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VALVOPATIAS A doença cardíaca valvar (valvopatia cardíaca) é habitualmente consequente à agressão crônica às cúspides ou ao aparato valvar e pode cursar com sobrecarga de pressão e/ou volume nas câmaras cardíacas. Quando os mecanismos adaptativos (hipertrofia e remodelamento atrial e ventricular) não conseguem manter baixas as pressões de enchimento e/ou o débito cardíaco adequado, habitualmente, o paciente torna-se sintomáticos. ESTENOSE AÓRTICA Obstrução da via de saída do VE pela calcificação das estruturas valvares, associada ou não à fusão das válvulas da valva aórtica. É a doença valvar aórtica adquirida mais frequente e está presente em 4,5% da população acima de 75 anos. Causas: EAo congênita, calcificação de uma valva aórtica bicúspide, calcificação de uma valva aórtica tricúspide – EAo degenerativa, e FR. Esta última está invariavelmente associada à valvopatia mitral, e apesar da diminuição de sua incidência nos países desenvolvidos, continua frequente no Brasil e demais países da América Latina, levando ao acometimento de pacientes mais jovens. *EAo leva à hipertrofia ventricular concêntrica, à elevação das pressões de enchimento, e finalmente à disfunção ventricular. Sintomas : dor torácica, síncope e dispneia tipicamente surgem após a 6ª década de vida, sendo ainda mais tardios nos casos de EAo degenerativa. Uma vez sintomáticos, os pacientes passam a apresentar uma piora significativa de seu prognóstico, com média de sobrevivência de dois a três anos, com aumento significativo no risco de morte súbita. Daí a importância da identificação precoce do surgimento de sintomas ou de disfunção ventricular (FE < 50%), que apontarão o momento de indicação de intervenção visando à interrupção da evolução natural da doença. ▪ EAo: gradiente médio >40mmHg é um gradiente significativo e denota gravidade. ▪ EAo manifestações cardinais (são aquelas clássicas para a doença e que denotam um período de evolução – historia natural da doença): o Angina - sobrevida 5 anos após diagnostico o Sincope - sobrevida de 3 anos após diagnostico o Dispneia - insuficiência cardíaca - sobrevida de 2 anos após diagnostico. EAo = 532 = angina > sincope > Dispneia = agravamento! A velocidade de jato do sangue através da valva aórtica é DIRETAMENTE PROPORCIONAL A GRAVIDADE DA EAo; velocidade >4m/s = EAo GRAVE!!!! Sinais de gravidade: 532 ( 50% morte) aparecem >60 anos ▪ EAo é principal valvopatia adquirida >75 anos ▪ EAo reumática = muito Rara e nunca isolada!!!! ▪ VAB com degeneração é CAUSA DE EAo no adulto em 40% casos - EAo = o processo degenerativo da valva é semelhante ao processo aterosclerótico PORÉM O USO DE ESTATINAS NÃO FOI CAPAZ DE INTERROMPER OU REVERTER O PROCESSO DEGENERATIVO EM VALVA AORTICA Aspectos clínicos na EAo: ▪ EAo cursa com redução da tolerância ao exercício pq o DC é fixo ▪ EAo com redução ou aumento <10mmHg na PAS ao esforço = GRAVIDADE ▪ Disfunção diastólica por HVE ▪ Dor torácica mesmo na ausência de DAC = HVE com aumento do consumo + Comprometimento da oferta no enchimento diastólico; Prolongamento do tempo de ejeção com aumento do consumo ▪ Pulso Parvus Tardus ▪ B4 ✓ Cocoras Aumenta o Sopro pq haverá mais sangue para passar pela valva estenosada. ✓ Handgrip diminui o sopro pq aumenta a RVS é com isto diminui o gradiente. Tratamento: da EAo é CIRURGICO!! TAVI (Implante de Valva aórtica Transcateter) é alternativa a CI!!!! FAZER TAVI em paciente que podem fazer cirurgia = CLASSE III! Não existe tratamento farmacológico para estenose aórtica de classe III Cuidado com vasodilatadores = aumenta o gradiente por fazer vasodilatação Só se opera quando há sintomas, paciente assintomático evoluir como MCS! INSUFICIENCIA AORTICA A insuficiência aórtica caracteriza-se pelo fluxo retrogrado de sangue durante a diástoles, da aorta para o ventrículo esquerdo. As causas incluem doença primária das válvulas semilunares, comprometimento da parede da aorta influenciando a coaptação das válvulas, e, mais raramente, o comprometimento de ambas. a doença reumática é a causa mais comum de insuficiência aórtica no nosso meio, ocorre um espessamento das válvulas semilunares por edema e infiltrado de células inflamatórias. A endocardite infecciosa costuma acometer estruturas previamente lesadas, determinando maior destruição valvar pela deposição de vegetações sobre a superfície ventricular das válvulas. Há sobrecarga de volume e pressão do ventrículo esquerdo com elevação da tensão diastólica e sistólica por aumento da impedância da aorta. Como consequência, desenvolve-se a hipertrofia excêntrica, que é capaz de manter a proporcionalidade dos três componentes – muscular, vascular e intersticial – do ventrículo esquerdo no decorrer da evolução da insuficiência crônica. O agravamento da insuficiência aórtica crônica grave pode não vir acompanhado de elevação proporcional da pré- carga e da espessura miocárdica. Isso porque há limitação para o crescimento dos miócitos com consequente aumento do estresse sistólico, diminuição do encurtamento da fibra miocárdica e disfunção ventricular. Quadro clinico: dispneia a esforços habituais, precordialgia, lipotmia, síncope por déficit de contratilidade. Palpitações desencadeadas por esforço físico. Achados clinicos: ▪ Inspeção de pulso: aumento da amplitude do pulso, pulso em martelo d’agua (pulso de Corrigan). ▪ SINAIS PERIFERICOS DE IAo CRÔNICA GRAVE: o Musset: movimentação da cabeça o Muller: impulsão úvula o Quincke: pulsação ungueal o Rosemback: impulsão hepática o Gerhard: Impulsão baço o Pistol Shot ou Traube: Sopro em artérias femorais o Miservini: pulsação na base da língua. ▪ Pressão sistólica elevada e pressão diastólica anormalmente baixa. Com o desenvolvimento a vasoconstrição periférica pode causar aumento da PAD ▪ Ictus cordis hiperdinâmico e pode estar deslocado para baixo e esquerda. ▪ Sopro diastólico, aspirativo (ouvido no foco aórtico acessório). DURAÇAO DO SOPRO DE RELACIONA COM A GRAVIDADE. o Doença da valva : sopro mais audível no BEE e a B2 é hipofonetica o Dilatação da aorta : sopro mais audível no BED e a B2 é Hiperfonetica ▪ Sopro de austin Flint – acentua com exercício isométrico, diminui com nitrato, é um sopro mesodiastólico de baixa frequência e esta relacionado com IA grava. Exames: ▪ Eletro: na aguda não há modificações. Nos casos graves pode ter desvio do eixo de QRS para a esquerda, depressão de ST, padrão strain do ventrículo esquerdo se relacionando com a dilatação e hipertrofia. ▪ Radio de tórax: sinal de congestão pulmonar e cardiomegalia a custa do ventrículo esquerdo. ▪ ECO Doppler: identifica o grau e localiza o nível da valva. ▪ Ventriculografia radioisotópica. ▪ Tomografia computadorizada ▪ Ressonância magnética nuclear. ▪ Cateterismo cardíaco: importante para o tratamento cirúrgico. Tratamento: Não há tratamento framacalogico, são apenas uma ponte para a cirurgia ou quando há CI. IAo + HAS = vasodilatadores são uma boa opção Diréticos para aumentar pré carga aliviam sintomas e estabilizam hemodinamicamente. Agentes vasodilatadores com ação arterial e venosa (NPS) são os mais efetivos. Digital é utilizado em pacientes sintomáticos com cardiomegalia, e nos assintomáticos em ritmo sinusal. ESTENOSE MITRAL A febre reumática é a causa mais comum, sendo as mulheres mais afetadas que os homens. Causas raras de EM devem ser lembradas, como síndrome carcinóide,mucopolissacaridose, doença de Wipple, ar- trite reumatóide e deformidades congênitas. O envolvimento reumático leva a espessamento, fibrose, retração e fusão das cúspides, além de fusão e encurtamento das cordas tendíneas. Há formação de pequenas vegetações distribuídas ao longo da linhade fechamento das cúspides e calcificação, principalmente nos homens idosos e estenoses mais graves. Fisiopatologia : quando há um estreitamento do orifício maior que 50%, a repercussão dinâmica é capaz de manifestar sintomas de IC. Há dilatação e fibrose atrial esquerda, a qual se relaciona com a gravidade da lesão. A elevação da pressão intra-atrial leva a vários graus de dilatação dessa câmara. O aumento do volume atrial, associado a estase do fluxo propicia o desenvolvimento do trombo. De acordo com a gravidade de EM, tem se graus de acometimento da vasculatura pulmonar. O diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo é normal ou diminuído e a pressão diastólica final é baixa. O débito cardíaco cai, e 25% dos pacientes com EM grave têm função sistólica de VE comprometida. Apresentação clinica: Os sintomas aparecem decorrentes da congestão venosa pulmonar e da queda do debito cardíaco - Dispneisa de esforço - Rouquidão - Em fases mais avançadas pode evoluir com dispneia de decúbito, tosse seca, hemoptoicos, hemoptise (ruptura do vaso) e até edema agudo de pulmão. Exame físico: - Facie mitral: nariz fino e manchas róseas maxilares. Não é mais tão encontrada. - - Pulsos artérias periféricos normais ou diminuídos. - Frêmito diastólico em área mitral e segunda bulha palpável - Hiperfonese de B1 e sopro diastólico (se E.M grave Ausência de B1) – duração do sopro correlaciona- se com a gravidade. Sinais de gravidade: - Desenvolvimento de sintomas, presença de FA e a evolução para insuficiência Pulmonar - Hipofonese de B1 e desaparecimento do estalido - E.M grave: sobrevida de 5 anos - .Uma vez atingidos níveis muito elevados de Pressão Sistólica de Artéria Pulmonar (PSAP – acima de 80mmHg), a sobrevida média reduz-se para 2,4 anos Exames: - Radiografia: dilatação atrial esquerda (duplo contorno) em EM grave deslocando o esôfago contrastado; retificação e abaulamento do tronco da artéria pulmonar; sinais de congestão pulmonar. - Eletro: onda P entalhada em D2 e bifásica em V1; pode ter fibrilação atrial - Eco: padrão referencia. Historia natural: Há um grande período assintomático entre o surto de febre reumática e aparecimento dos sintomas. Tratamento clinico: Profilaxia para febre reumática, não precisa fazer para E.I. Os BB, BCC e os digitálicos podem ser usados para controle da frequência cardíaca. A cardioversao elétrica é reservada para pacientes com instabilidade hemodinâmica. Pacientes com FA com mais de 48 horas de duração devem ser submetidas ao esquema de ACO por três semanas antes da tentativa de reversão. Se for necessário acelerar o esquema, utiliza heparina. A cirurgia é indicada para pacientes sintomáticos acima da classe funcional III. Troca valvar: - mecânica < 65 anos - biológica > 65 anos Valvoplastia mitral (folhetos valvares flexíveis e não calcificados, pouco acometimento subvalvar, escore de Wilkins <=8. Quatro parâmetros são considerados: mobilidade dos folhetos, espessamento valvar, grau de calcificação e acometimento do aparato subvalvar. • Pacientes com escore de Wilkins inferior ou igual a 8 são candidatos a valvuloplastia mitral percutânea, na ausência de outras contraindicações (insuficiência mitral mod a impt concomitante, ausência trombos no AE, Sem DAC com indicação de RVM cirúrgica associada) INSUFICIENCIA MITRAL Regurgitação sanguínea para o átrio esquerdo durante a sístole ventricular. Pode ser classificada em primária (resultante de deformidade estrutural valvar) ou secundária, quando relacionada a outra doença cardíaca. As principais etiologias relacionadas à IM são: doença reumática, síndrome do prolapso de valva mitral, doença coronária, endocardite infecciosa e degeneração mixomatosa. Causas: EI com perfuração das cúspides valvares ou ruptura das cordas tendineas, a disfunção ou ruptura de músculos papilares por isquemia e disfunção da prótese valvar mitral. AGUDA: A IM aguda gera uma sobrecarga abrupta de volume sobre o ventrículo esquerdo. O debito cardíaco diminui e o AE e VE não conseguem acomoda o volume regurgitante, o resultado é congestão pulmonar. Paciente normlamnete é sintomático, sendo a queixa mias comum dispneia e o choque cardiogênico como apresentação mais grave. Ao exame físico, a ausculta cardíaca é variável, e a presença de sopro holossistólico mitral, característico da regurgitação, não sendo obrigatória. ECO é fundamental para diagnostico. O tratamento inclui em uma fase inicial, o nitroprussiato de sódio e a nitroglicerina, ambos em apresentação endovenosa, podem ser utilizados, desde que os pacientes não estejam hipotensos. Com a melhora progressiva, vasodilatadores orais, como hidralazina, e inibidores da enzima de conversão da angiotensina podem ser utilizados. Dobutamina é usada em casos de instabilidade dinâmica. Grande maioria dos casos necessitam cirurgia. CRONICA: ocorre hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo, aumento do volume diastólico final do ventrículo esquerdo, que é compensatório permitindo um aumento do volume sistólico e do DC. Quando a dilatação ventricular alcança um limite tornando uma fase descompensada marcada por um aumento do volume diastólico final do ventrículo esquerdo, uma diminuição progressiva do débito cardíaco e o aparecimento gradual de congestão pulmonar. Sintoma mais comum é dispneia. Ictus pode estar desviado O paciente com IM pode apresentar terceira bulha na ausculta, e ela pode ou não representar disfunção ventricular. O paciente deve realizar eletro, radiografia e ECO. Tratamento da IM: deve levar em conta a etiologia e gravidade da IM. A presença de FA e hipertensão pulmonar são marcadores de prognostico. Não há necessidade de tratamento medicamentoso para os pacientes com IM crônica assintomáticos que apresentam função ventricular normal Pacientes com FA: controle da fc com digitálico/ BCC/ amiodarona/ BB e ACO. Tratamento cirúrgico: pode ser plastia de valva mitral ou troca valvar seja por bioprótese ou prótese metálica com ➢ Sem Sintomas por Vários Anos – Mecanismos Compensatórios ➢ Fase Descompensada – ICC com Dispneia, Ortopnéia e, Dispnéia Paroxística Noturna ➢ IM Aguda Grave – Edema Agudo de Pulmão ou Choque Cardiogênico ou sem remoção do aparato valvar. A plastia normalmente é escolhida pelos menores índices de complicação e menores taxas de mortalidade. PROLAPSO DA VALVA MITRAL Acontece mais em mulheres, IM significativa associada ao PVM é mais comum em homens idosod. PCT com regurgitação mitral mínima o prognostico é em geral benigno, sem complicações. A característica principal é o click mesotelessistolico. Ecocardiograma subsequente após diagnóstico não são necessários se o pct for assintomático Apesar de haver risco de endocardite infecciosa, a profilaxia antibiótica nesta condição não esta indicada em todos os casos. Maior risco de E.I: homens > 45 anos, presença de regurgitação mitral moderada a importante, espessamento do folheto. Pct com PVM associada a disfunção ventricular, regurgitação mitral moderada a severa apresentam risco aumentado de morte súbita! (taquicardia ventricular). TTO: BB P PCT SINTOMATICOS, COM AUMENTO DO ADRENERGISMO (PALPITACOES, PRECORDIALGIA OU ANSIEDADE).
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