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Rodococose em Potros

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Resumo de Medicina Equina feito por Alessandra Cardoso 
 Introdução 
 Causada pela bactéria Rhodococcus equi, a 
rodococose é uma das principais causas de 
pneumonia grave em potros de 1 a 6 
meses de idade, podendo, muitas vezes, ser 
fatal. 
 Trata-se de uma bactéria oportunista, 
intracelular facultativa, que se multiplica no 
interior de macrófagos), úbiqua e que possui 
o solo como habitat (podendo ser encontrada 
nas fezes), além de multiplicar-se em 
temperaturas e pH extremos (sendo comum 
sua ocorrência em climas tropicais). 
 Os potros são a principal fonte de infecção 
e responsáveis pela manutenção do agente 
através da eliminação nas fezes. A alta 
resistência a dessecação e exposição à luz 
solar permite esta bactéria a manter-se 
viável por até 12 meses no solo. 
 Quando houver acúmulo de matéria orgânica 
em ambientes secos, favorecerá a 
formação de aerossóis com a presença do 
microrganismo, levando à infecção por via 
respiratória ou podendo haver infeção via 
oral (através de água e alimentos 
contaminados ou pela coprofagia). 
 Patogenia 
• Fatores determinantes: 
- Espécie animal 
- Higidez do susceptível 
- Fatores de virulência 
- Dose infectante da linhagem 
- Via de infecção 
- Condições do ambiente 
- Condições de criação dos animais 
 
1. Infecção entérica: 
 A bactéria pode atingir o trato entérico 
após a infecção respiratória, através da 
deglutição do esputo ou através da ingestão 
de alimentos e água contaminados. 
 No trato intestinal, o R. equi será 
sequestrado para os linfonodos 
mesentéricos e será fagocitado por 
neutrófilos e macrófagos. 
 Linhagens virulentas podem manter–se 
viáveis no interior dos fagócitos locais e 
desenvolver grave processo de colite 
ulcerativa e linfadenite mesentérica, 
principalmente no intestino delgado e ceco, 
com eliminação da bactéria pelas fezes 
(RIBEIRO et al., 2002). 
 A bacteremia e focos supurativos em 
outros órgãos (fígado, rins, tecido 
subcutâneo, ossos e articulações) podem 
ocorrer após a infecção respiratória e/ou 
intestinal 
 Por vezes, a bactéria pode instalar-se nas 
articulações (em casos de bacteremia) onde 
utilizará o líquido sinovial como substrato 
para multiplicação, podendo, portanto, 
causar artropatias imunomediadas devido à 
deposição do complexo antígeno-anticorpo 
nas articulações 
 
2. Infecção respiratória: 
 A bactéria presente no solo é inalada e em 
seguida será fagocitado por neutrófilos e 
macrófagos alveolares. 
 As linhagens virulentas são comumente 
isoladas em potros, sendo a linhagem que 
apresenta plasmídeo que codifica a proteína 
de superfície VapA, a principal encontrada e 
com alta capacidade de manter-se viável no 
interior dos fagócitos, resultando em 
manifestações severas ou com tendência à 
cronicidade. Esta permanência intracelular é 
o principal mecanismo de patogenicidade. 
 A incapacidade dos macrófagos alveolares 
de formarem o fagolisossomo, e a elevada 
quimiotaxia para neutrófilos e macrófagos, 
provocam a formação de processos 
piogranulomatosos com múltiplos abscessos 
nos tecidos, podendo se tornar crônico. 
 
 Apresentação Clínica 
• Fatores predisponentes em criatórios 
endêmicos: 
- Ingestão deficiente de colostro pelos 
potros 
- Acúmulo de fezes nas instalações 
- Excesso de poeira 
- Proximidade de instalações entre 
diferentes categorias e faixas etárias de 
animais 
- Superlotação em piquetes 
- Pastos sujos 
- Clima seco e altas temperaturas 
- Brasil: concentração de nascimento nos 
meses de clima quente 
 
 A rodococose acomete potros entre 2 
semanas e 6 meses de idade, devido à 
falha de transferência de imunidade 
passiva pelo colostro e também pela 
imaturidade do sistema imune nesta faixa 
etária (época em que coincide com o 
declínio dos anticorpos maternos 
adquiridos via colostro), sendo rara a 
ocorrência em animais adultos. 
 
 Esta doença contém variável taxa de 
morbidade (maior ou igual a 30%) e alta 
taxa de mortalidade (50% ou mais dos 
animais acometidos) a depender do 
diagnóstico precoce e tratamento 
correto. 
 
→Apresentações clínicas: 
- Pneumonia aguda 
- Pneumonia crônica acompanhada de 
abscessos piogranulomatosos 
- Forma intestinal associada a linfadenite 
mesentérica 
• Sinais clínicos: 
 Devido ao período de incubação (por várias 
semanas), os sinais clínicos podem variar. 
1. Forma aguda: 
- Abscessos pulmonares múltiplos e 
maciços 
- Febre (acima de 41 oC) 
- Inapetência 
- Tosse (produtiva ou não) 
- Pode haver descarga nasal bilateral 
(com aspecto purulento) 
- Letargia e relutância em mamar 
- Depressão 
- Taquipneia 
- Dificuldade e aumento da FR (devido 
ao desenvolvimento dos abscessos 
pulmonares) 
- Pneumonia 
2. Forma crônica: 
- Anorexia 
- Decúbito 
- Intolerância ao exercício 
- Respiração abdominal 
- Taquicardia 
- Cianose 
- Diarreia severa (por invasão do 
microrganismo na mucosa do cólon) 
 
 A forma crônica progride em animais não 
tratados, até a morte por insuficiência 
respiratória, devido à necrose e destruição 
do parênquima pulmonar (GASKIN et al., 
1990) 
 A Infecção entérica continua junto à 
infecção respiratória (devido à deglutição de 
secreções pulmonares contaminadas), 
podendo levar a ocorrência de artropatia e 
sinovites secundárias em até 30% dos 
casos. 
 Potros com severa colite ulcerativa e 
linfadenite mesentérica podem apresentar 
diarreia, desidratação, perda de peso e 
atraso no crescimento. 
• Sinais pouco frequentes: 
- Osteomielite 
- Abortamento 
- Abscessos cutâneos 
- Uveíte imunomediada (em até 10% dos 
potros severamente acometidos) 
 Os potros são capazes de compensarem 
discretamente a perda da função 
respiratória, tornando o diagnóstico precoce 
mais difícil. 
 
 Diagnóstico 
 É de grande importância identificar um 
criatório endêmico, observando os 
problemas de manejo e saneamento do local 
(o que favorece a multiplicação e 
disseminação de R. equi ), além de identificar 
a maior prevalência da doença em animais 
jovens. 
1. Avaliação Hematológica: 
- Revela leucocitose por neutrofilia e 
monocitose 
- Fibrinogênio com níveis aumentados 
(>3,0g L-1) → sugestivo de infecção por 
R. equi, porém níveis normais podem ser 
encontrados no curso da infecção. 
- Sutis alterações sanguíneas 
 
2. Exames de Imagem: 
- Ultrassonografia ou Radiografia 
torácica revelam anormalidades no 
parênquima pulmonar e presença de 
abscessos 
- A Radiografia: pode revelar também 
Linfadenopatia (outro sinal de pneumonia 
induzida por R. equi ). 
 
3. Isolamento microbiológico e citologia: 
- Coleta-se material por lavado bronquial 
ou tráqueo-brônquico, líquido sinovial, 
sangue e órgãos afetados colhidos após 
necrópsia 
- Realiza-se cultura em ágar sangue ovino 
- Desvantagem: não muito fidedigno, pois 
os animais podem ser apenas portadores 
da bactéria, além de que animais com 
grande desconforto não tolerarão a 
coleta de fluido. 
- Pode-se também isolar a bactéria pelas 
fezes e meio ambiente, porém com 
métodos seletivos, como NANAT (nalidixic 
acid novobiocin actidione-cycloheximide 
potassium telurite) ou CAZ-NB (agar 
ceftazidima-novobiocina ), pois possuem 
antimicrobianos que inibem algum tipo de 
contaminante e favorecem a seleção do 
R. equi 
- Citologia: a partir do fluido traqueal, 
sendo confirmada a infecção pela 
presença de pleomórficas no interior de 
células recuperadas. 
 
4. Análise Sorológica: 
- Os anticorpos para R. equi são comuns 
nos equinos, sendo assim, o teste de 
ELISA indireto e Imunodifusão Radial não 
são efetivos. 
- O teste de ELISA específico auxilia na 
detecção de cepas virulentas, ou não, em 
potros (pode ocorrer de serem animais 
saudáveis e apresentarem anticorpos 
para cepas virulentas). Sendo assim, 
pode-se detectar anticorpos contra a 
proteína de virulência VapA. 
- Pode gerar falso-positivo pela detecção 
de Ac de origem materna e falso-
negativos devido à animais em início de 
infecção. 
 
5. Ensaios Moleculares: 
- A partir de lavadosbronquiais 
- É o PCR: identifica o DNA da bactéria 
(direcionado à detecção do gene VapA) 
- Auxilia também no acompanhamento da 
eficiência da terapia antimicrobiana 
estabelecida. 
 
 
 
 Tratamento 
- Baseia-se em um tratamento precoce, 
utilizando-se antimicrobianos associados à 
terapia de suporte 
- Duração: 4 a 8 semanas 
- Deve ser continuada até a remissão 
completa dos sinais clínicos e até os animais 
apresentarem normalidade nos parâmetros 
clínicos, radiológicos e clínico-laboratoriais. 
- Prognóstico favorável: quando uma 
resposta é observada dentro de 7 dias de 
tratamento (diminuição do fibrinogênio e 
melhora nas condições pulmonares) 
 
1. Antibióticos: 
- Eritromicina ou Azitromicina ou 
Claritromicina associados à Rifampicina 
- Sulfa e Trimetropim (30 mg/kg a cada 8 
ou 12 horas) associados à Rifampicina: 
alternativa de tratamento com menos custo 
e é eficaz em infecções iniciais que não 
possuem evidências marcantes de 
abscessos pulmonares 
- Azitromicina e Claritromicina são mais 
estáveis que a Eritromicina (tem absorção 
variável quando utilizada por via oral, além de 
causar diarreia e hipertermia), portanto, são 
de maior escolha 
- Problema: resistência de R. equi aos 
antimicrobianos, por isso deve-se realizar a 
associação 
- 
• Doses: 
- Rifampicina: 5mg/kg a cada 12 horas, ou 
10 mg/kg a cada 24 horas, VO 
- Eritromicina: 25 mg/kg, a cada 8 ou 12 
horas, VO 
- Azitromicina: 10 mg/kg, a cada 24 horas, 
VO, por 5 dias, seguido de mais 3 a 5 doses 
em dias alternados 
- Claritromicina: 7,5 mg/kg, VO, a cada 12 
horas 
 
2. Gálio: 
- Metal comprovado em estudos por ser 
capaz de inibir o crescimento de bactérias 
intracelulares, como a R. equi 
- Se incorpora no sistema enzimático da 
bactéria no local do ferro, levando à 
diminuição da funcionalidade enzimática, 
levando à estase e/ou morte bacteriana. 
 
3. Anti-Inflamatórios Não Esteroidais 
- Realizar em potros hipertérmicos, 
letárgicos e anoréxicos 
 
4. Fluidoterapia: 
- Instituída geralmente após o uso de 
Eritromicina para reposição de eletrólitos e 
reidratação, devido à diarreia provocada por 
este antimicriobiano 
- Suspender temporariamente Eritromicina 
e Rifampicina em casos de sinais de 
anorexia, diarreia, cólica e bruxismo 
 
5. Plasma Hiperimune: 
- A administração em potros com 1 mês de 
vida se mostra eficaz na diminuição da 
ocorrência de R. equi em potros 
 
6. Manejo: 
- Reduzir partículas de poeira (molhando o 
solo 
- Remoção de compostagem de fezes 
- Isolamento de potros que vieram de locais 
endêmicos 
- Exame Regular de potros anoréxicos, 
febris ou com tosse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Referências Bibliográficas: 
- PORTO, Ana Carolina Rusca Correa; 
FERNANDES, Wilson Roberto; BARREIRA, 
Maria Cristina Roque. Rhodococcus equi 
Parte 1: epidemiologia, manifestações 
clínicas, diagnóstico e tratamento. Ciência 
Rural, v. 41, p. 2143-2150, 2011. 
 
- ROSSI, Mariana Silva. Rodococose 
equina: uma revisão com ênfase na 
fisiopatogenia e tratamento. 2011. 1 CD-
ROM. Trabalho de conclusão de curso 
(bacharelado - Medicina Veterinária) - 
Universidade Estadual Paulista, Faculdade 
de Medicina Veterinária e Zootecnia, 
2011. Disponível em: 
<http://hdl.handle.net/11449/120885>. 
 
- KREWER, C. C. et al. Rhodococcus 
equi. Arquivos do Instituto Biológico, v. 75, 
n. 4, p. 533-545, 2008. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://hdl.handle.net/11449/120885

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