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Cartilha-LABIRINTO_Pais-Crianças-Autismo

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A U T I S M O
Construa-me uma ponte
Eu sei que você e eu nunca fomos iguais.
E eu costumava olhar para as estrelas à noite
E queria saber de qual delas eu vim.
Porque eu pareço ser parte de um outro mundo
E eu nunca saberei do que ele é feito.
A não ser que você me construa uma ponte, 
construa-me uma ponte,
Construa-me uma ponte de amor.
[...]
 
(Mickean)
O autismo pode ser considerado, popularmente, como uma forma 
diferente e única de ser e ver o mundo. Imagine se você estivesse no Japão, 
de mãos e pés amarrados, sem conhecer a língua e a cultura e sem saber 
como se comunicar... é mais ou menos assim que a criança autista se sente.
Sendo um transtorno de desenvolvimento complexo, o Transtorno do 
Espectro do Autismo (TEA) é caracterizado por prejuízo em três esferas do 
comportamento: interação social, comunicação e padrões de interesse e 
comportamentos repetitivos e estereotipados (LOSAPIO; PONDÉ, 2008);
As principais características do TEA são: comportamentos estereotipados, 
interesses e atividades restritas, sendo que os sintomas nessas áreas devem 
limitar ou dificultar o funcionamento diário do indivíduo (APA, 2014);
O termo espectro mostra que o autismo pode se manifestar de várias 
formas, a depender da gravidade, dos níveis de desenvolvimento e da 
idade. O diagnóstico é realizado através de critérios pré-definidos em 
manuais diagnósticos.
O que é o autismo
Crianças de um a dois anos e seis meses:
Olhar/Atenção conjugada – A criança se comunica 
através do olhar, como, por exemplo: vocês estão 
assistindo televisão e alguém aponta para a porta e diz:
 – Olha quem chegou!!! A criança, então, olha para a 
porta e depois se volta para a pessoa que falou;
Comportamentos típicos de uma 
criança dentro do espectro autista
Quando está em atividade ou 
mesmo quando está sozinha, 
não faz questão de atrair a 
atenção do adulto;
Dificilmente mostra objetos 
espontaneamente.
Comportamentos típicos de uma 
criança dentro do espectro autista
Interesse social:
Prefere brincar sozinha.
Tem dificuldades de seguir um objeto em 
movimento quando apontado. (Ex.: – Olha 
aquele carro! – Que passarinho bonito!);
Em atividades lúdicas, a criança apresenta dificuldades 
em compartilhar o prazer e a atenção conjugada; 
Dificilmente compartilha o prazer de objetos 
ou eventos. (Ex.: não traz os objetos para os 
cuidadores como se dissesse “olhe”).
A criança quase não olha nos seus olhos quando está 
brincando ou, quando olha, é muito rapidamente; 
não mais do que um a dois segundos. 
Comportamentos típicos 
de uma criança dentro 
do espectro autista
Resposta ao nome:
Sensibilidade:
Apresenta algumas dificuldades em jogos de “faz de conta”, como brincadeira 
de casinha; fazer comida; “faz de conta”; aniversário de boneca; 
Muitas vezes, tem prejuízo ao pensar em histórias de forma imaginativa 
e que atribua estados emocionais aos personagens;
Brinca com alguns brinquedos de forma inadequada – não funcional; 
Muitas vezes, não compartilha os brinquedos com o outro, caso não 
seja solicitada;
Durante a brincadeira, evita inserir personagens a partir de outras pessoas.
Crianças com fala de frases e/ou fluente 1/2
Durante a brincadeira, a criança tem prejuízo em colocar outras 
pessoas como personagens da história. Isso, muitas vezes, indica a 
dificuldade de se colocar no seu lugar;
Quando é questionada com perguntas abertas, sem um tema 
específico, tem dificuldades em dar continuidade à conversa e para 
falar de outros assuntos; 
Ao descrever imagens em revistas ou paisagens, tende a descrever algum 
objeto específico ou coisas que despertam o interesse de maneira peculiar 
com prejuízo em descrever a imagem de uma maneira mais geral.
Crianças com fala 2/2
Quando chamada, a criança 
dificilmente responde ao 
nome. Muitas vezes, é 
necessário tocar na criança ou 
ela só responde quando os 
pais chamam e a tocam.
Costuma brincar da mesma 
forma e, muitas vezes, mostra 
interesse pelos mesmos objetos;
Brinca de forma incomum 
com objetos. Muitas vezes 
utiliza o brinquedo muito 
próximo ao rosto, não o 
usando de maneira adequada.
Brincadeiras: Comportamentos 
estereotipados:
Apresenta muita ou pouca 
sensibilidade a certos sons, 
texturas, gostos ou cheiros.
Apresenta movimentos repetitivos. 
(Ex.: mão abanando, andar na 
ponta dos pés, girar em torno do 
próprio eixo, balançar o corpo);
Tem dificuldades de imitar 
movimentos como dar tchau 
ou mandar beijo.
(Por exemplo: dificuldade de entender o que 
os outros estão falando; dificuldade em seguir 
instrução e compreender as expressões e 
palavras de duplo sentido).
Dificuldade na 
linguagem Insistência na rotina 1/2
(Exemplo: dificuldade em alterar as atividades do dia a dia).
Insistência na rotina 2/2
Demonstrar, através de desenhos ou histórias infantis, todas as 
possibilidades de mudança na rotina;
Utilizar desenhos ou histórias infantis para indicar o início da história, as 
possíveis mudanças na rotina e criar um novo fim das atividades. Esse sistema 
facilita tanto a comunicação quanto o comportamento quando se estabelece 
a associação entre a tarefa e um símbolo visual (desenho, história etc.).
Preparar a criança antecipadamente para quando houver mudanças na rotina;
Tentar não estabelecer rotinas muito rígidas. Exemplo: Se a criança não 
tem o hábito de sair à tarde, estimular para que ela realize mudanças 
discretas, tais como: ir dar uma volta na pracinha, comprar pão etc.;
Ensinar noção de tempo e organizar a sequência de atividades para que 
a criança não se sinta ansiosa e insegura.
Usar recursos visuais como vídeo, desenho, 
foto e livros para exemplificar e ensinar à 
criança como identificar expressões faciais e 
seus significados;
Manter alguns objetos do interesse da criança fora 
de seu alcance para estimular a comunicação. 
Exemplo: Pai/Mãe – “Maria, a boneca agora 
ficará guardada no seu armário. Quando você 
quiser brincar com ela, pode me pedir”.
Ensinar à criança como pedir ajuda quando se 
sentir confusa ou insegura;
Explicar palavras com significado duplo 
(ex: manga fruta e manga de roupa);
Pedir que a criança explique o que 
compreendeu após o adulto dar uma instrução. 
(Exemplos: Dificuldade em compreender as regras sociais, bem como 
identificar as emoções dos outros).
Interação social
Capacidade de 
concentração
Estimular a criança a sentar-se na frente durante as aulas;
Tentar reduzir, ao máximo, os estímulos que possam distrair a criança 
enquanto ela estiver realizando uma atividade;
Reduzir o número de tarefas, realizando uma atividade por vez;
Quando perceber que a criança se distraiu da atividade que realizava, 
redirecioná-la;
Usar linguagem não verbal para chamá-la e centrar a atenção da criança.
Incentivar jogos de equipe, estimulando a cooperação e a partilha;
Apoiar, quando a criança falhar;
Usar outras crianças como modelo do que deve ser feito, evitando comparações;
Ensinar como controlar seu próprio comportamento;
Ensinar regras sociais de forma clara. (Ex.: sentar à mesa durante as 
refeições ou cumprimentar outras pessoas);
Incentivar o reconhecimento de faces e as emoções associadas;
Ensinar estados emocionais a partir das emoções geradas em histórias lúdicas.
(Exemplo: dificuldade para se manter 
atento à atividade que está sendo realizada; 
parecer não estar escutando o que o 
outro fala; estar no “mundo da Lua”).
Interesse restrito 1/2
(Objeto, atividade ou assunto que a criança costuma repetir) 
Deve-se utilizar o interesse da criança como meio de comunicação. Utilize 
um brinquedo, objeto ou algo que a criança goste para iniciar a conversa;
Quando perceber o foco da criança, incentive-a para trazer novos 
temas à brincadeira; 
Apresentar o que tem em comum entre o objeto de interesse da 
criança e os outros objetos; 
Falar menos a respeito do objeto de interesse restrito e procurar trazer 
outros assuntos à brincadeira.
Falta de organização
(Dificuldade para organizar ideias e o discurso pode apresentar-seincoerente. 
A comunicação escrita, caso exista, também pode apresentar desorganização. 
Podem aparentar ser desorganizados, apesar de gostarem de arrumação).
Fazer, junto com a criança, listas de responsabilidades;
Estimular para que ela faça suas próprias listas;
Atribuir rotina de tarefas. Exemplo: recolher as roupas sujas e colocá-las 
no local adequado para lavar;
Utilizar programações e calendários;
Dividir a tarefa que deve ser executada em pequenas etapas. Se 
possível, com o apoio de recurso visual, como, por exemplo, figuras 
ilustrativas da sequência das ações a serem realizadas. 
Habilidades acadêmicas
(Dificuldade na compreensão de conteúdos abstratos. Pode ter bom 
desempenho na resolução de cálculos matemáticos, mas dificuldade em 
compreender os problemas. Pode saber ler as palavras e, entretanto, não 
conseguir compreender o conteúdo lido.)
Devem-se apresentar objetos concretos ao ensinar conceitos novos 
ou abstratos. Exemplo: utilizar objetos ao ensinar cálculos matemáticos 
(grãos, palitos de fósforo, bloquinhos de madeira);
Ter certeza de que a criança compreendeu a informação, pedindo que 
ela explique;
Procurar atividades baseadas na prática;
Dividir as tarefas em etapas menores ou apresentar alternativas;
Utilizar técnicas para ajudar a organizar e categorizar as informações. 
Exemplo: dividir objetos por cor, forma, tamanho, semelhanças, temas 
(objetos de cozinha, quarto, sala); 
Ensinar metáforas.
Interesse restrito 2/2
Estimular a criatividade com jogos de “faz de conta”, utilizar objetos de 
forma diferente da sua função inicial. Exemplo: utilizar uma escova de 
cabelo como microfone;
Aproveitar os interesses que são pouco funcionais para a criança e criar 
algo construtivo, que possa se tornar uma motivação para o contato 
social. Ex.: interesse em uma peça específica do brinquedo, utilizar essa 
peça como meio de interação.
A não ser que você me 
construa uma ponte, 
construa-me uma ponte,
Construa-me uma 
ponte de amor.
Hipersensibilidade sensorial
Manter o nível de estimulação de acordo com a capacidade da criança 
(sem barulhos, cores excessivas);
Pode ser necessário evitar alguns sons ou lugares;
Utilizar a música para “abafar” os sons desagradáveis;
Minimizar os ruídos de fundo;
Nos casos extremos, podem ser utilizados protetores de ouvido;
Estimular o que é o toque, carinho, frio, quente, a dor, pois esses 
conceitos precisam ser desenvolvidos. 
É necessário que, aos poucos, sejam inseridos estímulos sensoriais para 
que a criança dessensibilize.
Ensinar a identificar os próprios estados emocionais. Exemplos: raiva, 
tristeza, medo, alegria, nojo;
Contar histórias identificando estados emocionais das personagens;
Elogiar com frequência durante a interação;
Ensinar a pedir ajuda;
Fornecer experiências em que a criança possa fazer 
escolhas e tomar decisões;
Ajudar a compreender os seus comportamentos 
e as reações dos outros;
Ensinar técnicas de relaxamento. Exemplos: 
contar até 10, respirar fundo.
Vulnerabilidade emocional
(A criança pode apresentar reações de raiva e instabilidade emocional. 
Pode apresentar dificuldade em lidar com as exigências sociais e, com isso, 
demonstrar sinais de ansiedade. Além disso, pode apresentar intolerância 
aos próprios erros, reagindo de forma exagerada).
Orientador: Prof. Gustavo Siquara e 
Milena Pondé
Organizadores: Esdras Herculano; 
Ieda Costa; Isis Barros; Julia Toulier; 
Juliana Barbosa; Maíra Godinho; 
Milena Baker; Sarah Rios.
Este manual é baseado em estudos científicos e manuais 
diagnósticos, servindo como um instrumento de orientação 
para suspeita diagnóstica e manejo psicopedagógico das 
crianças pelos cuidadores. Tem como objetivo apresentar 
características comuns em crianças que apresentam o 
TEA em diferentes faixas etárias e níveis de linguagem. 
Para fins diagnósticos, é necessário consultar profissionais 
devidamente especializados.

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