Buscar

POSITIVISMO COMTE

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA 
CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO 
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS 
 
Discente: Natália Novacoski Silva 
2110102804 
 
AUGUSTE COMTE E A TEORIA POSITIVISTA 
 
1. NO QUE CONSISTE O POSITIVISMO? 
 
O positivismo foi um movimento de pensamento derivado do Iluminismo 
surgido na França e na Inglaterra durante o século XIX que tinha como principais 
características a ideia do empirismo (todo conhecimento provém da experiência); 
da aversão à religião, teologia e metafísica (esses seriam conhecimentos 
imperfeitos, pois não tinham representações e considerações científicas exatas, 
logo deveriam ser desconsiderados) e o culto à ciência. 
Embora muitos acreditem que o positivismo tenha nascido com o 
renomado ‘‘pai do positivismo’’, Auguste Comte, o movimento teve suas raízes 
cultivadas ainda no século XVIII, com a disseminação de ideais iluministas e a 
teoria do filósofo e matemático francês Condorcet, em que a ciência da 
sociedade deveria ser baseada em uma matemática social. Entretanto, só 
passou a ser considerado de fato uma corrente filosófica com a disseminação 
das ideias de Comte. 
Auguste Comte foi um filósofo francês, considerado não só o pai do 
positivismo, mas também o pai da sociologia, pois foi o primeiro a formular a 
ideia de que era necessária uma ciência que estudasse a sociedade a fim de 
promover um progresso coletivo na humanidade. Comte, batizado 
como Isidore Auguste Marie François Xavier Comte, nasceu em Montpellier e 
sempre levou uma vida humilde. Estudou em sua cidade natal até se mudar para 
Paris e ingressar em uma das escolas mais renomadas da época, a École 
Polytechnique (Escola Politécnica), onde aprendeu sobre a ciência e as mais 
novas tendências de pensamento da época. Influenciado pelo filósofo e 
economista Saint Simon, Comte passou a se aprofundar em seus estudos sobre 
leis sociais e conhecimento científico, até que entre 1830 e 1842 ele escreveu 
uma das obras mais importantes de sua vida, Cours de Philosophie Positive. 
Nessa obra, descreveu seus estudos com um novo ponto de vista sobre a 
ciência, a política e a religião, criando uma religião positivista, ‘‘a religião da 
humanidade’’, que priorizava a crença na ciência, desconsiderando qualquer 
explicação e interpretação dos fenômenos com base em conhecimentos 
teológicos ou metafísicos por não apresentarem objetividade científica. 
Entretanto, assim como a maioria dos filósofos, apesar de ter conquistado a 
lealdade de muitos discípulos, Comte só conquistou o reconhecimento que tanto 
almejava após sua morte em 1857. 
O Positivismo carregava uma unidade metodológica de investigação de 
fenômenos, sendo eles naturais e/ou sociais e buscava moralizar a sociedade e 
os indíviduos com base na lei dos três estados, uma linha de evolução do 
pensamento humano em três estágios principais, que será destacada 
posteriormente. Esse grande movimento influenciou consideravelmente a 
sociedade nos séculos XIX e XX, não só na Europa, mas no mundo todo, 
inclusive no Brasil, onde o lema ‘‘Ordem e Progresso’’, derivado do positivismo, 
inspirou a Proclamação da República em 1889 e mais tarde foi até mesmo 
incorporado à bandeira nacional. 
 
2. O QUE SIGNIFICA A LEI DOS TRÊS ESTADOS? 
 
Auguste Comte acreditava que a história seguia uma linha reta, sempre 
para frente, buscando uma evolução constante em direção a ordem final das 
coisas. Portanto, um progresso para uma ordem. Daí vem o lema positivista: o 
amor por princípio, a ordem por base e o progresso por fim. Por isso, Comte 
afirmava que todos os grupos sociais passavam por três estágios de 
desenvolvimento para atingir uma sociedade evoluída: o estado teólogico, o 
metafísico e o positivo. 
No estágio teológico ou fictício, o primeiro estágio de desenvolvimento, o 
espírito humano busca por respostas sobre a origem de todas as coisas, das 
causas essenciais e de diversos fenômenos que o instiga. A única resposta 
encontrada para tantos questionamentos era unicamente espiritual, se tal coisa 
aconteceu, foi porque Deus quis. Dentro desse estado há outros três 
subestágios. O animismo ou fetichismo seria o primeiro, onde não há uma 
separacão entre o mundo espiritual e o material, seres inanimados e animais 
adquirem poderes sobrenaturais personalizados (uma animacão), agindo por 
conta própria. O segundo é o politeísmo, onde a sociedade é baseada em 
diversos deuses e há um livre predomínio da imaginação, como por exemplo, no 
hinduísmo. E por fim, o monoteísmo, quando a crença é desenvolvida em um 
único Deus, como, por exemplo, no cristianismo. 
O segundo estágio, denominado metafísico ou abstrato, é um estado 
transitório, um ‘‘mix’’ entre a ciência e as teorias divinas. Nessa etapa, as teorias 
divinas começam a ser questionadas e há a abertura livre para um espaço de 
especulação, de onde o raciocínio começa a ser expandido e preparado para o 
entendimento pleno da razão. 
O terceiro e último estágio, seria o positivo, onde a razão é usada em sua 
plenitude. É quando deixamos de deduzir como as coisas acontecem no mundo 
e começamos a observar e pensar de maneira indutiva, a dedução é 
completamente substituída pela observação. O estado positivo é a soma de 
todos os estágios anteriores e foi descrito por Comte com sete palavras: real, 
util, certo, preciso, relativo, orgânico e simpático. O pensamento científico é 
tomado como base para a construção das ideias de uma sociedade puramente 
racional e ideias tais qual a origem e o destino final são descartados. 
Comte acreditava que com o início da vida moderna, a sociedade e teria 
alcançado o estado positivo, pois a ciência começava a ganhar mais destaque 
nas relações sociais, na indústria, nos grandes centros urbanos, nas relações 
comerciais e no capitalismo. Entretanto, com o passar do tempo ele percebeu 
que não era tão simples assim para se atingir uma plenitude positivista, seria 
quase utópico. A partir dos pressupostos positivistas criou-se então o Positivismo 
Religioso, uma religião como qualquer outra abrangendo templos, dogmas e 
sacerdotes, mas com a crença única e exclusiva na razão e na ciência. A atenção 
passa a ser voltada para o homem e deixa de ser voltada para Deus, pois não 
se há a crença em nenhum ser superior ou sobrenatural, o que é base para a 
construção da futura base política. 
 
 
3. QUAL A INFLUÊNCIA DO POSITIVISMO NO BRASIL? 
 
Quando essa corrente filosófica foi fundada por Auguste Comte, ele não 
imaginava que o movimento tomaria proporções tão grandes a ponto de não 
apenas ultrapassar as fronteiras da Europa, mas do mundo inteiro. Inclusive as 
do Brasil, onde esse movimento foi muito bem aceito e se tornou um legado de 
anos no país. 
O Positivismo chegou ao Brasil durante o século XIX por meio da 
aristocracia brasileira. Durante o Segundo Império, vários herdeiros dos 
burgueses aristocratas partiram rumo a países europeus como a França, onde 
por acaso Auguste Comte nasceu e difundiu seus ideais, para estudar em 
universidades de ensino superior. Foi de lá que o Brasil ganhou vários 
seguidores e estudantes do positivismo. 
O final do século XIX foi um período de grandes transformações, 
descobertas e inovações no Brasil, uma fase transitória entre o Império e a 
República. Ao contrário do que se pensa, essa transição não foi uma fase fácil, 
na realidade foi bem conturbada. O país que havia recém saído da Guerra do 
Paraguai, arcava com as grandes dívidas e mortes deixadas pela guerra e sofria 
uma forte pressão para a abolição da escravidão. Além disso, havia vários 
setores da sociedade insatisfeitos com o governo de Dom Pedro II pela 
quantidade de altos impostos cobrada, como por exemplo, a elite produtora de 
café, que exigiam a retirada da família real do poder ou a proclamação de uma 
República. 
Todos esses fatores, juntos, geravam uma forte pressão sobre o 
imperialismo no Brasil. Nesse contexto, a chegada do positivismo no país foi 
essencial e até mesmo um ponto-chave para a proclamaçãoda República em 
15 de novembro de 1889. Por meio das Escolas Politécnicas e do Exército, a 
consciência positivista foi profundamente difundida até chegar ao conhecimento 
dos pregadores republicanos. Por trás da implantação da República, há toda 
uma base teórica positivista formulada por esses republicanos, que após a queda 
do imperialismo assumiram consideráveis posições na gestão pública brasileira. 
Apesar da Proclamação da República ter sido um fator crucial para a 
expansão do positivismo, o marco inicial da expansão positivista foi a publicação 
dos dois volumes da obra ‘‘As Três Filosofias’’ de Luís Pereira Barreto, baseada 
inteiramente no discurso de Auguste Comte, onde ele defende a necessidade de 
uma reforma espiritual promovida pela educação como solução positiva e 
fundamental. A partir dessa obra, vários outros escritores brasileiros se 
basearam nas teorias positivistas para a publicação de suas próprias obras, de 
forma direta ou indireta, como por exemplo Raul Pompéia e Aluísio de Azevedo. 
Além disso o primeiro templo positivista foi fundado no Brasil por Miguel de 
Lemos e Teixeira Mendes em 1881 no Rio de Janeiro. 
Como observado o Brasil possui um grande legado marcado pelo 
positivismo que exerce influência até os dias atuais na literatura, história e 
religião. Hoje em dia há três igrejas positivistas ativas no Brasil localizadas em 
Porto Alegre, Curitiba e no Rio de Janeiro. 
 
4. QUAL O SIGNIFICADO DE PROGRESSO CONTIDO NA IDEOLOGIA DO 
PROGRESSO DO POSITIVISMO? 
 
‘‘O amor por princípio e a ordem por base. O progresso por fim’’. O lema 
positivista proposto por Auguste Comte resume a ideia central dessa corrente 
filosófica, que também foi por parte incorporada à bandeira do Brasil: ‘‘ Ordem e 
Progresso’’, as condições fundamentais da sociedade moderna. Para Comte, 
esse lema se torna válido quando a sociedade começa a avançar crendo na 
observação e estudo dos fatos, adotando como meio o terceiro estágio de 
desenvolvimento, o positivista. Portanto, para se ter progresso, é necessária 
uma ordem, e essa ordem se dá por meio da razão e da adoção do método 
científico. 
Comte pregava a ideia de que o progresso é natural, que o ser humano 
deveria apenas resignar-se e respeitar as fases do desenvolvimento, sem 
atropelar nenhum estágio. Para uma pessoa leiga, o passado é considerado 
bom, mas já para um positivista o passado é visto como uma oportunidade de 
progresso para se obter a ordem, ademais a mudança é sempre necessária. 
Entretanto sem mudanças ou rupturas radicais, para se manter uma constância 
na ordem, pois ele acreditava que uma sociedade poderia ser transformada sem 
grandes transtornos e revoluções. 
Logo, como se daria um progresso sem grandes alardes? Por meio da 
persuasão e de fundamentos positivistas de modo a aperfeiçoar as ações e os 
pensamentos humanos para o desenvolvimento de uma boa convivência em 
sociedade. Assim, as grandes transformações viriam a longo prazo. 
Portanto, toda a obra de Comte é baseada na lei dos três estados e na 
ideia de que ‘‘o progresso é o desenvolvimento da ordem’’, onde todos os seres 
humanos só atingiriam uma sociedade ideal e desenvolvida por meio do 
positivismo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
COMTE, Auguste. Discurso preliminar sobre o espírito positivo. Disponível 
em:http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_act
ion=&co_obra=2259. Acesso em: 20 jun. 2021. 
 
HEILER, Jeison Giovani. O positivismo sociológico de Condorcet a Max 
Weber – Uma aproximação histórico crítica. Revista Iluminart do IFSP, 
Sertãozinho-SP, v1, n3, p. 140-147, dezembro, 2009. 
 
SANTOS, José Ozildo dos; SANTOS, Rosélia Maria de Sousa dos. O 
positivismo e sua influência no Brasil. Revista brasileira de filosofia e história, 
Pombal- PB, v1, n1, p. 55-59, jan-dez, 2012. 
 
SILVA, Nady Moreira Domingues da. Positivismo no Brasil. Revista Filosofia 
em Revista, São Luís-MA, v85, p. 3-4, março, 2011. 
 
SOUZA, Bianca Gonçalves de; MURGUIA, Eduardo Ismael. Memória e tradição 
positivista no Brasil: reflexões sobre o processo de elaboração de um projeto 
de nação a partir da proclamação da República. Disponível em: 
http://www.ufpb.br/evento/index.php/enancib2015/enancib2015/paper/viewFile/
2777/1231. Acesso em: 03 jul. 2021.

Continue navegando