniciar um treino físico explique a atividade que será realizada, 
volume, intensidade e objetivos; 
 A motivação dos atletas depende da qualidade do trabalho que está sendo 
realizado, por isso planeje suas atividades e desafie seus atletas; 
 Evite repetir treinos físicos, afinal podemos trabalhar a mesma valência de 
diversas formas diferentes. Quando repetimos um trabalho é normal 
diminuir o interesse e o empenho do grupo; 
 Esteja aberto a ouvir opiniões e melhorar seus exercícios, nem mesmo o 
melhor profissional dará apenas atividades interessantes, aqueles que 
buscam inovação sempre acabam errando uma vez ou outra; 
50 
 
 Utilize elementos de outras modalidades em seus treinos, aumentará o 
interesse pelo trabalho e também o repertório motor dos seus atletas; 
 Transmita aos atletas o máximo de informações possível, resultados de 
testes, estatísticas e novidades da modalidade; 
 Saiba selecionar o que deve ser tratado de forma individual e aquilo que 
deve ser abordado de forma coletiva; 
 Utilize um vocabulário de fácil compreensão, ou seja, seja inteligente o 
suficiente para ser elegante, mas não chegue ao ponto de ser “professor” 
de treino. 
 Aquilo que o atleta faz fora do trabalho somente interessa, a partir do 
momento que está atrapalhando seu desempenho profissional, saiba 
discernir quando isso está ou não acontecendo; 
 Tenha uma boa relação com todos, porém não seja próximo a ponto do 
atleta confundir a relação pessoal com a profissional; 
 Faça diariamente análises daquilo que você executou, veja sempre onde 
podemos melhorar para a próxima sessão de treino; 
 Não deixe nunca de ser um pesquisador, siga estudando, lendo, escrevendo 
e aplicando. Afinal o mercado de trabalho é igual uma escada rolante 
quando está descendo, mesmo sem você ficar parado você acaba sendo 
levado para baixo. 
 A organização do tempo é uma arte, especialize-se nela e você perceberá 
como sua qualidade de vida e trabalho irá melhorar. 
 
 
51 
 
Referências 
 
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coletivos de futsal profissional: um estudo de caso. Revista Brasileira de 
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