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➢ fluido misturado na boca em contato com os dentes e a mucosa oral, que muitas vezes é chamado de "saliva total". ➢ 99% água e 1% sólidos. ➢ o volume total de saliva espalhado em uma película fina nos dentes e na mucosa geralmente é pequeno, 0,8-1,2 ml (Lagerlöf & Dawes, 1984) ➢ o filme de saliva tem apenas cerca de 100 µm de espessura e varia entre os locais da cavidade oral. ➢ a saliva raramente está em contato direto com a superfície do dente. ➢ o compartimento salivar é separado da superfície do dente por um biofilme fino e livre de bactérias, denominado película adquirida, a qual fornece uma proteção importante contra o atrito e a abrasão e atua como uma barreira de difusão, pois carrega uma carga elétrica negativa. ➢ produção diária: 500ml - 1L ➢ sabor e digestão; ➢ lubrificação e proteção; ➢ ação de tamponamento e limpeza; ➢ manutenção da integridade do dente; ➢ atividade antibacteriana; ➢ mastigação e deglutição; ➢ articulação e fala. Proteção contra a cárie ➢ inibição de bactérias → imunoglobulinas, proteínas e enzimas. ➢ diluição e eliminação de bactérias e seus substratos → proteínas macromoléculas e mucinas. ➢ tamponamento de ácidos bacterianos → bicarbonatos, fosfatos e uréia. ➢ oferecer um ambiente reparador após a desmineralização induzida por bactérias → cálcio, fosfato e proteínas. → As altas concentrações salivares de cálcio e fosfato, que são mantidas pelas proteínas salivares, podem ser responsáveis pela maturação e remineralização do esmalte. → responsáveis por 90% da secreção salivar. Glândulas parótidas ➢ secreção serosa. ➢ são glândulas puramente serosas que produzem saliva fina, aquosa e rica em amilase. Glândulas submandibulares ➢ produzem cerca de dois terços da saliva. ➢ são glândulas mistas compreendendo principalmente glândulas serosas. ➢ secretam saliva mais viscosa e rica em mucinas. Glândulas sublinguais ➢ secreção mista, ou seja, serosa e mucosa. ➢ consistindo principalmente de células acinares mucosas, também produzem essa secreção viscosa, embora contribuam com apenas alguns por cento do volume da saliva total. Glândulas menores ➢ secreção mucosa. ➢ localizadas em todas as regiões da boca, exceto nas gengivas e na parte anterior do palato duro. ➢ são as mais importantes por causa de seus componentes protetores. ➢ secretam uma grande fração da secreção total de proteínas da saliva com grande importância para a lubrificação do tecido oral. Secreção inicial: fluido primário semelhante ao plasma aquoso pelas células acinares. Modificação: passagem através do sistema celular ductal impermeável à água. ➢ As glândulas salivares são principalmente reguladas por reflexos neurais como parte do sistema nervoso autônomo, mas também estão sob a influência de vários centros no cérebro e também de hormônios gastrointestinais. Toda a saliva contém contribuições de fontes não glandulares, como o fluido dos sulcos gengivais, em uma quantidade que depende do estado periodontal do paciente. ➢ Saliva do parassimpático: mais aquosa, tem muito mais componente líquido; saliva digestiva; estimulação mecânica da cavidade oral, que faz o reflexo parassimpático ou por estimulação límbica. ➢ Saliva do simpático: menos água; saliva mais concentrada; mais viscosa. → saliva do estresse → O estresse pode diminuir o fluxo de saliva quando produz uma sensação de ansiedade ou derrota mas também pode aumentar o fluxo de saliva quando produz vontade de lutar. ➢ em repouso, a secreção varia de 0,25 a 0,35 ml/min e é produzida principalmente pelas glândulas submandibulares e sublinguais. ➢ estímulos sensoriais, elétricos ou mecânicos podem aumentar a taxa de secreção para 1,5 ml/min. ➢ nas células acinares a saliva é secretada pela primeira vez, determinando o tipo de secreção produzida pelas diferentes glândulas. ➢ ducto intercalado: primeira rede ductal conectando as secreções acinares ao resto da glândula. → não estão envolvidas na modificação de eletrólitos. ➢ ducto estriado: funcionam como regulador de eletrólitos na reabsorção de sódio. ➢ ducto excretor: contribuem pela contínua reabsorção de sódio e pela secreção de potássio. ➢ as células mioepiteliais, que são processos de células longas envolvendo as células acinares, se contraem com a estimulação para constringir os ácinos. Esta função, secretando ou "espremendo" o fluido acumulativo, é o resultado de um processo puramente neural. fluxo salivar → não estimulada é ± 0,3 ml/min. Estimulada por parafina é ± 1,5ml/min Estimulado ➢ secretado na presença de estímulo gustatório ou mastigatório. ➢ Parótida – 2/3 da secreção Fatores influentes: ➢ mecânico: a ausência de estímulo gustatório e na presença de estímulo mecânico unilateral, o fluxo salivar será maior no lado estimulado. ➢ químico: alimentos. ➢ idade: durante a infância, a taxa de secreção salivar aumenta gradualmente com a idade, e os níveis adultos são atingidos aos 14-16 ano. O envelhecimento não reduz fluxo salivar em pessoas sadias. Não estimulado ➢ secretado na ausência de estímulo gustatório ou mastigatório. ➢ Parótida – 20%; ➢ Submandibular – 65%; ➢ Sublingual – 7 a 8%; ➢ menores – 7 a 8% Fatores influentes: ➢ grau de hidratação: quando o conteúdo de água do organismo é reduzido para 8% o fluxo salivar se reduz quase que totalmente. ➢ ritmo biológico: o fluxo salivar varia durante o dia. ➢ posição corpórea: em pé > sentado > deitado. A salivação não estimulada é normalmente inibida durante o sono. ➢ medicamentos: calmantes, antidepressivos, moduladores de apetite, diuréticos, anticonvulsivos, antihistamínicosantihipertensivos, ansiolíticos. HIPOSSALIVAÇÃO ➢ não estimulada é ± 0,1 ml/min. ➢ estimulada por parafina é ± 0,5–0,7ml/min. ➢ hipofunção das glândulas salivares. ➢ alterações vasculares ou neurológicas com repercussões transitórias e reversíveis na produção de saliva → como hipertensão, depressão, desnutrição, desidratação, diabetes. Xerostomia ➢ sensação subjetiva de secura oral diária “boca seca”. ➢ a taxa de fluxo da saliva total não estimulada cai em 40-50% de seu valor normal. ➢ prejudica deglutição, fala, comer alimentos secos, dificuldade de uso de dentaduras, dor, irritação na mucosa, queimação na língua e impacta na qualidade de vida. ➢ muitos medicamentos induzem queixas de secura oral e influenciam a taxa de fluxo e / ou composição da saliva. Entre eles estão os antidepressivos, anti-hipertensivos e anti-histamínicos. Sinais clínicos ➢ perda de brilho da mucosa oral. ➢ ressecamento da mucosa. ➢ fissuras no dorso da língua. ➢ queilite angular. ➢ saliva espessa. ➢ aumento da frequência de infecção oral (Candida). ➢ aumento do tamanho das glândulas salivares maiores. ➢ presença de cárie em localizações atípicas: devido às variações dependentes do fluxo na concentração de bicarbonato na saliva, o pH da saliva é fortemente dependente da taxa de secreção Os dentes mais banhados em saliva, os caninos e incisivos inferiores, são menos suscetíveis à cárie do que os dentes de outras localizações orais. ➢ maior progressão de lesões: exames dentários regulares em intervalos curtos de tempo são importantes para esses pacientes. Maior período com baixo pH da placa. Manejo clínico ➢ a medicação do paciente deve ser verificada quanto aos efeitos "xerostômicos inibidores da saliva" (Sreebny & Schwartz, 1997) e, se possível, trocada por drogas com menos efeitos adversos. ➢ durante as refeições, os pacientes hipossalivados devem ser aconselhados a bebericar água e, após a refeição, enxaguar bem a boca com água. ➢ a estimulação gustativa e / ou mastigatória com o uso regular de balas sem açúcar ou goma de mascar sem açúcar são estimulantes para aumentar a secreção de saliva. ➢ instruções cuidadosas de higiene oral. ➢ acompanhamento regular (pelo menos a cada 3 meses). ➢ instruções e conselhos dietéticos. ➢ aplicação regular de flúor tópico para reduzir a atividade de cárie e ajudar a preservar a dentição. ➢ chicletes sem açúcar contendo flúor podem ser uma ferramenta útil. HIPERSALIVAÇÃO Causas patológicas ➢ primeiros estágios de uso de próteses; ➢ dores de dente; ➢ irritação ou processo inflamatório nas regiões orofaríngea ou digestiva, particularmente no trato superior. ➢ Certos distúrbios neurológicos: Parkinson, Epilepsia, Encefalite, Tumores, envenenamento. → geralmente, há uma relação entre o fluxo e a capacidade tampão da saliva, pois, com o aumento do fluxo salivar, aumenta a concentração de bicarbonato na saliva (seu principal sistema tampão). ➢ refletir a colonização bacteriana das diferentes superfícies da cavidade bucal; ➢ evidenciar o potencial cariogênico do biofilme dental (atividade metabólica, metabolismo de açúcar e composição bacteriana associada à produção de ácidos e tolerante ao meio ácido relacionadas com o processo de desmineralização); ➢ pontuar a presença de um alto consumo de sacarose e/ou carboidratos (contagens de bactérias acidogênicas e acidúricas); ➢ avaliar as condições da saliva relacionadas com o processo da doença (fluxo salivar e capacidade tampão). AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO SALIVAR Como um mínimo absoluto, as medições da produção total de saliva devem ser realizadas em pacientes com sintomas de xerostomia (Narhi et al., 1999), e em pacientes onde a inspeção clínica de rotina da cavidade oral mostra que a atividade de cárie do paciente aumenta ou se a integridade da mucosa é afetada (ressecamento ou infecção por fungos). Certamente não é suficiente tirar qualquer conclusão sobre o estado salivar apenas na entrevista e inspeção clínica da poça de saliva no assoalho da boca. Questionamento completo do paciente ➢ perguntas sobre a ingestão de medicamentos. ➢ doenças crônicas e radioterapia anterior na região da cabeça e pescoço. ➢ sintomas de secura oral e funções orais comprometidas relacionadas à secreção de saliva. Medida de fluxo Ferramentas: ➢ relógio, um peso eletrônico com dois dígitos ➢ um copo plástico ➢ 1g de parafina (mastigador inerte) para estimulação da saliva. Considerações: ➢ as coletas em um determinado paciente devem ser realizadas no mesmo horário do dia. ➢ não devem ingerir nada por via oral, inclusive fumar, por pelo menos 90 minutos antes da medição. ➢ medição da produção de saliva total não estimulada é geralmente realizada por 15 Grânulos de açúcar podem causar altas concentrações localmente na boca. Após a ingestão de açúcar, as glândulas salivares serão estimuladas pelo paladar ou mastigação para aumentar a taxa de fluxo, resultando em uma deglutição, que elimina parte do açúcar da cavidade oral. Uma rápida diminuição inicial é encontrada, após a qual a concentração gradualmente atinge zero, dependendo do fluxo salivar. Sacarose se difundirá rapidamente na camada da placa, a concentração de açúcar na placa aumentará rapidamente. Depois de apenas alguns minutos, estará mais alto do que na saliva, onde a concentração diminuirá devido ao processo de depuração. minutos. ➢ sentado em uma posição relaxada com os cotovelos apoiados nos joelhos e com a cabeça inclinada para frente entre os braços. ➢ movimentos leves de língua, bochechas, mandíbulas ou lábios devem ser evitados durante o períodode coleta. ➢ após uma ação inicial de deglutição, a coleta começa no tempo zero. ➢ no final do período de coleta, o paciente deve esvaziar toda a saliva residual da boca. Medição da saliva estimulada por mastigação por 5 minutos: ➢ realizada após a coleta de saliva não estimulada. ➢ aplicação de um estímulo de mastigação na frequência natural de mastigação do paciente. ➢ a cada 30 s durante a coleta, o paciente deve deixar a saliva pingar no copo de plástico por alguns segundos, após o que a coleta de saliva contínua. A vazão pode ser calculada em g/min que é quase equivalente a ml/min. A capacidade da saliva de manter o meio bucal supersaturado em relação à hidroxiapatita oferece um ambiente protetor e reparador para os dentes. Os componentes salivares envolvidos na manutenção da supersaturação são o cálcio salivar e os íons fosfato. É maior na saliva estimulada, pela liberação de bicarbonato. Sob condições fisiológicas, a capacidade tampão salivar trabalhará em conjunto com esses íons para manter a supersaturação, mantendo um pH próximo à neutro no ambiente oral. SISTEMAS Fosfato ➢ o fosfato é provavelmente importante como um ➢ tampão apenas durante o fluxo não estimulado. Bicarbonato ➢ o bicarbonato é o sistema de proteção mais importante. ➢ ele se difunde na placa e atua como um tampão neutralizando os ácidos. ➢ além disso, ele gera amônia para formar aminas, que também servem como um tampão neutralizando ácidos. Proteínas ➢ taxas de fluxo de saliva muito baixas e em pH abaixo de 5,0, são principalmente proteínas que contribuem para a capacidade tampão. INGESTÃO DE ALIMENTOS COM AÇÚCAR ➢ poucos minutos após a ingestão do açúcar, a placa já está supersaturada com concentrações maiores do que as encontradas na saliva. ➢ o pH da placa cairá e permanecerá baixo até que o açúcar seja eliminado da boca e o ácido produzido pela bactéria seja tamponado. ➢ a recuperação do pH não é igual em todas as superfícies dentais: apresenta maiores dificuldades nas áreas intermediárias interproximais, que são mais difíceis de alcançar a saliva, resultando em menor diluição e menor efeito tampão contra os ácidos da placa. Os microrganismos produzem ácidos pela sua fermentação, que baixam o pH do fluido do biofilme; como consequência, minerais dentais se dissolvem e ocorre um aumento da concentração de íons minerais no fluido. Assim, toda troca iônica (dissolução ou precipitação de minerais) que ocorre entre o dente e o biofilme está, de fato, ocorrendo entre o dente e o compartimento líquido do biofilme. Relação entre os minerais dentais e os fluidos bucais – saliva e porção fluida do biofilme – em condição de jejum (A) e após exposição a carboidratos fermentáveis (B) OBS: diferentes indivíduos também podem ter diferentes valores críticos de pH devido a variações interindividuais nas concentrações totais de cálcio e fosfato na saliva. Assim, o pH crítico da saliva não é constante, mas sim uma variável dinâmica, que varia em torno de um valor médio de pH de 5,5. Substâncias protetoras/de risco de origem não salivar - nível de uréia na saliva, que pode ficar muito alto em pacientes com insuficiência renal crônica. - glicose, que pode estar elevada em pacientes diabéticos com controle metabólico deficiente. - o flúor, tem um papel importante contra a cárie para todos os indivíduos.
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