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DIREITO TRIBUTÁRIO – RESUMO AULA CEISC @ROTINADEUMAOABEIRA_ - Por: Amanda Ladeira Módulo 1- Introdução e limitações do poder de tributar Aula 1 – Tributo e competência Conceito de tributo: Disposto no artigo 3° do CTN. Via de regra é pago em dinheiro. EXCEÇÃO: Dação em pagamento de bem imóvel (Artigo 156, XI do CTN)– Só poderá ser feito assim se houver previsão em lei autorizando (não é uma opção). Na esfera federal já há previsão de pagamento com bem imóvel (já caiu em prova) NÃO PODE: Prestação de serviço in natura Questão: Pode pagar dação de pagamento de bem móvel? Sim, desde que constitucional conforme artigo 37, XXI da CF ATENÇÃO: Nenhum tributo pode ser exigido como forma de sanção (como pena, castigo) Nenhum tributo poderá ser exigido sob atividade ilícita Tributo só poderá ser cobrado se houver previsão em lei e o gesto público fica vinculado (ou seja, não haverá discricionariedade) Tributo é um gênero de 5 espécies. Vejamos: TRIBUTO COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA É o poder entregue pela constituição. Entretanto, os entes políticos (Municípios, Estado, EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO IMPOSTO TAXA CONTRIBUIÇÃO POR MELHORIA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL Distrito Federal e União) não podem criar qualquer tributo. Quais os tributos que os entes poderão criar? a) COMPETÊNCIA PRIVATIVA: Apenas um ente poderá criar b) COMPETÊNCIA CUMULATIVA: Mais de um ente poderá criar um mesmo tributo c) COMPETÊNCIA COMUM: Todos os entes poderão criar. d) COMPETÊNCIA RESIDUAL: Para criar um novo imposto/nova contribuição de seguridade social. MUNICIPIO Pode criar os impostos previstos no artigo 156 da CF ESTADO Pode criar os impostos previstos no artigo 155 da CF DISTRITO FEDERAL Pode criar os impostos previstos no artigo 147 e 155 da CF UNIÃO Pode criar os impostos previstos no artigo 153 e 154 da CF Todos os entes poderão criar taxas e contribuições de melhorias – Artigo 145, II e III da CF. Já nas contribuições especiais, em regra é de competência da união (Artigo 149 CF). Entretanto, Contribuição de seguridade de serviço público (artigo 149,§1° CF) é de competência comum (TODOS OS ENTES PODEM CRIAR) e o COSIP (ARTIGO 149-A da CF) é de competência privativa dos Municípios e do Distrito Federal. Empréstimos compulsórios – Só a União pode criar (Artigo 148 da CF) QUESTÃO: Quem tem competência para criar um novo tipo de imposto? A União – Artigo 154, I da CF CARACTERISTICAS DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA 1- Indelegável (Artigo 7º CTN): Nenhum ente poderá delegar para outro a competência tributária para criar, majorar, reduzir ou extinguir, entretanto a capacidade ativa tributária poderá ser delegada em se tratando de funções administrativas (arrecadação, fiscalização, execução das normas) - podem ser delegadas para outra pessoa jurídica de direito público. 2- Facultativa (artigo 145 da CF): O ente competente cria se quiser (artigo 155, VII da CF) 3- Irrenunciável 4- Incaducável: Não prescreve Aula 2- Limitações ao poder de tributar – Parte 1 As limitações do poder de tributar são ferramentas que garantem ao contribuinte o pagamento justo do tributo. PRINCIPIOS 1 – PRINCIPIO DA LEGALIDADE Está disposto no artigo 150, I da CF c/c artigo 97 do CTN. Todo tributo, em regra, somente poderá ser criado, majorado, reduzido ou extinto por lei ordinária (via de regra) EXCEÇÃO: Existem 4 espécies tributárias que poderão ser criadas, majoradas, reduzidas e extintas mediante lei complementar – É A GECI I G F E mpréstimo compulsório C ontribuição residual I mposto residual Exceção ao principio da legalidade 1- Poder executivo mediante decreto/portaria/resolução alterar, extinguir, reduzir e majorar alíquotas (II, IE, IOF, IPI) – Artigo 153, §1º CF 2- O poder executivo através de medida provisória criar/majorar tributo – artigo 62, §2º CF Para criar e majorar são necessários dois requisitos: a) Lei ordinária b) Que seja convertido em lei no mesmo exercício de sua edição. MEDIDA PROVISÓRIA NÃO PODE CRIAR TRIBUTO FEITO POR LEI COMPLEMENTAR (Geci) 3- Poderá o poder executivo mediante decreto /portaria/resolução atualizar (recompor, atualizar com padrões inflacionários) base de calculo de tributo – Artigo 97,§2º e súmula 160 STF Questão: E se a atualização for acima dos padrões inflacionários? Não será atualização e sim majoração. E se for majoração será necessário lei 4- Poderá o poder executivo mediante decreto/portaria ou resolução alterar prazo de pagamento – Decisão do STF, visto que entendeu que alterar prazo não está no rol do artigo 97 do CTN 2- PRINCIPIO DA ANTERIORIDADE Dispõe sobre quando um tributo poderá ser exigido. Artigo 150, III, B da CF REGRA GERAL: Tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido no primeiro dia do ano seguinte daquele que a lei foi publica. (a finalidade é dar ao contribuinte tempo para se programar) + Além de respeitar a anterioridade do exercício, tributo criado ou majorado somente poderá ser exigido 90 dias contados da publicação - Artigo 150, III, C da CF- ATENÇÃO: REQUISITOS CUMULATIVOS EXCEÇÕES: Existem tributos que poderão ser exigidos a partir da publicação (sem precisar respeitar as regras anteriores). São eles: 1- II, IC ou IOF 2- Empréstimo compulsório em caso de guerra ou calamidade 3- Imposto extraordinário guerra Existem alguns impostos que deverão somente respeitar o prazo de 90 dias a partir da publicação para serem exigidos. São eles: 1- IPI 2- Restabelecimento de CIDE e ICMS combustível 3- Contribuições de seguridade social Existem alguns que só poderão ser exigidos no primeiro dia do ano seguinte. São eles: 1- Imposto de renda 2- Majoração da base de cálculo do IPTU e do IPVA. ATENÇÃO: Reduzir ou extinguir tem efeito imediato, não precisa respeitar prazo. Não respeita a anterioridade. ATENÇÃO: Alterar prazo de pagamento também terá efeito imediato – Súmula 50 STF 3- PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE Artigo 150, III, A CF A norma tributária não poderá retroagir (REGRA GERAL) Aplico a norma vigente quanto da ocorrência do fato gerador. EXCEÇÕES A IRRETROATIVIDADE Artigo 106, I do CTN – Poderá retroagir lei nova que poderá interpretar lei antiga, desde que sua interpretação não resulte pena (multa) para o contribuinte. Artigo 106, III, A do CTN - Poderá retroagir lei nova que venha reduzir ou extinguir multa desde que não exista transito em julgado sobre eventual discussão sobre a multa. (MUITO COBRADO EM PROVA ESSA EXCEÇÃO) Artigo 144, §1° do CTN – Poderá retroagir lei nova que venha ampliar critérios de fiscalização e de classificação dos créditos tributários. 4- PRINCIPIO DA ISONOMIA Disposto no artigo 150, II da CF – Os entes competentes não poderão conceder tratamento desigual para contribuintes que estejam em situação de igualdade (equivalência) É proibida qualquer distinção em razão de cargo, função e salários (CAI MUITO NA OAB ESSE TRECHO DO ARTIGI 150,II CF) 5- PRINCIPIO DO NÃO CONFISCO Disposto no artigo 150, IV da CF- Os entes competentes não poderão se utilizar do tributo com efeito de confisco. As multas também não poderão ter o efeito confisco O efeito confisco é aquele onde é cobrando muito acima e o contribuinte se vê diante de duas opções: Ou vende seu bem para pagar ou fica com seu bem, mas não paga. 6- PRINCIPIO DA LIBERDADE DE TRÁFEGO Disposto no artigo 150, V CF - Os entes competentesnão poderão limitar o direito de ir e vir das pessoas ou dos bens com a cobrança de tributo, salvo na cobrança de pedágio. Súmulas: 70 (Não poderão os entes interditar o estabelecimento como forma de coagir alguém a pagar tributo), 323 (não pode reter mercadoria do contribuinte como forma de coagi-lo a pagar tributo) e 547 do STF (não pode retirar direito de profissional liberal como forma de coagi- lo a pagar tributo). 7- PRINCIPIO DA UNIFORMIDADE GEOGRÁFICA Disposto no artigo 151, I e II da CF - É um principio da União. É proibido distinção em razão de localidade. Não pode haver distinção, salvo se for para promover desenvolvimento socioeconômico em uma região – A União fará isso por meio de lei – Exemplo: Zona franca de Manaus. 8 – PRINCIPIO DA VEDAÇÃO DA INSENÇÃO HETERÔNOMA Disposto no artigo 151, III da CF – a União não poderá isentar tributos que não são de sua competência. QUESTÃO: E tratado internacional? Estes poderão – Artigo 98 do CTN 9-ESTADOS DF E MUNICIPIOS NÃO PODERÃO ESTABELECER DIFERENÇA TRIBUTÁRIA EM RAZÃO DA PROCEDENCIA OU DESTINO DE PRODUTO Aula 3- Limitações ao poder de tributar – Parte 2 IMUNIDADE TRIBUTÁRIA É a dispensa constitucional quanto ao poder de tributar (por mais que o fato gerador venha a ocorrer). Elas são dividas em dois grupos: a) Imunidades específicas: Casos específicos, determinados – estão espalhados pela CF e podem ser de qualquer espécie tributária. b) Imunidades genéricas: Estão previstas de forma genéricas pela CF. Estão previstas no artigo 150, VI da CF e serão apenas de impostos. Imunidade Reciproca Artigo 150, VI, A da CF Os entes competentes não poderão cobrar impostos entre si sobre seus patrimônios, rendas e serviços. Os entes competentes vão gozar dessa imunidade sem nenhuma condição. A CF estende essa imunidade para autarquias e fundações públicas, nos termos do artigo 150, §2º e 3º da CF. Entretanto devem cumprir alguns requisitos: 1- Ser mantida ou instituída pelo poder publico 2- Não entrar na concorrência privada 3- Prestar serviço publica 4- Não cobrar taxa e nem tarifa (este requisitos já está sendo mitigado pelo STF – TOMAR CUIDADO) Questão: E a empresa publica e a sociedade de economia mista também não gozam desse beneficio? A CF é omissa O STF entendeu que se estende a imunidade reciproca para algumas, mediante as seguintes condições: a) Prestar serviço público b) Monopólio c) Não visar lucro. Imunidade genérica Artigo 150, VI, B da CF Os entes competentes não poderão cobrar impostos sobre patrimônio, renda e serviço que pertençam a tempo. Questão: Qual templo estará abrangido? É toda e qualquer religião que tenha prestigio por um Deus. Questão: É necessário que se cumpra algum requisito? Sim. Precisa seguir os requisitos disposto no artigo 150, §4º da CF de reverter patrimônio/renda/serviço ao cumprimento de sua finalidade essencial (que é prestigiar algum Deus). Questão: E a maçonaria tem imunidade? Não, pois o STF entendeu que maçonaria é uma filosofia de vida. Imunidade subjetiva Artigo 150, VI, C da CF É quando a CF elege algumas pessoas para que não paguem impostos sobre seus patrimônios, renda e serviço. São elas 1- Partidos políticos e suas fundações 2- Sindicato dos trabalhadores 3- Entidades de assistência social sem fins lucrativos 4- Entidades de educação sem fins lucrativos. Entretanto, precisam cumprir dois requisitos cumulativos: 1- Cumprir os requisitos do artigo 14 do CTN Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes requisitos pelas entidades nele referidas: I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão. + 2- Reverter patrimônio, renda ou serviço ao cumprimento de sua finalidade essencial. ATENÇÃO: Se qualquer uma dessas pessoas locar imóvel para empresa privada ou até mesmo para uma pessoa física e ela reverter o valor da locação para sua finalidade essencial, não terá incidência do IPTU - Súmula Vinculante 52 do STF. Imunidade objetiva Artigo 150, VI, D da CF Livros, jornais, periódicos, revistas e papeis destinados a impressão dos mesmos não terão incidência de impostos, desde que tiver uma ideia formalmente orientada, não tiver intuito publicitário e desde que transmitam um pensamento. Artigo 150, VI, E da CF – também é uma imunidade objetiva Produção de CD e DVD por artistas ou interpretes brasileiros será imune. (não pagará impostos)
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