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Bradiarritmias Definição: -FC < 60 bpm -Sintomas geralmente ocorrem com FC <50 bpm. -Absoluta (FC<60 bpm) X relativa (FC>60 bpm, mas demanda é maior) -Nem sempre é patológica (ex. alteração fisiológica [ex. atletas], medicações...). QUADRO CLÍNICO Pode ser assintomático Alteração aguda de consciência Desconforto Torácico Agudo Dispneia Fraqueza Fadiga Tontura Síncope Insuficiência Cardíaca Hipotensão arterial (postural ou não) Congestão pulmonar Sinais de choque Diaforese · Anamnese completa (medicações, comorbidades...). · Medicações: · BB, bcc, antiarrítmicos, antidepressivos tricíclicos, digoxina. · Exame físico: · FC, PA, nível de consciência, oximetria, ausculta respiratória e cardíaca, pulso, cicatrizes por uso de drogas por agulha, TEC. · Se o paciente não apresenta sintomas, o tratamento não é necessário, mas o paciente deve ser observado cuidadosamente. · Exames: ECG, marcadores de necrose miocárdica, eletrólitos, função renal, perfil toxicológico, dosagem de antiarrítmicos e digoxina, gasometria arterial. · Paciente instável com bradicardia: · 1ª conduta é a monitorização (oximetria, PA, FC, monitor cardíaco, acesso venoso...) · Se SatO2 < 92 O2 (pcte sem comorbidades respiratórias) · Não retardar tto por causa dos exames (atropina, dopamina/adrenalina, marca-passo) · Avaliar a saturação de oxigênio do paciente e determine a presença de sinais de aumento do esforço respiratório. · Auxilie a ventilação em caso de respiração alterada. ABSOLUTA (FC <60 ) x RELATIVA (FC >60, mas depende da situação prévia) *FC pelo eletro: 300/pela quantidade de quadradão entre um R e outro R ou 1500/pela quantidade de quadradinho · Passos da avaliação do ECG: 1. Verificar se o ritmo é sinusal: Onda P positiva em D1, D2 e AVF 2. Verificar presença/ausência de onda P 3. Verificar o intervalo PR (até 0,2 é normal: 05 quadradinhos) 4. Correlação entre onda P e QRS (toda P tem QRS?) //cada “quadradão” tem 5 quadradinhos// Ritmos: BRADICARDIA SINUSAL · Quando o Nó sinusal dispara frequência menor do que a normal para a idade do paciente CARACTERÍSTICAS DA BRADICARDIA SINUSAL FREQUENCIA Inferior a 60 Bpm RITMO Regular ONDAS P Uniforme em aparência, positiva na derivação DII, e toda onda P precede cada complexo QRS INTERVALO PR 0,12 a 0,20 s e constante a cada batimento INTERVALO QRS 0,11 s ou menos a não ser na presença de um retardo de condução intraventricular CAUSAS DE BRADICARDIA SINUSAL Doença do nó SA Hipercalemia Hipotermia Hipotireoidismo Hipocalemia Hipóxia Aumento de pressão intracraniana Infarto de parede inferior do miocárdio Uso de medicamentos como bloqueadores de canais de cálcio, digitálicos, betabloqueadores, amiodarona e sotalol Apneia obstrutiva do sono Pós-transplante cardíaco Infarto de parede posterior do miocárdio Estimulação do nervo vago · O que fazer? Avalia como o pct tolera o ritmo em repouso e em atividade. Se o paciente não apresenta sintomas, o tratamento não é necessário. Se sintomático: oxigênio (se necessário), acesso IV e atropina IV. · Em pacientes que tiveram IAM, a baixa frequência é benéfica, pois a demanda por oxigênio é menor quando a frequência cardíaca é baixa. BLOQUEIOS ATRIOVENTRICULARES · São divididos em 3 tipos principais: 1°, 2° e 3° graus. · O significado clínico de um bloqueio AV depende: · Do grau do bloqueio · Da frequência do marca-passo · Da resposta do paciente àquela frequência ventricular RESUMINHO DA ONDA P 1° GRAU 2° GRAU 3° GRAU CONDUÇÃO DA ONDA P Todas as ondas P são conduzidas, mas há um retardo na condução Algumas são conduzidas outras são bloqueadas Nenhuma é conduzida PRIMEIRO GRAU Não é uma disritmia em si, mas uma condição que descreve uma condição que descreve o intervalo PR prolongado no Eletrocardiograma - É um BVA alto Os impulsos do No AS para os ventrículos são atrasados FREQUENCIA: Geralmente nos limites normais, mas depende do ritmo subjacente RITMO: Regular ONDAS P: Normal, positiva, seguida de QRS as derivações DII, DIII e aVF. INTERVALO PR: Prolongado (> 0,20 s), mas constante. DURAÇÃO QRS: 0,11 ou menos CAUSAS: IAM Hipercalemia Aumento do tônus vagal Isquemia ou lesão do nó ou da junção AV Medicamentos Cardiopatia reumática O QUE FAZER: Geralmente é assintomático. Atropina 0,5 mg/ EV a cada 3/5 min. Dose máxima: 3 mg SEGUNDO GRAU Há um distúrbio intermitente na condução de impulsos entre os átrios e ventrículos Tem tipo 1 e tipo 2 TIPO 1 Bloqueio geralmente ocorre no nó AV É um BVA alto Também conhecido como Mobitz 1 FREQUENCIA: A atrial > que a Ventricular RITMO: Atrial regular e Ventricular constantes ONDAS P: Normais. Algumas não são seguidas por QRS INTERVALO PR: Aumenta a cada ciclo (bem discreto) até que a onda P não seja acompanhada de QRS - A onda seguinte ao bloqueio tem o intervalo PR menor que o anterior ao bloqueio. DURAÇÃO QRS: 0,11s ou menos, mas diminui periodicamente CAUSA: -Retardo de condução no nó AV - A maioria é causada por oclusões da artéria coronária direita (infartos da parede inferior e infarto de ventrículo direito) O QUE FAZER? Geralmente é assintomático. Observa, Atropina 0,5 mg/ EV a cada 3/5 min. Dose máx: 3 mg TIPO 2 Bloqueio no feixe de His. - É um BAV baixo (abaixo do nó AV) Também conhecido como Mobitz 2 Mais grave que o do grau I e pode evolui para o de 3° grau FREQUENCIA: A atrial > que a Ventricular; A Frequência ventricular é baixa RITMO: Atrial regular e Ventricular constantes ONDAS P: Normais. Algumas não são seguidas por QRS -Não há relação de proporção de ondas conduzidas para ondas bloqueadas. INTERVALO PR: Normais ou pouco prolongados, mas constantes em batimentos conduzidos; - Pode haver certo encurtamento do intervalo PR após uma onda P não conduzida DURAÇÃO QRS: 0,11s ou maior, periodicamente ausente após algumas ondas P É aleatório: EX: pode ter 1 conduzida, 2 não conduzida, 3 sim... NÃO tem um padrão. CAUSA: -Retardo de condução no nó AV - A maioria é causada por oclusões da artéria coronária esquerda ou IAM anteriores e miocardite aguda O QUE FAZER? -É irreversível (há uma lesão intrínseca da condução) Responde mal à medicação. atropina 0,5 mg EV a cada 3-5 min. Marca-passo definitivo TERCEIRO GRAU Há um bloqueio completo na condução dos impulsos entre átrios e ventrículos -Também é um BAV baixo - Lesão é irreversível O sítio de bloqueio pode ser no nó AV e no feixe de His FREQUÊNCIA: Atrial > Ventricular RITMO: Atrial regular, ventricular regular, não há relação entre os ritmos atriais e ventriculares ONDAS P: Normal INTERVALO PR: Ausente DURAÇÃO DO QRS: Estreito ou alargado. - Onda P e QRS não tem relação. Contudo o intervalo P-P e o intervalo R-R são regulares CAUSA: Geralmente ocorre com a progressão do bloqueio de 1° ou de 2° grau O QUE FAZER? Atropina (eficácia improvável), Infusão IV de epinefrina, dopamina ou isoproterenol ou colocação de marca-passo transcutâneo. DOSES: IV de ATROPINA 1° dose: 0,5 mg bolus Repita em 3-5 min max 3 mg IV de DOPAMINA 2-10mcg/kg por minuto IV de EPINEFRINA 2-10 mcg por minuto · Conduta geral (pcte instável) · Atropina 0,5 mg EV a cada 3/5 min. Dose máxima de 3 mg. - Se atropina não resolve coloca marcapasso provisório. Se não tem marcapasso no local ou vai demorar estar disponível, coloca para correr dopamina/adrenalina e encaminha para local que tenha marcapasso. · Dopamina ou adrenalina (2-10 µg/kg/min) · Marca-passo provisório: -Transcutâneo (Pá) -Requer sedação (midazolan) -Requer preparo (propofol e morfina) -Ajuste da FC entre 70 e 80 bpm -Ajuste da amperagem em 30 mAP, e aumenta gradualmente até que cada choque produza um QRS · Marca-passo transvenoso: -Via acesso central (preferência para jugular): Passa-se o cateter com a ponta do marcapasso em VD. -Definir a amperagem de acordo com a energia mínima para gerar um QRS (por exemplo, energia mínima 50 mAP? Multiplicaro valor por 3, porque o marca-passo gera fibrose na parede cardíaca, portanto deve-se usar um valor maior. Logo, nesse exemplo o valor seria 150 mAP). -Menos desconforto para o paciente OBS: para BAV de 1º grau e BAV 2º grau mobitz I: seguir o fluxograma (Atropina -> dopamina -> marcapasso provisório). OBS: a atropina resolve a maioria absoluta dos casos. Se o marca-passo provisório for necessário ele deve ser retirado após resolução do quadro. Já no BAV Total e no BAV 2 mobitz II: o marcapasso provisório deve ser substituído por um marca-passo definitivo.
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