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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS GUSTAVO QUINTINO ISABELLE MARIA XAVIER RODRIGUES LETÍCIA MIO FERREIRA LUANA ROBERTA MARTINS MILAN RAFAELA CALIARI INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS E DO SISTEMA NERVOSO ALFENAS/MG 2021 GUSTAVO QUINTINO ISABELLE MARIA XAVIER RODRIGUES LETÍCIA MIO FERREIRA LUANA ROBERTA MARTINS MILAN RAFAELA CALIARI INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS E DO SISTEMA NERVOSO Trabalho apresentado ao Curso de Farmácia da UNIFAL - Universidade Federal de Alfenas, para a disciplina de Microbiologia Geral. Professora: Amanda Latércia Tranches Dias ALFENAS/MG 2021 SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 4 2 – DESENVOLVIMENTO DO TEMA ............................................................................. 6 2.1 – INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES. 6 2.2 – INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES. 10 2.3 – INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO… .............................. 16 2.4 - VACINAÇÃO E A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO… ................................ 19 2.5 - APRESENTAÇÃO DE UM ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE O TEMA… ............. 21 3 – CONCLUSÃO ................................................................................................................ 24 4 – REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 25 4 1. INTRODUÇÃO Sabe- se que as bactérias permeiam por toda parte, água, solo, ar e até mesmo nos corpos dos homens e dos animais, muitas delas são inofensivas, e algumas são necessárias para o desempenho regular de outros organismos, no entanto, diversas bactérias podem causar variadas doenças. Sendo assim, as infecções bacterianas ocorrem quando as formas infecciosas de bactérias entram e se multiplicam no interior do organismo, além do mais, as infecções podem possuir prognóstico de leve a grave, e isso depende de variados fatores. De modo geral, as bactérias são causadoras de doenças em diversos sistemas do corpo humano, entretanto, segundo a Organização Pan- Americana de Saúde (2018), as Infecções das vias respiratórias inferiores estão em 4º lugar das 10 principais causas mortes no mundo todo, nesse contexto é importante destacar a pneumonia como umas das principais infecções, além disso em 10º lugar está a tuberculose, que é uma doença infecciosa geralmente causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, que afeta normalmente os pulmões. Nesse cenário, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) (2015), definem-se como doenças respiratórias, as doenças ou infecções que ocorrem no trato respiratório, tanto superior como inferior, nas quais há a obstrução da passagem do ar, tanto a nível nasal quanto a nível bronquiolar e pulmonar. No entanto, o trato respiratório superior representa às estruturas que constituem o sistema respiratório fora do tórax ou acima do ângulo esternal, e de acordo com Simon (2009) às infecções do trato respiratório superior são as enfermidades que mais comumente afetam os seres humanos, estas apresentam-se como processos benignos comuns, a processos potencialmente letais incomuns. Por outro lado, o trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade torácica, ou seja, parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões, as infecções nas vias aéreas inferiores demandam mais atenção, uma vez que, se apresentam com maior risco de letalidade, comparadas as do trato superior, dentre as principais doenças estão a pneumonia, a bronquite aguda, e doença pulmonar obstrutiva crônica. 5 O fato é que as infecções bacterianas, estão presentes também no sistema nervoso, e com isso as bactérias podem oferecer alto risco para este sistema, isso porque é uma parte do corpo sensível e de grande importância para a homeostase do organismo, dentre as doenças neurológicas causadas por bactérias estão a meningite, tétano e hanseníase. Ademais, a meningite é a inflamação das meninges, causada principalmente por microrganismos patogênicos, podem ser vírus, bactérias e fungos. No Brasil, a Neisseria meningitidis é a principal bactéria causadora de meningite, seguida por Streptococcus pneumoniae. Considera-se que a imunização por meio das vacinas erradicou e ou diminuiu as doenças causadas por infecções bacterianas no mundo todo, no Brasil através do Programa Nacional de Imunizações (PNI), e atualmente com a participação do SUS (Sistema Único de Saúde), erradicou-se e ou diminuiu-se algumas doenças bacterianas como: o tétano, difteria, tuberculose, entre outras que estão encaixadas na prevenção mediante a administração de vacinas, como por exemplo, a Pneumocócica 23-valente que age doenças graves causadas pela bactéria pneumococo, como pneumonias, meningites. O tratamento com antibióticos, se faz também muito eficiente, em muitos casos de infecções bacterianas, sendo assim o antibiótico precisa ser uma substância nociva às bactérias, mas relativamente segura para as nossas células. Nessa circunstância, as doenças bacterianas, tuberculose, pneumonia, amigdalite, meningite, sinusite, hanseníase, são exemplos de doenças que podem ser tratadas com antibióticos. 6 2. DESENVOLVIMENTO DO TEMA 2.1 INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS SUPERIORES O sistema respiratório, é por vezes, vulnerável a infecções das vias aéreas sejam elas superiores ou inferiores. O trato respiratório superior é formado por órgãos localizados fora da caixa torácica, nariz externo, cavidade nasal, faringe, laringe e parte superior da traqueia, as infecções bacterianas (IVAS- Infecção das vias aéreas superiores) que acometem essas regiões, apresentam na maioria das vezes sintomas leves, e apenas alguns desconfortos temporários e suportáveis. O trato respiratório superior é composto por 2 tipos distintos de superfície epitelial. Um epitélio escamoso estratificado que reveste a orofaringe e a nasofaringe, e estas regiões normalmente abrigam uma flora microbiana variada e abundante, alguns patógenos podem colonizar estas superfícies epiteliais durante algum tempo, sem produzir uma infecção verdadeira (Simon, 2009). Existem mecanismos de defesa do hospedeiro a fim de proteger as vias aéreas superiores contra as infecções, os microrganismos presentes na nasofaringe e cavidade oral quando tentam migrar para áreas mais vulneráveis, o organismo do hospedeiro reage com tosse, ânsia, espirro, secreção de muco viscoso, e ação ciliar, que impulsiona para fora as partículas capturadas. Além desta defesa, os organismos que conseguiram passar por estas, são combatidos por tecido linfóide, anticorpos. As complicações de infecções do trato respiratório superior podem surgir a partir da proximidade das estruturas das vias aéreas superiores em relação ao sistema nervoso central e a existência de canais vasculares abundantes, além do que, os planos faciais da cabeça e do pescoço favorecem a projeção da infecção. Todavia complicações nesse tipo de infecção não são comuns. Sendo assim, dentre as doenças causadas por infecções bacterianas nas vias aéreas superiores estão: 7 Sinusite De acordo com a Revista Brasileira de Otorrinolaringologia (2008) a rinossinusite ou sinusite é caracterizada pela inflamação da mucosa do nariz e seios paranasais, constituindo-se em uma das afecções mais prevalentes das vias aéreas superiores, com um custo financeiro elevado para a sociedade. Por sua alta prevalência, a rinossinusite é reconhecida e tratada por um número grande de profissionais médicos, além dos otorrinolaringologistas,desde generalistas que trabalham na atenção primária, bem como pediatras, pneumologistas e alergologistas. O termo rinossinusite tem sido utilizado desde 1999, no momento em que foi publicado I Consenso Brasileiro Sobre rinossinusites, devido às inflamações acontecerem geralmente nos seios e na mucosa nasal concomitantemente. Basicamente, a rinossinusite é consequência de processos infecciosos virais, bacterianos, fúngicos e pode estar associada à alergia, polipose nasossinusal e disfunção vasomotora da mucosa. Entretanto, quando se usa o termo RS, para se referir a rinossinusite, de forma isolada, costuma-se referir aos quadros infecciosos bacterianos. As demais doenças acompanham o termo principal. A partir daí se utiliza a nomenclatura RS viral, RS fúngica, RS alérgica. Todavia, a rinossinusite caracteriza -se pela congestão nasal, secreção nasal purulenta, respiração fétida, dor facial que tipicamente aumenta quando o paciente se inclina para a frente e, muitas vezes, febre e outros sintomas sistêmicos. Na maioria dos pacientes, a sinusite aguda responde bem à terapia médica. No entanto, alguns indivíduos podem desenvolver sinusite crônica. Esta é uma condição caracterizada por secreção purulenta, em geral sem febre, que persiste durante semanas ou meses. A bacteriologia da sinusite ainda não foi totalmente definida, devido à dificuldade de obtenção de culturas válidas, as culturas nasais são de fraca relação com líquido sinusal real. Todavia, as punções sinusais mostram que os patógenos mais relacionados a sinusite são Haemophilus influenzae, pneumococos, http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_serial&pid=0034-7299&lng=en&nrm=iso 8 estreptococos e Moraxella catarrhalis. Staphylococcus aureus. Além disso, sabe-se que a rinossinusite crônica é normalmente uma infecção polimicrobiana. Os organismos anaeróbios foram isolados em até 51% dos pacientes com sinusite crônica, sendo que os estreptococos anaeróbios e as espécies de Prevotella predominam. Os anaeróbios também são importantes na sinusite crônica, pois predominam nos abscessos cerebrais associados às infecções sinusais. S. aureus foi recuperado a partir de culturas obtidas de até 33% dos pacientes com sinusite crônica. Os bacilos gram-negativos entéricos também podem estar presentes. (Simon 2009) Faringite A Faringite é uma infecção respiratória que se caracteriza pela inflamação da parte posterior da garganta, chamada de faringe. Dentre os sintomas estão a inflamação da garganta, tosse, corrimento nasal, febre e rouquidão. Os estreptococos A representam a causa mais importante da faringite, ainda que em termos de frequência sejam responsáveis por apenas 5% dos casos de faringite e até 38% dos casos de tonsilite. Outras causas bacterianas de faringite são incomuns, os gonococos transmitidos por sexo oral podem produzir dor de garganta, eritema, exsudatos e linfadenopatia, além disso os meningococos às vezes causam faringite sintomática, porém são mais comumente encontrados em culturas de material da garganta de indivíduos assintomáticos. No entanto, a faringite causada por H. influenzae pode ser extremamente dolorosa, mas é rara em adultos. Em indivíduos não imunizados, Corynebacterium diphteriae pode causar faringite membranosa dolorosa, frequentemente caracterizada por disfagia e edema proeminente no pescoço. A espécie Arcanobacterium haemolyticum pode causar faringite e erupção escarlatiniforme, em particular em adolescentes e adultos jovens. A administração de penicilina ou eritromicina produz alívio rápido dos sintomas. Yersinia enterocolitica é uma causa comum de faringite. A faringite é uma condição que pode estar presente na ausência de enterite, particularmente nos adultos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Infec%C3%A7%C3%A3o_respirat%C3%B3ria https://pt.wikipedia.org/wiki/Inflama%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Garganta https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringe 9 Resumidamente, na maioria das vezes são causados por uma infeção viral, cerca de 25% dos casos em crianças e 10% em adultos são causados pela bactéria Streptococcus pyogenes, que se dá o nome de faringite estreptocócica. Tonsilite A tonsilite também chamada de amigdalite é a inflamação das tonsilas, dentre os sintomas estão inflamação da garganta, aumento das tonsilas, dificuldade em engolir, febre e surgimento de linfonodos à volta do pescoço. Tanto a faringite quanto a tonsilite se enquadram nas faringoamigdalites bacterianas, que correspondem a 20 a 40% dos casos. O Streptococcus pyogenes (estreptococo beta-hemolítico do grupo A) é responsável por cerca de 20 a 30% das faringotonsilites agudas em crianças em idade escolar e adolescentes. Mycoplasma pneumoniae pode também ser causa de faringite na população entre 9 e 19 anos. Outras bactérias como Staphylococcus aureus, Haemophilus sp, Moraxella catarrhalis, são, por vezes, responsáveis por recaídas de infecções estreptocócicas e atuariam produzindo beta-lactamase, enzimas inativadoras de penicilinas, o que pode dificultar a erradicação dos estreptococos piogênicos durante a terapêutica com betalactâmicos. Estes agentes são atualmente excluídos como patógenos primários de infecções faríngeas, mas especula-se sobre a possibilidade de estarem associados a infecções persistentes ou recorrentes das tonsilas (ALMEIDA, CAMPOS E GASSEL 2000) Otite média aguda Esta pode ocorrer em qualquer idade, resulta da otite média aguda negligenciada ou recorrente. Dor e febre geralmente estão ausentes, mas podem ocorrer durante as exacerbações esporádicas. Nos sintomas podem ocorrer a diminuição da audição e a otorréia fétida são os principais sintomas. O risco de otite média aguda pode ser reduzido pelas vacinações rotineiras da infância contra pneumococos (com vacina pneumocócica conjugada), Haemophilus influenzae tipo B (HiB) e gripe (influenza). https://pt.wikipedia.org/wiki/Virose https://pt.wikipedia.org/wiki/Streptococcus_pyogenes https://pt.wikipedia.org/wiki/Faringite_estreptoc%C3%B3cica https://pt.wikipedia.org/wiki/Inflama%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Febre https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/vacina%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7as/cronograma-de-vacina%C3%A7%C3%A3o-na-inf%C3%A2ncia https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/vacina%C3%A7%C3%A3o-de-crian%C3%A7as/cronograma-de-vacina%C3%A7%C3%A3o-na-inf%C3%A2ncia 10 Otite externa Inflamação difusa da pele do canal auditivo acompanhado de dor, coceira, secreção, descamação, vermelhidão ou inchaço, possivelmente combinados com perda auditiva. É na maioria das vezes, um distúrbio inflamatório benigno comum, que costuma ser precipitado pela umidade excessiva ou traumatismo junto ao canal auditivo externo. Raramente causada por bactérias. De modo geral, das principais bactérias causadoras de infecção no trato superior estão: Moraxella catarrhalis M.catarrhalis é uma causa frequente de otite média em crianças; sinusite aguda e crônica em todas as faixas etárias; Infecção do trato respiratório inferior em adultos com doença pulmonar crônica. Entretanto é a 2ª causa bacteriana mais comum de exacerbações de doenças pulmonares crônicas depois de Haemophilus influenzae. A prevalência da colonização por M.catarrhalis depende da idade. Cerca de 1 a 5% dos adultos sadios possuem colonização do trato respiratório superior. A colonização nasofaríngea por M.catarrhalis é comum na infância, pode ser maior nos meses de inverno e é um fator de risco de a otite média aguda; a colonização prévia é um fator de risco de otite média recorrente. A Moraxella catarrhalis são cocos Gram-negativos assemelham-se à Neisseria sp., mas podem ser prontamente diferenciados por meio de testes bioquímicos de rotina após isolamento em cultura de líquidos ou tecidos infectados. Outras bactérias principaisque também foram vistas foram, H. influenzae e Streptococcus pyogenes. 2.2 - INFECÇÕES BACTERIANAS DAS VIAS RESPIRATÓRIAS INFERIORES Sabe-se que o trato respiratório inferior, juntamente com o trato respiratório superior, é essencial para as trocas gasosas e para nossa respiração, gerando assim um bom desempenho do organismo. O trato respiratório inferior consiste em órgãos localizados na cavidade torácica, ou seja, parte inferior da traqueia, brônquios, bronquíolos, alvéolos e pulmões. As camadas das pleuras e os músculos que formam a cavidade torácica também fazem parte do trato respiratório inferior. https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido%2C-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-da-orelha-m%C3%A9dia-e-da-membrana-timp%C3%A2nica/otite-m%C3%A9dia-aguda https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/dist%C3%BArbios-do-ouvido%2C-nariz-e-garganta/dist%C3%BArbios-de-nariz-e-seios-paranasais/sinusite 11 As infecções das vias respiratórias inferiores são responsáveis por um grande número de consultas médicas em ambiente hospitalar e extra-hospitalar. Estas podem ser divididas em pneumonia, bronquite aguda (ou traqueobronquite aguda), exacerbação aguda de bronquite crônica (doença pulmonar obstrutiva crônica) e tuberculose. (FERNANDES, E., TEIXEIRA, C, 2012). Pneumonia A pneumonia é uma doença inflamatória das vias aéreas que atinge o parênquima pulmonar, envolvendo os bronquíolos, os brônquios e, ocasionalmente, a pleura. Uma grande proporção dos casos de pneumonia apresenta etiologia bacteriana. A principal bactéria implicada na etiologia da pneumonia adquirida na comunidade é o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), cerca de (22%), bactérias gram-negativas [Haemophylus influenzae (4%) e Moraxella catharralis] e atípicas [Mycoplasma pneumoniae (18%), Chlamydophila (ou Chlamydia) pneumoniae (16%), Legionella sp]. Também devem ser citadas outras gram- positivas (Staphylococcus aureus), gram-negativas (enterobactérias, Pseudomonas aeruginosa) e bactérias anaeróbias. Os vírus (10%) também participam como agentes etiológicos da pneumonia, com destaque para o vírus da influenza, adenovírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza e coronavírus (FERNANDES, E., TEIXEIRA, C, 2012). Quanto ao diagnóstico da pneumonia, baseia-se principalmente na presença de sinais e sintomas sugestivos. Os achados clínicos mais frequentes são: tosse seca ou produtiva (82%), febre (78%), dispneia (40-90%), taquicardia (65%) e estertores (80%) (FERNANDES, E., TEIXEIRA, C, 2012). Existem algumas dificuldades para se detectarem os agentes etiológicos das infecções do trato respiratório inferior em crianças (especialmente crianças menores) devido à inconsistência de amostras adequadas dos materiais respiratórios para cultura do patógeno e para reação em cadeia da polimerase (PCR) e à necessidade de amostras sanguíneas pareadas para os testes sorológicos. Além disso, as taxas mais altas de carga nasofaríngea de patógenos bacterianos, incluindo o S. pneumoniae em crianças saudáveis (10 a 50%), tornam o diagnóstico mais difícil (LEE KY & et al, 2010). Ressalta-se que, em indivíduos idosos, a presença de sintomas é menos prevalente e sinais de confusão mental podem ser os únicos dados presentes (FERNANDES, E., TEIXEIRA, C, 2012). 12 Para os pacientes com pneumonia, a identificação precoce do agente etiológico é importante para o tratamento, inclusive para a seleção dos antibióticos adequados. Os antibióticos contra patógenos bacterianos e drogas antivirais, se possível, contra patógenos virais, podem ajudar a induzir uma recuperação precoce da pneumonia ao reduzirem o número de patógenos e a resposta imunitária do hospedeiro aos agentes etiológicos (LEE KY & et al, 2010). Contudo, como o diagnóstico precoce de patógenos etiológicos têm sido pouco satisfatório e algumas pneumonias podem evoluir para um desfecho fatal, os médicos têm usado antibióticos empíricos para os pacientes com pneumonia, especialmente aqueles com disfunção respiratória grave e/ou infiltração segmentar/lobular (LEE KY & et al, 2010). O aumento da resistência aos antimicrobianos entre os microrganismos mais freqüentemente envolvidos em infecções comunitárias do trato respiratório, aqui se destacando o Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis, é um grande problema em nível mundial e parece estar aumentando significativamente na América Latina, inclusive no Brasil (MENDES & et al, 2003). Sendo assim, as infecções nas vias respiratórias inferiores exigem um acompanhamento médico mais próximo e um tratamento mais longo e complexo, pois o agravamento do estado do paciente pode acontecer em questão de horas. Com a imunidade debilitada a probabilidade de evolução da infecção pulmonar para um quadro de sepse é muito grande. Dentre as infecções que podem causar a sepse, a pulmonar é uma das principais. Embora este problema de aumento de resistência entre os principais patógenos responsáveis por infecções do trato respiratório não seja recente, pode- se ter, num futuro bem próximo, um impacto clínico bastante preocupante, com cada vez mais respostas terapêuticas inadequadas. Observa-se, ainda, que alguns microrganismos apresentam maior facilidade e capacidade de desenvolver diversos mecanismos de resistência, como, por exemplo, o S. pneumoniae. Cepas de S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis resistentes à penicilina estão sendo isoladas com frequência cada vez maior em muitos países. Resistência aos macrolídeos está também presente em S. pneumoniae e S. pyogenes e alguns estudos têm mostrado que, em algumas regiões, a taxa de pneumococos 13 resistentes aos macrolídeos excede as taxas de resistência à penicilina. (MENDES & et al, 2003). Este fato se deve a diversos fatores, entre eles a não solicitação por parte do clínico de exames laboratoriais, ou mesmo à impossibilidade de realização em inúmeras regiões, especialmente aqui no Brasil, de exames microbiológicos para o diagnóstico etiológico da infecção. Um aspecto de fundamental importância para a maior probabilidade de sucesso dos tratamentos empíricos é o conhecimento por parte dos médicos da prevalência, em determinada região geográfica, dos microrganismos responsáveis por ITR e seus padrões de resistência aos antimicrobianos, além das novas opções terapêuticas. Daí a necessidade e importância de estudos de vigilância de resistência a antimicrobianos que tenham amostragem representativa de diversas regiões geográficas do mesmo país. É fundamental que as informações geradas nestes estudos sejam confiáveis, representativas de diversas regiões e atualizadas. A escolha correta e mais apropriada dos antimicrobianos é, sem dúvida, um grande desafio. A seleção da droga mais conveniente torna-se complexa tanto pela dificuldade de se estabelecer a correta etiologia da infecção, como pelo fato de a resistência destes microrganismos aos diversos antimicrobianos ser cada vez mais frequente (MENDES & et al, 2003). Bronquite aguda Bronquite aguda é a inflamação dos brônquios, já sendo considerada uma infecção respiratória baixa, pois já atinge os pulmões. A bronquite aguda é caracterizada por tosse secundária à inflamação autolimitada das vias aéreas de grosso calibre, na ausência de pneumonia. Afeta 5% dos adultos anualmente, principalmente nos meses de outono e inverno. A bronquite pode ocorrer pela presença viral ou bacteriana. Os agentes virais (influenza A e B, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, coronavírus, adenovírus e rinovírus) são as principais etiologias da bronquite aguda, porém são isolados em somente 37% dos casos. As bactérias, principalmente os “germes atípicos” (Bordetella pertussis, Chlamydophila pneumoniae e Mycoplasma pneumoniae), são as responsáveis pela minoria dos casos (FERNANDES, E., TEIXEIRA, C, 2012).Os sintomas iniciais da bronquite aguda assemelham-se aos das infecções das vias aéreas superiores. A persistência de tosse por mais de 5 dias sugere 14 fortemente o diagnóstico da bronquite aguda. O escarro é purulento em 50% dos casos. A tosse, característica da doença, pode persistir por 4 ou mais semanas (geralmente 10 a 20 dias). O diagnóstico da bronquite aguda é basicamente clínico. Deve ser diferenciada da bronquiolite, asma brônquica, bronquiectasias, bronquite crônica e coqueluche. Na beira do leito, a presença de tosse sem anormalidades dos sinais vitais (taquicardia, taquipneia e febre), sugere bronquite aguda e não pneumonia, exceto em pacientes idosos. O tratamento, se o paciente não se enquadra nos fatores de risco (idosos, bebês e imunocomprometidos), é apenas sintomático. Mas infelizmente, nesses casos é comum o uso excessivo e desnecessário de antibióticos. Bronquite aguda em pacientes do contrário saudáveis é a principal causa do uso excessivo de antibióticos. Quase todos os pacientes necessitam apenas de tratamento sintomático, como paracetamol e hidratação. As evidências que apoiam a eficácia do uso rotineiro de outros tratamentos sintomáticos, como antitússicos, mucolíticos e broncodilatadores, são fracas (SETHI, S., 2018). Embora ocorram benefícios sintomáticos modestos com o uso de antibióticos na bronquite aguda, a natureza autolimitada da mesma, o risco dos efeitos adversos e resistência a antibióticos contraindicam o uso amplo dos mesmos. Geralmente, não se utilizam antibióticos orais, exceto em pacientes com coqueluche ou durante surtos conhecidos de infecção bacteriana. Administra-se um macrolídeo como a azitromicina ou claritromicina (SETHI, S., 2018). Exacerbação aguda de bronquite crônica A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é caracterizada por uma obstrução fixa da via aérea causada por enfisema, bronquite crônica, ou ambos; é um problema clínico comum e crescente. A Global Initiative of Obstructive Lung Disease (Gold) define exacerbação aguda de DPOC como “um evento agudo caracterizado por um agravamento dos sintomas respiratórios do paciente que está além das variações normais do dia a dia e que leva a uma mudança na medicação” (WISE, R., 2018). A DPOC é, atualmente, a quarta maior causa de morte no mundo, com a probabilidade de ser a terceira causa de morte no mundo até 2020. Ocorrem cerca de milhões de mortes anuais por DPOC, sendo a doença responsável por 6% das mortes no mundo inteiro. 15 A infecção respiratória (pacientes com DPOC são propensos a ela) pode amplificar a progressão da destruição do pulmão. As bactérias, especialmente Haemophilus influenzae, colonizam as vias respiratórias inferiores em cerca de 30% dos pacientes com DPOC. Em pacientes com comprometimento mais grave (p. ex., naqueles com hospitalizações prévias), a colonização por Pseudomonas aeruginosa e outras bactérias gram-negativas é comum. O tabagismo e a obstrução das vias respiratórias acarretam o comprometimento da depuração do muco das vias respiratórias, o que predispõe à infecção. Os surtos repetidos de infecção conduzem ao aumento da magnitude do processo inflamatório, que acelera a progressão da doença. Entretanto, não existem evidências de que o uso a longo prazo de antibióticos diminua a progressão da DPOC (WISE, R., 2018). Em geral, os sintomas progridem rapidamente em pacientes que continuam a fumar e têm exposição mais elevada ao tabaco durante a vida toda. A cefaleia matinal desenvolve-se na doença mais avançada e sinaliza hipercapnia ou hipoxemia noturnas. Os sinais de DPOC incluem sibilos, uma fase expiratória prolongada da respiração; hiperinsuflação pulmonar que se manifesta pela atenuação dos sons cardíacos e pulmonares; e aumento do diâmetro anteroposterior do tórax (tórax em barril). Pacientes com enfisema avançado perdem peso e desenvolvem perda muscular decorrente da imobilidade; hipóxia; ou da liberação de mediadores inflamatórios sistêmicos (WISE, R., 2018). O tratamento padrão para exacerbações da DPOC aguda inclui o tratamento com broncodilatadores, antibióticos e corticosteróides. Estudos clínicos demonstraram que a adição de corticosteroides orais ou intravenosos a antibióticos diminui significativamente as taxas de insucesso do tratamento em pacientes hospitalizados com exacerbações de DPOC e previne recidivas em pacientes ambulatoriais com uma exacerbação. A vacinação para influenza reduz a frequência e a gravidade dos sintomas da gripe. Uma meta-análise de 11 estudos, incluindo seis realizados exclusivamente em pacientes com DPOC, constatou que, em pacientes com DPOC, a vacina contra a gripe reduziu significativamente o número total de exacerbações por paciente em comparação com aqueles que receberam placebo (BRANDÃO NETO, R. A., 2017). Tuberculose 16 A tuberculose é uma das principais doenças infectocontagiosas do planeta e importante questão de saúde pública mundial. O agente etiológico é o Mycobacterium tuberculosis, um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR) identificado em 1882 por Robert Kock. O bacilo pertence ao complexo tuberculosis (M. bovis, M. microti, M. africanum, M. canetti) da família Mycobacteriaceae. A bactéria é um aeróbio estrito, com multiplicação lenta e cápsula com alto teor lipídico (SANTOS, 2013). A tuberculose é uma doença de transmissão respiratória, por meio da inalação de partículas infectantes na forma aerossolizada no meio ambiente, principalmente em contatos íntimos prolongados (moradia e trabalho). Portanto, as formas pulmonares bacilíferas (presença do BAAR no escarro) e laríngeas são as principais formas envolvidas na transmissão interpessoal da tuberculose. O contágio por outras formas não é usual. Pode-se dividir as formas clínicas da tuberculose em pulmonares e extrapulmonares, com maior importância das formas pulmonares bacilíferas pelo risco epidemiológico (SANTOS, 2013). A doença tem como principais sintomas emagrecimento acentuado, tosse com ou sem secreção por mais de três semanas, febre baixa geralmente à tarde, sudorese noturna, cansaço excessivo, falta de apetite, palidez e rouquidão. Para sua prevenção, é aplicada a vacina BCG em crianças, a qual previne somente a forma grave da doença. O contágio também pode ser evitado com tratamento e orientação dos infectados além de melhorias nas condições de vida da população, já que a enfermidade está associada à pobreza e à má distribuição de renda (ROLLA, 2013) O tratamento, que pode durar seis meses ou um ano, é feito à base de antibióticos. Uma das dificuldades no combate à tuberculose é a falta de adesão ao tratamento - por ser longo e apresentar resultados rápidos, alguns pacientes o abandonam – o que acaba por provocar o desenvolvimento de uma forma da doença resistente aos medicamentos, conhecida como tuberculose multirresistente. Este tipo de tuberculose tem crescido mundialmente (ROLLA, 2013). 2.3 INFECÇÕES BACTERIANAS DO SISTEMA NERVOSO 17 As infecções do cérebro geralmente envolvem outras partes do sistema nervoso central, incluindo a medula espinhal. O cérebro e a medula espinhal geralmente têm resistência às infecções; porém, quando se infectam, as consequências costumam ser muito graves, fazendo com que as doenças relacionadas ao sistema nervoso sejam as mais preocupantes, já que ele controla todo o nosso corpo. Esse sistema é muito protegido, já que é envolvido por membranas conhecidas como meninges, além disso ele tem a proteção da barreira máter encefálica. Mesmo assim, bactérias ocasionalmente sobrepujam ou contornam estas barreiras e produzem infecções no SNC, essas infecções entram no sistema nervoso através do nosso sangue já que ele percorrer o corpo humano inteiro, também pelo contato direto por meio de um trauma ocorrido em um acidente por exemplo, o qual se sofre uma pancada e nesse trauma acabaexpondo uma parte do sistema nervoso havendo possível chances desse local ter elementos infecciosos como as bactérias. As bactérias geralmente apresentam como manifestação meningites e abscesso. A principais infecções bacterianas então resultantes são: meningite, abscesso cerebral, abscesso epidural, empiema subdural e tromboflebite séptica de veias cerebrais, tétano. Às vezes, uma infecção no cérebro, uma vacina, câncer ou outro distúrbio desencadeia uma reação imune enganosa, fazendo o sistema imunológico atacar células normais no cérebro (uma reação autoimune). Em consequência, o cérebro fica inflamado. Esta doença é chamada encefalite pós-infecciosa Meningite É a doença mais comum do sistema nervoso envolvendo bactérias. Tecnicamente, quando o cérebro e as meninges estão infectados, a doença se chama meningoencefalite. Entretanto, a infecção que afeta principalmente as meninges geralmente é chamada de meningite, e a que afeta principalmente o cérebro, encefalite. Quando se fala de meningite doença infecciosa aguda, ela vai ocorrer através de agentes bacterianos, no sentido em que três bactérias são a causadora dessa doença, é uma inflamação que se desenvolve rapidamente nas camadas do tecido que cobrem o cérebro e a medula espinhal e o espaço preenchido por líquido entre as meninges, A meningite bacteriana pode ocorrer em 18 indivíduos aparentemente sadios, mas em geral afeta aqueles com distúrbios subjacentes significativos, como hipogamaglobulinemia, anemia falciforme, alcoolismo, cirrose e infecções concomitantes da orelha, seios paranasais, pulmões ou valvas cardíacas. A abordagem diagnóstica inicia com a suspeita clínica, baseada no quadro do paciente. Os achados de quadro infeccioso, como febre e leucocitose, concomitantes a sintomas e sinais neurológicos, levantam a possibilidade de infecção do SNC. Geralmente, a meningite bacteriana se espalha pelo próprio cérebro, causando a encefalite. Os médicos fazem uma punção lombar assim que possível. Na das crianças e adultos, a meningite bacteriana começa com sintomas que pioram lentamente por 3 a 5 dias. Esses sintomas podem incluir uma sensação de mal-estar geral, febre, irritabilidade e vômito. Algumas pessoas apresentam dor de garganta, tosse e entupimento do nariz. Para evitar contaminação, higienize as mãos antes e após o contato com o paciente, use óculos, máscara cirúrgica e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções, descarte adequadamente os pérfuro-cortantes. o tratamento deve ser imediato com o uso de antibióticos intravenosos, medicamentos de cortisona, de acordo com a bactéria causadora da doença e a fim de reduzir o risco de futuras complicações. No entanto, a vacinação ainda é a melhor forma de se prevenir contra a doença. Abscesso cerebral É uma coleção intracerebral de pus. Os sintomas podem incluir cefaléia, letargia, febre e déficits neurológicos focais. O diagnóstico é feito por TC ou RM, intensificadas por contraste. O tratamento é feito com antibióticos e, em geral, aspiração estereotáxica orientada por TC ou drenagem cirúrgica. Empiema subdural Causado pelo acúmulo de pus entre a dura-máter e o crânio, é uma coleção de pus entre a dura-máter e os aracnóides subjacentes. Os sintomas do abscesso epidural incluem febre, cefaléia, vômitos e, às vezes, letargia, déficits neurológicos focais, convulsões e/ou coma. O tratamento em praticamente todos os casos de empiema subdural intracraniano requer drenagem cirúrgica imediata e 19 antibioticoterapia. O pus do empiema deve sempre ser enviado para cultura bacteriana anaeróbica, bem como aeróbica. Tromboflebite Essa doença é uma inflamação de uma ou mais veias causadas por um coágulo sanguíneo, que geralmente acontece nas pernas ou em outras partes inferiores do corpo. Raramente, a doença pode acontecer em veias dos braços ou do pescoço. Quando ligada ao sistema nervoso a trombose do seio cavernoso (TSC) pode afetar os nervos cranianos que movimentam os olhos e fornecem sensação para o rosto. A TSC também pode levar a uma infecção do cérebro e do líquido em volta das meninges (meningoencefalite), abscesso cerebral, AVC, cegueira e a uma hipófise hipoativa (hipopituitarismo). A tromboflebite tem cura, e o tratamento deve ser orientado pelo médico, de acordo com a gravidade de cada situação, podendo ser indicado repouso, uso de meias elásticas, realização de compressas e medicamentos anti-inflamatórios ou, se necessário, medicamentos anticoagulantes. Tétano Essa doença é causada pela bactéria Clostridium tetani que é aeróbica e só ataca quando tem a ausência de oxigênio, ela é uma bactéria com resistência maior à defesa do nosso corpo, localizado em ferimentos profundos (pois é onde se tem menor concentração de oxigênio) e em locais mal higienizados,o qual é comum encontrar essas bactérias em fezes de animais depositados por exemplos em areia. Os sintomas são causados por uma neurotoxina, que resulta no aumento desses bacilos, essa toxina não deixa ocorrer o relaxamento muscular causando uma dificuldade ao indivíduo de deglutição, cefaleia e espasmos de se apoiar apenas na nuca e calcanhar.O tétano é uma infecção bacteriana possivelmente fatal que afeta os nervos. A vacina é eficaz na prevenção da infecção, que não tem cura. 2.4 VACINAÇÃO E A IMPORTÂNCIA DO FARMACÊUTICO As vacinas são o método mais prático e eficaz, na atualidade, para a prevenção da maior parte das doenças existentes e conhecidas, afinal, é mais fácil prevenir do que remediar e, consequentemente, ter que lidar com as consequências das doenças uma vez que elas se alastram pelo nosso organismo. Ademais, de acordo com o site da Fiocruz, as vacinas bacterianas podem ser constituídas por células inteiras inativadas, por subunidades que se caracterizam 20 por estruturas que fazem parte da célula bacteriana. Podem também constituir vacinas bacterianas, moléculas purificadas como polissacarídeos capsulares, proteínas nativas ou mesmo recombinantes. Com o advento da vacinologia reversa, diversas proteínas identificadas como alvos importantes em infecções bacterianas, estão sendo expressas em diferentes vetores, purificadas e testadas como alvos vacinais potenciais. Dentre as vacinas bacterianas estão:; DTP e Hib A vacina combinada de DTP e Hib é também chamada tetravalente, já que protege, ao mesmo tempo, contra difteria, tétano, pertussis (coqueluche) e infecções graves pelo Haemophilus influenzae tipo b. Meningocócica A e C A vacina conjugada de Hib protege contra infecções graves causadas pelo Haemophilus influenzae tipo b, como meningite e pneumonia. Existem vários sorogrupos da bactéria Neisseria meningitidis ou meningococo: A, B, C, Y e W-135 são os mais comuns. Pneumocócica 10-valente A vacina protege as crianças menores de dois anos de idade contra doenças invasivas e otite média aguda causadas por Streptococcus pneumoniae sorotipos 1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F. A partir daí, podemos destacar a importância do farmacêutico, embora os créditos entram também nesse contexto de administração de vacinas, os farmacêuticos vão muito além disso, o papel do farmacêutico se inicia desde a orientação, apoio à campanhas, até no desenvolvimento de vacinas. Os farmacêuticos no Brasil possuem, há muitos anos, o direito legal e competência técnica para aplicar medicamentos injetáveis, ademais, a experiência foi importante no processo de expansão de atribuições de farmacêuticos, como prestação de serviços de imunização. Sendo assim, a imunização realizada por farmacêuticos nas farmácias, atribui a farmácias como pontos de atenção à saúde, e mostra a importância dos farmacêuticos nas farmácias brasileiras, de modo geral Desta forma, é possível observar que o farmacêutico está presente em todo o processo de imunização, desde a pesquisa edesenvolvimento de novas vacinas, transporte e armazenamento destes imunobiológicos, qualificação dos 21 fornecedores, calibração de equipamentos, até a atenção ao paciente, aplicação da vacina, descarte de resíduos, e o acompanhamento pós-vacinação. 2.5 APRESENTAÇÃO DE UM ARTIGO CIENTÍFICO SOBRE O TEMA Antibioticoterapia ambulatorial como fator de indução da resistência bacteriana: uma abordagem racional para as infecções de vias aéreas. Infecções respiratórias agudas (IRA) são bastantes comuns e causam morbidade significativa contribuindo para a carga total de doenças de uma determinada sociedade. As IRA são muito frequentes em atendimentos ambulatoriais e tratadas, na maioria das vezes, com antibióticos. Entre as IRA, destaca-se a pneumonia, a qual resulta em 2 milhões de mortes por ano em crianças em todo o mundo. As otites médias agudas (OMA) são a causa mais comum de busca por atendimento médico e, nesses casos, os antibióticos são largamente prescritos, o que resulta em mais de 20 milhões de prescrições de antibióticos anualmente. Uso de antibióticos em infecções de vias aéreas A maioria dos quadros de IRA, tanto nas vias aéreas superiores quanto nas inferiores, é de etiologia viral. As FA de causa bacteriana têm como principal agente etiológico o Streptococcus pyogenes, pois as FA estreptocócicas podem evoluir com complicações supurativas (abscesso periamigdaliano) ou complicações não supurativas, como febre reumática, a qual pode ser prevenida com uso adequado de antibióticos. A distinção entre a etiologia viral ou bacteriana em crianças com FA é crucial para minimizar o uso de antibióticos e, por isso, o Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), em consonância com as recomendações da Academia Americana de Pediatria desenvolveram um algoritmo para esse diagnóstico. 22 Algoritmo para diagnóstico e tratamento de crianças e adolescentes com faringoamidalite aguda Para os pacientes com pneumonia, OMA e SAB, os agentes etiológicos bacterianos mais frequentes são Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Moraxella catarrhalis, sendo o S. pneumoniae o patógeno bacteriano mais comum em crianças com idade inferior a 5 anos. Entre os pacientes com OMA, a importância da antibioticoterapia decorre das complicações e sequelas que podem ser estabelecidas quando a etiologia é bacteriana, a exemplo de mastoidite e surdez de condução. No entanto, em 1972, Howie & Ploussard demonstraram que a resolução espontânea da OMA pode acontecer e está na dependência do agente etiológico: 48% para H. influenzae e 18% para S. pneumonia. A constatação da crescente frequência de resistência bacteriana entre os patógenos de OMA está fortemente associada ao uso de antimicrobianos e a dificuldade de identificar o agente etiológico da OMA. Abaixo está representado as recomendações da Academia Americana de Medicina de Família para o diagnóstico de pacientes com OMA. 23 Algoritmo para diagnóstico e tratamento de crianças com quadro sugestivo de otite média aguda Resistência antimicrobiana dos patógenos respiratórios Estudos revelaram que cerca de 45% das cepas de S. pneumoniae eram resistentes à penicilina (16% resistência intermediária e 29% resistência absoluta), sendo que 33% e 43% das cepas foram resistentes aos macrolídeos e à sulfametoxazoltrimetoprim, respectivamente. Esse crescimento de resistência deu- se pelo uso indevido dos antibióticos para tratar outros microrganismos que não eram seu alvo terapêutico. Evidência do uso de antibiótico como fator associado à resistência antimicrobiana dos patógenos respiratórios 24 Pacientes expostos ao uso prévio de antibiótico têm maior incidência de cepas não suscetíveis do que pacientes que não receberam antibiótico previamente. Atualmente, a resistência bacteriana deixou de ser um problema de infecções exclusivamente hospitalares e passou a ter caráter comunitário também. O principal fator que gera a resistência é o grande volume consumido de antibióticos. A chamada pressão antibiótica refere-se à relação crua entre a quantidade de droga utilizada e a seleção de cepas resistentes, tendo uma diferença de pressão antibiótica para cada tipo de droga. É imprescindível compreender que o uso de antibiótico é extremamente importante no processo de seleção de cepas resistentes e que o uso mais racional e limitado pode conter a progressão nas taxas de resistência e por mais que reduzir o uso de antibiótico não pareça estar associada à redução na resistência bacteriana a curto prazo o uso racional de antibióticos pode, ao menos, diminuir o aumento acelerado nas taxas de resistência 3. CONCLUSÃO Por fim, podemos concluir que as infecções bacterianas, tanto do trato respiratório quanto do sistema nervoso, podem ser adquiridas facilmente no cotidiano. As bactérias são responsáveis por centenas de doenças, algumas bem comuns como inflamações de garganta, outras mais raras como a tuberculose. Elas podem originar doenças variáveis como sinusite, faringite, pneumonia, bronquite aguda, meningite, entre outros. No entanto, a maioria das bactérias existentes na água, no ar e até mesmo no organismo de cada um de nós são inofensivas e podem mesmo ser úteis. 25 O prognóstico das infecções variam de leve a grave, dependendo muito do estado geral do hospedeiro. A maioria dos casos podem ser prevenidos com a imunização, cuidados gerais ou antibióticos. Mas vale a pena ressaltar, que ultimamente tem sido dificultoso a administração do mesmo, pelo fato da resistência destes microrganismos aos diversos antimicrobianos estarem cada vez mais frequente. Algumas bactérias são naturalmente resistentes a determinados antibióticos. Outras, desenvolvem resistência a medicamentos porque elas adquirem genes de outras bactérias que se tornaram resistentes ou porque seus genes sofreram mutação. Quanto mais frequentemente são usados antibióticos, mais provável é o desenvolvimento de bactérias resistentes. Portanto, é recomendado que os antibióticos sejam prescritos somente quando for necessário. Além disso, a vacinação é um dos métodos mais eficazes na prevenção das infecções bacterianas. Existem atualmente no Programa Nacional de Vacinação, várias vacinas que são responsáveis por imunizar contra estas doenças, tais como meningite, infecções pneumocócicas, entre outros. Portanto, conclui – se que as infecções bacterianas são extremamente comuns na sociedade e a principal complicação de uma infecção é a sua disseminação pelo organismo, com comprometimento de vários órgãos. Além disso, a baixa imunidade é um dos fatores contribuintes com a mesma. 4. REFERÊNCIAS FERNANDES, Eduardo de O.; TEIXEIRA, Cassiano. Dezembro de 2012. Disponível em: <https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/5239/infeccoes_de_vias_aere as_inferiores.htm>. BIO EM FOCO. Abril de 2018. 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