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RESUMO PS - Choque Anafilático e afogamento

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Primeiros Socorros – 2020.2 
Choque anafilático 
 A Anafilaxia é uma reação de 
hipersensibilidade potencialmente grave, mediada 
por imunoglobulinas E e G, após a exposição a um 
antígeno em pessoas previamente sensibilizadas. 
 As manifestações clinicas são 
multiassistências e inespecíficas, que são 
instaladas de maneira aguda, e envolve pele, 
mucosas, vias áreas, podendo evoluir para colapso 
cardiovascular e insuficiência respiratória; o 
diagnóstico causal não é feito de maneira simples. 
 
OBS.: não existe diferenças na manifestação clínica. 
FASE AGUDA: 
 A histamina é a principal responsável pela 
ativação da resposta anafilática, ela é capaz de 
aumentar a gravidade e fazer com que a reação, 
que afeta o sistema cardiopulmonar, persista. Isso 
ocorre, pois ela desencadeia uma vasodilatação e 
um aumento na permeabilidade dos vasos, levando 
o extravasamento de fluido. 
 O óxido nítrico, também contribui para a 
vasodilatação e o aumento da permeabilidade 
capilar junto com os derivados do ácido 
araquidônico, que corroboram para o 
broncoespasmo, hipotensão e eritema, e a triptase 
que ativa o sistema completo e a cascata de 
coagulação, levando ao desenvolvimento de 
angioedema, hipotensão e coagulação 
intravascular disseminada. 
 
OBS: na afilaxia o tempo para a execução da intervenção é o 
principal fator para evitar a existência de sequelas e diminuir o risco 
de vida do paciente. 
 A reação anafilática pode ser desenvolvida 
partindo de três tipos de alérgenos: 
• Desconhecido: quando o paciente não sabe 
o que pode ter desenvolvido a reação 
• Provável: quando o paciente sabe que foi 
exposto a alguma agente que pode causar 
alergia; 
• Conhecido: quando o paciente sabe o que 
desencadeou a alergia. 
Fatores mais comuns que podem causar anafilaxia: 
leite, ovos, trigo, amendoim, frutos secos, frutos do 
mar, soja, AINE’s e picadas de insetos. 
Manifestações clinicas: 
• Ocorrendo de 5 a 30 min de exposição ao 
antígeno; 
• Inicia-se com prurido, evoluindo em 
pouquíssimo tempo (segundos – uma hora); 
relação: início x gravidade (diretamente 
proporcional); 
• Congestão nasal e prurido nasal, estridor, 
edema de laringe e orofaringe, disfonia, 
rouquidão e tosse, dispneia, taquipneia, 
simbilância e sensação de aperto no peito; 
• Instalação de edema pulmonar devido ao 
aumento da permeabilidade capilar e à 
insuficiência cardíaca com piora de dispneia 
e cianose. 
ANAFILAXIA
• Imunologicamente mediada
• Reação antígeno-anticorpo
• Reação de 
hipersensibilidade imediata 
sistêmica
REAÇÃO ANAFILACTÓIDE
• Reação sistêmica imediada 
que mimetiza anafilaxia
• Sem formação de IgE -
Secundária à degranulação 
de basófilos e mastócitos, 
sem participação de 
imunoglobulinas
Histamina, bradicinica, 
leucotrienios, 
prostaglandinas e 
tromboxano
Manifestações primárias, 
recrutando e ativando 
novas células 
inflamatórias
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Primeiros Socorros – 2020.2 
 
Sequência de atendimento e acompanhamento: 
 
OBS.: quando o paciente se encontrar com insuficiência respiratória, 
estridor laríngeo, edema em face e pescoço → considerar uma crico 
ou traqueostomia (dependendo do ambiente); 
OBS.: importância da reposição volêmica; e avaliar necessidade de 
cristaloide ou coloide, caso o paciente não responda a reposição; 
OBS.: os 5 últimos passos - MOVED 
 Diante disso, deve-se aplicar a adrenalina, 
cujo os fatores ALFA 1 geram o aumento da 
resistência vascular periférica com diminuição de 
angioedema, BETA 1 causam o aumento do 
inotropismo e do cronotropismo e BETA 2, gerando 
broncodilatação, diminuindo os mediadores 
inflamatórios por mastócitos e basófilos. 
 A aplicação de adrenalina: 0,5mg IM (0,01 
mg/kg em criança) pura 
• Reversão do quadro: adicionar corticoide 
(hidrocortisona 200mg EV) e anti-histamínico 
(difenidramina 20-50mg EV) 
• Continuação do quadro: aplicação de 
adrenalina em bolos (3x) 0,05 – 0,1 mg EV; 
reposição de volume 1-2L em adultos; 
20ml/kg em crianças; 
• Condição refratária: adrenalina EV por 
infusão continua 1-10mcg/min. 
As medicações adjuvantes evitam que o processo 
progrida, elas são: 
 
 Os anti-histamínicos e os corticoides atuam 
na reação bifásica, que é uma reação anafilática 
que se desenvolve mesmo após o tratamento da 
primeira reação, com os mesmos sinais e sintomas, 
caso não administrado os fármacos adjuvantes. 
OBS.: a adrenalina é o principal medicamento, porém o uso de 
adjuvantes é amplamente aconselhado. 
OBS.: o tempo de acompanhamento do paciente para ter certeza 
que ele não irá desenvolver outra reação é de 6 a 12h. 
Reações de pele, mucosa e subcutânea (80-90%)
• Urticária, angioedema, rubor facial, prurido prioritário em 
linguas e labios e rash morbiforme;
Reações no sistema respiratório (70%)
• Congestão e prurido nasal, estridor, edema de laringe e 
orofaringe, disfonia, rouquidão, tosse dispiniea ou taquipineia, 
simbilância
Reações no sistema cardiovascular (45%)
• ocorre como uma consequência do comprometimento do 
sistema respiratório;
• dor torácica; taquicardia; bradicardia; hipotensão; disritmia; 
parada cardíaca
Reações no sistema gastrointesinal (45%)
• Dor abdominal; náusea; vômito
Reações no SNC (15%)
• Sensação de morte iminente; alteração no nível da 
consciência; tontura; confusão mental; cefaléia 
Reconhecer o 
quadro
Remover o fator 
precipitante se 
possivel
Monitorar
Oxigenio Acesso venoso Epinefrina
Dextro
Anti-histamínicos
• Sinais e sintomas cutâneos urticária, prurido;
• Não atuam em manifestações em vias aéreas, gastrointestinais 
e na evolução do choque;
• Não inibem a liberação de mediadores, sendo provável que a 
melhora endógena se dê devido à liberação endógena de 
epinefrina, catecolaminas, angiotensina II e endotelina;
• Difenidramina: bloqueador de H1 25-50mg 4/4h VP 
(preferência);
• anti-histamínico H2 em conjunto com H1, determina o bloqueio 
de H1 mais eficaz, com resuloção mais rápida da urticária. Não 
há diferença em relação ao controle da pressão arterial e 
outras sintomatologias;
• Ranitidina 50mg IV até 8/8h
Corticoide
• evitam reações tardias; 
• Provavelmente não atuam na fase agua, o efeito é observado 
após horas;
• metilpredinizona 125mg, 6/6h IV ou hidrocortisona 200mg;
Broncodilatores
• podem ser administrados broncodiladores beta2 agonistas 
como albuterol, NB
• devem ser usados se o paciente tiver sintomatologia 
respiratória, broncoespasmos, obstrução baixa
Glucagon
• paciente refratários à epinefrina com hipotensão e bradicardia 
refratárias, como em pacientes em uso de beta-bloqueadores;
• agente inotrópico e cronotrópico e exercer efeitos vasculares 
independentes dos receptores beta-adrenérgicos;
• induz aumento de catecolaminas endógenas;
• efeitos colaterais: náuseas, vômitos e hiperglicemia;
• 1-2mg (20-30 mg/kg) IV em 5min; infusão continua de 5 a 15 
mg/min;
Vasopressores
• Pacientes não responsivos a volume, usar dopamina e 
norepinefrina;
• o suporte intesivo e monitoração devem acontecer de acordo 
com a necessidade do paciente
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Primeiros Socorros – 2020.2 
OBS.: na hora de dar alta, recomentar/prescrever o uso de anti-
histamínico e corticoide; uso da caneta auto injetável de adrenalina; 
orientações e encaminhamentos para tratamento. 
Afogamento 
 Asfixia por imersão ou submersão em 
qualquer meio líquido, provocado pela entrada de 
água em vias aéreas, dificultando parcialmente ou 
por completo a ventilação ou a troca de oxigênio 
com ar atmosférico. 
• Primário: não apresenta nenhum fator 
desencadeante do acidente; 
• Secundário: patologiaassociada precipita o 
afogamento (uso de drogas, crise 
convulsiva, trauma, doenças 
cardiopulmonares, lipotimia, câimbra); 
Geralmente, 200ml são suficientes para 
promover o afogamento; a aspiração de qualquer 
tipo de água promove alveolite, edema pulmonar 
não cardiogênico e aumento do shunt (quantidade 
de O2 inadequada) intrapulmonar, que levam à 
hipoxemia. 
Hipóxia e acidose metabólica 
 A hipóxia é quando há dificuldade e troca 
gasosa, o que leva a acidose metabólica, gerando 
a diminuição do débito cardíaco, hipotensão 
arterial, aumento da pressão arterial pulmonar e 
aumento da resistência vascular pulmonar. 
 
OBS.: o risco a vida do socorrista deve ser ponderado, antes de 
iniciar o resgate. 
Graus de afogamento 
GRAU SINAIS E 
SINTOMAS 
CONDUTA 
Resgate 
Sem tosse, espuma 
na boca e/ou nariz, 
dificuldade na 
Avaliar e liberar o paciente no 
local do afogamento; 
respiração ou parada 
respiratória/PRC 
1 
Tosse sem espuma 
na boca ou nariz 
1. Repouso, aquecimento e 
medidas que visem o conforto 
e tranquilidade do banhista; 
2. Não há necessidade de 
oxigênio ou hospitalização 
2 
Pouca espuma na 
boca e/ou nariz e 
ausculta com 
crepitações 
1. Oxigênio nasal a 5l/min; 
2. Aquecimento corporal, 
repouso, tranquilização; 
3. Observação hospitalar por 
24h 
3 
Muita espuma na 
boca e/ou nariz com 
pulso radial palpável; 
edema agudo de 
pulmão e 
estabilidade 
hemodinâmica 
1. Oxigênio por máscara 
facial a 15 litros/min no local 
do acidente. 
2. Posição Lateral de 
Segurança sob o lado direito. 
3 - Internação hospitalar para 
tratamento em UTI. 
4 
Muita espuma na 
boca e/ou nariz sem 
pulso radial palpável; 
edema agudo de 
pulmão e 
instabilidade 
hemodinâmica – 
evolução para 
choque (taquicardia 
e hipotensão) 
1. Oxigênio por máscara a 15 
litros/min no local do acidente 
2. Observe a respiração com 
atenção - pode haver parada 
da respiração. 
3. Posição Lateral de 
Segurança sobre o lado 
direito. 
4 - Ambulância urgente para 
melhor ventilação e infusão 
venosa de líquidos e 
administração de drogas. 
5. Internação em UTI com 
urgência. 
5 
Parada respiratória, 
com pulso carotídeo 
ou sinais de 
circulação presente; 
edema agudo de 
pulmão, instabilidade 
hemodinâmica – 
choque (taquicardia 
e hipotensão) 
1. Ventilação boca-a-Boca. 
Não faça compressão 
cardíaca. 
2. Após retornar à respiração 
espontânea - trate como grau 
4 
6 
Parada Cárdio-
Respiratória (PCR) 
1. Reanimação Cárdio-
Pulmonar (RCP) (2 boca-a-
boca + 30 compressões 
cardíaca com 1 socorrista ou 
2x15 com 2 socorristas) 2. 
Após sucesso da RCP - trate 
como grau 4 
Já 
cadáver 
PCR com tempo de 
submersão > 1 h, ou 
Rigidez cadavérica, 
ou decomposição 
corporal e/ou livores. 
Não inicie RCP, acione o 
Instituto Médico Legal. 
Referências: 
Andrade. E.D. Emergencias médicas em 
odontologia. 3ª ed., São Paulo, Artes Médicas, 
2011. 
Malamed, S.F. Manual de anestesia local. 5ª ed., 
Rio de Janeiro, Elsevier, 2005.

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