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Manejo sanitário e reprodutivo dos suínos

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Manejo sanitário e 
reprodutivo dos suínos
Introdução – 
As doenças constituem um dos principais desafios da 
suinocultura, impactando diretamente sobre os 
resultados técnicos e financeiros das granjas pelas altas 
taxas de mortalidade e também pelas perdas em 
desempenho. Dessa forma, a preocupação com a 
biosseguridade e a prevenção de doenças tornam-se 
obrigatórias na busca de melhores resultados 
Biosseguridade – 
•Cercas (verdes ou de isolamento) – não ter contato 
de um lote para o outro 
•Limitar acesso de veículos –caminhões para fora do 
perímetro da granja 
•Banho e ou troca de roupas: uso de roupas 
descartáveis 
•Qualidade da água de bebida e da alimentação 
•Destino dos suínos mortos 
•Destino adequado do lixo 
•Programas de lavagem e desinfecção 
Quarentena – 
Na suinocultura, a prevenção deve ser a principal 
ferramenta de atuação sanitária. Impedir a entrada de 
determinados agentes patogênicos e manter uma boa 
estabilidade sanitária e imunológica no rebanho pode ser 
a diferença entre o lucro e o prejuízo. 
As doenças entram nos rebanhos de forma direta 
(pelos suínos de reposição) e indireta (vento, veículos, 
pessoas, equipamentos, água, alimentos e outros 
animais) 
•Os animais ficam em uma instalação segregada por 
um período de 28 a 40 dias antes de serem 
introduzidos na granja. 
•A quarentena necessita, ainda, respeitar medidas 
específicas de biosseguridade, sendo a última área a ser 
visitada e os visitantes devem banhar-se também ao 
sair. 
•Todo material e equipamentos utilizados devem ser 
exclusivos a esta área. 
 
 A instalação deve ser longe do sistema de 
produção (mínimo de 500 m) e estar separada 
por barreira física (vegetal) 
Certificado de sanidade – 
•É necessário que a granja de origem possua 
certificado GRSC (granja de reprodutores suídeos 
certificada) dentro do período de validade, atestando 
serem os animais livres de sarna suína, peste suína 
clássica, doença de Aujeszky, brucelose, tuberculose e 
leptospirose suínas. 
•Mycoplasma hyopneumoniae e o Actinobacillus 
pleuropneumoniae, além dos agentes da rinite atrófica. 
Monitoramento – 
•Realização de exames laboratoriais 
•Acompanhamento clínico 
 
 
 
 
 
 
 
Programa de vacinação – 
A vacinação constitui o método mais eficaz para a 
prevenção das doenças infecciosas nos humanos e 
animais. Nos sistemas intensivos atuais, onde os animais 
são criados confinados em um aproveitamento máximo 
de área, a proximidade uns dos outros acarreta maior 
desafio sanitário para os mesmos. Dessa forma, 
ferramentas de controle de enfermidades, como a 
utilização de vacinas, tornam-se indispensáveis para a 
redução das perdas econômicas causadas. 
•Colibacilose: duas doses na porca durante a gestação 
(70 e 100 dias) 
•Circovirose: ao desmame (causa de refugagem) 
•Parvovirose: duas doses antes da cobertura e uma ao 
parto 
•Leptospirose: duas doses na gestação e uma após o 
parto/desmame duas doses 
•Doença de Aujeszky (pseudoraiva): Apenas 
propriedades com foco comprovado ou dentro de 
programas oficiais 
•Erisipela: duas doses antes da cobertura 
•Rinite atrófica: Duas doses na gestação com intervalo 
de 21 dias 
•Pneumonia enzoótica: ao desmame/duas doses na 
gestação 
•Pleuropneumonia: ao desmame e após 21 dias/duas 
doses na gestação 
•Peste Suína Clássica: proibida em áreas livres (MG, RS, 
SC, PR, SP, MS, MT, GO, TO, RJ, ES, BA, SE e DF) 
•Meningite estreptocócica: após desmame e na 
gestação 
•Salmonelose: desmame e porcas adultas 
•Rotavírus: duas doses 70 e 100 dias de gestação 
•Clostridium perfringens tipo C: mesmo do rotavírus 
•Enteropatia proliferativa – Ileíte: Via oral ao desmame 
Programa de limpeza e desinfecção – 
O processo de limpeza e desinfecção é uma 
ferramenta indispensável no programa de 
biosseguridadee em todas as fases da produção. Tem 
como objetivo preparar as instalações para 
recebimento de um novo lote de suínos, reduzindo a 
pressão de infecção (retirada de sujidades e eliminação 
de agentes causadores de doenças como vírus, 
bactérias e parasitos), melhorando, assim, a 
produtividade e a lucratividade na suinocultura. 
 
 
Principais falhas no processo de limpeza e desinfecção 
na suinocultura: 
 
Controle de moscas e roedores – 
As moscas e os ratos assumem importante papel como 
vetores de doenças no sistema de produção de suínos, 
devendo, por isso, ser controlados permanentemente. 
Entre as medidas gerais de controle destacam-se o 
destino adequado do lixo, animais mortos, restos de 
parição e dejetos, limpeza e organização da fábrica, 
depósito de rações e insumos, além dos galpões e 
arredores. 
 
Atacam e destroem lavouras (milho, cana-de-açúcar, 
arroz e etc.) 
Na armazenagem de ração e insumos (com roeduras, 
consumo e contaminação com fezes e urina) 
Nas instalações e equipamentos com roeduras (podem 
causar curto-circuito) 
Consumo de alimento: 
 
 
 Consomem diariamente 10% do seu peso 
 São onìvoros 
 
Manejo reprodutivo – 
Manejo de marrãs: 
•Puberdade: 
•A puberdade da fêmea suína é caracterizada pelo 
primeiro cio fértil, que poderá ocorrer entre 165 a 169 
dias de idade, podendo ter variações devido a fatores 
ambientais, genótipo, nutrição 
•A fêmea suína é um animal poliéstrico (varios estros 
ao longo do ano) não estacional (não dependem da 
estação do ano), o estro se apresenta a cada 21 dias (18 
– 23 dias). Os ciclos começam na puberdade e 
continuam durante toda sua vida, sendo somente 
interrompidos pela gestação e lactação. 
•Para estimular a puberdade, aconselha-se usar um 
macho a partir dos 150 dias de idade da fêmea. Esta 
estimulação é feita colocando-se diariamente um macho 
dentro da baia com as marrãs por cerca de 10 a 15 
minutos duas vezes ao dia. 
•Para estimulo do cio é importante um macho maduro 
de alta libido e não muito pesado. O macho com estas 
características possui maior liberação de ferormônio e 
por isso facilita a indicação do cio. 
•O macho utilizado para este trabalho não deve ficar 
alojado em local que permita contato constante com as 
marrãs, ou mesmo em local em que as marrãs sintam 
frequentemente sua presença e seu cheiro. O ideal é 
que esteja em uma instalação separada. 
•Marrãs que não apresentam cio junto com as demais 
do grupo, devem ser reagrupadas para que depois 
recebam novos estímulos. 
 
 
REQUISITOS MÍNIMOS PARA MARRÃS À 1ª 
COBERTURA: 
 Cio: depois do segundo, preferível no terceiro 
 Idade 210 a 230 dias 
 Peso 130 a 150kg 
 Espessura do toucinho 16 a 18 mm 
INDICAÇÃO DE CIO NAS MARRÃS: 
A exposição física do macho de boa libido constitui-se 
na melhor forma de induzir uma expressão de cio 
satisfatório. 
O contato, “focinho a focinho” entre machos e fêmeas 
é a melhor maneira de estimular o cio. 
 
 
 
 
COMO FAZER? 
-Fazer ficha de cada baia com a identificação das 
marrãs e datas do cio. 
-Fazer detecção de cio duas vezes ao dia com 
intervalos de 12 horas. 
Detecção de cio: 
Reflexo de tolerância ao macho 
Reflexo de tolerância ao homem 
Faça pressão com as mãos na parte dorsal da fêmea, 
quando na presença do macho. Também massageie as 
fêmeas e a linha dos tetos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
•CONDIÇÃO CORPORAL DAS FÊMEAS 
REPRODUTORAS: 
•A porca deve manter uma boa condição corporal 
durante toda a sua vida, para a obtenção de resultados 
reprodutivos que atendam o seu potencial genético. Ela 
ganha peso durante a gestação, quando acumula 
reservas corporais, e perde durante a lactação, quando 
gasta suas reservas para amamentar seus leitões. 
•Para avaliar se uma fêmea engordou ou emagreceu 
em demasia durante estas fases, foi desenvolvido o 
sistema de visualização das condições corporais das 
porcas. 
•Neste sistema as porcas são numeradas de 1 a 5, em 
ordem crescente de um estado de magra para gorda. 
Porcas em condições aceitáveis estão por volta do 
numero3. Depois de uma lactação pode-se esperar 
que cheguem ate o número 2. Porcas que variam sua 
condição corporal entre os números 2 e 4 são 
consideradas normais na prática. 
 
 
 
 
•Diagnóstico de Gestação 
•Para reconhecimento e manutenção da prenhez são 
necessários no mínimo 4 embriões 
•Progesterona é responsável pela manutenção da 
gestação 
•Até aproximadamente o 35º dia de gestação ainda 
existe risco de morte embrionária 
•Pode ser feito o diagnóstico por volta de 21 a 35 dias 
após a cobertura 
•A volta ao estro após a cobertura: diagnóstico de não 
prenhez 
•Ultrassonografia. 
 
 
MANEJO PÓS COBERTURA: 
˃ O retorno ao cio das fêmeas deve ser 
verificando entre 17 e 35 dias e novamente 
entre 50 e 60 dias após cobertura. 
˃ O período de 40 a 70 dias após a fertilização é 
tido como período critico onde ocorre a 
maioria das mortes fetais. Por isso a importância 
de que nos primeiros 2/3 de gestação das 
fêmeas, deve ser priorizado um ambiente 
calmo, sem qualquer tipo de stress. Além disso, 
qualquer elevação de temperatura corpórea 
(stress, doenças, temperatura ambiente 
elevada), principalmente no período antes da 
implantação, pode levar a modificações 
endócrinas que levam maior mortalidade 
embrionária. 
FATORES QUE AJUDAM NA CORREÇÃO E 
DIMINUIÇÃO DO STRESS: 
•Corrigir falhas na qualidade da ração 
•Melhorar o ambiente de criação das fêmeas 
(ventilação e existência de luz solar, evitar paredes 
muito altas) 
•As fêmeas devem receber de 12 a 18 horas luz por dia 
•Pintar as baias de branco para melhorar o reflexo da 
luz 
•Leitoas devem receber de 14 a 18 horas de luz por dia, 
pois acelera a puberdade, aumenta o peso e torna ativo 
sexualmente. 
•Fornecer de 8 a 10 horas de escuro na fase de 
gestação 
 
As principais causas de descarte são: 
•Falha reprodutiva (75% dos casos), Falha na 
concepção após 2 coberturas consecutivas 
•Anestro persistente em marrãs com mais de 9 meses 
•Anestro persistente em porcas por mais de 30 dias 
após a desmama 
•Performance inadequada (redução do tamanho da 
leitegada) 
•Idade (3 – 5 anos) 
•Desordens locomotoras 
•Problemas relacionados com o parto 
•Doenças crônicas que acarretem perda de apetite, 
perda de peso corporal e falha na resposta ao 
tratamento 
MANEJO DE MACHOS – 
•CARACTERISTICAS DOS MACHOS (Rufiões = não é 
castrado mas tem desvio de penis ou tem vasectomia): 
detecção / indução de cioaf pr 
•Dominância hierárquica sobre as fêmeas 
•Salivação com liberação de ferormônios 
•Frequência de urina em pequenas quantidades 
•Que pare diante das fêmeas durante o manejo 
•Respeitar e ser obediente às indicações do operador 
•Não ter problemas de casco e articulações 
Critérios para seleção de machos: 
•Adquirir machos selecionados com peso mínimo de 
110kg aos 150 dias 
•Preferir uma raça que não entrou no cruzamento das 
fêmeas 
•Apresentar bons aprumos e não apresentar desvios 
de coluna 
•Apresentar testículos salientes e proporcionais à idade 
•Possuir comportamento sexual ativo 
•Apresentar pernil desenvolvido e boa largura de lombo 
 
CUIDADOS COM O MACHO: 
•Verifique rotineiramente a condição do aparelho 
locomotor. A utilização de cama é indicada para 
proteção de articulações e casco. Evitar pisos com 
excesso de umidade, irregular, escorregadio ou muito 
abrasivo. Machos com problemas de locomoção, 
apresentarão dificuldades na monta e uma pior 
qualidade de sêmen. 
•Tanto para inseminação artificial como monta natural a 
temperatura ambiente ideal para os cachaços é entre 18 
a 22ºC, e umidade relativa de 70%. Temperaturas 
superiores a 25ºC e altas variações, podem 
comprometer a qualidade do sêmen criando problemas 
de baixa fertilidade e prolificidade. 
Relação macho:fêmeas 
Monta natural = 1:20 
Inseminação artificial = 1:80 a 1:120. 
 
TREINAMENTO DOS MACHOS PARA MONTA 
NATURAL: 
•Efetue as coberturas na própria baia do macho. 
•Até 240 dias realize uma monta por semana. A partir 
dos 240 dias estes machos estão liberados para 
exercer no máximo duas montas por semana até 12 
meses de vida. A partir dos 12 meses de vida o macho 
pode cobrir duas a três vezes por semana. 
•Procurar usar os machos no shorários mais frescos do 
dia. 
•Dar intervalo de descanso para o macho de 2 a 3 dias 
após a cobertura. 
 
 
•Composição do Sêmen: 
•Pré-espermática: secreções da próstata (+/- 10-25mL) 
•Intermediária ou espermática: rica em 
espermatozoides 
•Coloração esbranquiçada leitosa (+/- 30-100mL) 
•Pós-espermática: material gelatinoso formando um 
tampão, impedindo a saída do sêmen 
 
 
 
 
 
Perdas reprodutivas – 
•Perdas reprodutivas : 
 Antes da cobertura: falha ou atraso de marrãs 
ou porcas em exibir cio detectável 
•Durante a gestação: 
 Falha na concepção 
 Mortalidade embrionária 
 Mortalidade fetal/aborto/mumificação 
 Baixa fertilidade 
 Pseudogestação 
 Doenças 
•MORTALIDADE EMBRIONÁRIA 
-Aos 25 dias de gestação –16 a 25% 
-Aos 40 dias de gestação –18 a 35% 
-Ao término da gestação –cerca de 40% 
•FATORES QUE AFETAM A MORTALIDADE 
EMBRIONÁRIA 
-Alimentação 
-Idade da porca 
-Fatores ambientais 
-Fatores infecto-contagiosos

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