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Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Arritmias Cardíacas ➔ Arritmias cardíacas são sequências de batimentos cardíacos irregulares, muito rápidos (taquicardia) ou muito lentos (bradicardia), ou que percorrem o coração por vias anormais de condução elétrica; ➔ Geralmente são consequências de cardiopatias; ➔ Vias normais de condução elétrica: ○ O impulso elétrico é gerado pelo nó Sinusal, na região superior do AD, e é transmitido através das vias preferenciais atriais até o nó AV, localizado na base do AD; ○ O nó AV retarda o impulso antes de transmiti-lo ao feixe de His, que penetra o corpo fibroso central, permitindo a condução aos ventrículos; ⇨ Limita a quantidade de estímulos que atingem aos ventrículos, evitando que arritmias atriais (Ex.: fibrilação atrial) possam ser transmitidas na sua totalidade, causando arritmias ventriculares. ○ O feixe de His divide-se em dois ramos (direito e esquerdo), ambos percorrem o septo interventricular, até que o ramo esquerdo se divide em dois fascículos (anterior e posterior). Tanto o ramo direito quanto os fascículos do ramo esquerdo se ramificam na rede de fibras de Purkinje, responsável pela despolarização e contração do miocárdio ventricular. ➔ Doenças mais comuns causadas por alterações de condução: Doenças do nó sinusal, bloqueios atrioventriculares e bloqueios de ramo; ○ Dependendo do local da alteração, será sua consequência. ➔ Normalmente, a FC de um adulto varia entre 60 - 100 bpm. 1 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Bradicardias Definição: ● Ritmo cardíaco lento, normalmente < 60 bpm; ● Coração não consegue bombear o sangue oxigenado de forma suficiente para o organismo → Tontura, falta de energia crônica, falta de ar, desmaios, etc; ● Alguns indivíduos podem apresentar bradicardia sem que essa seja patológica → Ex.: Atletas; ○ Durante o sono de indivíduos normais também pode ocorrer hipotensão e bradicardia, pelas menores demandas. ● Fisiológica X Patológica → Anamnese; ○ Sintomas, medicamentos em uso, etc. ● Mais comum: 1. Bradicardia sinusal → Estímulos lentificados no nó sinusal; 2. Bloqueios atrioventriculares → Alterações no nó atrioventricular (AV), com interrupção parcial ou completa da transmissão do impulso dos átrios aos ventrículos; ↳ Primeiro grau: Atraso da condução elétrica para os ventrículos ↳ Segundo grau: Bloqueio intermitente da condução elétrica ↳ Terceiro grau (completo): Bloqueio completo da condução elétrica. Tipos: Bradicardia Sinusal: ● Não gera parada cardíaca; ● Batimento cardíaco normal, porém lentificado → Estímulos já saem lentificados do nó sinusal; ● ECG → Onda P precedendo todos os QRS (na mesma distância); ↳ Onda P positiva em DI, DII e AVF. Bloqueio AV de 1º Grau: ● Não causa parada nem comprometimento da função cardíaca; ● Pode ser fisiológico em pacientes jovens com tônus vagal exacerbado e em atletas bem treinados; ● Benigno → Raramente é sintomático e não é necessário nenhum tratamento; ○ Pode ser indicada investigação quando estiver acompanhado de outra cardiopatia ou aparentemente ser causado por fármacos. ● ECG: ○ Condução é alentecida, sem falha de batimento → Estímulo demora mais tempo para ir do nó sinusal até o AV; ○ Todas as ondas P normais são seguidas de complexos QRS, mas o intervalo PR é mais longo do que o normal (> 0,2 segundos = 200 milissegundos = 5 quadradinhos). Bloqueio AV de 2º Grau: ● Algumas ondas P normais são sucedidas por complexos QRS, mas outras não. Há dois tipos: ○ Mobitz tipo I; ○ Mobitz tipo II. 2 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Mobitz I: ➢ O intervalo PR prolonga-se progressivamente a cada batimento até que o impulso atrial (batimento atrial) não é conduzido e o complexo QRS não ocorre (fenômeno de Wenckebach). A condução nodal AV é retomada no próximo batimento e a sequência se repete; ➢ Pode ser fisiológico em pacientes jovens e atletas. Mobitz II: ➢ O intervalo PR permanece constante. Os batimentos deixam de ser conduzidos de forma intermitente e os complexos QRS não ocorrem, geralmente em um ciclo repetitivo a cada 2ª (bloqueio 2:1), 3ª (bloqueio 3:1) ou 4ª (bloqueio 4:1) onda P; ➢ Sempre é patológico → Pode desenvolver complicações sintomáticas e parada súbita com bloqueio total. Bloqueio AV de 3º Grau ou Total: ● Bloqueio total → Não ocorre condução pelo nó AV; ○ Paciente tem estímulo atrial sem ter estímulo ventricular → Dissociação atrioventricular (ritmo anárquico). ● Não há nenhuma relação entre ondas P e os complexos QRS → Forma onda P sem formar QRS; ○ A frequência da onda P é maior do que a frequência QRS. ● A função cardíaca é mantida por escape juncional ou marca-passo ventricular; ● A maioria dos pacientes necessita de implante de marca-passo; ● Causa baixa perfusão cerebral → Síncopes, convulsões, etc. 3 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Tratamento: ● Bradicardias benignas (Sinusal, BAV 1º grau e BAV 2º grau tipo I) + Paciente estável: ○ Calma; ○ Descobrir etiologia da arritmia; ○ Muitas vezes não será preciso medicamento. ● Bradicardias malignas (BAV 2º Grau tipo II e BAV 3º Grau): ○ Normalmente são causadas por doenças degenerativas do nó AV; ○ Marcapasso definitivo. Avaliação das Bradicardias: ● Paciente hemodinamicamente estável? ● Sintomas de baixo débito? ● Instabilidade cardíaca? → Dispneia, hipotensão, rebaixamento do sensório, dor torácica, etc; ● Monitorização; ● ECG; ● Suporte de O2; ● Acesso venoso. 4 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ★ Todas as respostas “não”: ○ Observar e monitorizar o paciente; ○ Tentar descobrir etiologia da arritmia (exames laboratoriais). ★ Alguma resposta “sim”: ○ Sulfato de Atropina: ⇨ Primeira escolha em bradicardias; ⇨ 0,5 mg EV, em bolus; ⇨ Pode repetir a cada 3 - 5 minutos; ⇨ Dose máxima é 3 mg; ⇨ Tempo de ação é 3 minutos e meia-vida 2 - 4h; ⇨ Antagonista dos receptores de acetilcolina muscarínicos → Receptores presentes na musculatura lisa; ⇨ Estimulam taquicardia; ⇨ Medida temporária; ⇨ Contraindicações: Asma (receptores presentes nos brônquios → broncoespasmo grave), glaucoma e taquicardia; ⇨ Geralmente bradicardias malignas não respondem à atropina; ↳ Não ocorre transmissão AV mesmo com taquicardia. ○ Adrenalina, Dopamina ou Marcapasso transcutâneo: ⇨ Segunda escolha em bradicardias; ⇨ Paciente que não respondeu à atropina; ⇨ Nenhuma das 3 apresenta melhor efetividade do que as demais, assim, deve-se optar pela opção com mais rápido acesso; ↳ Ex.: Se já tiver marcapasso a disposição, pode implantar imediatamente. ⇨ Dopamina: ↳ 5 - 20 mcg/kg/min. Inicia em dose mínima e pode aumentar a cada 2 minutos; ↳ IV, contínuo. Não é em bolus, é diluído em soro em bomba de infusão; ↳ Aumenta força de contração cardíaca; ↳ Contraindicações: Feocromocitoma (tumor produtor de adrenalina), taquicardia e fibrilação ventricular; ↳ Efeitos colaterais: Náuseas, batimentos ectópicos, taquicardia, dor torácica (porque a musculatura passa a buscar mais sangue), etc. ⇨ Adrenalina: ↳ Epinefrina; ↳ 2 - 10 mcg/min; ↳ IV, contínuo. Diluída em soro em bomba de infusão; ↳ Vasopressor cronotrópico positivo → Aumenta os batimentos cardíacos; ⤳ Efeito Beta1 = Contratilidade; ⤳ Efeito Beta2 = Vasodilatação. ↳ Se utilizada em altas doses, pode ter efeito predominante Alfa, causando vasoconstrição (necrose e isquemia no local do acesso); ↳ Efeitoscolaterais: Taquicardia, cefaléia e dor torácica. ⇨ Marcapasso Transcutâneo: ↳ “Pás adesivas” (do desfibrilador) que são coladas no paciente; ⤳ Local não pode estar molhado (Ex.: Sudorese) nem com pelos → Para que a condução seja adequada; ⤳ Colocadas no tórax superior direito e inferior esquerdo. ↳ Choque com voltagem reduzida → Lembrar que causa dor, assim, é preciso manter o paciente com analgesia contínua e sedação leve (Ex.: Fentanil ou morfina em doses baixas); ↳ Pode permanecer até 24h no paciente; ↳ Outra opção: ⤳ Marcapasso transvenoso: Pode permanecer por 3 - 5 dias (após → risco de infecção no local da punção). Usado quando sabemos que o paciente não irá necessitar de marcapasso definitivo, porém, necessita de auxílio por alguns dias. Também pode ser utilizado de maneira provisória até a implantação de um definitivo, se preciso. 5 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ Marcapasso Definitivo: ⇨ Indicações: ↳ Bradicardia persistente e sintomas de baixo débito persistentes; ↳ Pacientes com sintomas diretamente atribuídos à disfunção do nó sinusal; ↳ Pacientes com bradicardia sinusal secundária a fármacos insubstituíveis; ↳ Pacientes com síndrome bradi´taqui e sintomas atribuídos à bradicardia; ↳ Pacientes com insuficiência cronotrópica (incapacidade de aumentar a FC durante o teste ergométrico). ○ Antídotos que podem ser utilizados em situações específicas: ⇨ Intoxicação por BB → Glucagon; ⇨ Intoxicação por Diltiazem/Verapamil (BCC) → Cálcio; ⇨ Intoxicação por Digoxina → Antídoto Digibind (anticorpo AntiDigoxina); ⇨ O problema é que esses antídotos são muito caros e não são comumente disponíveis em hospitais menores; ⇨ Hemodiálise pode auxiliar na excreção do medicamento causador de intoxicação. Taquicardias: Definição: ● FC > 100 bpm; ● Pode iniciar tanto pelos ventrículos quanto pelos átrios; ● O coração não consegue bombear eficientemente o sangue rico em oxigênio para o resto do corpo → Hipotensão, choque circulatório, sudorese fria, pele pegajosa, congestão, crepitantes, dessaturação, etc; ● Dor precordial típica; ● Podem ser divididas em 4 grupos, conforme classificadas de acordo com: ○ Visivelmente regular X irregular; ○ Complexos QRS largos X estreitos. ⇨ Alargado → > 3 quadradinhos = 120 milissegundos → Batimento extraventricular; ⇨ Estreito → < 3 quadradinhos → Batimento do átrio para o ventrículo. Tipos: Taquicardia Sinusal: ● Condução cardíaca normal, podem de forma acelerada → Estímulo já sai acelerado do nó sinusal; ● Geralmente a única alteração no ECG é a FC, o resto se apresenta normalmente; ● Normalmente não ultrapassa 160 bpm; ● ECG: ○ Onda P precedendo QRS; ○ Onda P positiva em DI, DII e AVF. ● Causas extracardíacas → Febre, dor, anemia, hipovolemia, hipotensão arterial, etc; ○ Tratar a causa base. Taquicardia com QRS estreito: ● < 3 quadradinhos = < 120 milissegundos; ● Estímulo sai do nó sinusal, mas não necessariamente apenas dele ● Podem apresentar ritmo regular ou irregular; ○ Ritmo regular → Taquicardia supraventricular e atrial; ○ Ritmo irregular → Taquicardia atrial multifocal, fibrilação atrial e flutter atrial. 6 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Taquicardia Supraventricular: ● São arritmias que aceleram subitamente os batimentos cardíacos e se originam nos átrios (superiores aos ventrículos); ● Episódios súbitos de palpitação com início e término abrupto, podendo ter dispnéia e desconforto torácico; ● ECG: ○ Onda P geralmente é tão rápida que “cai” dentro do segmento ST; ○ QRS estreito. Flutter Atrial: ● Ritmo atrial rápido e regular decorrente de circuito reentrante atrial; ● Estímulo ectópico (fora do nó sinusal) provoca estímulos atriais, porém nem todos seguem para batimento ventricular; ○ Ex.: P-P-P-P-QRS; ○ Onda P é chamada de F (“Flutter” → Local ectópico, que não é o nó sinusal) ● Bem menos comum que a fibrilação atrial, mas as causas e consequências hemodinâmicas são semelhantes; ○ Muitos pacientes com flutter atrial também têm períodos de fibrilação atrial. ● Sintomas: Palpitação, podendo apresentar fraqueza, intolerância ao esforço, dispneia e pré-síncope. Pode ocorrer formação de trombos atriais e embolia; ● ECG: ○ Em “serra denteada”; ○ FC entre 250 - 350 bpm. Fibrilação Atrial: ● Ritmo atrial irregular e rápido; ● Arritmia sustentada mais comum da prática clínica; ● Sintomas: Palpitação, podendo apresentar fraqueza, intolerância ao esforço, dispneia e pré-síncope. Pode haver formação de trombos atriais, acarretando risco significativo de acidente vascular encefálico por embolia → Anticoagulação é necessária; ● Na fibrilação atrial, os átrios não se contraem e o sistema de condução AV é bombardeado por muitos estímulos elétricos, acarretando inconsistência de transmissão do impulso e frequência ventricular irregularmente irregular, que normalmente se encontra nos limites de frequência da taquicardia; ● Arritmia muito comum conforme o avanço da idade; ○ 20% das pessoas > 60 anos possuem FA. ● ECG: ○ Ausência de onda P visível; ○ FC atrial 350 - 600 bpm → Não é FC oficial porque não ocorre correta transmissão dos impulsos; ○ Complexo estreito irregularmente irregular. 7 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 Tratamento: Taquicardia com QRS estreito + Paciente estável + Ritmo regular: ● Manobra Vagal: ○ Valsalva e massagem de seio carotídeo; ⇨ Valsalva → Técnica em que se prende a respiração, segurando o nariz com os dedos e, em seguida, força a saída de ar, fazendo pressão; ↳ Estimula os barorreceptores da aorta, causando reflexo vagal, diminuindo a resposta simpática, induzindo a redução da atividade do nó sinusal e do AV; ↳ Manobra de Valsalva Modificada → Paciente dentado e monitorizado, com cabeceira da cama elevada. Solicita que o paciente assopre uma seringa de 10 ml por 15 segundos, após, abaixar a cabeceira subitamente e elevar os MMII por 15 segundos. Após, re-ergue a cabeceira em 45º e abaixa os MMII. ⇨ Massagem de seio carotídeo → Colocar o paciente em posição supina com a cabeça ligeiramente estendida. O seio carotídeo está localizado na altura da borda superior da cartilagem tireóidea, medial ao músculo esternocleidomastóideo. Fazer pressão contínua com o 2° e 3° dedo sobre o seio carotídeo por 5 a 10 segundos; ↳ Antes de realizar, auscultar carótidas de ambos os lados; ↳ Proibida sua realização em pacientes com histórico de sopro carotídeo (risco de soltar placa aterosclerótica e provocar AVC); ↳ Fazer um lado de cada vez. ● Adenosina: ○ Reduz a condução do nó AV; ○ Meia vida de 5 - 10 segundos (muito rápido); ○ Acesso venoso periférico; ○ Não pode ser diluído no soro → Demora para infusão; ○ 6 mg em bolus na 1ª dose → Paciente pode ter sensação de morte iminente (aperto no peito), mas passa rápido; ⇨ Não alterou ECG → Faz mais 12 mg; ⇨ Ainda não alterou → Faz mais 12 mg (dose máxima); ↳ Se não ocorrer reversão, significa que não existe doença cardíaca estrutural. ● BB ou BCC (Não-dihidropiridínicos): ○ Não são usados quando suspeita de ICC → Edema de membros, crepitantes, turgência jugular, etc; ○ Bloqueio parcial do nó AV → Controle da taquicardia; ○ BB EV: Nadolol, Metoprolol, Esmolol; ⇨ Mais usado → Metoprolol em bolus. ○ BCC não-dihidropiridínicos: Verapamil e Diltiazem; ○ Não utilizar BB e BCC juntos por aumentar risco de BAV; ○ Efeitos colaterais: Bradicardia, hipotensão arterial secundária à redução dos batimentos. Paciente não melhorou com essas medidas ou apresenta piora hemodinâmica → Cardioversão (choque sincronizado)! Taquicardia com QRS estreito + Ritmo regular + ICC: ● Não usar BB nem BCC; ● Amiodarona ou Digoxina; ○ Amiodarona→ Alonga o potencial de ação do miocárdio ao nível atrial e ventricular (maior tempo até ter outro batimento); ○ Digoxina → Reduz velocidade de condução, mas também não bloqueia nó AV. ● Efeitos colaterais: Hipotensão e bradicardia. Taquicardia com QRS estreito + Paciente estável + Ritmo Irregular: ● Fibrilação ou Flutter Atrial; ● Sensação de taquicardia > ou < 48h? → > 48h = Maior chance de ocorrer formação de trombo em aurícula, assim, se realizar desfibrilação, corre o risco de soltar o trombo e provocar danos. Na dúvida, sempre considerar > 48h; 8 Terapêutica Clínica Gabriela Teixeira ATM 2024/2 ○ < 48h: Cardioversão (elétrica ou química) para restabelecer ritmo. Para a cardioversão elétrica, o paciente precisa de sedação, assim, se houver risco de morte diante sedação, opta-se pela química (medicamentos antiarrítmicos contínuos por 24h → Flecainida, Propafenona, Amiodarona ou Digoxina); ○ > 48h: Maior risco de formação de trombos e eventos cardioembólicos. Anticoagular o paciente (se não houver contraindicação). Duas opções: ⇨ Reverter ritmo irregular ou Controlar FC; ⇨ Anticoagulação por 3 semanas e, após, realizar ecocardiograma transesofágico em busca de coágulos → Sem coágulos → Cardioversão + Anticoagulação por mais 4 semanas. Taquicardia com QRS Largo: ● Taquicardia ventricular; ○ Paciente chega com FC > 100 bpm com QRS alargado → Trata como se fosse taquicardia ventricular até que se prove ao contrário (é a mais comum). ● Cardioversão elétrica ou química → Paciente estável? >Taquicardia monomórfica (uma só forma de QRS) ou polimórfica (pelo menos 3 formas diferentes de QRS)? ○ Paciente estável, com ritmo regular e taquicardia monomórfica → Cardioversão química; ↳ 1ª opção: Amiodarona; ⤳ Dose de ataque e dose de manutenção; ⤳ Se não houver reversão até a 2ª dose inicial ou o paciente ficar com hipotensão, sudorese, mal-estar, dor torácica, dor precordial, etc → Considera-se paciente instável → Indica cardioversão elétrica. ↳ 2ª opção: Procainamida. ○ Paciente instável, com ritmo irregular e taquicardia polimórfica → Alto risco de evoluir para parada cardíaca → Cardioversão elétrica imediata. ● Adenosina → Bloqueia o estímulo no nó AV, assim, tem efeito se for taquicardia supraventricular, já se tiver origem ventricular, não terá efeito. Torsades de Pointes: ● É uma forma específica de TV polimórfica em pacientes com um intervalo QT longo; ● Tratamento voltado para a causa de base; ○ Desfibrilação em paciente estável com ritmo regular só é indicada se visualizar torção de tontas no ECG; ○ Se paciente instável → Desfibrilação imediata. ● 1º = Sulfato de magnésio; ○ Uma das principais causas de prolongamento de QT com formação de torsades é a hipomagnesemia. ● 2º = Marcapasso transvenoso; ○ Programar taxa de batimentos 110 - 120 bpm; ○ Marcapasso permanece por, no máximo, 48 - 72h, enquanto investiga a etiologia da Torsades. Toda taquicardia com QRS alargado, após resolvida, é considerada como morte súbita abortada! Cardiodesfibrilador Implantável: ● Pacientes com risco de MS; ● Um fio no AD e outro no VD; ● Monitorização 24h/dia; ● Programação para ativação conforme FC; ○ QRS > 120 milissegundos ou FC > 200 → Choque; ○ Sempre que o paciente sentir choque pelo cardiodesfibrilador, deve ser orientado a comparecer no PA para fazer a leitura do aparelho e realizar medidas necessárias. ● Prevenção secundária → Pacientes com chance de refazerem taquicardia ventricular: ○ Pacientes sobreviventes de parada instável e excluídas causas reversíveis (Ex.: Alterações eletrolíticas); ○ Cardiopatia estrutural (Ex.: ICC que apresentou taquicardia ventricular); ○ Pacientes com síncopes de origem indeterminada. ● Prevenção primária → Pacientes que nunca apresentou taquicardia ventricular, mas apresenta risco para isso: ○ FE mantida < 35% após IAM; ○ TV induzida por estudo eletrofisiológico; ○ Doença cardíaca que não causa IAM mas apresenta classe funcional II ou III (cansaço, dispnéia aos esforços moderados). 9
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