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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO MESQUITA FILHO” CAMPUS PRESIDENTE PRUDENTE DEPARTAMENTO DE QUÍMICA FÍSICA - MECÂNICA CLÁSSICA LABORATÓRIO DE FÍSICA I (A COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE DUAS FORÇAS COPLANARES CONCORRENTES; A DETERMINAÇÃO DO ALCANCE DE UM PROJÉTIL, NUM LANÇAMENTO HORIZONTAL) Figura 1 - Fachada da FCT/UNESP Presidente Prudente. PRESIDENTE PRUDENTE (15/04/2019) SUMÁRIO 1.1 INTRODUÇÃO................................................................................................................02 1.2 OBJETIVOS.....................................................................................................................03 1.3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................03 1.4 RESULTADOS E DISCUSSÕES...................................................................................06 1.5 CONCLUSÃO..................................................................................................................13 1.6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO............................................................................14 1 1.1 INTRODUÇÃO Lida com um grande número de grandezas que possuem uma orientação e uma amplitude que necessitam de uma linguagem matemática especial, a física, utiliza a linguagem dos vetores a fim de descrever essas grandezas 1. Por sua vez, os vetores possuem módulo e uma orientação, caracterizando uma grandeza vetorial. São exemplos de grandezas vetoriais: deslocamento, velocidade, aceleração e força, pois ambas necessitam de um módulo (valor numérico), direção (definida pela reta que passa pelo vetor, ou pelas retas paralelas a ele) e sentido (indicado pela seta, é a orientação sobre a direção). A fim de adquirirmos conhecimentos, realizamos o experimento denominado A composição e decomposição de duas forças coplanares concorrentes, que engloba o conceito de grandeza vetorial, estipulando as forças de equilíbrio e as forças resultantes em um sistema construído por dinamômetros, comprovando então, suas intrínsecas relações a partir das seguintes equações: 𝐹𝑒 = 𝐹1 + 𝐹2 Equação 1 - A soma de duas forças resultam em sua força equilibrante. Observação: A força resultante Fr difere da equilibrante apenas no seu sentido (o seu sentido é contrário). 𝐹𝑟 = 𝐹1 + 𝐹2 Equação 2 - A soma de duas forças resultam em sua força resultante. Observação: Caso a força resultante for a força peso (P), a equação acima será válida para a situação. 𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α Equação 3 - O quadrado da força resultante é igual a soma do quadrado das suas forças somada a 2 duas vezes o produto entre elas e o cosseno do seu ângulo. Magnífica como ciência, a física não se retém somente nos estudos dos movimentos unidimensionais, é capaz de estudar os movimentos em duas e três dimensões. Realizamos o experimento denominado A determinação do alcance de um projétil, num lançamento horizontal, que por sua vez, aborda o chamado movimento bidimensional, mais conhecido como movimento parabólico. 2 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 A COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE DUAS FORÇAS COPLANARES CONCORRENTES ● Determinar a força equilibrante de um sistema de duas forças colineares ou não; ● Calcular a resultante de duas forças coplanares quaisquer, utilizando o método analítico e geométrico. 1.2.2 A DETERMINAÇÃO DO ALCANCE DE UM PROJÉTIL, NUM LANÇAMENTO HORIZONTAL ● Identificar corretamente a grandeza alcance adquirida num lançamento horizontal de um projétil a partir de uma rampa; ● Executar corretamente as medidas do alcance com o seu respectivo desvio; ● Relacionar a altura da posição de largada do móvel com o alcance adquirido. 1.3 MATERIAIS E MÉTODOS/PROCEDIMENTOS 1.3.1 A COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE DUAS FORÇAS COPLANARES CONCORRENTES ● 01 painel metálico multifuncional (para utilização em paredes ou com tripés); ● 01 escala angular pendular acrílica 0 a 360 graus com divisão de um grau; ● 04 ímãs com manípulo pegador; ● 03 dinamômetros de fixação magnética com escala de 0 a 2 N e ajuste do zero; ● 02 fios de poliamida de 0,13 m com anéis; ● 03 massas acopláveis com peso de 0,5 N ( 50 gf);≈ ● 02 massas acopláveis auxiliares (disco fino); ● 02 ganchos de engate rápido. Montamos o conjunto conforme a imagem abaixo e seguimos as demais instruções (variar os ângulos entre os dinamômetros e incluir pesos no sistema). 3 Figura 2 - sistema montado. 1.3.2 A DETERMINAÇÃO DO ALCANCE DE UM PROJÉTIL, NUM LANÇAMENTO HORIZONTAL ● 01 conjunto principal Arete composto por uma rampa de lançamentos dotada de escala de posicionamento, quatro graus de liberdade, sustentação regulável para apoio da esfera alvo e suporte com espera para os acessórios; ● 01 conjunto de sustentação dotado de tripé triangular com escala linear milimetrada, escala de 0 a 120 com divisão de um grau, haste e sapatas niveladoras amortecedoras; ● 01 fio de prumo com engate rápido; ● 01 esfera metálica de lançamento; ● 02 folhas de papel carbono; ● 02 folhas de papel seda tamanho ofício; ● 10 centímetros de fita adesiva; ● 01 lápis; ● 01 régua comum; ● 01 compasso. 4 Para executar o experimento, devia-se atentar ao nivelamento horizontal da base da rampa para garantir a ausência da componente vertical da velocidade no momento do lançamento horizontal da esfera; montar o sistema conforme a imagem abaixo; fixar duas folhas de papel carbono sobre a bancada com a parte carbonada voltada para cima, próxima ao tripé e colocar a folha de seda sobre a folha de carbono; realizar o experimento seguindo as instruções (posição inicial da esfera na rampa graduada para o lançamento), soltando a esfera manualmente. Ressalta-se que foi necessário marcar utilizando o prumo, a posição Xo que fica verticalmente abaixo da saída da rampa, o que deu-nos base para a realização das medições dos lançamentos realizados. Figura 3 - Exemplo de sistema para o lançamento oblíquo. 5 1.4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Monitorados pelo docente responsável pela matéria e pelo técnico do laboratório da FCT - UNESP Presidente Prudente, obtivemos resultados plausíveis ao esperado. 1.4.1 A COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE DUAS FORÇAS COPLANARES CONCORRENTES Observação: As figuras a seguir são meramentes ilustrativas, considere somente o desenho. Posicionando os dois dinamômetros de modo a formarem um ängulo de 120°, foi possível movimentar o dinamômetro inferior alinhando-o verticalmente no ponto central O (ponto de aplicação das forças) e com isso, a partir deste dinamômetro, foi possível determinar o módulo, a direção e o sentido da força equilibrante Fe, cujas componentes são as tensões F1 e F2. Figura 4 - F1 e F2 com 120° entre si. Obtivemos os seguintes resultados: F1 = 0,4 N, F2 = 0,4 N e Fe = 0,4 N, logo, a força de equilíbrio pode ser comprovada utilizando a equação 3: eq. 3:𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 𝐹𝑒² = 0, 4² + 0, 4² + 2. 0, 4. 0, 4. 𝑐𝑜𝑠 120° 𝐹𝑒 = 0, 4 𝑁 6 Posicionando os dinamômetros ao ponto que formou 90° entre eles, foi possível determinar o módulo de F1, F2, Fe e consequentemente FR: Figura 5 - F1 e F2 com 90° entre si. Obtivemos os seguintes resultados: F1 = 0,6 N, F2 = 0,6 N e Fe = 0,8 N, logo, a força resultante, oposta a de equilíbrio, pode ser comprovada utilizando a equação 3: eq. 3:𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 𝐹𝑟² = 0, 6² + 0, 6² + 2. 0, 6. 0, 6. 𝑐𝑜𝑠 90° 𝐹𝑟 = 0, 84 𝑁 → Questão 6.2 (roteiro): No caso de F1 = F2 = a (em módulo), é válido se afirmar que o módulo da força resultante é 2a? Utilizando a equação 3 foi possível comprovar que sim: eq. 3:𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 𝐹𝑟² = 𝑎² + 𝑎² + 2. 𝑎. 𝑎. 𝑐𝑜𝑠 90° 𝐹𝑟 = 2𝑎 7 → Questão 6.3 (roteiro): Em que condição será possível igualar o módulo da força resultante (Fr) a 2a, isto é, obter a igualdade FR = F1 + F2 = 2a? Para obter esta igualdade é necessário que as forças F1 e F2 sejam iguais a a. Fr = F1 +F2 𝐹𝑟 = 𝑎 + 𝑎 = 2𝑎 Posicionando os dinamômetros ao ponto que formou 60° entre eles, foi possível determinar o módulo de F1, F2 e FR (através da equação 3): F1 e F2 com seus módulos iguais a 0,6 N (experimentalmente), o que tornou possível encontrar a FR e construir o sistema a seguir. eq. 3:𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 𝐹𝑟² = 0, 6² + 0, 6² + 2. 0, 6. 0, 6. 𝑐𝑜𝑠 60° 𝐹𝑟 ≈ 1, 04 𝑁 Figura 6 - F1 e F2 com 60° entre si. Encontrando FR experimentalmente obtivemos o valor de 0,8 N, valor este diferente do encontrado através da equação acima. Tal diferença é devida ao longo prazo de uso dos dinamômetros utilizados, o que fez com perdesse as resistências das molas que o formam, resultado em valores diferente aos ideias. 8 → Questão 8.1 (roteiro): Usando a expressão geral ( ), determine o ângulo que deve existir entre duas forças (F1𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α e F2) de valores modulares iguais para que uma terceira força (F3 = FR) de mesmo valor venha a equilibrar o sistema. Estipulamos as 3 forças contendo o módulo de 0,1 N. 𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 0, 1² = 0, 1² + 0, 1² + 2. 0, 1. 0, 1. 𝑐𝑜𝑠 α 𝑐𝑜𝑠 α = − 0, 5 α = 120° A partir deste ângulo, montamos um sistema de 3 forças utilizando-o a fim de determinar o equilíbrio no sistema, sendo capaz de resultar no mesmo módulo para as 3 forças, ou seja, Fe = F1 = F2 = Fe. →Questão 8.3 (roteiro): Utilizando a expressão geral ( ), calcule o módulo da força resultante (FR) e compare com𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α o resultado obtido experimentalmente para a força equilibrante (Fe). 𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α 𝐹𝑟² = 0, 1² + 0, 1² + 2. 0, 1. 0, 1. 𝑐𝑜𝑠 120° 𝐹𝑟 = 0, 1 𝑁 Os resultados de Fe e FR experimentalmente e analiticamente foram iguais, uma vez que havia-se comprovado matematicamente na questão 8.1. Acoplado ao gancho 3 massas acoplaveis e zerando os dois dinamômetros superiores, foi possível obter o módulo da força peso, P = 1,6 N. Pendurando a carga total P no ponto O, foi possível determinar o ângulo entre as forças F1 e F2 no estado de equilíbrio como sendo 90°, representado no diagrama a seguir: 9 Figura 7 - Determinação da força peso em um sistema com dinamômetros zerados. Neste caso, só foi possível obter o equilíbrio no sistema por estar atuando uma quarta força, a força resultante (FR), sendo esta contrária a força peso e com mesmo módulo, o que possibilitou encontrar os valor de F1 e F2 a partir do seguinte raciocínio (situação ideal≠ situação real citada anteriormente quando citado a etapa do processo utilizando 90°): 𝐹𝑟 = 𝑃 = 1, 6 𝑁 𝐹𝑟 = 𝐹1 + 𝐹2 1, 6 = 𝐹1 + 𝐹2 𝐹𝑟 = 2𝐹 𝐹 = 1,62 = 0, 8 𝑁 𝐹1 = 𝐹2 = 0, 8 𝑁 Puxando levemente a carga total de P e soltando-a a fim de retornar ao ponto de equilíbrio, foi possível concluir que o retorno do sistema à posição de equilíbrio se deve à ideia de que quando puxamos, criou-se uma força além da P, logo, quando soltamos, retiramos essa força em que criamos fazendo então, que o sistema retornasse a posição inicial. Diminuindo o ângulo entre as forças componentes foi capaz de resultar que a força resultante (FR), oposta a força peso (P), permanece com o mesmo módulo pois não alterou-se a P, logo, as forças F1 e F2 têm seus módulos alterados. 10 1.4.2 A DETERMINAÇÃO DO ALCANCE DE UM PROJÉTIL, NUM LANÇAMENTO HORIZONTAL → Questão 4.1 (roteiro): Solte a esfera de aço do ponto de desnível 50 mm existente na escala da rampa. Ela irá percorrer a canaleta e fará um voo até colidir com o papel carbonado. Cuide para que a esfera “pique” somente uma vez sobre o papel. Olhe atentamente a superfície do papel e descreva o que você observou no ponto de impacto. Foi observado que no ponto em que a bola de aço caiu, formou-se uma superfície circular marcada pelo carbono, onde numeramos para não confundí-las. → Questão 4.2 (roteiro): Meça a distância existente entre a marca xo e a marca indicada pelo nº 1. 17,5 cm. Realizando por 5 vezes o lançamento da posição de largada (ponto de desnível 50 mm), não foi possível obter marcas coincidentes, porém, Todas as marcas são próximas, devido ao lançamento ser feito em 5 vezes da mesma altura. Ao levarmos em consideração que há uma componente da velocidade, no caso, horizontal, constante, observa-se que o movimento conserva-se em função da massa e do alcance da bolinha de aço. Circulamos com um compasso o menor círculo contendo as marcas dos cinco lançamentos obtendo um diâmetro e consequentemente um raio (Rc), que por sua vez, fornece a “imprecisão máxima da medida do alcance” ou “desvio da medida do alcance”, expondo-nos o valor numérico de 1,25 centímetros, representando a incerteza da medida neste experimento. Representado pela distância entre a marca Xo e a marca Xc (centro do círculo traçado), o valor médio do alcance pôde ser registrado com o desvio encontrado anteriormente, sendo possível elaborar uma tabela composta por medidas de altura e alcance: 11 Tabela 1 - Alcance correspondente a cada posição de largada. Posição Altura h (mm) Alcance x (mm) A 90 223 B 70 209 C 30 150 D 10 82 Analisando os dados da tabela 1 foi possível concluir que a altura do lançamento horizontal influi no alcance, sendo demonstrado a partir do experimento, na qual, nota-se uma relação entre a altura e o alcance, esta relação é dada por: Quanto maior a altura em que a esfera se encontra na rampa para ser lançada, maior será o alcance dela na superfície. 12 1.5 CONCLUSÃO 1.5.1 A COMPOSIÇÃO E DECOMPOSIÇÃO DE DUAS FORÇAS COPLANARES CONCORRENTES Após realizar o experimento, conclui-se que a melhor forma de se obter as forças resultantes (FR) e de equilíbrio (Fe) é a partir da expressão geral ( ), pois ao utilizar métodos experimentais, deve-se𝐹𝑟² = 𝐹1² + 𝐹2² + 2. 𝐹1. 𝐹2. 𝑐𝑜𝑠 α considerar o desgastes dos materiais utilizados, entre eles o dinamômetro, que influenciará diretamente nos resultados. Todavia, soma-se a conclusão de que a força resultante em um sistema formado por duas forças de mesmo módulo, com um ângulo de 120° entre si, sempre terá o mesmo módulo que as duas forças (FR = Fe = F1 = F2), sendo o único caso que pode-se afirmar intrinsecamente, logo, quando utiliza-se ângulos com valores de cosseno diferente ao de 120°, deve-se utilizar a expressão geral. 1.5.2 A DETERMINAÇÃO DO ALCANCE DE UM PROJÉTIL, NUM LANÇAMENTO HORIZONTAL A partir dos experimentos realizados podemos concluir que no lançamento de projéteis, há duas componentes, a vertical e a horizontal e o corpo descreve uma trajetória parabólica até atingir o solo. Na direção horizontal o movimento é uniforme, e na direção vertical é variado uniformemente. E também foi possível concluir que há uma relação entre a altura e o alcance do objeto, no caso a bolinha de aço, quanto maior a altura de lançamento, maior será o seu alcance. 13 1.6 REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert. Fundamentos da Física: Mecânica. 9. ed. Rio de Janeiro: Ltc, 2014. 339 p. (Volume 1). Tradução e Revisão Técnica: Ronaldo Sérgio de Biasi. 14
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