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RESUMO SOBRE FARINGITE

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RESUMO SOBRE FARINGITE
DEFINIÇÃO: É uma Infecção que acomete a faringe, estrutura localizada na parte superior da garganta responsável por fazer a ligação entre o nariz e a boca à laringe e ao esôfago. Ocasionando dor de garganta, tendo como principal etiologia a faringoamigdalite, outras causas são, abscesso ou epiglotite; embora raras, são de particular preocupação, pois podem comprometer as vias respiratórias.
ETIOLOGIA: Os principais agentes são virais (80%), os vírus respiratórios mais comuns são os rinovírus, adenovírus, vírus influenza, coronavírus, vírus sincicial respiratório, ocasionalmente, vírus Epstein-Barr (a causa da mononucleose), herpes simples , citomegalovírus ou infecção primária pelo HIV pode estar envolvido.
Quanto à faringite bacteriana, a principal causa bacteriana é o Streptococos β-hemolítico do grupo A (SBHGA), sendo responsável por cerca de 10% dos casos em adultos e ligeiramente mais em crianças. SBHGA é uma preocupação em razão da possibilidade de sequelas pós-estreptocócicas de febre reumática, glomerulonefrite e abscesso. Causas bacterianas pouco frequentes incluem gonorreia , difteria , micoplasma e clamídia .
A faringite estreptocócica é relativamente incomum antes dos 2 a 3 anos, porém a incidência aumenta em crianças em idade escolar e, após, diminui no final da adolescência e na idade adulta. Ocorrendo durante todo o ano em locais de clima temperado, com pico durante o inverno e início da primavera. A doença frequentemente se dissemina para irmãos e colegas de escola. Infecções virais geralmente se disseminam por contato próximo com um indivíduo infectado, com pico durante inverno e primavera.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: A inflamação da faringe causa tosse, dor de garganta, disfagia e febre. Se o envolvimento das tonsilas for importante, o termo tonsilite ou tonsilofaringite frequentemente é utilizado.
Faringite estreptocócica: início rápido, associada a dor de garganta importante e febre moderada a alta, eritema de faringe. Cefaleia, náuseas, vômitos e dor abdominal são frequentes. Podem acompanhar: tonsilas aumentadas e cobertas por um exsudato amarelado e sanguinolento. Linfonodos cervicais aumentados e dolorosos à palpação.
Faringite viral: início tipicamente é mais gradual e os sintomas mais frequentemente incluem rinorreia, tosse e diarreia. Mialgia e febre, são discretos ou estão ausentes.
AVALIAÇÃO LABORATORIAL: utilizado para diferenciar faringite causada por estreptococo do grupo A de faringite não estreptocócica (geralmente viral). 
- Teste de detecção rápida de antígeno estreptocócico, cultura de swab de amígdalas ou ambos – diagnóstico e ver os pacientes que se beneficiam de antibioticoterapia para doença estreptocócica.
Teste rápido tem 95-99% de especificidade se positivo, se for negativo, indica fazer cultura (swab) de amigdalas (padrão ouro) para diagnóstico de faringite estreptocócica.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: outras infecções da cavidade oral, abscesso retrofaríngeo (S. aureus, estreptococo, anaeróbios), difteria (se não vacinado), abscesso periamigdaliano (tonsilite com abscesso ou edema tonsilar unilateral causados por estreptococo, anaeróbios ou, raramente, S. aureus) e epiglotite. Dentre outras.
TRATAMENTO: Mesmo se não tratados, a maioria dos episódios de faringite estreptocócica se resolve sem complicações em alguns dias. Tratamento antimicrobiano precoce acelera a recuperação clínica em 12 a 24 horas. O maior beneficio da antibioticoterapia é a prevenção da febre reumática aguda. Como o período de infecção latente (incubação) é relativamente longo (1 a 3 semanas), o tratamento instituído em até 9 dias da doença apresenta virtualmente 100% de sucesso na prevenção da febre reumática. O tratamento iniciado após 9 dias do início da doença, embora não tenha 100% de eficácia, apresenta algum valor preventivo. A antibioticoterapia deve ser iniciada imediatamente em crianças com teste rápido positivo para estreptococo do grupo A, escarlatina, faringite sintomática em irmão de paciente com faringite estreptocócica documentada, história prévia de febre reumática ou faringite sintomática, que morem em área com epidemia de febre reumática aguda ou de glomerulonefrite pós-estreptocócica.
Cefalosporinas apresentam maior taxa de erradicação da faringite bacteriana em comparação à penicilina. Uma explicação proposta é que estafilococos ou anaeróbios na faringe produzem β-lactamase, que inativa a penicilina, diminuindo sua eficácia. Outra possível explicação é que as cefalosporinas são mais eficazes na erradicação do estado de portador de estreptococo.
	Penicilina
	Penicilina V oral (2-3x/dia por 10 dias) 10 mg/kg/dose; dose máxima: 250 mg/dose
	Penicilina G benzatina intramuscular (dose única)
	Para crianças ≤ 27 kg: 600.000 UI / Crianças maiores e adultos: 1,2 milhão de UI
	Para indivíduos alérgicos à penicilina
	Cefalexina 20 mg/kg/dose, 2x/dia; dose máxima: 500 mg/dose; por 10 dias
	Cefadroxil 30 mg/kg, 1x/dia; dose máxima: 1 g; por 10 dias
	Clindamicina 7 mg/kg/dose, 3x/dia; dose máxima: 300 mg/dose; por 10 dias
	Para indivíduos alérgicos a β-lactâmicos
	Etilsuccinato de eritromicina: 40-50 mg/kg/dia (máx.: 1 g/dia), em 3-4 doses, por 10 dias
	Estolato de eritromicina: 20-40 mg/kg/dia, em 2-4 doses (máx.: 1 g/dia), por 10 dias
	Azitromicina, crianças: 12 mg/kg, VO, 1x/dia, por 5 dias (máximo: dose adulto); adultos: 500 mg, VO, no 1º dia, após: 250 mg, via oral, nos dias 2-5
Infecções virais: tratamento não é especifico, utilizar sintomáticos (analgésicos e AINES), para alívio da dor. 
Infecções bacteriana: 
A resistência do estreptococo à penicilina ainda não foi documentada e ensaios clínicos comparativos demonstraram efetividade da amoxicilina (50 mg/kg/dia - máximo de 1 g), uma vez ao dia durante 10 dias ou amoxilina 25 mg/kg/dose de 12/12 horas por 10 dias.
Com o início do tratamento adequado, observa-se melhora clínica em 24 a 48 horas.
Os tratamentos sintomáticos, como gargarejos de água salgada quente e anestésicos tópicos (p. ex., benzocaína, lidocaína, diclonina) podem ajudar a aliviar temporariamente a dor. Os pacientes com dor grave (até mesmo nas faringoamigdalites) podem exigir a utilização de opioides em curto prazo.
Corticoides (p. ex., dexametasona, 10 mg IM) são usados ocasionalmente, p. ex., para amigdalofaringite que parece representar um risco de obstrução das vias respíratórias (p. ex., devido à mononucleose) ou sintomas amigdalofaringite muito graves.
COMPLICAÇÕES: Se etiologia viral ou estreptocócica, geralmente se resolvem completamente. Já a faringite por estreptococo do grupo A, pode ocorrer supurações locais (abcesso parafaríngeo, febre reumática e glomerulonefrite pós-infecciosa aguda). 
PREVENÇÃO: Antibioticoprofilaxia com penicilina V oral diariamente previne infecções estreptocócicas recorrentes e é recomendada apenas para a prevenção de recorrência da febre reumática.
REFERÊNCIAS: 
http://residenciapediatrica.com.br/detalhes/61/faringite-estreptococcica 
, M. Nelson Princípios de Pediatria . Grupo GEN, 2016.
https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido,-nariz-e-garganta/abordagem-ao-paciente-com-sintomas-nasais-e-far%C3%ADngeos/faringite

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